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Processo de
Administração
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1. OBJETIVOS
• Reconhecer as principais ferramentas do Processo Admi-
nistrativo.
• Compreender o que são e quando se aplicam as ferramen-
tas de Planejamento, Organização, Direção e Controle.
2. CONTEÚDOS
• Relevância do processo administrativo no contexto orga-
nizacional.
• Planejamento e ideologia organizacional.
• Organização e estrutura organizacional.
• Direção, coordenação e tomada de decisão.
• Controle, principais parâmetros de comparação e regis-
tro.
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4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nas unidades anteriores, estudamos os conceitos referentes
à administração, à organização e à empresa.
Agora, você conhecerá o processo administrativo, que é
composto pelas quatro principais funções da administração:
• Planejamento.
• Organização.
• Direção.
• Controle.
Essas funções influenciam o ambiente organizacional a fim
de que os administradores alcancem os objetivos propostos pela
organização.
A utilização do processo administrativo apresenta-se de for-
ma tão relevante no cenário institucional que sua aplicação tem
sido aproveitada no estudo dos programas de qualidade total, nas
engenharias e até mesmo nos estudos das ciências biológicas.
globalização
concorrentes sindicatos
Material
fornecedores Máquina clientes
Mão-de-obra
Processo
Projeto
acionista
sociedade
governo
Fonte: adaptado de Maximiano (2000, p. 124).
Figura 1 Variáveis do ambiente interno e externo.
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6. PLANEJAMENTO
Começaremos com uma pergunta: se você fosse convidado
a participar do processo de planejamento de uma empresa, o que
faria? Esta é uma pergunta que causa inquietações, porque po-
demos fazer alguma atividade, porém é difícil pensar na maneira
correta e eficiente para executá-la.
Isso acontece porque fomos condicionados a executar ati-
vidades predispostas, mecânicas. O grande desafio, e o que irá
destacar você como futuro administrador, é a capacidade de de-
senvolver o processo administrativo nas organizações, por meio
de planejamento. Mas, o que é planejamento? Planejamento é a
determinação de ações presentes para lidar com as incertezas dos
eventos futuros.
Neste momento você pode estar pensando: como adivinhar o
futuro? O planejamento não adivinha o que está por vir, mas prevê
ações necessárias para combater as possíveis incertezas do futuro.
Essas incertezas são causadas tanto pelo ambiente externo,
ou seja, instituições ou pessoas que não pertencem juridicamente
à instituição, porém interagem com ela diretamente; como pelo
ambiente interno, que são os recursos humanos, materiais, tecno-
lógicos etc.
Tome como exemplo uma grande empresa de sua região.
Provavelmente, há vários fornecedores, concorrentes, clientes,
sindicatos e instituições públicas que interagem com ela e influen-
ciam-na nas atividades. Essas são, portanto, as variáveis do am-
biente externo.
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Diretor
Parâmetros
São elementos que podem ser expressos
Quantitativos
numericamente, por exemplo, a quantidade de
peças produzidas, o percentual de lucro.
Parâmetros
São elementos que podem ser expressos
qualitativos
qualitativamente, por exemplo, o aspecto
visual, a excelência de um produto ou serviço.
Parâmetros
Constituem-se como parâmetro de tempo uma
De tempo
duração da entrega do produto ao cliente ou o
espaço entre a substituição de uma
ferramenta.
lembra que, ao procurar os lojistas em São Paulo, há cerca de dez anos, não
dizia que era de Ibitinga: “Primeiro eu mostrava o meu trabalho, e só depois
contava de onde era”.
De três anos para cá, no entanto, houve uma mudança radical. Preocupadas
com o comprometimento da imagem de seus produtos, as empresas não visam
mais a quantidade ou o preço baixo. Hoje, a cidade detém 5% do mercado nacio-
nal, responde por 13% da produção no estado de São Paulo, emprega cerca de
18 mil pessoas direta e indiretamente e faturou no ano passado cerca de R$ 200
milhões. Ibitinga tornou-se o segundo maior pólo de bordados do país, depois de
Brusque (SC) – e os empresários não precisam mais esconder a sua origem.
