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POSTURA E COMPORTAMENTO

PROFISSIONAL
Ficha Técnica

José Luis Eduardo Pinto Figueiredo


Presidente

Monica Rabelo de Freitas Moreira


Vice-Presidente

Márcio Moreira Soares


Diretor Executivo

Susiane Freitas Linhares


Diretora Acadêmica

Gabriella Maria Veloso Ribeiro


Professor Conteudista

Rafael Martins Nogueira


Designer Educacional

Setor de marketing
Capa
Sumário

INTRODUÇÃO ................................................................................................................4

1. TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS ......................................................................5


1.1 Origens da teoria das relações humanas ..............................................................5
1.2 O significado das relações humanas ....................................................................7
1.3 Herzberg- teoria dos dois fatores ...........................................................................7
1.4 Postura profissional ..............................................................................................11
1.5 Comportamento profissional ................................................................................12
1.6 Etiqueta .........................................................................................................14

2. COMPETÊNCIAS SOCIAIS ......................................................................................15


2.1 Competências e os processos de seleção ..........................................................16
2.2 Soft skills ................................................................................................................16

3. MARKETING PESSOAL ...........................................................................................18


3.1 Você é o seu produto ............................................................................................18
3.2 Imagem pessoal .....................................................................................................24
3.3 Networking .............................................................................................................24

4. ÉTICA PROFISSIONAL ............................................................................................26


4.1 Princípios da ética profissional ............................................................................26
4.2 Definição da ética profissional .............................................................................28
4.3 Moral e ética ...........................................................................................................28
4.3 Indignação ética .....................................................................................................33

REFERÊNCIAS .............................................................................................................37
INTRODUÇÃO

Olá, estudante!

Nessa apostila, você vai aprender sobre


postura e comportamento profissional, assunto
cada vez mais estudado nas áreas da
administração, psicologia e gestão em relação
as organizações. Você vai conhecer as
principais etapas para a construção de uma
postura profissional adequada para o mercado
de trabalho.
Afinal, os estudos foram desenvolvidos com
base nas principais demandas do mercado
nesta área. Para abordar a postura e o
comportamento profissional é fundamental
conhecer sobre marketing pessoal, ética,
competências comportamentais e cognitivas,
por fim quais são os seus objetivos pessoais e
profissionais.
Devido as rápidas transformações no mundo
do trabalho, o comportamento profissional está
sendo avaliado cada vez mais no Brasil, por
isso procure sempre ampliar suas
competências profissionais.

Bons estudos!
TEORIA DAS
RELAÇÕES
HUMANAS
1.1 ORIGENS DA TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS

A teoria das relações humanas foi desenvolvida por Elton Mayo, com o objetivo de
tornar a área da administração organizacional mais humana, pois a teoria clássica da
administração e a administração científica usavam métodos rigorosos e precisos aos quais
os trabalhadores precisavam se submeter.
A Teoria Clássica conhecida também como teoria da máquina, considerava a eficiência
da organização a partir das linhas claras de autoridade, competência técnica, ênfase nas
tarefas e acentuada divisão do trabalho. E, de acordo com Taylor (1856-1915), idealizador
da Administração Científica, focaliza-se no aumento da eficácia da organização, através da
administração de tarefas, ou seja, o objetivo era aumentar a produção em menor tempo
possível.
Devido as condições desumanas de trabalho construídas em perspectiva das teorias
citadas acima, começou a surgir uma enorme insatisfação dos trabalhadores. Diante deste
cenário, um grupo de pesquisadores realizaram o experimento em Hawthorne, que buscavam
estudar as condições que melhorariam o desempenho dos indivíduos dentro das
organizações.
A pesquisa em Hawthorne, segundo Chiavenato, ocorreu entre 1927 e 1932, por Elton
Mayo e seus colaboradores, em uma fábrica da Western Eletric Company. A empresa tem
como característica principal o bem estar de seus funcionários, por isso, havia um clima
constantemente sadio, então a finalidade da experiência não era o aumento da produtividade,
mas conhecer melhor os seus trabalhadores.

