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1. Introdução.................................................................................................................................1
2. Debate conceptual....................................................................................................................2
3. Comportamento organizacional...............................................................................................3
4. Conclusão...............................................................................................................................15
5. Referências.............................................................................................................................16
1. Introdução
O comportamento organizacional é um campo de estudo que se dedica à compreensão do
comportamento humano nas organizações. Ele desempenha um papel fundamental na
administração pública e em várias outras áreas, pois é por meio do entendimento do
comportamento das pessoas dentro de uma organização que os gestores podem tomar decisões
mais eficazes, promover um ambiente de trabalho saudável e alcançar os objectivos da
instituição.
Neste contexto, a administração pública pode se beneficiar do conhecimento gerado pelo campo
do comportamento organizacional, aplicando conceitos e teorias para promover uma governança
mais eficaz. Isso inclui a promoção de práticas de gestão de pessoas que incentivem a motivação
dos servidores públicos, a construção de uma cultura organizacional saudável e a melhoria da
comunicação interna.
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1.1. Objectivos da pesquisa
1.1.1. Objectivo geral
Analisar o comportamento organizacional
2. Debate conceptual
2.1. Comportamento organizacional
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Assim, pode-se dizer que o comportamento organizacional se ocupa do estudo de como as
pessoas que compõem uma organização agem e de como esse comportamento afeta o
desempenho seja de forma positiva ou negativa (Robbins et.al., 2010).
3. Comportamento organizacional
3.1. Origem dos estudos sobre comportamento organizacional
Com o passar do tempo, o comportamento humano tem sido estudado por diversas áreas das
ciências e a Administração tem a preocupação de estudar as organizações e os homens que nelas
atuam, sejam eles gestores, colaboradores, planeadores, estrategistas, trabalhos braçais, enfim,
integrantes que ajudam no alcance das metas e objectivos (Batista, 2015).
As organizações estão compostas por pessoas que possuem necessidades, desejos, expectativas
pessoais e profissionais e desse modo é necessário compreender como estas agem e interagem
dentro das organizações. Segundo Batista (2015) um dos factores que influenciam na
produtividade da empresa é o comportamento humano. E essa relação se dá pelo fato que as
pessoas confundem e relacionam suas expectativas, valores e crenças com os valores, crenças e
expectativas da empresa. Batista (2015) ainda ressalta que as pessoas são dotadas de emoções e
sentimentos que influenciam na maneira de interpretar e pensar. Porém é necessário que a
organização envolva os colaboradores para a satisfação dos mesmos.
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De acordo com Wagner; Hollenbeck (2010), as primeiras pesquisas sobre o comportamento
organizacional têm suas origens no fim dos anos de 1940, quando pesquisadores das áreas de
psicologia, sociologia, ciência política, economia e outras ciências sociais se reuniram para
desenvolver um corpo abrangente de conhecimentos organizacionais. Conforme seu
desenvolvimento, o campo do comportamento organizacional produziu três áreas distintas:
Comportamento micro-organizacional, comportamento meso-organizacional e comportamento
macro - organizacional.
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políticas eis que foram as que mais contribuíram para o aperfeiçoamento desse estudo
comportamental pois provocam mudanças nas relações interpessoais e nos processos de trabalho.
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se faz necessário conhecer as pessoas, entender o comportamento da colectividade
(Bernardes; Marcondes, 2005).
d) Antropologia: “a antropologia é a ciência que estuda as sociedades para compreender os
seres humanos e suas atividades” (Robbins et.al., 2010). A cultura organizacional,
ambiente organizacional receberam as principais contribuições dos antropólogos.
O estudo da antropologia sobre culturas e ambientes, por exemplo, ajudam a
compreender melhor as diferenças de valores, atitudes e comportamentos fundamentais
entre povos de diferentes países ou de pessoas em variadas organizações. É de facto de
grande importância, pois diariamente teremos que lidar com diferentes pessoas que são
fornecedores, clientes, colaboradores e sendo assim, cada um deve ser tratado de maneira
distinta, pois possuem características, crenças, culturas e valores diferentes e que cada um
deve ser respeitado por isso (Robbins et.al., 2010).
e) Ciências Políticas: as ciências políticas estudam o comportamento dos indivíduos e dos
grupos dentro de um ambiente político (Bonavides, 2000).
