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Secretaria de Estado da Educação

Governador
João Doria

Vice-Governador
Rodrigo Garcia

Secretário da Educação
Rossieli Soares da Silva

Secretária Executiva
Renilda Peres de Lima

Chefe de Gabinete
Henrique Cunha Pimentel Filho

Coordenador da Coordenadoria Pedagógica


Caetano Pansani Siqueira

Presidente da Fundação para o Desenvolvimento da Educação


Nourival Pantano Junior
Plano da Eletiva “Diálogo, Debate e Negociação”
Ementa

Título da Eletiva
Diálogo, Debate e Negociação
Área do Conhecimento
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Carga horária semanal
2 horas/aula
Carga horária total
30 horas/aula
Etapa de ensino
Ensino Médio
Nome completo do(a) autor(a)
Anna Paula Vivolo Lopes e Souza
Descrição da Ementa
A Eletiva busca fortalecer nos(as) estudantes processos-base de comunicação saudável e levar a
compreensão de que, quando articulados com intencionalidade, os diálogos, debates e negociações
estabelecem alicerces para a criação e manutenção de espaços democráticos. Para isso, são mobilizados
conceitos como: escuta ativa; comunicação não-violenta; reflexão, estruturação e exposição de
argumentos e mediação/negociação para resolução de conflitos, propondo que os(as) estudantes pautem
o embate saudável de ideias como um elemento fundamental para a consolidação da democracia e
compreendam que devemos nos responsabilizar pela forma como nos colocamos em espaços de tomada
de decisão para exercermos efetivamente nossa cidadania. Ao final, os(as) estudantes construirão um
coletivo social que busca, a partir de técnicas de comunicação saudável, refletir sobre uma situação-
problema dentro da comunidade escolar e tomar uma ação prática para solucioná-la.
Descrição sintética da Eletiva
Você já saiu de uma conversa com a sensação de que disse tudo que podia e, ainda sim, percebeu
que não foi compreendido(a)? O que será que precisamos fazer para sermos efetivamente
compreendidos(as) e evitarmos conversas ruidosas?
Ao participar de um diálogo, debate ou negociação, podemos ter a sensação de que não estamos
sendo verdadeiramente escutados(as) e compreendidos(as). Mas será que nós sabemos escutar
verdadeiramente e expressar necessidades e pedidos, de forma que as outras pessoas compreendam
também? Até onde vai a responsabilidade de cuidar da forma como nos comunicamos? E até onde isso
pode interferir em questões políticas de maior escala? Se quisermos nutrir relações mais saudáveis e
transformar politicamente o nosso ambiente, a forma como nos comunicamos é uma das principais chaves
de mudança. Venha (se) transformar!
Tema
Diálogo, Debate e Negociação
Módulos
● Módulo 1 - Conhecendo práticas de escuta ativa e comunicação não-violenta
Este módulo está estruturado em dois elementos principais: a fala e a escuta. Desenvolvendo
habilidades de escutar ativamente e construir discursos não violentos, os(as) estudantes serão
capazes de identificar e gerenciar suas emoções e necessidades durante diálogos, posicionando-
se empaticamente e com respeito à fala de uma ou mais pessoas.

● Módulo 2 - Dialogando por meio de boas práticas de comunicação


Neste módulo, os(as) estudantes compreenderão que problemas individuais são também
entendidos em uma escala maior, denominados problemas sociais. Propõe-se que eles(as)
observem situações onde esses problemas sociais se aplicam, sem colocar qualquer juízo de valor
ou avaliação, fazendo o uso de práticas assertivas de comunicação, como a paráfrase e perguntas
de checagem.

● Módulo 3 - A riqueza da diversidade de opiniões


O Módulo 3 se pauta na diferenciação da liberdade de expressão e discurso de ódio, propondo a
discussão sobre os reflexos da polarização de ideias na democracia. Serão mobilizados os tipos
de discriminação por trás de discursos de ódio presentes nas redes sociais e em falas cotidianas,
bem como os impactos das opiniões polarizadas em uma sociedade democrática.

● Módulo 4 - Praticando debates construtivos


Neste módulo, foca-se que o(a) estudante aprenda a estruturar coerentemente um debate,
construindo argumentos embasados em fontes verificadas e refletindo criticamente durante a
construção de argumentos. Os debates propostos terão como temáticas: a cultura do
cancelamento, a desinformação e a polarização de ideias, a manipulação em massa e a influência
dos algoritmos das redes sociais no comportamento humano.