Figura 1- O experimento em Hawthorne

Fonte: www.google.com.br/ imagens

Uma questão relevante apresentada por Mayo foi o fator psicológico dos
trabalhadores significarem mais que o fisiológico, pois alterava de maneira significativa o
comportamento do indivíduo. Imagine a seguinte situação: seu pai sempre foi muito
autoritário, e seu supervisor na organização tenha uma semelhança física a dele, como você
se sentirá? Possivelmente isso fará você se sentir pressionado frente ao supervisor.
Então, os estudiosos da área organizacional, na crise de 1929 (Estados Unidos),
começaram a pensar no fator humano em relação ao trabalho. E na década de 30, nasce a
teoria das relações humanas que trata a organização como um grupo de pessoas, inspirada
em sistemas de psicologia, delegação de autoridade, autonomia do trabalhador, escuta do
profissional, confiança nas pessoas, dinâmica grupal e interpessoal.
1.2 O SIGNIFICADO DAS RELAÇÕES HUMANAS

O homem passou a ser visto como um ser social e, com isso, surgiu a necessidade
de
de um líder que facilitasse a relação das pessoas no grupo e que orientasse o grupo no
alcance dos objetivos organizacionais. O líder passou, então, a concentrar-se nas
necessidades das pessoas, como forma de atingir as necessidades da organização.
Atualmente, as relações humanas são apresentadas como uma atitude que deve
prevalecer no estabelecimento e na manutenção dos contatos entre pessoas. Importante
ressaltar, que cada indivíduo tem suas características individuais, ou seja, somos seres
diferentes.
Vamos imaginar irmãos gêmeos idênticos, possuem a mesma genética, vivem no
mesmo meio, porém cada um com sua subjetividade, ou seja, com seu modo de sentir,
pensar, amar. A construção da subjetividade se dá através das experiências e vivências do
cotidiano.
Por isso, quando se aborda sobre as relações humanas por uma atitude, é
fundamentaltrazer o respeito por conta das diferenças de cada ser. Esse tema será abordado
no capítulo da Ética Profissional.
Conclui-se que as teorias apresentadas deixam claro que, no ambiente
organizacional, os impactos causados sobre maneiras diferentes de relacionar e solucionar
problemas entre a organização e o capital humano podem ser positivos ou negativos.

1.3 HERZBERG - TEORIA DOS DOIS FATORES

A partir da consideração do homem social duas grandes abordagens surgiram para


explicar o motivo de sermos como somos em ambientes organizacionais. Herzberg (1968)
dividiu os fatores que alteram o comportamento do indivíduo como higiênicos e motivacionais.
Antes de estudar cada fator separado, se faz necessário definir a palavra motivação.
Segundo Herzberg, motivação significa fazer algo que é muito significativo para mim. Para
Chiavenato (2000), a motivação representa a ação de forças ativas e impulsionadoras para
as necessidades humanas. O comportamento humano é motivado pelas necessidades
humanas para produzir padrões de comportamento que varia de pessoa para pessoa.
O tema apresentado acima abrange muitas questões, muitos são os estudos e teorias.
No entanto um dos conceitos que influenciou o estudo da motivação são os fatores que geram
ou não a motivação. Os fatores higiênicos são extrínsecos ao indivíduo, exemplo: salário. Já
os fatores motivacionais são intrínsecos, exemplo: reconhecimento.
No campo organizacional os fatores higiênicos compreendem a segurança no cargo,
o relacionamento interpessoal e os benefícios recebidos; quando há insuficiência, provocam
insatisfação nos indivíduos, porém quando atendidos, eles não despertariam a motivação (a
energia interior).
Essa satisfação seria despertada pelos fatores motivacionais representados por status,
responsabilidade, riqueza de trabalho, desafios; contudo, quando há insuficiência não ocorre
insatisfação, mas a não-satisfação.

Tabela 1: Fatores que levam à insatisfação x fatores que levam à satisfação


FATORES QUE LEVAM À INSATISFAÇÃO FATORES QUE LEVAM À SATISFAÇÃO
Política da empresa Crescimento
Condições do ambiente de trabalho Desenvolvimento
Relacionamento com outros colaboradores Responsabilidade
Segurança Reconhecimento
Salário Realização
Fonte: www.google.com.br/ imagens

A teoria de Herzberg foi desenvolvida a partir da teoria clássica de Maslow. Este foi um
psicólogo social que desenvolveu na década de 40, a Teoria da Hierarquia das Necessidades,
a ideia básica era de que o comportamento de todos os homens seria guiado por um conjunto
de necessidades humanas dispostas hierarquicamente em ordem de importância, que são
apresentados na pirâmide a seguir:
Figura 2- Hierarquia de Necessidades de Maslow

Fonte: www.google.com.br/ imagens

As necessidades consideradas no nível mais baixo devem ser satisfeitas antes das
necessidades de nível mais alto. Vamos analisar cada divisão da pirâmide individualmente:

• Necessidades Básicas ou Fisiológicas: são necessidades básicas para o bem-


estar físico (alimentação, água, calor e abrigo). Algumas dessas necessidades são
satisfeitas por algumas das recompensas extrínsecas do trabalho, por exemplo: o
salário.
• Necessidades de Segurança: a partir do momento que as necessidades físicas são
feitas, Maslow argumentou que as pessoas procurariam mais segurança para o seu
futuro (água e alimentação regulares). Recompensas extrínsecas destacadas:
aposentadoria.
• Necessidades Sociais: é a necessidade que temos de pertencer a um grupo. É mais
complexa que as citadas anteriormente, pois está relacionada ao bem- estar
psicológico, então varia para cada indivíduo. Recompensas extrínsecas do trabalho:
confraternização; já exemplo de intrínsecas: trabalhar em equipe, realizar projetos.

