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GESTÃO DE PESSOAS E
PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL
Crédito: Melitas/Shutterstock.
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A compreensão mais moderna sobre essa temática tende a revelar a
relação direta existente entre o indivíduo e o seu entorno, o que quer dizer que há
uma ação dependente entre o comportamento manifestado por nós e o ambiente
em que estamos. Dessa forma, há uma capacidade de realizarmos mudanças
com base nas transformações do meio em que nos achamos, o que nos permite
uma adaptação a diversos elementos do nosso mundo interno e externo.
No contexto histórico, inicialmente os princípios da abordagem
comportamental na psicologia foram produzidos por John B. Watson, no início do
século XX. Porém, foram os estudos de B. F. Skinner (1904-1990), com a teoria
do behaviorismo radical, também conhecida por análise do comportamento, que
o comportamento humano foi entendido como resultado da interação do indivíduo
com o meio, contemplando ações e respostas aos estímulos do ambiente. Já para
Skinner, tudo era comportamento, inclusive os nossos pensamentos, sentimentos
e emoções. Para o autor, há um tipo de comportamento que é inato, ou seja, vem
do nascimento do ser humano, que seria o respondente; e há o comportamento
aprendido na sua relação com o ambiente e com os semelhantes, denominado
operante.
Para Schultz e Schultz (2017), a principal ideia de Skinner é de que o
comportamento pode ser controlado pelas suas consequências: um animal ou um
ser humano poderiam ser treinados para desempenhar uma série de ações e o
tipo de reforço que se seguisse a esse comportamento seria o responsável por
determiná-lo. Assim, “quem quer que controle o reforço, tem o poder de controlar
o comportamento humano” (Schultz; Schultz, 2017, p. 327).
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e os negativos podem ser minimizados ou desqualificados. Essa abordagem
colabora com o processo de aprendizagem efetiva do ser humano, que depende
das mensagens recebidas do ambiente no qual o indivíduo se encontra e também
do reforço que é dado a ele em face dos comportamentos que foram aprendidos
em alguma fase da sua vida.
• a psicologia;
• a sociologia;
• a psicologia social;
• a antropologia;
• a ciência política.
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organizacional mais saudável, o que consequentemente melhora o desempenho
e os resultados gerais e se torna um estímulo à autonomia e ao potencial de
indivíduos e grupos ao se relacionarem com os objetivos estratégicos da
organização a que pertencem. Assim, mostra-se possível construir organizações
mais saudáveis, além de produtivas.
O CO pode ser visto como o conjunto de comportamentos e atitudes
praticadas pelas profissionais que fazem parte de uma determinada organização:
colaboradores, grupo diretivo, envolvidos e parceiros; bem como o impacto que
esses comportamentos têm no desenvolvimento ou não da organização. Dessa
maneira, o CO influencia todo o clima de uma empresa e define as suas formas
de conduzir decisões no decorrer da sua existência. Por isso, é essencial se
compreender a dinâmica do CO para manutenção e melhoria dos processos de
gestão de pessoas, pois isso dará melhores direcionamentos tanto para os líderes
quanto para os liderados e permitirá que eles prevejam estratégias, em seus
respectivos times, e evitem adversidades individuais ou de grupos para buscarem
juntos os resultados almejados pelas corporações.
Em estudos, especialistas focam em avaliação dos comportamentos, com
foco em competências e no desempenho tanto individual como grupal. Buscam-
se opções de pontos de desenvolvimento em comportamentos, em processos
voltados a atrair, selecionar, reter talentos, promover engajamento, produtividade
e qualidade de vida no mundo corporativo.
1. Nível individual: nesse nível, cada profissional é visto com base no seu
estado atual e nos seus próximos passos, em quais são suas metas e
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minimetas individuais para chegar aos objetivos traçados, como está
entregando resultados atualmente e como pretende fazer para seguir sua
trilha na organização. É essencial que se levantem suas expectativas e
potencial para desenvolver as atividades para ele previstas, além de se
visualizar o que em seu comportamento pode funcionar como uma barreira
ou demandar uma atenção especial, criando-se ações tangíveis para se
lidar, na organização, com isso.
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3. Nível do sistema organizacional: compreende como acontecem as
influências das políticas organizacionais e transversais, as práticas da área
de recursos humanos e a operacionalização dessas pelos líderes e
colaboradores e foca em de que maneira esses elementos e a cultura
organizacional exercem influência sobre o comportamento dos
componentes da organização.
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empresa e à natureza humana), os valores (princípios, normas e modelos
importantes) e os artefatos (resultados perceptíveis da ação de uma empresa, que
são apoiados pelos valores), conforme Figura 1
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A cultura organizacional em geral remete a comportamentos subjetivos que
tendem a contribuir para a produção de sentido, sendo também responsável pelas
características únicas de cada organização. Ela contribui para a formação da
identidade e também da imagem institucional, seja ela positiva, seja negativa.