Um dos fatores que contribuíram para a mudança de mentalidade dos empresá-
rios ibitinguenses, no início de 2003, foi a implantação do Arranjo Produtivo Local
(APL), uma parceria entre o Sebrae-SP e a Federação das Indústrias do estado
de São Paulo (Fiesp), com apoio do Sindicobi e da prefeitura local. Das 350 em-
presas de bordados então existentes na cidade, 19 aderiram imediatamente ao
projeto. Hoje já são 34, “um exemplo para as outras e, principalmente, para as
mais de 1.200 confecções informais que atuam na região”, afirma o presidente
do sindicato.
A própria empresa de Aquiles Sina passou por modificações. Antes do APL, a
Sina Enxovais chegava a produzir 25 mil peças por mês, que hoje se reduziram
a 8 mil: “O problema é que eu tinha um produto de baixo valor agregado. Com
o conhecimento do mercado e as ferramentas necessárias, agora faço planeja-
mento estratégico e ofereço um produto com mais valor agregado. Eu achava
que planejava muito bem e descobri que não me comprometia com minha orga-
nização”.
Barco à deriva
O início da implantação do APL, contudo, não foi muito tranqüilo. A maioria dos
empresários encarava o vizinho como concorrente e havia muita desconfiança
no grupo, explica Jacira Iadocicco, gestora do projeto APL de Desenvolvimento
do Setor de Cama, Mesa Banho e Enxoval de Bebê de Ibitinga: “Passamos mais
de um ano trabalhando na sensibilização e na integração do grupo. A mudança
de comportamento ficou visível no ano passado, depois que todos tinham passa-
do por cursos e workshops comportamentais”.
Oswaldo de Morais, da Juma Confecções, um dos primeiros a participar do gru-
po, diz que o APL trouxe para ele uma “transformação pessoal”. “Eu era um ven-
dedor de tecidos e virei empresário. Não sabia a importância de uma pesquisa de
mercado, de desenvolver um layout para a minha marca. Era um barco à deriva.
Com o APL, vieram as pesquisas de mercado, as consultorias, a compra adequa-
da de matéria-prima. O concorrente deixou de ser o bicho-papão para se tornar
um parceiro no projeto. Hoje a empresa tem foco, tem direção”, afirma.
Atualmente, Morais produz 30 mil peças por mês, emprega 210 pessoas e possui
R$ 1,5 milhão em estoque de matéria-prima. Ele conta que, com a ajuda de con-
sultores, decidiu modernizar o parque industrial e investiu cerca de R$ 1 milhão
em máquinas importadas. O faturamento da Juma vem crescendo 30% ao ano,
enquanto o lucro cresceu 20%.
Fulvia Jacobsen, que antes sofria com o preconceito dos compradores, também
está expandindo seu negócio: “Começamos a participar do APL em 2005, e o
projeto caiu como uma luva em nossa fábrica. Vimos uma oportunidade grande
de crescimento e profissionalização”. Com capacidade para produzir até 11 mil
peças por mês, o Empório dos Bordados tem clientes como Etna e Tok Stok e
seus produtos já foram mostrados em novelas da Rede Globo. “Queríamos cres-
cer em 2006 cerca de 15%, e já chegamos a 25%. Para 2007, nossa expectativa
é crescer 30%.” Por ano, a empresa participa de quatro feiras e lança 14 novas
coleções.
Segundo Samira Arruda Jacobsen, sócia de Fulvia, a implantação do projeto de
APL provocou também mudanças de rotina na fábrica: “Quem não se adequou,
saiu da empresa. Até os terceirizados foram afetados. Foi um período difícil, mas
estávamos embasados em metodologias já testadas, e isso nos deu segurança”.