• Necessidade de Autoestima ou de Reconhecimento: obtenção de algum


reconhecimento individual pelo esforço e realizações. São relacionadas novamente
para o psicológico, em grande parte recompensas intrínsecas no trabalho, como
maiores responsabilidades e status ou capacitação especializada.
• Autorealização: necessidade mais pessoal de cada indivíduo, então são mais
difíceis de identificar, são as formas superiores de fatores motivacionais, visto
que, no final, todos procurarão a realização pessoal. Recompensas intrínsecas
do trabalho seria o desafio pessoal.

Observem com atenção, que todas essas necessidades apresentadas nos três
primeiros níveis podem ser satisfeitas através das recompensas extrínsecas. Os últimos dois
estágios, apesar de serem influenciados por recompensas externas, dependem mais de
fatores internos.
O autor após estruturar o estudo da motivação estabelece também uma distinção nítida
entre motivação de deficiência e motivação de crescimento. A primeira, corresponde as
necessidades básicas, que segundo Maslow, logo quando o indivíduo satisfaz uma
necessidade, logo surge outra, e assim sucessivamente.
Já a motivação de crescimento ocorre quando a recompensa é mais subjetiva. Quando
as necessidades básicas são satisfeitas somos motivados pelas tendências para
individualização. É notório que dificilmente o ser humano atingirá o topo da pirâmide, pois
sempre haverá novos objetivos e sonhos.
Por fim é importante ressaltar que as ideais apresentadas sobre os fatores
motivacionais quando trazidas para o momento atual, podem ajudar, as organizações de um
modo geral desenvolver uma política de gestão de pessoas que alinhem os objetivos
individuais dos colaboradores com seus objetivos.
A qualidade de vida também está associada a um ambiente de trabalho saudável, por
isso é importante que os profissionais mantenham entre si uma relação respeitosa e
colaborativa.
1.4 POSTURA PROFISSIONAL

No dicionário, a palavra postura significa “posição espacial do corpo ou de uma de


suas partes”, sendo assim relacionado a posição dos membros (cabeça, ombros); ou ainda
“maneira de manter o corpo, ou compor os traços fisionômicos; atitude”, dessa forma
relacionado as expressões faciais, emocionais, os gestos.
No ambiente organizacional, a postura profissional não está relacionada apenas a
forma de sentar em uma cadeira, ou gestos, diz respeito também como você cumpre as
tarefas na empresa e o seu engajamento no trabalho que desenvolve. Além disso, é
observado suas interações com os colegas, subordinados e superiores.
Nascimento (2020) define postura profissional como um “conjunto de particularidades
pessoais e condutas comportamentais, baseadas em princípios éticos, que viabilizam a
convivência entre os companheiros de trabalho e em relação a instituição”.
A postura é avaliada desde o momento do processo seletivo, por meio de dinâmicas,
testes, avaliações psicológicas para diminuir o risco de erros na escolha do candidato, e
continua sendo avaliada de forma contínua no cotidiano do indivíduo.
Sendo assim, por mais que o colaborador tenha um currículo maravilhoso com
competências técnicas, porém tem comportamentos desagradáveis, não é possível manter
no quadro de funcionários, pois pode comprometer os lucros da organização, como pode
causar conflitos internos, e deixar o clima organizacional negativo, além da empresa ter que
lidar com questões judiciais.
Cada organização desenvolve sua política interna, e assim define o perfil da postura
profissional que deseja obter dos colaboradores. Porém há condutas que são universais,
independente da empresa que o contrata, são exemplos: não se envolver em agressões
verbais e físicas com colegas, não se envolver em desvios de verbas.
Seguem abaixo algumas dicas de como garantir uma postura profissional satisfatória:
Seja pontual
Seja educado
Uso de celular com cautela
Respeite o código de conduta da empresa
Seja proativo
Respeite seus colegas de trabalho

