Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Abordagem das
Relações Humanas e
Comportamentais
nas Organizações 6
1. OBJETIVOS
• Conhecer a Escola de Relações Humanas no início da com-
preensão de pessoas como parte relevante do processo
administrativo.
• Compreender o significado e o resultado da experiência
em uma fábrica de componentes elétricos.
• Avaliar a influência exercida sobre os trabalhadores dos
seguintes fatores: ambiente físico, fadiga e movimentos
dispendiosos.
• Conhecer as Teorias Motivacionais das Necessidades Hu-
manas, Teoria dos Fatores e Teoria X e Y.
• Compreender as abordagens motivacionais como ele-
mentos de sustentação do comportamento humano na
organização.
• Comparar os conceitos motivacionais no contexto institu-
cional globalizado.
126 © Administração
2. CONTEÚDOS
• As origens da Escola de Relações Humanas.
• A experiência de Hawtorne.
• O ambiente físico, a fadiga e os movimentos dispendio-
sos.
• Motivação e Desempenho.
• Teorias de Maslow, Herzberg e Taylor.
• Papel do gerente no processo de motivação.
• Sistemas motivacionais.
Parabéns, Administrador!–––––––––––––––––––––––––––––––
Não poderia deixar passar esta data em branco. Dia 09 de setembro, Dia do
Administrador. Parabéns para todos nós! Sobre a importância do administrador
nas entidades, não temos dúvida. Planejar, organizar, liderar, controlar, são ati-
vidades típicas da nossa jornada diária. Buscar as soluções que potencializem a
satisfação de todos na empresa – dos acionistas aos fornecedores – passa pelas
preocupações de todo administrador. Estamos na área de Recursos Humanos,
ou mais modernamente dizendo, atuando na Gestão de Pessoas. Descobrir o
que motiva os colaboradores, estimular essa motivação, melhorar os resultados
através da busca da qualidade de vida de quem trabalha na empresa é uma ativi-
dade que não poderia ser mais bem desenvolvida senão pelos administradores.
Aqui também lutamos para aplicar de forma correta a tão intrincada legislação
trabalhista de forma a evitar conflitos que tanto desgastam trabalhadores e pa-
trões (CARVALHO, 2010).
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Nos estudos da administração científica e clássica, as pro-
postas de Taylor, Fayol e Ford são embasadas no desempenho dos
recursos e processos. A prioridade advinda da Revolução Industrial
era a eficiência da produção, aproveitando a demanda de mercado
e o consumismo desenfreado.
Nesta unidade, iremos estudar as origens, os objetivos e os
efeitos da Escola de Relações Humanas. Para isso, é importante
que compreendamos o contexto histórico no qual se originou essa
teoria.
Relembrando nossos estudos, Taylor defendia que o traba-
lhador era indolente e usava os movimentos do corpo de forma
inadequada. Desse modo, observando os gestos dos operários, ele
determinou a simplificação deles com a devida colocação dos pés
e das mãos, evitando movimentos dispendiosos para que a produ-
tividade aumentasse.
O operário encontra-se reduzido a gestos estereotipados,
submetido a um trabalho rotineiro e irreflexivo. Assim, ele não
compreende o sentido de sua ação e não se identifica com o pro-
duto de seu trabalho.
128 © Administração
2ª etapa
Foi montado um grupo experimental (de observação) em
uma sala separada, para que o outro grupo de trabalhadores fun-
cionasse como um grupo de controle, visto que seu trabalho seria
mantido em condições constantes.
4ª etapa
Com o objetivo de estudar a organização informal dos fun-
cionários, foi montado um grupo experimental que iria trabalhar
nas mesmas condições de seus colegas de departamento. Nessa
fase, não havia uma interação do pesquisador com o grupo.
O salário que eles recebiam era calculado por hora. Havia um
salário-mínimo, que era dado quando ocorriam interrupções na
produção, e um salário baseado na produção. Esses só poderiam
aumentar se a produção total do grupo se elevasse.
