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EAD

Organização e Empresa

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1. OBJETIVOS
• Identificar as acepções da palavra organização.
• Compreender a organização como sistema que transfor-
ma recursos em produtos e serviços.
• Compreender a definição de Empresa e Organização.

2. CONTEÚDOS
• Organização e Empresa.
• Sistema de Recursos e Objetivos.
• Classificação das Organizações.

3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE


Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que
você leia as orientações a seguir:
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1) Para enriquecer seus estudos sobre os aspectos de uma


organização, conheça a cartilha do Sebrae, que trata de
Empreendedorismo Digital. Acesse site: <http://www.
sebraesp.com.br/sites/default/files/empreendedoris-
mo_digital.pdf>. Acesso em: 10 out. 2010.
2) Para complementar os estudos, visite o site do CRA (SP)
– Conselho Regional de Administração e pesquise artigos
sobre organização e empresa. Para isso, acesse: <http://
www.crasp.gov.br>. Acesso em: 13 out. 2010.
3) É interessante pesquisar sobre o Direito Comercial e ler
sobre a constituição de empresas e tipos de sociedade.
Esse entendimento ajudará você a tirar conclusões mais
amplas sobre o estudo que iremos tratar nesta unidade.

4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na unidade anterior aprendemos o conceito e o significado
da administração, o campo de atuação e a necessidade de utiliza-
ção desta importante ferramenta.
O estudo histórico da administração permite observar um
contexto em que podemos interpretar as oportunidades e tam-
bém os desafios atuais. Contudo, estudar a história não se baseia
simplesmente em ordenar os fatos, mas entender o impacto gera-
do pelas forças da sociedade sobre a organização, com a finalidade
de melhorar as habilidades conceituais (DAFT, 2005).
As organizações executam quase todas as atividades da vida
moderna, portanto elas representam um dos elementos mais im-
portantes da sociedade. As pessoas nascem em hospitais, recebem
educação e formação nas escolas, trabalham em organizações, por
isso passam parte da vida nas organizações. Consequentemente,
o entendimento da pessoa moderna e da sociedade em que vive
conduz ao estudo das organizações (LACOMBE; HEILBORN, 2006).
Nesta unidade, iniciaremos nosso estudo com uma pergun-
ta: o que é organização? É necessário aprender o significado desse

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termo, pois ele será utilizado no decorrer dos estudos da disciplina


Administração.

5. ORGANIZAÇÃO E EMPRESA
A organização é um instrumento que foi criado para atingir
um determinado fim. Essa palavra deriva do grego organon e signi-
fica uma ferramenta ou um instrumento (MORGAN, 1996).
Já as organizações empresariais são instituições sociais cuja
ação desenvolvida é dirigida por objetivos. Elas são projetadas
como sistemas de atividades e de autoridades, atuando de forma
interativa no ambiente que as cerca (MORAES, 2001).
Mas, como surgiram as organizações? O exemplo para se
criar a organização tem origem no modelo de bandos de animais,
como a alcateia de lobos ou o rebanho de gado. Diante desses
exemplos, as pessoas notaram que as tarefas simples dariam mais
resultados caso fossem realizadas coletivamente, onde todos par-
ticipassem das atividades, cada qual incumbido de uma ação. Des-
sa forma, nascia a associação de pessoas destinadas a alcançar a
meta para atender a necessidade de outras pessoas (BERNARDES;
MARCONDES, 2006).
O indivíduo, de forma isolada, é capaz de fazer um produto
ou serviço. Para tanto, ele compra matéria-prima, equipamentos
etc., desenvolve as atividades necessárias e obtém o resultado
esperado. Quando se trata da organização, o mesmo produto ou
serviço será alcançado de maneira mais rápida e em maior quan-
tidade. Essa é a grande diferença! Os produtos são desenvolvidos
para atender os clientes, este é o fim de a organização alcançar
sua meta.
Portanto, é por essa razão que as ideias sobre tarefas, metas,
propósitos e objetivos tornam-se conceitos organizacionais no es-
tudo da Administração.
O termo "organização" pode ter duas acepções:
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• Arrumação, ordem, procedimento, técnica ou meio de se


realizar algo, método, processo etc.
• Instituição, empresa, associação.