1.5 COMPORTAMENTO PROFISSIONAL

Comportamento profissional é todo comportamento que o trabalhador realiza dentro ou


fora da organização, quando em seu nome. Atualmente, entende-se que o indivíduo deve
investir em um conjunto de comportamentos profissionais para o melhor desempenho das
organizações.
O comportamento profissional está inserido na concepção de comportamento
organizacional, por isso é uma área estudada pela administração, psicologia e gestão de
pessoas. Entende-se que para ter uma maior qualidade no entendimento do comportamento
das pessoas nas organizações, se faz necessário considerar processos psicológicos e
sociais, como, por exemplo: motivação, comunicação, liderança, socialização, clima, cultura,
atitudes, suporte, planejamento e estresse no trabalho.
O desempenho das pessoas afeta diretamente o desempenho das empresas, tendo
em vista que o comportamento profissional é uma variável que deve ser foco de atenção dos
gestores, seja de organizações públicas ou privadas.
Os estudiosos dos comportamentos sociais, os classificam em três tipos:
comportamento passivo, comportamento agressivo e o comportamento assertivo. O primeiro,
se caracteriza pela inibição da pessoa diante do ambiente. No ambiente de trabalho, pode-
se destacar pela submissão, falta de inicitaitva e evitação de confronto.
O comportamento agressivo é caracterizado pela invasão do espaço de vida dos
outros. Na organização é percebido em pessoas que são intrusivas, possuem exagerada
iniciativa, gostam de dominar as situações, gostam de se sobrepor aos outros e até querer
dar a última palavra nas discussões
O último comportamento citado, não é um meio termo, mas uma alternativa aos
comportamentos já descritos. O comportamento assertivo, ou auto afirmativo, é quando o
indivíduo tem empatia pelo outro e faz com que o outro consiga compreender ele também.
Dessa forma, não há invasão de espaço do outro, nem é permitido pelo sujeito que
invadam o seu espaço. Na empresa essa é a pessoa mais indicada para lidar com equipes e
liderar grupos, pois é a pessoa que consegue falar a coisa certa, na hora certa e do jeito certo
para motivar e alinhar a equipe para a realização das tarefas que deve ser executada.
Os comportamentos exibidos no ambiente de trabalho são as atitudes profissionais,
que refletem as competências e capacidades do trabalhador. A seguir, temos um quadro
diferenciando as atitudes desagradáveis das atitudes agradáveis:

ATITUDES DESAGRADÁVEIS ATITUDES AGRADÁVEIS


Lançar ironias verbais Tratar as pessoas como iguais
Perder o controle rapidamente Evitar reações automáticas
Dar conselhos indesejados Oferecer informações e ideias
Grosseria Tolerância e calma
Arrogância Humildade
Mau humor Postura alegre e confiante
Humilhar os outros Ser gentil e cortês
Discordar sempre Falar e agir com afirmação
Elogiar sem sinceridade Fazer elogios honesto
Deboche Integridade
Violar a confiança Preservar a confiança
Quebrar promessas e acordos Só prometer o que vai cumprir
Rir em momentos impróprios Discernir os espaços
Monopolizar a conversa Compartilhar o “tempo no ar”
Interromper com frequência Escuta empática
Mudar de assunto com jeitinho Ter interesse no assunto
Queixar- se demais Fazer sugestões construtivas
Passar sua responsabilidade para alguém Assumir seus erros
Insistir em fazer do seu jeito Ceder, ajudar os outros
Atacar ou criticar os outros Dialogar construtivamente
Ter comportamento infantil Autoestima positiva
Uso de celular com frequência Cautela no uso do celular
Induzir culpa nos outros Persuadir honestamente

1.6 ETIQUETA

Outro conceito fundamental para o sucesso nas relações profissionais e sociais é a


etiqueta, definida como um conjunto harmonioso de regras de boas maneiras, normas,
hábitos, atitudes e gestos que resultam no comportamento das pessoas em eventos oficiais
ou não.
Ao contrário do que muitas pessoas pensa, a etiqueta não é privilégio de determinada
classe social, pois qualquer pessoa pode aprender esse conjunto de regras e usá-las a seu
favor no mundo do trabalho, que está cada vez mais competitivo, por essa razão você deve
procurar melhorar a sua imagem pessoal e se destacar positivamente.
É importante destacar as boas maneiras e bons costumes, que são padrões de
comportamento que facilitam o convívio social entre pessoas em qualquer ambiente. Nesse
caso, entra a questão da educação no trato com o colega de trabalho, por exemplo, saudar o
outro com um bom dia; agradecer o que pedir empretado, mostrar iniciativa, ser zeloso com
o seu material de trabalho e equipe.
COMPETÊNCIAS
SOCIAIS
O mundo do trabalho passa por
grandes mudanças em consequência das rápidas transformações, devido ao avanço
tecnológico. Diante disso, novas demandas têm surgido para uma pessoa ser considerada
um destaque profissional.
Dessa forma, as competências profissionais deixaram de ser somente técnicas, e
passaram a envolver os comportamentos e questões socioemocionais. As competências
sociais são um conjunto de habilidade pessoais para lidar com situações sociais, por exemplo:
a capacidade de comunicação, controle da agressividade, paciência, iniciativa de trabalho.
Conforme visto, o conceito empregabilidade está vinculado, sem dúvida, a
aprendizagem, afinal o emprego em um mundo globalizado e em constante mudança não é
previsível, por isso a importância de aprimorar sempre as suas hard skills (competências
técnicas) e as soft skills (competências comportamentais).
2.1 COMPETÊNCIAS E OS PROCESSOS DE SELEÇÃO

