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XLV Encontro da ANPAD - EnANPAD 2021

On-line - 4 - 8 de out de 2021


2177-2576 versão online

O empreendedorismo digital pela ação empreendedora de produtores independentes de


jogos eletrônicos

Autoria
Jardiel de Moura Gomes - jardielmmoura@gmail.com
Prog de Pós-Grad em Admin/Dep de Ciênc Administrativas/Cent de Ciênc Soc Aplic – PROPAD/DCA/CCSA -
Universidade Federal de Pernambuco
Outro - Outra

Resumo
Este estudo visa compreender os significados emergentes da ação empreendedora digital
vivenciada por produtores independentes de jogos eletrônicos (games). A abordagem teórica
da ação empreendedora aqui desenvolvida considera como dimensões centrais da discussão
o estilo criativo, a expertise e a interação social. O estudo é qualitativa e conta com quatro
entrevistas semiestruturadas em aplicadas junto a dirigentes de quatro estúdios de jogos
independentes situados nas cidades de São Paulo (SP), Curitiba (PR), Recife (PE) e João
Pessoa (PB). A análise dos dados foi realizada por meio da técnica de análise de conteúdo
temática. Os resultados revelam que a ação empreendedora dos produtores de jogos indie no
âmbito do empreendedorismo digital evidencia a existência de aspectos estruturantes da
relação entre o produtor independente e o Publisher, isso no que tange a artefatos
tecnológicos, plataformas e infraestruturas digitais. Os processos de identificação e os modos
de operação evidenciados no universo dos games são típicos da ação empreendedora que
emerge nesse segmento econômico, o que revela o modus operandi de produção indie
voltado para evitar sujeições e acessar recursos escassos.
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O empreendedorismo digital pela ação empreendedora de produtores


independentes de jogos eletrônicos

Resumo

Este estudo visa compreender os significados emergentes da ação empreendedora digital


vivenciada por produtores independentes de jogos eletrônicos (games). A abordagem teórica
da ação empreendedora aqui desenvolvida considera como dimensões centrais da discussão o
estilo criativo, a expertise e a interação social. O estudo é qualitativa e conta com quatro
entrevistas semiestruturadas em aplicadas junto a dirigentes de quatro estúdios de jogos
independentes situados nas cidades de São Paulo (SP), Curitiba (PR), Recife (PE) e João
Pessoa (PB). A análise dos dados foi realizada por meio da técnica de análise de conteúdo
temática. Os resultados revelam que a ação empreendedora dos produtores de jogos indie no
âmbito do empreendedorismo digital evidencia a existência de aspectos estruturantes da
relação entre o produtor independente e o Publisher, isso no que tange a artefatos
tecnológicos, plataformas e infraestruturas digitais. Os processos de identificação e os modos
de operação evidenciados no universo dos games são típicos da ação empreendedora que
emerge nesse segmento econômico, o que revela o modus operandi de produção indie voltado
para evitar sujeições e acessar recursos escassos.

Palavras-chave: Produtor Independente. Empreendedorismo Digital. Jogos eletrônicos.

1 Introdução

As vicissitudes da economia contemporânea digital e a velocidade dos avanços


tecnológicos requerem a emergência de ideias criativas a serem transformadas em artefatos
inovadores tratados pela via do empreendedorismo exercido nos espaços virtuais
integrantes da dinâmica organizacional contemporânea (Lee et al., 2018).
Para tais avanços, os agentes da sociedade civil tendem a evocar a necessidade de
dinamização da criatividade e inovação, no intuito de que tais tópicos representem o que se
constitui um ato empreendedor. Portanto, o estudo busca compreender os significados
emergentes da ação empreendedora dos produtores independentes de jogos eletrônicos que
atuam no universo do Empreendedorismo Digital.
O empreendedorismo como fenômeno social e interativo denota que o
empreendedor é um agente transformador e dialógico, demarcado por experiências repletas
de significados congruentes com a prática empresarial interativa (Souza, 2013; Schreiber,
2016). As vivências acontecem com base em estruturas físicas e virtuais enraizadas e
movidas por práticas sociais mediadas por artefatos digitais, os quais vêm se popularizando
na vida cotidiana e reduzindo os custos de operação empresarial em virtude do surgimento
de novas modalidades de infraestrutura no campo da telemática, sendo esse o ambiente no
qual se concentra a atividade empreendedora no campo dos games indie (Schreiber, 2016).
O tema do empreendedorismo digital revela um ambiente cibernético demarcado
pelo protagonismo de empreendedores que utilizam mediações tecnológicas diversificadas
para realizarem ações disruptivas no interior de plataformas digitais, a considerar que eles
buscam superar dificuldades advindas das práticas de regulação do mercado percebidas pelo
empreendedor como tarefas densas portadoras de procedimentos utilizados como
providência da documentação tributária, registro em juntas comerciais e autorização de

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funcionamento (Dong, 2019; Paunov, 2019).