Vejamos os exemplos que caracterizam essas diferenças:


• Falta de organização.
• Responsabilidade social das organizações.
Não existe nenhum exagero em afirmar que estamos sempre
ligados a algum tipo de organização. A escola, a fábrica, o escritó-
rio ou a loja onde trabalhamos são organizações; assim como nos-
so clube, nossa igreja e até mesmo nosso time de futebol.

6. SISTEMA DE RECURSOS E OBJETIVOS


Partamos para uma abordagem conceitual do termo. Segun-
do Maximiano (2000, p. 91), "[...] organização é um sistema de re-
cursos, que procura realizar objetivos ou conjuntos de objetivos".
E o que seria um sistema?
Um sistema é um todo complexo e organizado, formado de
partes ou elementos que interagem entre si, a fim de idealizar um
objetivo preestabelecido (MAXIMIANO, 2000). Observe a Figura 1.
Ela ajudará você a aplicar esses conceitos na atividade prática.

ORGANIZAÇÃO OBJETIVOS
RECURSOS

⇒ Humanos
⇒ Materiais → ⇒ Processos de
Transformação.
→ PRODUTOS
⇒ Financeiros
⇒ Divisão do SERVIÇOS
⇒ Informação
trabalho.
⇒ Coordenação.
Fonte: Maximiano (2000, p. 92).
Figura 1 Uma organização é um sistema que transforma recursos em produtos e serviços.

A figura anterior representa um ciclo sistêmico na organiza-


ção, no qual são inseridos vários recursos para que o processo or-

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ganizacional transforme-os em produtos ou serviços, conforme o


objetivo que se deseja atingir.
As organizações são sistemas de recursos e quando se aplica
o estudo de sua sistemática a compreensão de suas estruturas e
de seu relacionamento com o meio externo torna-se mais fácil.

7. CLASSIFICAÇÃO DE ORGANIZAÇÕES

Existem organizações mais formais do que outras, isto é, de


estrutura fechada, como, por exemplo: empresas, instituições re-
ligiosas, repartições públicas e hospitais. Toda organização repre-
senta um conjunto de pessoas que trabalha para atingir um obje-
tivo.
Dessa forma, quando falamos em organização, estamos nos
referindo às entidades formais que visam ou não ao lucro, e de-
pendem da ação de pessoas para prestar serviços, fabricar ou cui-
dar de seus produtos. Vejamos, agora, estas duas situações:
• Um grupo de pessoas recebe como doação um prédio
antigo para nele instalar um hospital. A arrecadação, vin-
da do pagamento dos serviços utilizados pelos pacientes,
será revertida para o próprio hospital na forma de paga-
mento dos salários dos funcionários, na conservação do
prédio e das instalações, e na manutenção do equipa-
mento e do material.
• Um outro grupo de pessoas compra uma casa de saúde
para nela também instalar um hospital. Esse grupo não
pretende usar a arrecadação no hospital. Depois de pa-
gas todas as despesas com pessoal e material, impostos e
manutenção, a quantia que sobrar será distribuída entre
os sócios.
Com base nas duas situações que vimos anteriormente, po-
demos afirmar que a primeira compreende uma entidade sem fins
lucrativos, pois possui apenas o objetivo social. Em contrapartida,
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a segunda entidade visa aos lucros, denotando a realidade de uma


empresa, com objetivos sociais e operacionais.
A maioria das empresas tem objetivo operacional, que é o
lucro. Entretanto, as organizações também possuem objetivos so-
ciais, como o compromisso com as pessoas que dela fazem parte,
com a clientela, com o governo e com a sociedade. Portanto, as
organizações podem ser classificadas em:
• Entidades sem fins lucrativos: são aquelas organizações
filantrópicas, que praticam, na maioria das vezes, ativida-
des humanísticas e sociais, como "lar da infância" e "asilo
para idosos". Essas entidades angariam fundos somente
para cumprir com suas obrigações. Elas não possuem o
objetivo de prestar serviços ou confeccionar produtos
com o intuito de obter lucro.
• Empresas (se visarem ao lucro): são aquelas organiza-
ções que comercializam produtos ou serviços na esfera
mercadológica com a intenção de obter lucro.
• Entidades públicas: são os entes públicos. A União, os
Estados, os Municípios, o Distrito Federal, os Territórios,
Autarquias e Fundações, além das Empresas Públicas que
também formam este tipo de organização.
As associações ou cooperativas são entidades sem fins lucra-
tivos. Elas reúnem pessoas com um mesmo objetivo, uma meta
a ser alcançada, mas que de forma alguma pretendem ter lucro
pessoal com a organização. Todas as despesas são divididas igual-
mente entre os associados. Com isso, eles adquirem o direito de
participar de todos os benefícios que a associação ou a cooperati-
va oferece.
E se uma entidade sem fins lucrativos perceber que precisa
obter lucro para continuar existindo? Isso pode acontecer. Só que,
a partir do momento em que começar a produzir para lucrar, ela
passará a constituir uma empresa. Não vai modificar seus objeti-
vos sociais, mas terá também objetivo operacional, que antes não
possuía.