Atualmente grande parte dos processos de seleção tem como foco as competências
comportamentais. Ou seja, são as que demonstram espírito empreendedor e capacidade para
inovação, criatividade, vontade de aprender, questões éticas no seu trabalho, dentre outras.
Importante ressaltar, as competências exigidas para cada processo de seleção são
específicas e variam de empresa, cargo e nível hierárquico.
As competências são avaliadas no candidato da seguinte forma: domínio, aplicação e
conhecimento. Por isso os profissionais devem sempre fazer uma autoavaliação para buscar
autoconhecimento e se identificarem déficits em competências, deve buscar aprimorá-las
para obter sucesso na recolocação.

2.2 SOFT SKILLS

O mercado de trabalho atual quer saber no que você é bom, como você alinha seus
conhecimentos técnicos junto com suas competências comportamentais, e a aplicação deles
em conjunto no cotidiano.

.
Antes de pensar no que o mercado de trabalho espera de você, avalie os pontos que
define um bom profissional. A seguir foram selecionadas as principais cinco soft skills, de
acordo com Lippman et al (2015, apud BES, 2021):
I. Habilidades Sociais: a maneira como as pessoas interagem umas com as outras,
com destaque para o respeito a todas as pessoas;
II. Comunicação: é fundamental na eficácia das atividades exercidas pelos
colaboradores, pois é a capacidade de se expressar de forma coerente e assertiva,
assim como para compreender e interpretar o outro;
III. Pensamento de ordem superior: envolve a resolução de problemas, o pensamento
crítico e a tomada de decisão, ou seja, primordial para os profissionais que exercem
liderança dentro de uma organização;
IV. Autoconceito crítico: relacionado a um conjunto de fatores subjetivos, como:
autoestima, autoconhecimento, crenças individuais;
V. Autocontrole: capacidade do indivíduo reconhecer suas emoções e das outras
pessoas, ou seja, um dos aspectos da inteligência emocional.

As soft skills são difíceis de quantificar, pois não há como comprová-las,


diferentemente das hard skills, que são aprendidas e resgistradas em um documento de
comprovação e são aperfeiçoadas ao longo do tempo. Então um modo para identificar as soft
skills é uma percepção atenta à realidade dos comportamentos do sujeito, observe se há
congruência no modo de pensar, agir e falar.
MARKETING
PESSOAL
3.1 VOCÊ É O SEU PRODUTO

Você sabe por qual motivo algumas pessoas são muito competentes, porém não se
destacam no mercado profissional?

Resposta: pela falta de divulgação da sua marca pessoal!

Tão importante quanto ser competente é saber vender o seu produto ou serviço no
mundo do trabalho, ou seja, as pessoas precisam te conhecer e lembrar de você.

O marketing pessoal é definido como conjunto de estratégias que tem como objetivo
estabelecer uma percepção positiva do indivíduo, ou seja, atribuir um maior valor para sua
imagem pessoal.
Isso faz com que as pessoas te enxerguem de maneira mais positiva e assim, te
valorizem, exaltem suas ações e te enxerguem como autoridade em determinados assuntos.
A grande questão não é esperar validação das pessoas, ou se preocupar com o outro, porém
o homem vive em sociedade, e como já visto precisa se relacionar com pessoas.
E o julgamento é algo que faz parte da construção de todos os seres humanos, afinal
são construídos a partir de experiências, porém saber respeitar as diferenças é o começo
para boas relações interpessoais.
Será que a primeira impressão é que fica?
Quando o assunto é comportamento profissional não há uma receita bolo, afinal é
necessário avaliar também a cultura organizacional, porém algumas orientações são
importantes para obter vantagem no mercado profissional:

1. Seja simpático e educado.


2. Matenha-se atento ao modo de sentar.
3. Use vestimenta adequada.
4. Comunique-se de forma clara.
5. Ética profissional.
6. Leia as normas e orientações do ambiente.