O empreendedor digital é reconhecido como agente que potencializa a constituição
de empresas atuantes no ecossistema digital a partir de agentes humanos, capazes de
monitorar continuamente o fluxo de suas atividades e esperar que os outros também o
façam por meio de ações empreendedoras intensivas em tecnologia. Logo, as tecnologias
digitais levam a ruptura de produtos e processos e oferecem flexibilidade (Svahn et al.,
2017) e permitem o reaproveitamento dos recursos essenciais à atividade empresarial
(Nambisan et al., 2017).
Isso acontece em decorrência do surgimento de mecanismos por meio dos quais
uma ação empreendedora digital pode auxiliar na absorção de oportunidades emergentes em
setores de produção cultural como o universo dos games (Dong, 2019).
A problemática do estudo é elucidada a partir de experiências do empreendedor
digital imersivas na sua rede social e significativas para a expansão sustentável de seu
empreendimento. Isso envolve sua atuação em espaços físicos e virtuais demarcada por uma
condição estratégica que revele dimensões presentes em suas características profissionais de
empreendedor indie (Svahn et al., 2017).
Sendo tomado como cerne da experiência, aquilo que causa sentimentos afetivos
no empreendedor é algo vivencial e, por isso, sua experiência real não está pautada apenas
por uma definição a priori, mas na sua particular competência de seleção sensorial e
cognitiva com respeito à configuração e posicionamento de seus empreendimentos como
sendo a integração de competências empreendedoras e uma pedagogia experiencia
conforme assinalam Kozlinska; Rebmann; Mets (2000).
Assim, a prática empreendedora efetivada por produtores que operam no universo
de jogos independentes (indie) promove a liberdade de ação empresarial em cenário de
instabilidade e incerteza e buscam autenticidade na arquitetura do jogo, da criação artística,
da criação visual e da liberdade de expressão (Young, 2016; Manbisan, 2017).
Na posição de artefato digital que consolida a experiência virtual do jogo, o
videogame se revela uma das primordiais mídias culturais da sociedade contemporânea e
elemento fundamental na construção de imaginários coletivos como meios de representação
social (Latorre, 2015; Young, 2016). Por outro lado, o movimento criativo que eles
representam e o modo como o fazem devem ser analisados como tentativas de contribuir
para a sua compreensão e desenvolvimento criativo, não apenas como máquinas de
entretenimento, mas também como formas de expressão (Sicart, 2003), sendo produtores de
sentidos e representações (Fisher, 2015).
De acordo com o mapeamento da indústria brasileira de games, o produtor de
games indie é a pessoa física ou jurídica que assume atividades como a arquitetura técnica,
criação artística e visual do jogo, uma vez que ele decide a respeito das ferramentas,
linguagens, frameworks, plataformas, elementos técnicos, programação, animação,
dublagem e captura de movimentos. Também seu espaço de atuação reside em manter o
relacionamento com fabricantes de hardware e softwares para garantir a compatibilidade e
exploração do potencial oferecido por seus componentes e outras atividades relacionadas ao
game (Fleury, Nakano, Cordeiro, 2014).
O perfil dos desenvolvedores independentes é diversificado e sua posição vem
alcançando atenção secundária na agenda de pesquisa dos jogos eletrônicos (Wimmer &
Sitnikiva, 2012). A maioria dos desenvolvedores é reconhecida por não ser apoiada pela
figura do mediador tecnológico e comercial frequente neste mercado denominado
publisher, além de ter que contar com equipes de trabalho reduzidas e dispor de recursos
escassos (Cordeiro, 2014).
Então, o Publisher é visto como aquele agente que publica os jogos eletrônicos de