Dessa forma, a formação de uma cultura organizacional surge quando são criadas
e difundidas mensagens relativas à empresa e sua identidade, por meios formais
e informais, quando do seu início de funcionamento, a princípio por esforço de seu
sócio-fundador e de seus primeiros líderes. Devemos entender esse cenário de
construção de uma identidade organizacional, com suas interfaces, seu contexto,
seus impactos, para analisarmos o processo de desenvolvimento humano e seus
possíveis resultados na prática empresarial.
O tema cultura e clima organizacional tem ganhado foco nos últimos anos
com as iniciativas promovidas por grandes corporações; porém, o assunto já era
tratado no âmbito da administração desde 1930 e surgiu como uma consequência
direta do reconhecimento da influência de se ter trabalhadores motivados para a
melhoria do desempenho das empresas.
Em seu livro Gestão do clima organizacional, o professor Ricardo Luz
(2003), professor universitário e especialista em recursos humanos, descreve o
clima organizacional como “[...] a atmosfera psicológica que envolve, em um dado
momento, a relação entre uma empresa e seus funcionários”.
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Outra definição possível é de que clima organizacional como o conjunto
de elementos mensuráveis e tangíveis do ambiente de trabalho percebido, direta
ou indiretamente, pelos profissionais que fazem parte da organização e que vivem
e trabalham em seu ambiente, elementos que influenciam a motivação e o
comportamento dessas pessoas. É um indicador de satisfação dos membros de
uma empresa, em relação a diferentes aspectos da cultura ou realidade aparente
da organização, tais como:
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c. Necessidades sociais: são as necessidades de manter relações humanas
harmônicas, de sentir-se parte de um grupo ou clube, de receber carinho e
afeto dos familiares, amigos e pessoas por quem o indivíduo construa
vínculos amorosos ou sexuais.
• No trabalho: necessidade de conquistar amizades na empresa, de manter
boas relações, de lidar com superiores hierárquicos gentis etc.
d. Necessidades de manutenção da autoestima: tratam-se do
reconhecimento das nossas capacidades por nós mesmos e pelos outros,
de nos sentirmos dignos, respeitados, usufruirmos de prestígio e
reconhecimento, poder, de termos orgulho do que somos e fazemos etc.
• No trabalho: necessidade de agradecimento e elogio pelos resultados
apresentados, reconhecimento de seu valor por todos, alcance de
promoções ao longo da carreira, recebimento de feedbacks positivos etc.
e. Necessidades de autorrealização: também conhecidas como
necessidades de crescimento, implicam o aproveitamento de todo o
potencial próprio de um indivíduo, de se conseguir realizar pessoalmente,
de se fazer o que se gosta e para o que se é capaz. Relacionam-se com
sentimentos de autonomia, de independência e de autocontrole.
• No trabalho: necessidade de se sentir desafiado no trabalho, de influenciar
nas decisões organizacionais, de ter autonomia em suas funções etc.
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TEMA 5 – DESENVOLVIMENTO DOS PROFISSIONAIS
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com qualidade, escuta, feedbacks construtivos, o que pode gerar impactos
positivos na satisfação e nas entregas de resultados dos colaboradores.
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mas também sua jornada nas fases por que passará em seu trabalho na empresa.
O objetivo será manter sempre equipes alinhadas, qualificadas e com resultados
os mais produtivos possíveis. Esse processo de desenvolver talentos consiste,
então, em formações e capacitações contínuas, gestão do desempenho e
reconhecimento das necessidades humanas.
Diagnóstico
Geração de
novas Planejamento
ações
Resultados Execução
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1. Diagnóstico: nessa fase, se faz um levantamento dos processos internos
que já acontecem na empresa, analisando-se o que já está bom e o que
necessita ser ajustado. Muitas vezes, utiliza-se a matriz de forças
(strengths), fraquezas (weaknesses), oportunidades (opportunities) e
ameaças (threats) – Swot, identificando-se o que é preciso melhorar para
a empresa atingir uma performance melhor, quando podem surgir
elementos de diagnóstico com questões como:
• baixa produtividade dos colaboradores;
• comunicação não assertiva;
• falta de recursos;
• profissionais não adequados ao perfil ou à função;
• líderes não alinhados aos valores e à cultura da empresa.
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realização de pós-graduações pelos colaboradores ou mesmo cursos
desenvolvidos pela própria empresa.
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5. Geração de novas ações: fase que implica se revisitar o que está dando
certo e se repensar os pontos que exigem melhorias, com possíveis ações
como:
• checar detalhes que fizeram a diferença;
• levantar quais foram protagonistas e profissionais influentes, ao longo das
etapas anteriores;
• verificar se o planejamento foi bem realizado e o que pode ser ajustado;
• rever a fase de execução e monitorá-la;
• comunicar, aos envolvidos, a necessidade de efetuar mudanças, se
necessário.
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REFERÊNCIAS
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