Investir no marketing pessoal é fundamental, tendo em vista que as organizações


podem não precisar mais do seu trabalho, ou podem falir, porém a sua marca pessoal deve
resistir e se destacar no mundo do trabalho. O que vamos trabalhar nessa unidade é o seu
nome, sua marca, sua reputação.
Mas como fazer de maneira assertiva?

1) TRABALHE SUA IMAGEM E IDENTIDADE


Mantenha uma imagem bem apresentável. Para caso de processo seletivo, use calças
sem ser rasgadas, evite o uso da calça legging, não use cropped, camisas regatas,
nem chinelos; leve ferramentas que podem ser úteis no momento, como: canetas,
documentos, o currículo dentro de uma pasta para não amassar.
Para a rotina de trabalho, matenha o sono regular, cuidado com os gestos e
expressões faciais. As formas de falar e se apresentar são muito importantes também.
2) TRABALHE SUA LIDERANÇA
A base fundamental para liderar a si mesmo e um grupo é acreditar em si mesmo, pois
a confiança é a base fundamental para influenciar pessoas. Dentro de uma
organização, o nível de confiança do colaborador no seu gestor ou supervisor reflete
no desempenho das suas atividades desenvolvidades.
Postura, conhecimento e atitude.

3) RESOLVA PROBLEMAS E SEJA PROATIVO


Ao identificar algum problema dentro da organização já busque uma solução assertiva,
isso gera destaque.
4) ENTREGUE VALOR
Seja coerente e importante para outras pessoas.

5) SEJA VISTO
Encontre pessoas. Converse com pessoas. Trabalhe conteúdos nas redes sociais.

6) GERE CONTEÚDO RELEVANTE


Invista em conhecimento técnico, esse investimento não é necessariamente apenas
financeiro. Há cursos gratuitos e online, palestras que ajudam na sua formação
intelectual.
7) DEFINA OBJETIVOS
O que você deseja transmitir, como deseja ser lembrado pelas pessoas, qual o seu
público, e onde deseja chegar.

8) TENHA UM DIFERENCIAL
Nesse ponto, é importante que seja algo seu, como o jeito de falar ou se vestir.
Atualmente, é muito comum ver as pessoas se inspirando em alguém, principalmente
nas redes sociais, os famosos influenciadores digitais, porém passe mais tempo
investindo seu autoconhecimento.
9) SEJA SUTIL E NÃO EGOCÊNTRICO
Não seja invasivo e respeite o espaço de todos.

10) SEJA VOCÊ MESMO


Não tente parecer com outras pessoas. Caso tenha alguma característica negativa,
trabalhe para removê-la.

Todo produto precisa de uma boa embalagem, portanto cuide da sua comunicação e
apresentação pessoal, pois são os seus cartões de visitas.
3.2 IMAGEM PESSOAL

Há muitas críticas sobre o tema do marketing pessoal, pois é comum as pessoas


argumentarem que não vão mudar seu jeito para agradar os outros, ou que no trabalho as
pessoas utilizam máscaras, pois não podem ser reais.
Porém, independente do seu estilo, existem alguns cuidados básicos que precisam ser
mantidos no ambiente de trabalho:

✓ Higiene pessoal
✓ Cuidado com a saúde física e mental
✓ Roupas apropriadas para o ambiente
✓ Observe a lingugem corporal
✓ Matenha o ambiente organizado

.
3.3 NETWORKING

Networking é um termo inglês que significa trabalhar sua rede de contatos. Ou seja,
trata-se da atividade de cultivar uma rede de pessoas que trocam informações e
conhecimento entre si.
Pode ser definido como uma ferramenta que viabiliza a construção das relações
interpessoais, cultivá-las em diversos ambientes e utilizar essas relações para alguma
finalidade.
Manter uma rede profissional é muito importante para crescer, tanto no aspecto pessoal
quanto para alavancar um negócio. Em relação ao aspecto pessoal, imagine que você
conheceu uma pessoa que é diretora de uma determinada empresa. Estando na rede de
contato, ela pode lembrar de você quando surgir um cargo relacionado a sua área, ou algum
evento.
Já no aspecto profissional, é uma oportunidade para organizar e desenvolver o próprio
negócio, pois há muitas trocas de experiências e informações para o seu crescimento no
mercado. Lembrando, que o networking tem que ser bom para os dois lados, ou seja, todos
devem se beneficiar. É ajudando os outros que você será ajudado e lembrado.
Como construir e trabalhar o networking?
O autoconhecimento é fundamental, pois ele é a base para as relações interpessoais.
Esteja presente e seja visto, além disso aborde assuntos interessantes para ser lembrado.
Outro ponto importante, procure pessoas boas para se relacionar, afinal é melhor qualidade
do que quantidade. E matenha a honestidade sempre, inclusive é um princípio básico da ética
profissional.