O observador percebeu que os empregados usavam algumas
técnicas, como a de reduzir o ritmo de trabalho logo que alcan-
çassem o que julgavam ser a produção normal. Ademais, existiam
normas de conduta no grupo que levava a uma certa uniformização
de atitudes e sentimentos. O membro que prejudicasse alguma
pessoa do grupo seria considerado delator. Os mais rápidos eram
pressionados por meio de punições simbólicas, para diminuir ou
estabilizar sua produção.
A seguir, apresentaremos algumas considerações sobre os
grupos informais; acompanhe.
Homo social
Na administração científica, existe o conceito de homo eco-
nomicus, que representa o funcionário movido por interesses eco-
nômicos. A única forma de motivá-lo é por meio de aumentos sa-
lariais. Se os administradores desejam elevar a eficiência, devem
criar planos de incentivos salariais.
A escola de relações humanas critica o homo economicus
e cria o modelo do homo social. Esse homem é motivado pelas
condições sociais e psicológicas, seu comportamento é complexo
e não pode ser reduzido a esquemas mecanicistas simples.
O homo social necessita de realização pessoal, aprovação
das pessoas que o cercam, reconhecimento do seu trabalho e afe-
to. Ele faz parte dos grupos informais e obedece às suas normas,
pois necessita da segurança e da amizade que esses grupos podem
proporcionar. Os incentivos econômicos são secundários na deter-
minação da produtividade do empregado.
O progresso industrial e o homem
De acordo com a teoria clássica, a intensa divisão do traba-
lho e a especialização são os métodos mais eficientes para elevar
a produtividade de uma indústria. Entretanto, Mayo percebeu que
os funcionários trocavam de posição para evitar a monotonia.
138 © Administração
6. TEORIAS MOTIVACIONAIS
Segundo Maximiano (2000), as teorias sobre a motivação
são classificadas em:
• Teorias de conteúdo: priorizam as necessidades internas
das pessoas como fatores que as motivam.
• Teorias de processo: procuram explicar como funciona a
motivação em situações ou ambientes nos quais as pes-
soas se encontram.
Vamos, a seguir, detalhar a teoria de conteúdo.
Teorias de conteúdo
Teorias de conteúdo dizem respeito ao estudo dos motivos
internos, que são as necessidades, os interesses e os valores que
levam os indivíduos a praticar determinada atividade em vez de
outra qualquer. Elas representam os impulsos inerentes ao ser
humano, que são de natureza psicológica e fisiológica, e são in-
fluenciados pela sociedade. A seguir, você conhecerá cada teoria
isoladamente.
Necessidades de Auto-Realização
Necessidades de Estima
Necessidades Sociais
Necessidades de Segurança
Necessidades Fisiológicas
Frustração
Você estudou, anteriormente, as necessidades que impul-
sionam o comportamento humano. E o que acontece se essas ne-
cessidades não forem satisfeitas?
Ocorre que o indivíduo entra em um estado de frustração.
Essa frustração também pode motivar a ação humana. Isso ocorre
quando o indivíduo adota uma posição de compensação, procu-
rando outro trabalho ou filiando-se a um sindicato.
A resignação pode ser outra reação à frustração. O indivíduo
perde a motivação, desanima-se e desiste de lutar por seus objeti-
vos. Nesse estado, os empregados tornam-se passivos e obedien-
tes. Isso pode ser vantajoso para os gerentes autoritários.
Por outro lado, a frustração também pode levar à agressão,
representada por ataques físicos e verbais. A agressão é conside-
rada um comportamento baseado na emoção, pois os que se ba-
seiam em estratégia e tática não são considerados agressão.
Teoria X
Essa teoria corresponde às propostas da Escola de Adminis-
tração Científica, baseadas em concepções errôneas a respeito do
comportamento humano. No entanto, são as que envolvem a for-
ma de tratar o homem e não a forma de organizar as atividades
operacionais da fábrica. Representam algumas de suas proposi-
ções:
1) O homem é indolente e preguiçoso por natureza e tem
aversão ao trabalho.
2) Os trabalhadores devem ser coagidos, controlados, pu-
nidos e dirigidos para que trabalhem corretamente.