produção própria, desenvolvidos por uma empresa desenvolvedora de jogos eletrônicos ou
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elaborado por algum desenvolvedor indie, sendo responsável pela fabricação, marketing e
busca do financiamento destinado ao desenvolvimento do game (Johns, 2006; Fleury,
Nakano, Cordeiro, 2014; Xavier Filho, 2017).
A natureza dos negócios transforma a maneira como os empreendedores digitais
lidam com as incertezas nos mercados livres de plataformas virtuais (Dong, 2019), a
considerar que nesse tipo de modelo empresarial faltam incentivos para que o
desenvolvedor indie obtenha o financiamento satisfatório a ponto de viabilizar a efetivação
de seus projetos. Isso faz com que sejam procuradas formas diversificadas de capitalização,
a exemplo da utilização de recursos próprios, aportes financeiros provenientes de
familiares, crédito pessoal e crowdfunding.
Os produtores indie atuam no formato de rede organizacional para potencializar
sua produção e realizar atividades de distribuição e comercialização do game demandadas
pelo publishers (Fisher, 2015). Assim, a formatação produtiva do game pode ser dividida
em etapas especializadas, tais como: design do jogo, programação do jogo, adaptação às
plataformas de lançamento, criação de fases e níveis do jogo (levels), sonoplastia, criação
da mídia (cartuchos, DVD e plataformas práticas) e divulgação (Negrão & Toaldo, 2013).
Esse empreendedor faz uso de três elementos essenciais à efetivação da prática
empreendedora vivencial em contextos virtuais que são os artefatos, as plataformas e as
estruturas digitais (Manbisan, 2017). Um artefato digital pode ser definido como
componente digital, aplicativo ou conteúdo de mídia que ofereça funcionalidade ou valor
específico para o usuário final. Logo, tais artefatos estão presentes em smartphones,
relógios inteligentes eletrodomésticos, brinquedos, artigos do vestuário, videogames e
automóveis (Kallinikos; Aaltonen; Marton, 2013).
A plataforma digital compreende o conjunto compartilhado de serviços comuns e
sua arquitetura serve para hospedar ofertas de serviços, inclusive seus artefatos digitais.
Como exemplos, temos a plataforma do iOS da Apple e a plataforma Android do Google,
que são aplicativos executados em seus respectivos smartphones (Parker; Van Alstyne;
Choudary, 2016). Portanto, as novas plataformas digitais oferecem oportunidades para os
empreendedores indie desenvolverem suas atividades produtivas e esforços técnicos de
atuação no mercado, uma vez que permitem e potencializam a criação, comercialização e
distribuição dos jogos indie (Zahra & Nambisan, 2011; Manbisan, 2017).
A infraestrutura digital diz respeito ao sistema de comunicação colaborativa
entre artefatos cibernéticos, como a computação em nuvem, comunidades online, redes
sociais, mídia e impressão em 3D (Choudary, 2016). Assim, essas estruturas levam à
democratização da ação empreendedora, permitindo o engajamento de pessoas nas etapas
do processo de construção do negócio em que opera o empreendedor indie.
Os avanços tecnológicos dos componentes digitais, a exemplo da capacidade de
processamento, armazenamento, tamanho, capacidade gráfica, evolução dos smartphones e
plataformas de distribuições, criam novas possibilidades de negócios do lado de fora do
modelo de produção tradicional da indústria de jogos (Fleury, Nakano, Cordeiro, 2014;
Silva, 2015). Essas novas formas de atuação indicam que os jogos disponíveis na internet
ou em plataformas de distribuição digital têm conquistado potencial de disseminação e,
assim, vêm criando possibilidades de incremento da receita para sustentação do
empreendimento com atividades como publicidade, venda de acessórios virtuais e formas
de comercialização dos games (Ayibnapis; Wuryaningsih; Gora, 2021)