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Na maioria das vezes, o lucro é direcionado aos donos da


empresa. No entanto, existem algumas empresas que produzem,
distribuem e vendem seus produtos, porém o lucro obtido não vai
para a conta bancária do empresário, e sim para o financiamento
de pesquisas, projetos especiais, hospitais, orfanatos, escolas.
Trata-se de organizações que financiam outras, estas sim,
sem fins lucrativos. Há também algumas empresas que dividem
parte do lucro com seus trabalhadores.
As pessoas reúnem-se em uma organização para quê? Para
tentar chegar a um objetivo, a razão de ser da organização. E para
que se possa alcançar esse objetivo, é preciso ter um plano.
Para que um plano dê certo, é necessário que ele seja bem
elaborado, executado com eficiência, modificado e, se necessário,
ajustado a condições não previstas anteriormente. Portanto, é pre-
ciso que seja bem administrado.
Administrar é planejar, organizar, liderar e controlar o traba-
lho dos membros da organização, usando todos os recursos dispo-
níveis para alcançar os objetivos estabelecidos.
As organizações servem à sociedade porque favorecem a cir-
culação de riquezas, a realização de pesquisas, além de divulgarem
conhecimentos e oferecerem trabalho. E por servirem à socieda-
de, elas precisam de objetivos e reconhecimentos.
Existem organizações que por não possuírem uma identida-
de, ou seja, por praticarem a economia informal, não são juridi-
camente reconhecidas. Geralmente, obter a identidade para uma
organização é simples. É claro que existem algumas organizações
mais complexas, o que exige maior burocracia.
De um modo geral, no entanto, basta registrá-la, cadastrá-la
na Receita Federal (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ),
na Junta Comercial (Inscrição Estadual) e/ou na Prefeitura (Inscri-
ção Municipal). Com essa identificação, válida em todo o território
nacional, a organização passa a ter reconhecimento legal; passa a
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ser uma pessoa jurídica.


Mas, o que vem a ser uma pessoa jurídica? Você vai enten-
der isso no exemplo a seguir.
Antônio, Paulo e Marta trabalham em agências de seguro e
adquiriram muita experiência no segmento. Após muita reflexão,
eles decidiram associar-se. Assim nasceu a seguradora APM – Se-
guros Ltda., uma organização com fins lucrativos – uma empresa.
Antônio, Paulo e Marta, individualmente, são pessoas físi-
cas; mas os três juntos formam uma pessoa jurídica. E isso aconte-
ceu no momento em que se associaram, criaram uma organização,
fizeram seu registro e cadastro.
Se apenas um dos três tivesse criado a empresa, esta tam-
bém seria uma pessoa jurídica, pois organização é pessoa jurídica,
seja ela composta por uma ou mais pessoas físicas.
A empresa formada por uma só pessoa física é conhecida
como firma individual. Nela, a pessoa física assume todos os riscos
da pessoa jurídica, recebe os lucros ou sofre os possíveis prejuí-
zos. Neste caso, se o patrimônio da firma não conseguir cobrir os
débitos, os credores podem tomar os bens pessoais dessa pessoa
física.
À parte de seus objetivos sociais, todas as organizações, se-
jam empresas ou entidades sem fins lucrativos, individuais ou não,
estão envolvidas com a produção de bens, a prestação de serviços
ou com a atividade de troca – o comércio.