Alguns tópicos específicos dessa área são a estruturação de conflitos, a alocação de poder
e como as pessoas manipulam o poder para o entendimento de seus próprios interesses.
Embora sejam frequentemente subestimadas, as contribuições dos cientistas políticos
foram bastante importantes para o entendimento do comportamento organizacional
(Robbins et.al., 2010).
Como estuda o comportamento dos indivíduos e dos grupos dentro de um ambiente
político, essa ciência política busca entender principalmente os conflitos, políticas intra-
organizacionais e poder (Robbins et.al., 2010).
De acordo com Mintzberg (2009), os executivos desempenham várias funções nas organizações,
incluindo papéis interpessoais (como líderes e contatos com stakeholders), papéis informativos
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(como monitoramento de informações relevantes) e papéis decisórios (tomada de decisões
críticas). Esses papéis variam de acordo com o nível hierárquico dos executivos, mas todos eles
influenciam o comportamento dos líderes e, por consequência, o funcionamento da organização.
Além disso, a teoria da liderança situacional de Hersey e Blanchard (1988) também é relevante.
Ela sugere que os executivos devem adaptar seu comportamento de liderança de acordo com a
maturidade e as necessidades dos membros da equipe. Isso demonstra a importância de os líderes
se ajustarem às situações e aos indivíduos, o que impacta diretamente o desempenho e o
comportamento das equipes.
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Por fim, a liderança autêntica, conforme Avolio, Luthans e Walumbwa (2004), é outra
abordagem relevante. Os executivos autênticos são genuínos, transparentes e demonstram
autenticidade em suas ações. Isso cria um ambiente de confiança e engajamento, impactando
positivamente o comportamento dos colaboradores.
a) Valores
Os valores influenciam de forma decisiva nas atitudes, por isso, a compreensão do sistema de
valores ajuda no entendimento das atitudes dos indivíduos. As atitudes, por sua vez, influenciam
o comportamento. A percepção é a maneira como se organiza e se interpreta o que se vê, sendo
um elemento essencial na relação indivíduo/trabalho. Por fim a aprendizagem, que modificando
diretamente a capacidade dos indivíduos, afeta em seu comportamento individual, contribuindo
definitivamente para o progresso das organizações (Robbins, 2004).
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denominado de valores instrumentais, sendo composto por modos preferenciais de
comportamento ou pelos meios para se atingir os valores terminais. Os valores dentro dessa
primeira abordagem variam bastante de grupo para grupo (Ibid.).
b) Atitudes
Na segunda abordagem, o foco é a força de trabalho contemporânea que é uma análise sobre
valores no trabalho seguindo um modelo de quatro estágios, com a intenção de se obter os
valores de diferentes gerações da força de trabalho nos Estados Unidos, separados pela época em
que nela ingressaram. Observa-se que os valores individuais variam entre si, no entanto, refletem
os valores da sociedade na qual o indivíduo está inserido, sendo um instrumento importante para
a explicação e previsão de comportamentos (Robbins, 2004).
Ainda com relação às atitudes, surge uma interessante discussão envolvendo a então teoria da
dissonância cognitiva. A dissonância cognitiva surge quando há inconsistências entre duas ou
mais atitudes de um indivíduo ou entre suas atitudes e seu comportamento. Essas inconsistências
trazem desconforto, sendo assim, as pessoas tendem a reduzi-las para evitar os desconfortos. O
desejo de reduzir a dissonância é dado pela importância dos elementos que a criam, o grau de
influência que se acredita ter sobre esses elementos além das recompensas que podem estar
envolvidas. Como principal implicação organizacional da teoria da dissonância cognitiva cita-se
a possibilidade de previsão da propensão às mudanças de atitudes e comportamentos (Ibid.).
c) Percepção
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Entende-se a percepção como sendo um processo através do qual indivíduos organizam e
interpretam suas impressões sensoriais com o objectivo de dar um sentido ao ambiente em que
vivem. Sendo assim, pessoas diferentes podem perceber uma mesma coisa de formas diferentes.