1.1 A produção independente como arte e negócio

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A produção de games requer competências técnicas em determinadas áreas


funcionais da empresa como produção, marketing, comércio e o conhecimento de
ferramentas tecnológicas, além de capacidade artística direcionada para o desenvolvimento
dos jogos. Essas competências são integradas no sentido da composição do game, além da
necessidade de formação de equipes multidisciplinares que proporcionam o imbricamento
da sofisticação tecnológica com a criatividade e utilização de técnicas artísticas (Fleury,
Nakano & Cordeiro, 2014).
No caso da produção independente, a criatividade é negociada entre o produtor e
seu Publisher, pois, além de apresentar seu potencial artístico, sua capacidade de interação
nas redes sociais e suas habilidades tecnológicas, o produtor do jogo é reconhecido como
empreendedor digital no universo dos jogos eletrônicos. Logo, ele atua de maneira
articulada com sua rede social por meio de plataformas online, concretiza a missão do
empreendimento e conta com visão, valores, objetivos e estratégias direcionados para a
operacionalização de ações relativas a seu empreendimento digital (Becker, 2018).
A estética artística que ilustra o mundo do game indie é concebida no estrato dos
negócios dos games, uma vez que o artista é reconhecido como um trabalhador que detém
determinada técnica de produção ou estilo operacional para a produção de algum jogo
(Caves, 2003; Morschheuser, 2017).
O fator lúdico do jogo representa uma das partes integrantes do fenômeno cultural
na sua confecção (Huizinga, 2000), uma vez que existe algo de prazer no ato de jogar que
transcende as necessidades imediatas da vida cotidiana e confere sentido a essa ação
recreativa do produtor e consumidor do tal jogo (Xavier Filho, 2017). É por intermédio do
jogo que o desenvolvedor aumenta sua independência, potencializa a sensibilidade visual e
auditiva, valoriza a cultura popular, desenvolve habilidades motoras, exercita a imaginação
e a criatividade, socializa-se com seus interagentes estratégicos, recicla suas emoções e
potencializa a necessidade de conhecer novidades (Huizinga, 2000).
O conhecimento do negócio se materializa na exigência que o artista visual faz de
uma galeria para promover seus trabalhos e potencializar o número de compradores. O
autor de um livro exige um editor; o músico, uma gravadora; a orquestra sinfônica ou
companhia de dança precisa do ambiente físico e da presença de alguém para administrar o
empreendimento (Caves, 2003; Morschheuser, 2017). No espaço de produção de games, o
desenvolvedor precisa do Publisher para potencializar sua criação, embora, nesse enlace,
ocorra relativa perda da autonomia da criatividade de tal desenvolvedor.
A relação entre o artista e o agente de negócios (publisher) se prende ao problema
vivenciado pelo empreendedor dos games indie no sentido de lidar com as ocorrências da
atividade de produção e comercialização do jogo no que tange a seus processos de
negociação empresarial, a começar pela restrição de preferências do artista com respeito à
execução do trabalho criativo em especial a definição dos direitos de decisão concernentes
à produção do jogo (Becker, 2018).
Em analogia ao mercado de games, num comparativo com a indústria
cinematográfica em que o percentual de participação dos players é assimétrico, sendo 25%
do produtor, 25% do distribuidor e 50% do exibidor (Gonçalves, 2015), no universo dos
game, tal percentual pode chegar de 40% a 60% das receitas que são destinadas ao
Publisher, devido a seu investimento na comercialização do jogo através de propaganda,
compra de espaços publicitários, anúncios no Facebook ads, blogs especializados e
prioridade na exibição do conteúdo nas principais plataformas do segmento de tecnologia e
entretenimento.

2 O Empreendedorismo Digital Encenado por Ações Empreendedoras da Produção


de Jogos Eletrônicos
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A ação empreendedora do empreendedor indie estar alinhada a dimensões como