8. TEXTO COMPLEMENTAR
Novo Código Civil torna as empresas burocráticas–––––––––

Em palestra realizada no CRA (SP), a advogada Sandra Regina Bruno Fiorentini,


consultora jurídica do Sebrae (SP), falou sobre as principais mudanças promovi-
das pelo novo Código Civil na vida das empresas.
Em vigor desde 11 de janeiro deste  (Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002) de-
morou 26 anos para ser aprovado e representa a consolidação das mudanças

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sociais e legislativas surgidas nas últimas décadas, incorporando avanços na


técnica jurídica. Com 2.046 artigos, a lei substitui a anterior, de 1916. Um dos
pontos mais modificados pelo novo código diz respeito ao Direito de Empresa
(organização das sociedades), que na opinião da maioria dos juristas tornará
as empresas burocráticas, já que terão de cumprir normas como assembléias
anuais entre os sócios.
A advogada Sandra Regina Bruno Fiorentini, consultora jurídica do Sebrae (SP)
(Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo), teve a oportu-
nidade de esclarecer em reunião no CRA (SP) que o novo código nasceu defasa-
do, pois desde que foi apresentado ao Legislativo, há quase 30 anos, manteve o
texto praticamente inalterado. No que se refere ao Direito de Empresa, por exem-
plo, a legislação deu pouca importância à doutrina e à jurisprudência construídas
nos últimos 40 anos. Ela acredita que os “absurdos” deverão ser corrigidos em
breve, pois antes mesmo de o novo código entrar em vigor já havia mais de 500
emendas no Congresso.
De acordo com a advogada, a defasagem e o excesso de burocracia (marcado
pela obrigatoriedade de averbação de atos importantes, como atas de reuniões,
e a outorga de poder aos acionistas minoritários) é um convite para que as em-
presas em processo de formação partam para a informalidade.
Ela lembrou que as empresas constituídas sob a égide da lei anterior terão um
ano para se adaptar às disposições do novo código. No entanto, as alterações
contratuais, desde uma simples mudança de endereço até transformação, in-
corporação, cisão ou fusão, ocorridas a partir de 11 de janeiro terão de estar de
acordo com as novas regras.
Uma das vantagens do novo código, explicou Sandra, é a unificação do direito
societário. “Antes as empresas eram divididas em atividades mercantis ou civis.
Hoje, a nova lei, inspirada no código civil italiano, um dos mais avançados do
mundo, as classifica pelo aspecto econômico da atividade sem se importar se
são empresas industriais, comerciais ou prestadoras de serviços”, enfatiza.
Ela chama a atenção, também, para a expressão “empresário”, que, de acordo
com o artigo 966 do novo código, passou a designar todos que exercem profis-
sionalmente uma atividade econômica organizada para a produção ou circulação
de bens ou serviços. Ou seja, o dono da padaria ou o da mercearia, que antes
eram considerados firmas individuais, hoje também são tratados como empresá-
rios, e como tal devem formalizar a inscrição na Junta Comercial.
Não são considerados empresários os que exercem, de forma isolada, profissão
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, mesmo tendo auxiliares ou
colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento da empre-
sa, casos de administradores, engenheiros, médicos e dentistas, que atuam por
conta própria (autônomos).
Diferença tênue
O novo código adota duas espécies de sociedade: a Simples e a Empresária.
Ambas são formadas por pessoas que se obrigam a contribuir com bens e servi-
ços para o exercício de uma atividade econômica e partilhar resultados. As duas
são consideradas pessoas jurídicas e o que as diferencia é que a Simples não
tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário.
“A diferença entre elas é tênue”, explica Sandra, ao dizer que a Simples permite,
por exemplo, a junção de dois médicos na constituição de uma clínica. No en-
tanto, a sociedade transforma-se em Empresária se os dois decidem montar um
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hospital, caso em que o intelecto será usado apenas na parte administrativa. O