Isso se dá pelo fato de vários factores operarem moldando a percepção, podendo estar presentes
no observador, no objeto da percepção ou na situação em que se dá a percepção (Robbins, 2004).
Erros e vieses podem distorcer as atribuições. O erro fundamental de atribuição consiste em seu
julgar o comportamento de outras pessoas subestimando a influência dos factores externos e
superestimando a influência dos factores internos (Robbins, 2004).
Por outro lado, o viés da autoconveniência sugere que existe uma tendência de se atribuir o
próprio sucesso a factores internos, como capacidade e esforço e se culpar os factores externos
pelo fracasso, como a falta de sorte ou a sorte. O ato de julgar os outros dentro das organizações
não é considerado como sendo um ato simples e fácil. Com o intuito de facilitar essa tarefa,
costuma-se fazer simplificações para que se chegue de uma forma mais rápida a percepções mais
precisas, que ofereçam dados válidos para as previsões. No entanto, tais simplificações podem
resultar em distorções (Ibid.).
Na percepção seletiva se assimila apenas uma parte do que se vê, já que não se pode observar
tudo. Essa parte assimilada é escolhida de maneira seletiva, conforme os interesses,
conhecimentos, experiências e atitudes por parte do observador, permitindo uma leitura rápida
dos outros. Por isso, há um evidente risco de se obter uma figura imprecisa (Ibid.).
d) Aprendizagem
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A aprendizagem pode ser entendida como um processo que gera mudança relativamente
permanente no comportamento resultante de uma experiência, sendo que através dela consegue-
se uma melhor adaptação, assim como um melhor controle do ambiente (Robbins, 2004).
A modelagem, por sua vez, se dá quando a aprendizagem ocorre como resultado da observação
de outras pessoas, havendo, em função disso, uma modelagem no comportamento, podendo
produzir rapidamente mudanças complexas. Considerando o indivíduo como a menor parte de
uma organização, percebe-se nele um conjunto de valores e atitudes, além de sua personalidade.
A sua percepção do ambiente de trabalho, envolvendo todas as demais pessoas ali presentes,
afetará o seu nível de motivação, bem como a sua aprendizagem, sendo esses os determinantes
de seu comportamento individual (Ibid.).
a) Tipos de grupos
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a) grupos formais: definidos a partir da estrutura da organização. Aqui, as ações das
pessoas são determinadas pelo cumprimento das normas organizacionais. Este grupo
pode ser subdividido em:
grupos de comando: determinados pelo organograma da organização, ou seja,
são aqueles que cumprem a função de responder diretamente aos níveis
superiores da hierarquia organizacional;
grupos de tarefa: reunião de pessoas com o objectivo de executar uma tarefa
específica. Pode romper as barreiras hierárquicas da organização.
b) grupos informais: não são definidos pela organização de maneira formal, surgindo a
partir da necessidade de interagir socialmente. Eles podem ser subdivididos em:
grupos de interesse: pessoas que se juntam para realizar um trabalho com um
objectivo em que cada um dos indivíduos se interessa;
grupos de amizade: pessoas que se juntam por terem características em
comum. São grupos que costumam extrapolar o ambiente de trabalho.