Profissionalização
Sergio Bufelli, gerente de vendas da Vilela Enxovais, também encontrou difi-
culdades para modificar o layout da fábrica e implantar normas de segurança
adequadas: “Antes do APL, tudo era pouco profissional. Não tínhamos um ge-
rente de produção nem responsáveis pelo controle de qualidade e de estoque”.
A empresa investiu cerca de R$ 1 milhão em novas máquinas, reduziu desperdí-
cios e buscou novos clientes. Os funcionários da Vilela trabalham também com
muito mais segurança, depois da criação da Comissão Interna de Prevenção
de Acidentes. “No início, as reações foram negativas e era difícil convencer um
cortador de tecido a trabalhar com luvas de aço ou com sapatos fechados”, conta
Bufelli. Agora, a Vilela produz cerca de 26 mil peças por mês e emprega cerca
de 160 pessoas.
Segundo a gestora do APL, no arranjo cada empresário tem uma participação
diferente, mas integradora. “Nas compras conjuntas, por exemplo, alguns são
responsáveis pelo pagamento, outros ficam com as entregas, e assim por diante.
Eles aprendem a confiar uns nos outros e transmitem essa confiança aos fun-
cionários”, explica Jacira.
As mudanças estenderam-se às lideranças empresariais. Segundo Aquiles Sina,
o sindicato pouco atuava antes do APL. “A única preocupação era negociar o
dissídio da categoria. Hoje temos uma representação forte entre os empresários,
que confiam nas decisões do sindicato”.
Cursos como design, recursos humanos e vendas são realizados no próprio sin-
dicato, que atende também o projeto Menor Aprendiz, em que estudantes de 14
a 17 anos trabalham como aprendizes nas indústrias. “Todos os integrantes da
primeira turma foram contratados”, diz Sina.
Também no sindicato funciona o Posto de Atendimento ao Empreendedor (PAE)
do Sebrae-SP, inaugurado em 21 de outubro. “Em apenas um mês e meio, cerca
de 50 pessoas passaram pelos cursos e palestras”, diz Angélica Lopes Talarico,
agente de desenvolvimento do posto. O interesse maior dos empreendedores
da cidade é pela legalização e a abertura de empresas, além de linhas de finan-
ciamento. “Os cursos atendem em média 30 pessoas e já não há mais vagas”,
acrescenta Joyce Thaís Taraskevicius, também agente de desenvolvimento do
PAE.
Exportação à vista
As ações do Arranjo Produtivo Local já constam do Plano Diretor da prefeitura,
com o objetivo de promover o desenvolvimento do pólo, melhorar a infra-estru-
tura da cidade e desenvolver o turismo. “Ibitinga está mais forte, com empresas
mais ativas e capazes de alcançar até mesmo o mercado externo”, afirma Sina.
A Empório dos Bordados, por exemplo, já foi procurada por representantes na
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12. CONSIDERAÇÕES
Nesta unidade, explicamos as principais ferramentas do pro-
cesso administrativo. Analisamos a importância das funções admi-
nistrativas, caracterizando-as como a coluna vertebral das ativida-
des empresariais administrativas.
As funções administrativas são tão importantes para a práti-
ca da administração que elas também são usadas em outras ativi-
dades. Essa afirmativa confirma os conceitos e definições que fo-
ram abordados no item 5 (Importância do processo administrativo
no contexto organizacional).
Tornou-se relevante apresentar os principais aspectos do
processo administrativo, uma vez que sem ele não há possibilida-
de de aplicar a administração.
13. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
ABRAS. Homepage – Associação Brasileira de Supermercados. Economia e pesquisa.
Sinais de atenção para o setor supermercadista. São Paulo: Abras, 2009. Disponível em:
<http://www.abras.com.br/economia-e-pesquisa/perdas/pesquisa/>. Acesso em: 30
set. 2010.
MATIAS, B.. A volta do capital do bordado. São Paulo: Sebrae, 2007. Disponível em:
<http://www.sebraesp.com.br/node/3500>. Acesso em: 1º out. 2010.
SEBRAE. Homepage. Disponível em: <www.sebraesp.com.br>. Acesso em: 22 set. 2010.