Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 4 Gestão e Mediação
Aula 4 Gestão e Mediação
GESTÃO E MEDIAÇÃO
DE CONFLITOS
2
comunicação é constituído das seguintes partes: a fonte de comunicação; a
codificação; a mensagem; o canal; a decodificação; o receptor; o ruído e o
feedback. Na Figura, 1 exemplificamos esse processo.
4
genuína entre as pessoas. A implementação desse tipo de cultura requer a
participação de toda a organização e cada indivíduo torna-se responsável pelos
resultados do todo. “Essas são habilidades e atitudes imprescindíveis hoje para o
desenvolvimento de equipes motivadas, eficientes, capazes de planejar e gerir
projetos estratégicos”, afirma Andrea.
A Cultura de Paz é uma proposta para que as relações humanas sejam
permeadas pelo diálogo, pela tolerância, pela consciência da diversidade dos
seres humanos e de suas culturas. A ONU define Cultura da Paz como:
1. respeitar a vida;
2. rejeitar a violência;
3. ser generoso;
4. ouvir para compreender;
5. preservar o planeta;
6. redescobrir a solidariedade.
5
desenvolvimento de competências como a negociação e a comunicação não
violenta e resiliência.
De acordo com um material desenvolvido pelo Senac (2020), existem
alguns passos para implementar a Cultura de Paz nas organizações:
6
Maximiano (2010) afirma que o clima organizacional em essência é uma
medida de como as pessoas se sentem em relação à empresa e seus
administradores, tendo seu conceito evoluído para o conceito de qualidade de vida
no trabalho.
Segundo Chiavenato (2010), toda organização possui clima organizacional
que é constituído pelo meio interno, ou seja, uma atmosfera psicológica própria
de cada organização. Esse clima organizacional está relacionado com a moral e
a satisfação daquilo que os membros têm por necessidades, podendo ser:
saudável ou doentio, quente ou frio, negativo ou positivo, satisfatório ou
insatisfatório.
Percebemos que o clima organizacional é influenciado pelas possibilidades
de desenvolvimento profissional, pelo sentido do trabalho, pela escalação do
grupo, maneira de lideranças, dentre outros.
Cabe às organizações buscar formas de criar um ambiente de trabalho que
se preocupa com a saúde de seus colaboradores. Essa demanda tem sido
inserida na área de Gestão de Pessoas, visando promover mudanças no ambiente
interno, na estrutura da organização, nas relações interpessoais e
consequentemente, nas relações de trabalho. Essa preocupação em manter bons
gestores que colaboram no desenvolvimento e manutenção de um clima
organizacional favorável ajuda a evitar o adoecimento dos colaboradores.
Esta responsabilidade, contudo, não é somente do gestor de pessoas, mas
da organização como um todo a fim de identificar e implementar ações de
prevenção e redução dos fatores de risco à saúde física e mental no ambiente de
trabalho.
Guljor (2020) afirma que para garantir um ambiente organizacional
saudável, é necessário que haja algumas ações, tais como:
7
Diferentes estratégias que podem ser desenvolvidas pensando na
promoção da saúde dos colaboradores são: as terapias grupais, palestra de
prevenção ao uso abusivo de drogas e álcool, programas de qualidade de vida
(ginástica laboral, ergonomia, atividades culturais e de lazer, cursos de dança,
massagem, canto coral, ioga etc.). Dentre essas ações, há também as medidas
que valorizam os trabalhadores, investindo em cursos, pós-graduação e
implantação de sistemas de qualidade na organização.
Ebert ([S.d.]) aponta que o clima organizacional é o único medicamento
preventivo contra o sofrimento e o adoecimento do trabalhador. E isso é tarefa das
lideranças, ao estabelecer metas factíveis, manter os funcionários motivados e
reconhecer o esforço de todos e resultados alcançados.
8
treinamentos e demissões dos colaboradores e desafios relacionados às
inovações na resolução de conflito dentro das empresas.
É importante salientar que o departamento de recursos humanos tem
grande relevância para a organização, visto que é a área responsável pela
conexão entre os colaboradores e lideranças, o que requer de qualquer
especialista da área de recursos humanos experiência e habilidade no trato com
as pessoas (Chiavenato, 2010).
Assim sendo, é possível dizer que um bom gerenciamento desse
departamento e dos conflitos existentes pode influenciar na própria capacidade
produtiva da organização, assim como na dos seus colaboradores.
A má gestão de conflitos pode acarretar consequências indesejáveis para
a organização, reduzindo a produtividade, motivação dos colaboradores, divisão
das equipes, entre outros fatores negativos que podem prejudicar a empresa.
Dessa forma, é de suma importância que os gestores dessa área sejam muito
flexíveis e estratégicos na gestão de conflitos dentro das organizações,
proporcionando um clima de harmonia, transparência entre os colaboradores para
que eles possam sentir partes da organização.
Ainda na perspectiva de Chiavenato (2010), os conflitos resolvidos apenas
parcialmente ou até de forma inadequada podem afetar negativamente os
resultados da organização, gerando um ambiente de estresse e baixa
produtividade para organização.
De acordo com Berg (2012), as duas formas assertivas que já estudamos
para administrar os conflitos são:
9
necessárias para o bom trabalho do mediador são: flexibilidade, agilidade e
neutralidade. Então, o mediador escutará as duas partes e, à base de diálogo, vai
buscar a melhor resolução para o conflito. É importante que as empresas,
independentemente do porte, tenham métodos eficientes de gestão de pessoas.