Agora fica a reflexão, o quanto você está disposto a investir na sua vida e na sua
carreira?
ÉTICA
PROFISSIONAL

4.1 PRINCÍPIOS DA ÉTICA PROFISSIONAL

Vamos analisar no quadro a seguir os princípios da ética profissional:


Honestidade no trabalho
Lealdade para com a organização
Formação de uma consciência profissional
Respeito à dignidade da pessoa humana
Segredo profissional
Discrição no exercício da profissão
Observação de normas e procedimentos administrativos
Tratamento cortês e respeitodo a todos

A honestidade é um valor fundamental dentro das organizações, pois ao contratar um


indivíduo a empresa espera não ter nenhum prejuízo financeiro, nem conflitos entre
colaboradores devido a boatos, ou fofocas, dentre outros.
O respeito é um valor universal, pois independente das normas da organização o
respeito deve ser praticado com todos os seres humanos, inclusive pode causar multas para
empresa em caso de descumprimento.
Em relação ao segredo profissional há vários casos, por exemplo, se você participa de
uma reunião e é citado que o colaborador X será desligado em breve, em hipótese nenhuma
deve passar essa informação para outros ou para o próprio, pois possivelmente o rendimento
dele diminuirá com a notícia.
As normas e os procedimentos da organização devem ser entregue ao colaborador no
ato da contratação ou integração para o mesmo ter ciência dos deveres e também dos
direitos.
Já o tratamento cortês e respeitoso a todos está relacionado a educação do indivíduo

com os demais colaboradores que atuam na organização, pois deixa o clima mais positivo,
harmonioso e de união, diminuindo inclusive a rotatividade de pessoas.
4.2 DEFINIÇÃO DA ÉTICA PROFISSIONAL

A ética profissional é o conjunto de valores, normas e condutas que conduzem e


conscientizam as atitudes e o comportamento de um profissional dentro da organização,
por isso ela é de interesse da empresa e também do sujeito que busca o desenvolvimento
de sua carreira.

Valor é tudo aquilo que é importante e desejável para o indivíduo ou para uma
sociedade, por exemplo, responsabilidade, liberdade, disciplina, ética. Cada organização
possui os seus valores, por isso é fundamental o colaborador verificar se há coerência e
objetivos em cumuns com os valores individuais e organizacionais.

Os valores são construídos em cada ser humano a partir das suas experiências e
vivências, outro fator importante é a família, afinal é o primeiro grupo de pertencimento,
onde são construídas as crenças, os hábitos e os costumes do indivíduo. Vale destacar,
que há alterações no modo de pensar e agir no decorrer da vida e de outros experimentos,
então muda-se as escolhas também.

Por exemplo, o dinhero pode ser um valor muito importante para João, por isso ele
estudou dia e noite para realizar a prova da polícia em outro estado, e conseguiu ser
aprovado, no entanto, quando estava indo viajar o pai sofreu um acidente de trânsito e foi
levado ao hospital, onde descobriu que iria passar os próximos dias.

João ao receber a notícia deixou o concurso público para trás, e priorizou ficar ao lado
do pai, prestando solidariedade, ou seja, o valor da família naquele momento para o João
fez mais sentido.
4.3 MORAL E ÉTICA

A moral são as regras que orientam os indivíduos no convívio em sociedade, norteando suas
ações e seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou ruim, ou seja
moral é o comportamento.
A moral têm 3 características:
- seus valores não são
questionados;
- são impostas;
- a desobediência às regras
pressupõe um castigo.
Quando um comportamento contraria os
princípios estabelecidos pela moral, então é
classificado como imoral.
Um comportamento ou situação amoral é a
ausência do conhecimento ou noção do que seja a
moral, exemplo: as crianças.
Há situações em que o indivíduo adulto em
saúde sã pode ser considerado amoral, quando é
estrangeiro ou está inserido em uma outra cultura.
No ambiente de trabalho o melhor exemplo de
moral são as normasdesenvolvidas pela empresa.
A ética está representada no mundo do trabalho por um conjunto de normas que
regulamentam o comportamento de grupo de profissionais, por exemplo, advogados,
médicos, psicólogos, entre outros. Pelo fato, desses grupos possuírem seu próprio código de
ética. Neste caso, a ética nada se diferencia da moral, e esse não é o foco a ser trabalhado
na unidade. As origens da ética são filosóficas, desde os tempos antigos o modo do homem
ser no mundo tem chamado a atenção dos grandes pensadores.