aprendizagem, escolha do setor, identificação de nichos, reconhecimento e absorção de
oportunidades, visão projetiva, gerenciamento do risco, comprometimento com o uso de
recursos, construção de redes de relacionamento e desenvolvimento de equipes
(Theodorakopoulos et al., 2014). Portanto, o dimensionamento da ação empreendedora se
projeta aqui em estilo criativo, expertise e interação social (Souza; Paiva Júnior, 2012).
O estilo criativo está presente na consciência do empreendedor do qual emergem
seu pensar e agir, como se afirmam em sua: identidade, autonomia, convivência com
risco, disposição pessoal e resiliência, sendo este último o elemento que adere a todos os
anteriores. Nesse ambiente, o empreendedor se revela como agente capaz de intervir
reflexivamente em práticas transformadoras, uma vez que ele é dotado de uma bagagem de
experiências que o posicionam de forma dialógica frente a seus interagentes (Tumelero,
2016). A expertise permite ao produtor se tornar capaz de reconhecer oportunidades
fundamentadas na sua experiência acumulada de saberes profícuos (Nakayama, 2016).
Nessa dimensão, o empreendedor adquire conhecimento especializado dirigido para tarefas
como o reconhecimento de oportunidades de negócios com base na experiência acumulada
e na habilidade de colocar em prática o que foi aprendido. Logo, essa categoria integra
dimensões da expertise, quais sejam desenvolvimento de competências, alteridade,
mediação e inovação.
A dimensão desenvolvimento de competências está arraigada à capacidade de
solucionar problemas que ainda não têm protocolos de solução, competências essas que
devem ser expressas na forma de pensar e agir desse ator, uma vez que instrumentalizam os
empreendedores para enfrentamento das mudanças e das incertezas presentes no contexto da
produção (Parjanen,2012).
A mediação se posiciona no processo de busca por soluções que atendam ambas as
partes em uma negociação, evitando a sobreposição dos envolvidos. Ela exerce o papel de
intervir entre as partes conflitantes com base no que é correto e justo, respeitando a igualdade
no combate e a assimetria nas relações do empreendedor com seus interagentes chave
(Parjanen,2012).
No universo da profução de games a inovação é considerada o fator que permite às
sociedades e às economias se tornarem solidamente desenvolvidas, a partir de novas
combinações e recombinações de recursos, ideias e tecnologias (Paunov,2019).
Por fim, a interação social é compreendida como base para a articulação do
empreendedor em conjunto com sua rede social, uma vez que se fundamenta na relação de
reciprocidade que pressupõe a comunicabilidade presente nessa interação. Tal dimensão
contempla relações de confiança e disponibilidade, exercidas com base na fidelidade,
parceria, cooperação e adaptação contingencial. Integram a interação social as dimensões
como: ação política e social, oportunidade, parceria e valores, ação de adaptação
contingencial, cooperação técnica e internacionalização.
O empreendedorismo digital evidenciado no mercado de games é demarcado pela
criação e distribuição dos jogos eletrônicos operando por meio de plataformas digitais, a
exemplo do Desura ou Gamejolt Softwares de distribuição digital desenvolvido pela
DesuraNET para Microsoft Windows, Linux e Mac OSX. Que são usados para distribuir
jogos eletrônicos e mídias relacionadas de forma online, com foco primário em
desenvolvedores independentes.

3 Procedimentos Metodológicos

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O estudo se pauta pelo método de pesquisa qualitativa orientada para a abordagem


interpretativista de estudo de casos múltiplos tratados aqui em quatro estúdios de jogos
indie. A escolha de estudar 4 estúdios, sediados nas cidades de São Paulo (SP), Curitiba
(PR), Recife (PE) e João Pessoa (PB) se justifica pelo reconhecimento da complexidade das
experiências e dos processos dinâmicos vivenciados pelo produtor de jogos independentes
(Godoy, 2006; Bauer; Gaskell, 2008; Stake, 2009).
Os produtores de jogos indie foram eleitos por estarem localizados em regiões com
notoriedade nacional na produção de jogos, ou seja, Sudeste, Sul e Nordeste do Brasil. Na
estratégia de coleta de dados, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com os
produtores, em que o desenvolvedor entrevistado é o responsável pelo estúdio. O tempo
total das entrevistas foi da ordem 5h19min11s, com transcrições que totalizaram 36
páginas. A análise foi textual e efetuadas com base nas transcrições realizadas de conteúdos
oriundos das entrevistas realizadas junto aos produtores indie. A escolha da entrevista
semiestruturada se justifica pela possibilidade de os pesquisadores conduzirem a construção
do corpus com relativa liberdade, acrescentando novas e consideráveis questões no roteiro
original (Flick, 2013).
O processo de tratamento dos dados foi realizado conforme Minayo (2004), sob a
técnica de análise temática de conteúdo, tendo sido utilizado o software NVivo,
versão11Pro, como suporte metodológico da análise de dados qualitativos (Flick, 2013;
Silva, 2015). O esforço para garantir a confiabilidade e validação dos dados (Paiva Júnior;
Leão; Mello, 2011) contou com a corroboração intersubjetiva dos integrantes do grupo de
pesquisa Lócus de Investigação em Economia Criativa, domiciliado na Universidade
Federal de Pernambuco, numa espécie de triangulação de pesquisadores em conjunto com o
retorno sistemático e reflexivo dos entrevistados.