A gestão precisa incluir a mediação, a melhora no fluxo de comunicação e o bem-
estar dos funcionários. O conflito pode trazer evolução dentro da empresa, mas é
preciso que todos tenham maturidade para enxergar isso.
O método da mediação está cada vez mais presente no mundo globalizado,
sendo considerada como um novo paradigma na resolução de conflitos, na
medida em que é confidencial, mais econômica, célere, voluntária e preserva o
poder das partes de decidirem qual o melhor acordo, uma vez que nem sempre
uma decisão baseada no direito é a mais justa (Taborda, 2018).
Ademais, qualquer empresa pode se beneficiar do processo de mediação.
Não seria para substituir a assessoria jurídica, seria para complementá-la. A
mediação é uma ferramenta a mais para ser empregada na gestão de conflitos,
visando economia de tempo e de dinheiro.
De acordo com Lorenzi (2020), a mediação pode ser utilizada para tentar
solucionar conflitos de diferentes áreas, naturezas e abordagens, como, por
exemplo, a mediação familiar, empresarial, trabalhista, ambiental, comunitária,
escolar e do terceiro setor. A mediação é um método que conta com um terceiro
imparcial entre as partes. A ideia é que ela restabeleça o diálogo entre os
envolvidos, de modo que eles enxerguem, por si mesmos, outros aspectos do
impasse, de modo a chegar a uma solução. Por isso, é imprescindível que haja
uma norma ética a pautar seu comportamento. Além de ajudar as partes a
pensarem a controvérsia sob diferentes ângulos, tirando-as de posições
preconcebidas, o mediador visa dar objetividade ao diálogo, incentivando os
mediandos a exercitar o ouvir, o falar e o refletir, para que não haja discussões
estéreis e agressividade. Cabe a ele também encontrar o local mais adequado
para o desenvolvimento dos trabalhos e zelar por um clima que convide à
mediação (Lorencini, 2020).
10
TEMA 5 – GESTÃO DE CONFLITOS CORPORATIVOS COMO UM DESAFIO
ORGANIZACIONAL: DA TEORIA À PRÁTICA – CASOS PARA DISCUSSÃO
5.1 Caso a
Imagine que aquele tão sonhado cargo no exterior está prestes a se tornar
seu. Basta concluir com sucesso o atual projeto. Entretanto, você acabou de
descobrir uma falha sutil, mas que em longo prazo poderá trazer prejuízos à
empresa. É ainda o único que sabe. O que faz?
A pergunta evidencia conflito de interesses: a empresa tem como principal
interesse a conclusão com êxito de um projeto. O gerente do projeto tem como
interesse o sonhado cargo no exterior. Ao respondente, foram oferecidas cinco
possibilidades de resposta:
11
5.2 Caso b
Você e seu superior saem para almoçar com um grupo de clientes chineses
num restaurante requintado. A conta ultrapassa R$ 800,00. Seus clientes se
oferecem para pagá-la. O que faz?
A pergunta evidencia um tipo de relacionamento específico: a relação entre
superior e subordinado. Existe a tensão entre o que é considerado aceito pela
sociedade brasileira e a cultura estrangeira, no caso, chinesa: quem já não ouviu
falar no Brasil que “quem convida paga”? Embora este seja um hábito comum no
Brasil, será que também é para os chineses?
Existe aí também outra questão: será que estarão comprometendo os
interesses da empresa?
A não aceitação em si é outro dilema, pois pode significar falta de confiança
entre parceiros comerciais, o que é inaceitável para negociadores orientais, que
priorizam o relacionamento antes dos acordos. O que fazer? Ao respondente,
foram oferecidas cinco possibilidades de resposta, a saber:
5.3 Caso c
12
1. Garanto uma das duas opções o quanto antes. “Melhor um pássaro na mão
que dois voando”.
2. Aceito uma das duas opções desde que seja transferido de departamento.
3. Afirmo que nenhuma delas me interessa e que meu desempenho merece
uma proposta 10% melhor, no mínimo.
4. Mostro que estou disposto a cooperar com o sucesso da empresa, mas
tenho uma oferta melhor e estou pronto a aceitá-la, caso não chegue a um
acordo.
5. Aceito a opção que me prejudique menos, só para ver o sujeito longe de
mim o mais rápido possível.
5.4 Caso d
1. Ameaço demiti-lo.
2. Procuro outro para substituí-lo.
3. Finjo que não escuto e tolero os desmandos do colaborador.
4. Chama-o no canto e prometo-lhe uma promoção.
5. Procuro o superior do colaborador e peço permissão para avaliá-lo.
Quais são os possíveis conflitos que podem surgir no caso d? E quais tipos
de negociação podemos usar?
Em todos os casos apresentados, é importante pensar na forma da
comunicação assertiva, como esses conflitos podem interferir no clima
organizacional da empresa, bem como precisamos pensar em processos de
13
resolução que resultarão em num ambiente acolhedor e, com isso, promover a
pacificação e a cultura de paz.
14
REFERÊNCIAS
15
SAÚDE DO TRABALHADOR: saberes e fazeres possíveis da psicologia do
trabalho e das organizações / Belo Horizonte: Conselho Regional de Psicologia
Minas Gerais, 2016.
SENAC SÃO PAULO. Cultura da Paz: como contribuir para uma sociedade mais
ética, pacifica e produtiva. Atendimento corporativo.
16