A palavra ética vem do grego “Ethos”, que significa jeito de ser, modo de ser e caráter.
Com isso, fica claro que a ética nasce de uma reflexão sobre a moral. A finalidade de ambas,
é conduzir o homem dentro da sociedade, para viver bem.
A moral e a ética trabalha em conjunto, porém são distintas. Vamos analisar:
CONDUTAS ÉTICAS DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES:
Ser pontual
Respeitar a privacidade do outro
Oferecer apoio a quem precisar
Agradecer uma gentileza recebida
Devolver o que pedir emprestado

CONDUTAS NÃO ÉTICAS DENTRO DAS ORGANIZAÇÕES:


Aceitar elogio pelo trabalho de outra pessoa
Chamar as pessoas aos gritos
Corrigir ou repreender alguém em público
Fomentar a discórdia
Utilizar informações e influências da posição para conseguir vantagens pessoais
Prestar serviço de forma deficiente, demorando propositadamente
Ser interesseiro e medir as pessoas pelo que elas podem ser úteis para alcançar os
objetivos
Fonte: Profa. Eliane Wamser. Comportamento Profissional. Instituto Bem Viver.
4.3 INDIGNAÇÃO ÉTICA

No cotidiano é possível identificar vários problemas sociais que nos causam um mal
estar, por exemplo o preconceito racial. O Brasil é marcado por muitas questões injustas,
por isso é importante refletir para ter uma tomada de decisão que gere mudanças.
A definição de indignação ética está relacionada a um sentimento de raiva, insatisfação
diante de uma situação que acontece na sociedade, por exemplo, a época da escravidão
no Brasil. Porém, esse sentimento é direcionado a uma mudança no modo de pensar e de
se comportar socialmente.
Na época da escravidão, possuir escravos era visto como algo de valor, ou seja, as
pessoas desejavam ter por uma questão de status social. Então a escravidão, naquela
época era algo moral, ou seja, aceito pela sociedade. E foi através de uma indignação ética,
reflexão, que ocorreu a mudança na lei.
A raiva é uma emoção descrita pelo senso comum como negativa, algo que é ruim,
porém essa emoção é fundamental para não tolerar condutas anti éticas. Infelizmente, no
atual contexto da sociedade as pessoas estão cada vez mais individualista, e assim
esquece das pessoas que precisam de atenção e ajuda.
Como já explícito, para haver transformação na sociedade precisa haver reflexão, e
infelizmente a sociedade está perdendo essa característica de pensar sobre suas escolhas,
de se perguntar por qual motivo teve determinada atitude.
No ambiente organizacional, refletir sobre as condutas éticas e não éticas são de muita
importância. Você trabalharia em um local que houvesse uma sirene para indicar que uma
pessoa de pele negra entrou na loja?
Espero que tenha respondido que não!
Então significa que todas as pessoas que trabalham nesse local são anti éticas?
Não, afinal a desigualdade social no Brasil é gritante, então entra também a questão
da necessidade financeira para muitos trabalhadores, que aceitam calados devido as suas
condições.
Onde existe vida humana em jogo, então há um problema ético. Por isso é fundamental
cada indivíduo ter um olhar crítico sobre suas atitudes, comportamentos, gestos, e ser aberto
para mudanças, pois pessoas com o pensamento rígido tem maior dificuldade em aceitar o
processo de mudar.
A construção de uma boa postura e comportamento profissional é algo gradual, e
envolve todas as questões abordadas na apostila. Esse assunto não é uma receita de bolo,
que a pessoa vai seguir o passo a passo e terá sucesso, pois depende de outras variáveis,
como a cultura organizacional, o seu empenho individual, dentre outros.
Conforme os conteúdos estudados, existe a probabilidade de você errar menos no
ambiente de trabalho, e isso é muito vantajoso, tendo em vista a competitividade no mercado
de trabalho.
ANOTAÇÕES
ANOTAÇÕES
REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: e o novo papel dos recursos humanos


nas organizações. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsvier, 2010.
MELO, Paulo; CIAMPA, Amábile de Lourdes; MELE, Carla; PEIXOTO, Andréa Mele de
Melo. Marketing Pessoal e Empregabilidade – do planejamento de carreira ao
networking.
RITOSSA, Cláudia Mônica. Marketing Pessoal: quando o produto é você. Uritiba:
Editora Ibpex, 2009.
SINGER, Peter, Ética Prática. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2018.

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