4 Análise de Dados e Discussão

A suíte de categorias da ação empreendedora na produção de jogos independentes


(indie) é representada pelas seguintes categorias e dimensões de acordo com a tabela (1).
Na categoria estilo criativo, as dimensões com maior representatividade são identidade e
autonomia na categoria expertise, alteridade e Inovação; na categoria interação social,
ação política e social, seguida por parceria e valores.

Tabela (1) Suíte de categorias da ação empreendedora indie


ESTILO CRIATIVO EXPERTISE INTERAÇÃO SOCIAL
i. Identidade. i. Desenvolvimento de i. Ação política Social
ii. Autonomia. Competência. ii. Oportunidade.
iii. Convivência com o ii. Alteridade. iii. Parceria e Valores.
Risco. iii. Mediação. iv. Ação de adaptação
iv. Disposição Pessoal. iv. Inovação. contingência.
v. Resiliência. v. Cooperação Técnica.
vi. Internacionalização.
Fonte: Elaborado pelo autor.

4.1 Estilo criativo

O estilo criativo é demarcado pela condição de um indivíduo ou de um grupo no


sentido de buscar compreender mecanismos distintos de operação, ou seja, o esforço por se
construir elementos criativos e diferentes em comparação com aqueles já construídos.
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Dessa categoria emergem: identidade, autonomia, convivência com o risco, disposição


pessoal e resiliência.
Na produção independente, o indie game é marcado por sua singularidade nas
produções e expressões pessoais no jogo. A identidade se refere à condição dos indivíduos
no sentido de refletirem a respeito de quem eles são, o que eles sabem e a quem eles
conhecem, de forma a imaginar o que possa vir a ser realizado por eles.

As produções independentes têm uma grande diferença da produção Triplo AAA,


na produção independente pura, você percebe o desenvolvedor, sua criatividade e
sua liberdade de expressão o que ele gosta e a direção de seus ideais. Já na
produção Triplo AAA, você encontra jogos padrões, dentro do mesmo script, e
temas selecionados como corrida, ação, aventura, são jogos tradicionais já
vivenciados com outras roupas. No mercado independente você vai encontrar
jogos de todos os tipos, gostos, culturas e cenários, no indie o nível de
criatividade é outro (E3, Linha 118).
Nunca tive interesse de trabalhar com um Publisher, o que se sabe é que eles são
garimpeiros de produção e limitam a liberdade de criação do time. Nunca
observei com bons olhos essa relação. Agora mais do que nunca que temos onde
postar o game seja pago, grátis ou monetizando (E4, Linha 107).

A identidade se projeta numa luta pela própria produção do jogo em si, o que
reflete as características subjetivas desses desenvolvedores indie. Não obstante, o ato de
produzir o jogo em si protagoniza a figura do Publisher como agente-chave, reconhecido
pelo desenvolvedor indie como aquele que limita a sua criatividade e restringe sua
diferenciação, inibindo o estilo criativo e o processo de identificação, sendo essa uma
discussão central no relacionamento entre desenvolvedor e Publisher (Prystupa-Rzadca;
Starostka, 2015). O debate em torno da rivalidade por elementos simbólicos entre os dois
atores se revela também nos resultados também alcançados por Xavier Filho (2017) e Chen
(2013, 2018), indicando que o relacionamento entre desenvolvedor e publisher é
problemático, uma vez que este exige do desenvolvedor um esforço adicional para dar
forma comercial ao produto, interferindo em aspectos centrais do game, como narrativas,
cenários e arquétipos.
A autonomia está associada a comportamentos independentes que buscam a
realização dos projetos com liberdade. Assim, essa categoria é compreendida como sendo a
aptidão ou competência conduzida para gerir sua própria vida, valendo-se de seus próprios
meios, vontades e princípios, ou seja, habilidade de ser autodirigido na busca de
oportunidades e no desejo de se libertar das restrições ao potencial criativo e burocrático da
produção comercial.
A principal dificuldade do produtor independente é a luta por sua
autonomia essa é uma luta constante para produzir aquilo que lhe
representa de alguma maneira. A criatividade na produção junto do
Publisher é embaraçada, o prazo é quase que impraticável e o resultado
tem que ser rápido, nessas condições a maioria das produções é frustrante
(E2, Linha 83).