3) O ser humano evita responsabilidades, pois não tem ca-
pacidade de assumi-las.
4) O líder deve adotar um estilo autocrático.
5) Os funcionários dão mais importância à segurança que
ao desejo de ascensão.
6) O homem é resistente a mudanças.
7) Os funcionários são dependentes e incapazes de se au-
todisciplinar.
8) O único estímulo para o trabalho é o aumento da remu-
neração.
Essa teoria demonstra falta de confiança nas pessoas e prega
uma administração autoritária e centralizada.
146 © Administração
Teoria Y
As principais características da teoria Y são:
1) O ser humano gosta de ter o que fazer, e enxerga o esfor-
ço físico e mental como algo natural.
2) As pessoas gostam de assumir responsabilidades e pas-
sam a procurá-las.
3) Os indivíduos têm capacidade de se autodirigir.
4) As pessoas costumam ser criativas e competentes.
5) A participação dos funcionários nas decisões da empresa
é uma forma saudável de valorizar suas potencialidades
de raciocínio e responsabilidade.
6) O líder deve adotar um estilo participativo.
Dessa forma, cabe à administração criar condições para que
os empregados sejam motivados e se empenhem para atingir os
objetivos da empresa.
Ciente das dificuldades para alcançar a motivação, você,
como um futuro administrador, deverá discernir qual será o me-
lhor método, seja em remuneração, distribuição de cargos, res-
ponsabilidades ou em mudanças na complexidade das tarefas.
7. TEXTOS COMPLEMENTARES
Para complementar os estudos desta unidade, sugerimos a
leitura do texto a seguir, o qual aborda, na realidade, os fatores ou
os mecanismos que motivam o indivíduo a obter um bom desem-
penho em sua carreira.
8. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Veja, a seguir, as questões propostas para verificar o seu de-
sempenho no estudo desta unidade:
1) Quais são os fatores presentes no ambiente das organizações que afetam os
indivíduos no trabalho e na satisfação pessoal com a atividade realizada?
148 © Administração
4) O sucesso das empresas do século 21, segundo Marcos Vianna (2001), de-
pende exclusivamente de três fatores: o conhecimento, visando à competiti-
vidade, à elaboração de cenários e ao estabelecimento de mecanismos para
tirar das pessoas a essência dos fundamentos necessários para as constantes
mudanças. Em todas as situações, a presença da área de RH é fundamental,
uma vez que, para atingir esses objetivos, as empresas terão que deixar de
administrar as pessoas para administrar com as pessoas. Diante do exposto,
pergunta-se: como a empresa conseguirá aplicar a motivação das pessoas
e mudar a postura delas para o perfil da administração com a organização?
Na sua empresa, qual é a tendência, ser administrado ou administrar com as
pessoas? O que está faltando para aplicar a segunda hipótese?
9. CONSIDERAÇÕES
A sugestão mais importante deixada pelo movimento das
relações humanas é que os gerentes promovam um bom relacio-
namento humano para converter-se em maior produtividade. Per-
cebe-se que, ao se dirigir uma atenção especial para os indivíduos,
estes tendem a se destacar em suas funções.
Para complementar a Teoria das Relações Humanas, o enfo-
que comportamental traz o estudo das pessoas e de seus anseios
no ambiente de trabalho. As características da abordagem motiva-
cional pressupõem que os indivíduos motivados têm mais criativi-
dade, iniciativa e participam com mais intensidade do trabalho.
Finalmente, a abordagem das relações humanas iniciou o estu-
do do indivíduo no ambiente de trabalho e as variações que ele de-
senvolve, conforme o clima organizacional a que ele está submetido.
10. E-REFERÊNCIAS
Sites pesquisados
CARVALHO, Z. Parabéns, administrador. São Paulo: CRASP, 2010. Disponível em: <http://
www.crasp.gov.br/app/pl/ClippingNews/ClippingNoticias.aspx?NoticiaID=232&__
akacao=177500&__akcnt=de06d7ea&__akvkey=1654>. Acesso em: 22 set. 2010.