b) Estágios de desenvolvimento de grupos
Para que um grupo se forme, ele precisa passar por diferentes estágios de desenvolvimento, que
vão desde a sua formação até a sua dissolução. De acordo com Robbins, Judge e Sobral (2010), o
desenvolvimento dos grupos pode ser explicado por meio do modelo de cinco estágios:
a) formação: é quando o grupo inicia sua junção. Este momento é caracterizado por
incertezas, e irá finalizar quando os membros começarem a perceberem-se como
integrantes do grupo;
b) tormenta: configura-se como o momento de conflito no grupo, que ocorre por conta de
algumas decisões, como quem será o líder grupal. Este momento finaliza quando há uma
hierarquia estabelecida;
c) normatização: é o momento em que os grupos passam a mostrar coesão. Aqui, é possível
observar sentimentos de identidade coletiva e camaradagem. O fim deste estágio ocorre
quando há a solidificação da estrutura grupal e o estabelecimento das metas comuns e
comportamento dos membros;
d) desempenho: quando a energia do grupo se volta para o desempenho da tarefa. No caso
de um grupo de trabalho permanente, este é o último estágio de seu desenvolvimento;
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e) interrupção: é o momento de preparação para sua dissolução. Neste estágio, o grupo está
se organizando para conclusão da tarefa.
c) Estrutura dos grupos – papéis, normas, status, tamanho e coesão
a) Papéis
No grupo, há diversos papéis, que devem ser preenchidos. Os papéis são o conjunto de padrões
comportamentais que se espera de uma pessoa que ocupa uma posição no grupo. Por exemplo,
em um grupo escolar, para uma pessoa que desempenha o papel de professor, espera-se que
cumpram alguns padrões comportamentais, como capacidade de transmissão de conteúdo,
controle da sala de aula etc.
Nos papéis, há três elementos: a percepção do papel, que é a visão de como se deve agir em uma
determinada situação; as expectativas do papel, caracterizado pelo panorama que as pessoas têm
sobre como o outro deve agir; e os conflitos de papel, que consistem no confronto das diferentes
expectativas em relação a um papel.
b) Normas
As normas são os padrões de comportamento aceitos, que são compartilhados pelos membros de
um grupo ou de uma organização. Elas tratam sobre o que os membros devem ou não fazer
frente a determinadas circunstâncias, influenciando na conduta dos indivíduos, a partir do
momento em que são aceitas. As normas são importantes para a estrutura do grupo, pois
constituem-se como as regras a partir das quais o grupo se organizará e realizará suas tarefas.
c) Status
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para as metas do grupo; e as características pessoais, como uma competência natural de
liderança, por exemplo.
d) Tamanho
O tamanho do grupo pode interferir em seu desempenho, ou seja, o número de pessoas pode
contribuir ou atrapalhar o andamento dos processos. Além disso, há a chamada folga social, que
consiste na tendência que as pessoas têm de apresentar um desempenho inferior em grupo,
comparado a quando estão sozinhas.
e) Coesão
Trata-se do quanto as pessoas de um grupo estão ligadas umas às outras e se sentem motivadas a
permanecerem juntas. A coesão é um fator importante para a produtividade do grupo,
principalmente quando há normas claras já estabelecidas. Neste caso, a união entre os membros
do grupo irá refletir em maior produtividade. Com estas variáveis estruturais entende-se como é
constituído um grupo, possibilitando o entendimento da forma como o grupo opera e também o
seu desempenho.
Além disso, para que a tomada de decisão em grupo se torne eficaz, é preciso considerar algumas
técnicas (PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE, 2008), a saber:
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Unanimidade: quando todos os membros chegam a um acordo em relação ao que fazer.
Maioria: quando mais da metade do grupo decide o que deve ser realizado.
Pluralidade: um bloco maior de pessoas dentro do grupo, mesmo que não seja alcançado
os 50%+1, tem a mesma opinião.
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4. Conclusão
Em conclusão, o comportamento organizacional é um campo de estudo essencial para a
compreensão do comportamento humano no contexto das organizações. Ele desempenha um
papel crucial na administração pública e em diversos outros sectores, pois fornece informações
valiosas sobre como as pessoas interagem, se relacionam e desempenham suas funções no
ambiente de trabalho.
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5. Referências
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Batista, Elines dos Santos. (2015). O comportamento humano nas organizações e a
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Editora Bookman.
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Robbins, Stephens P. (2004). Fundamentos do Comportamento Organizacional. 7 ed. São
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Werhane, P. H., & Freeman, R. E. (1999). Ética nos Negócios: O estado da arte. Oxford
University Press.
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