mesmo se aplica a dois dentistas que decidem explorar planos odontológicos,
em vez de exercer a profissão.
As Sociedades Simples devem ser registradas no Cartório das Pessoas Jurídi-
cas, mas a previsão é para uma corrida à Junta Comercial, já que a maioria das
empresas (97% das sociedades legalmente constituídas no País são limitadas)
não se enquadra nesta categoria. Por conta disso, questiona-se se as juntas,
com a atual estrutura, terão condições de arcar com todos os serviços. Antes,
levava-se de 15 a 20 dias para se conseguir os autos constitutivos de uma em-
presa. O prazo subiu para 30 dias e deverá chegar a 60 ou 90 dias para se
registrar uma simples ata.
Tipos societários
A Sociedade Empresária terá de optar, obrigatoriamente, por um dos tipos so-
cietários: Sociedade em Novo Coletivo; Sociedade em Comandita Simples (em
desuso); Sociedade em Comandita por Ações (em desuso); Sociedade Limitada
(a mais comum); e Sociedade Anônima. Nas Simples, a adoção é opcional.
Sócio-gerente deixa de ser o representante legal
Ao contrário das sociedades limitadas, em que o uso dos serviços (sócio que en-
tra apenas com o trabalho) é vedado para a constituição do capital social, o novo
Código Civil permite essa modalidade na formação das empresas de Sociedade
Simples, desde que quantificada em quotas. Porém, se nas limitadas a responsa-
bilidade dos sócios é de acordo com o capital social, desde que não haja fraudes
nem confusão patrimonial, nas Simples essa obrigação é ilimitada.
Assim, se o capital é de R$ 100 mil e a dívida de R$ 1 milhão, os sócios respon-
derão solidariamente por R$ 1 milhão. Excetuando-se os bens voltados para o
abrigo da família, que são impenhoráveis, cada sócio terá de arcar com o pa-
trimônio pessoal, se for o caso. Na visão de Sandra, essa exigência é mais um
complicador para a atuação dos profissionais liberais, que por não serem consi-
derados empresários estão impedidos de constituir sociedades empresárias para
o exercício da profissão.
Na administração das duas espécies de sociedade – Simples e Empresária –, o
sócio-gerente deixa de ser a figura principal dos atos da empresa (representante
legal). Em seu lugar assume o Administrador (de acordo com o novo código, não
necessariamente um profissional habilitado), que deverá prestar contas aos só-
cios por meio de inventários, balanços e resultados econômicos.
Essa prestação é importante também para a própria cautela do profissional, já
que o novo código diz que o administrador, assim como os sócios e diretores,
responde solidariamente pelos prejuízos que a empresa causar. No caso das
sociedades simples, o administrador também responde com seu patrimônio pes-
soal.
A saída espontânea de sócio (sociedade simples)  deverá ser comunicada por
meio de aviso prévio de 60 dias. Para proteger o minoritário, a legislação prevê
que qualquer alteração contratual (mudança de endereço, razão social, participa-
ção nos lucros etc.) deverá ser aprovada por unanimidade dos sócios.
Deliberações
As deliberações dos sócios de empresas de sociedade limitada deverão ser to-
madas em reuniões (quando o número de sócio for inferior a dez) ou em assem-
bléias gerais (acima de dez), como em uma sociedade anônima. Sandra diz que
o ideal para evitar problemas é prever no contrato social as formas de convoca-