Nesse extrato se manifestam as dificuldades de afirmação da produção


independente em relação ao Publisher, apresentando como principal dificuldade a
expressão da criatividade na produção do game, classificada pelo produtor como
“embaraçada”, também chamada de “negociada” por Lê, Massé e Paris (2013) ou
“controle criativo” (Xavier Filho, 2017).
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4.2 Expertise

O termo expertise significa o conjunto de saberes alcançados por intermédio de


escolaridade, experiência pessoal e profissional acumulada ao longo das vivências
cotidianas do empreendedor. Essa dimensão está associada à habilidade de se aplicar o que
foi aprendido de maneira satisfatória (Nakayama, 2016). A categoria estrutural expertise
está abalizada pelas dimensões: desenvolvimento de competências, alteridade, mediação,
inovação.
Estamos em um novo mercado, ainda pouco explora do principalmente aqui no
Brasil, o mercado de games para publicidade. Nossa experiência permitiu essa
visão no mercado, já temos alguns projetos aplicados com ótimos resultados e
outros em andamento, uma das vantagens e a geração de receita para outros
projetos de sentido mais autoral, não buscamos apenas recursos, mas também o
reconhecimento do nosso. Não acreditamos no trabalho apenas de um indivíduo,
mas de uma coletividade. Uma ideia sozinha não florescer, já uma coletiva, sim
(E1, Linha41).

A dimensão inovação transforma oportunidades em ideias de negócios, gera novos


usuários e cria mercados e tendências. Nesse horizonte, são gerados novos produtos (games) a
partir de uma combinação de outros produtos pré-existentes. Assim, a atividade de inovação
requer atenção do desenvolvedor e a utilização de recursos escassos (Dong & Netten, 2017).
Temos como preocupação latente o que o jogo vai trazer de novo, o que inovar
para atrair o jogador, vamos fazer ele do zero ou vamos buscar inspiração em
outros títulos como Castlevania. Para a produção de um game interessante é
fundamental um Game Designer experiente para garantir a mecânica do jogo,
muitas vezes temos um ótimo programador, mas sem um bom design o game não
atrair, o jogo não fica estimulante (E3, Linha88).

A inovação nesse setor se atrela à capacidade de criação de games autênticos,


genuínos e capazes de trazer um novo conceito, seja mediante novos títulos, novo designer
ou uma história com uma nova perspectiva, como também disposição para correr riscos e
projetar novas combinações perpassadas pela inovação radical e incremental (Tidd, 2015).

4.3 Interação social

A perspectiva analítica da ação empreendedora da produção de games


independentes se deu sobre a marcação da categoria estrutural interação social, e, para
tanto, contou-se com as dimensões: ação política e social; oportunidade; parceria e
valores; ação de adaptação contingencial; cooperação técnica e internacionalização.
A dimensão ação política e social é construída pela ação coletiva dos atores em
um espaço dialógico, de maneira a criar valor e características peculiares ao produto, seja
cultural, atomizado ou transversal, conforme esclarecem os relatos a seguir:
O governo está vendo cada vez mais os games como cultura, ele (game)
está começando a ser visto no mesmo discurso do cinema, do teatro, da
fotografia e do audiovisual de maneira geral. Já não era sem tempo, pois o
videogame é uma ferramenta de expressão da cultura, seja a própria
cultura de produção ou a cultura de um país, vejo isso muito forte na
produção indie (E1, Linha 132).

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O avanço no segmento de games no Brasil e o entendimento deles no discurso


audiovisual conquista o acesso a linhas de financiamento, participação em editais e
consórcio com o poder público, eventos que tendem a fomentar o mercado de produção
indie. A dimensão parceria e valores é demarcada por processos intersubjetivos e de
interação social que se efetivam por meio de sociedade que facilita a realização de projetos.

As parcerias são de grande importância para o mundo indie,


principalmente para diminuir o risco dos projetos, quando você tem um
time comprometido com a produção e com os resultados a visão de
mercado fica mais aberta e com isso o risco diminui, além da divisão do
tempo na produção do game e do capital investido (E1, Linha 85).

A interação entre os desenvolvedores e outros atores do ambiente de criação de


parceira e valores vai além da mera troca de experiências e compartilhamento de
ferramentas, em que são contempladas a confiança e a colaboração como modus operandi
da produção independente, uma relação estruturante dos laços de rede organizacional
confirmada por Perucia, Balestrin & Verschoore (2011), Negrão & Toaldo (2013) e Xavier
Filho (2017).

5. Considerações Finais

O estudo reside na busca pela compreensão de significados emergentes das ações


empreendedoras dos produtores independentes de jogos eletrônicos presentes no âmbito do
empreendedorismo digital. O seu delineamento contempla conceitos emergentes de
empreendedorismo oriundos do universo da criação e posicionamento de empreendimentos
que atuam no mundo dos games operando em plataformas digitais e assinala a emergência
de eventuais mudanças que esse fenômeno vem sofrendo que se coadunam com a discussão
a respeito de práticas empreendedoras indie.
O perfil dos desenvolvedores independentes se reproduz em meio às novas
tecnologias digitais que transformam a natureza dos negócios e aspectos da formatação do
game à luz dos artefatos digitais, plataformas digitais e infraestruturas digitais. Um dos
elementos do estilo criativo que produz o empreendedor indie tem a ver com a identificação
pessoal do produtor digital com o que é produzido no universo do game, o que oportuniza a
criação e o desenvolvimento de novas ideias no campo da atividade criativa intensiva em
tecnologia. No relacionamento entre o desenvolvedor e o Publisher, essa identidade fica
embaraçada, pois existe um esforço por parte do segundo no sentido de dar forma comercial
ao game, ação que se revela predatória para a prática criativa, uma vez que prejudica a
autonomia de criatividade do desenvolvedor.
Os bancos e outros agentes econômico-financeiros tradicionais não fornecem
crédito para esses desenvolvedores devido à incerteza da operação empresarial de risco
desenvolvida por eles. Dessa maneira, o setor financeiro tradicional ainda não está alinhado
aos novos eixos da economia criativa e economia do conhecimento, pois seus agentes
funcionais enxergam com insegurança a produção técnica de artefatos culturais em campos
profissionais de teor criativo, tais como design, música, fotográfica e games.
Em decorrência da necessidade de atuação multifuncional do indie, ele tende a ser
forçado a adquirir e desenvolver competências pautadas na experiência, na alteridade, na
mediação e inovação. Com isso, o ambiente de inovação é o campo central desse
desenvolvedor, na condição de empreendedor, pois é a partir dos artefatos, plataformas e
infraestruturas digitais que ele constrói seus produtos e busca projeção comercial para sua
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produção.
A produção indie se materializa como artefato digital por meio dos aplicativos para
smartphones e mídias digitais, que são o principal meio de distribuição e comercialização
do jogo. As plataformas permitem a hospedagem dos jogos e a inovação nesses
dispositivos, possibilitando liberdade, autonomia e capilaridade para o desenvolvedor. Já as
infraestruturas digitais, como a computação em nuvem e a comunicação colaborativa,
levam à democratização da ação empreendedora indie, aumentado o engajamento dos
usuários e produtores em todas as etapas do processo do jogo eletrônico.
A dimensão de destaque é a interação social, cuja ocorrência se expressa pela
necessidade de articulação entre atores nas redes sociais e o compartilhamento de
ferramentas uteis à produção do game, o que permite ao empreendedor suprir a necessidade
de recursos materiais escassos e propagar sua reputação criativa junto aos públicos de
produtores, mediadores e consumidores dos jogos. Um dos marcadores da ação política e
social está projetado na capacidade de esse setor obter recursos produtivos por meio da
administração pública. A crítica dos desenvolvedores indie se fundamenta inicialmente pelo
baixo número de editais lançados e se coaduna com critérios técnicos e sofisticados,
solicitados pelos editais, como, por exemplo, o portfólio contendo títulos publicados em
grandes canais, formalização em juntas comerciais e produção com alto rigor técnico.
O debate no estudo levanta novas inquietações que merecem aprofundamento e
indicações para futuras pesquisas, como a emergência da cena digital na condição de
oportunidade estratégica para incentivo à prática empreendedora em atividades intensivas
em tecnologia ou de ações que envolvem o desenvolvimento de commodities como
artefatos tecnológicos de entretenimento que potencializam atividades empreendedoras.
O debate no estudo levanta novas inquietações que merecem aprofundamento e
indicações para futuras pesquisas, como o crescimento dos novos negócios mediados por
tecnologia e o empreendedorismo digital na produção de games como artefato cultural e
tecnológico que potencializam as atividades empreendedoras.

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