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ção e reuniões “A maioria das sociedades brasileiras tem menos de dez sócios.
Se o contrato for omisso quanto à forma de convocação de reuniões, aplica-se
a regra de assembléia, que prevê a publicação da convocação em jornais de
grande circulação e no Diário Oficial por três dias seguidos. Muito caro para a
maioria”, exclamou.
Também devem ser previstas em contrato as formas de exclusão de sócios ou
cessão de cotas. Na omissão, o sócio pode ceder suas cotas a outro sócio, sem
a concordância dos demais, e a terceiros, desde que não haja oposição de mais
de 1/4 dos detentores do capital social.
Livros especiais
Um cuidado que as empresas devem tomar é a manutenção de livros para o
registro das atas (da administração; da assembléia/reunião, conforme o caso;
pareceres do Conselho Fiscal, se optar por ter conselho fiscal). Embora não seja
obrigatório, recomenda-se que nas reuniões seja registrada a presença dos só-
cios, já que se a empresa fizer um empréstimo bancário, por exemplo, terá de
apresentar ao banco a ata que deliberou a decisão. “Imagine-se uma sociedade
de três pessoas, uma delas com 5%. Se esse sócio não participou da reunião,
ou não foi convocado, poderá pedir a anulação do documento, ou, caso o título
venha a ser protestado, eximir-se do pagamento”, diz Sandra.
Para evitar aborrecimentos ela aconselha que as convocações (previstas em
contrato) sejam feitas por meio de cartas com aviso de recebimento ou proto-
colos, e jamais por editais. Quando existe flexibilização (também prevista em
contrato) a convocação pode ser dispensada, desde que os sócios concordem,
por unanimidade, com a deliberação.
Sócios naturais
Os casados sob o regime de comunhão universal de bens ou separação obri-
gatória (maiores de 60 anos) não podem ser sócios de uma mesma empresa.
A legislação entende que os casais já são sócios naturais em decorrência do
matrimônio.
Por outro lado, a capacidade civil para ser empresário caiu de 21 para 18 anos,
desde que a pessoa não esteja legalmente impedida.
Maiores de 16 anos, desde que emancipados, podem ser sócios. Os menores de
16 anos somente poderão participar de uma sociedade se estiverem representa-
dos por responsáveis legais, sem poder, no entanto, exercer a administração da
empresa (FIORENTINI, 2010).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––

9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Na Unidade 1 você viu como deverá proceder para que a au-
toavaliação tenha efetividade no seu aprendizado. Siga as mesmas
instruções já comentadas e bom aproveitamento.
1) O que existe em comum entre a Coca-Cola, a FIAT e o Mercado do bairro?
Muita coisa. Todas prestam serviços e/ou fabricam produtos, têm seus lu-
cros e possuem funcionários.
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Elas são empresas porque produzem bens e serviços conforme a necessidade


das pessoas. Influenciam comportamentos e criam modas.
Você consegue imaginar qualquer atividade sem a presença delas? É possível
compreender a sociedade atual sem compreender o que é empresa com a
finalidade de aprofundar seus conhecimentos? (adaptado de Richers, 1997,
p. 97).

2) Com a finalidade de comparar os conceitos da unidade e refletir sobre eles,


responda às questões a seguir e compare com o material de estudo. Aten-
ção, se você ainda não exerce uma atividade profissional, busque as infor-
mações de que necessita em empresas ou organizações como na Associação
do Comércio de sua cidade ou na internet.
a) Quais são os objetivos da organização em que trabalha?
b) A organização em que trabalha atende a qual necessidade do cliente?
c) Quem são os clientes de sua empresa?

10. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade aprendemos o conceito de organização, como
ela foi criada, sendo o seu principal objeto atender à necessidade
de seus clientes, portanto, a razão de existência das organizações
é solucionar os anseios das pessoas, de outras empresas e da so-
ciedade.
Em função disso, a organização é formada por pessoas, cha-
madas de recursos humanos, e juntamente com recursos materiais,
tecnológicos, financeiros, entre outros, passam por um processo
de transformação, o que resulta em benefícios para as pessoas e
para as organizações.
Finalmente, apresentamos a classificação das organizações
para confirmar a principal meta da ação administrativa, que é a
obtenção de resultados.

11. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
FIORENTINI, S. R. B. Novo Código Civil deixa as empresas burocráticas. Jornal Administrador
Profissional, São Paulo, n. 201, mar. 2003. Conselho Regional de Administração. Disponível
em: <http://www.crasp.gov.br/jornal/jornal201/princ1.html>. Acesso em: 20 set. 2010.

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SEBRAE. Doze anos de monitoramento da sobrevivência e mortalidade de


empresas. Disponível em: <http://www.sebraesp.com.br/sites/default/files/
mortalidade_2008_2009.pdf>. Acesso em: 20. set. 2010.

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


BERNARDES, C.; MARCONDES, R. C. Teoria geral da administração: gerenciando
organizações. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
DAFT, R. L. Administração. 6. ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005.
LACOMBE, F. J. M.; HEILBRON, G. L. J. Administração: princípios e tendências. São Paulo:
Saraiva, 2006.
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MORAES, A. M. P. de. Iniciação ao estudo da administração. 2. ed. São Paulo: Pearson
Education, 2001.
RICHERS, R. O que é empresa. São Paulo: Brasiliense, 1997.

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