● Módulo 5 - Mediando conflitos, negociando soluções


O penúltimo módulo tem o intuito de identificar o que é um conflito, investigar suas causas e propor
formas de enfrentamento, respaldado na técnica da escalada para cessar um conflito. O módulo
também mobiliza as variáveis (poder, tempo e informação) e as etapas de uma negociação
(preparação e planejamento; definição de regras básicas; esclarecimentos e justificativas;
barganha e resolução de problemas; encerramento e implementação).

● Culminância
A proposta da culminância é que se construa um coletivo para intervir intencional e proativamente
na escola. Os(as) estudantes serão divididos em grupos de até 10 pessoas, nos quais 5
estudantes ficarão responsáveis por defender uma causa social particularmente relevante para
os(as) demais 5 membros do grupo. Cada metade do grupo deve dialogar, debater e negociar
para com os restantes a fim de chegarem a um consenso sobre qual temática será tratada no
coletivo. Após escolhida a temática, os grupos deverão planejar e executar, pelo menos, uma ação
de intervenção social na escola que promova as ideias e pontos de vista defendidos por cada
coletivo. Ao final, para a divulgação do coletivo junto com a comunidade escolar, sugere-se que
seja realizado um evento de compartilhamento das ideias e ações de cada coletivo, que pode ser
por meio de uma apresentação oral em um formato de programa de televisão ou através do
incentivo de que os coletivos divulguem suas ações em programas de rádios e TV locais.
Objetivo geral
Formar pessoas conscientes e hábeis à prática saudável, harmoniosa e produtiva do diálogo, debate e
da negociação, desenvolvendo cidadãos que interajam crítica e assertivamente e busquem fortalecer
espaços democráticos.
Objetivos específicos
● Exercitar práticas saudáveis de comunicação, como escuta ativa e comunicação não-violenta;
● Valorizar diferentes visões de mundo como alicerce para uma sociedade democrática;
● Formular processos de argumentação baseados reflexões críticas e verificação de fatos;
● Fomentar a democracia a partir do entendimento de que a comunicação assertiva e saudável é
um exercício de responsabilidade cívica;
● Aplicar habilidades de mediação e intervenção por meio de processos diversos de comunicação
objetivando a resolução de conflitos;
● Entender a importância de uma sociedade democrática que garanta a liberdade de expressão,
crença e associação, respeito pelos direitos de todos os indivíduos e meios de comunicação
livres;
● Desenvolver um coletivo social que busque resolver uma situação-problema e utilize técnicas de
comunicação saudável para mobilizar uma solução.
Eixos Estruturantes dos Itinerários Formativos
A Eletiva está estruturada, sobretudo, no eixo de Mediação e Intervenção Sociocultural. Além disso,
contempla determinadas habilidades dos demais eixos estruturantes e também de Competências
Específicas de Ciências Humanas e Linguagens e suas Tecnologias.
Habilidades dos Eixos Estruturantes dos Itinerários Formativos
Investigação científica:
(EMIFCG02) Posicionar-se com base em critérios científicos, éticos e estéticos, utilizando dados, fatos e
evidências para respaldar conclusões, opiniões e argumentos, por meio de afirmações claras, ordenadas,
coerentes e compreensíveis, sempre respeitando valores universais, como liberdade, democracia, justiça
social, pluralidade, solidariedade e sustentabilidade.

Processos criativos:
(EMIFCG06) Difundir novas ideias, propostas, obras ou soluções por meio de diferentes linguagens,
mídias e plataformas, analógicas e digitais, com confiança e coragem, assegurando que alcancem os
interlocutores pretendidos.

(EMIFLGG06) Propor e testar soluções éticas, estéticas, criativas e inovadoras para problemas reais,
utilizando as diversas línguas e linguagens (imagens estáticas e em movimento; línguas; linguagens
corporais e do movimento, entre outras), em um ou mais campos de atuação social, combatendo a
estereotipia, o lugar comum e o clichê.

Empreendedorismo:
(EMIFCHSA10) Avaliar como oportunidades, conhecimentos e recursos relacionados às Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas podem ser utilizadas na concretização de projetos pessoais ou produtivos,
em âmbito local, regional, nacional e/ ou global, considerando as diversas tecnologias disponíveis, os
impactos socioambientais, os direitos humanos e a promoção da cidadania.

Mediação e Intervenção Sociocultural:


(EMIFCG07) Reconhecer e analisar questões sociais, culturais e ambientais diversas, identificando e
incorporando valores importantes para si e para o coletivo que assegurem a tomada de decisões
conscientes, consequentes, colaborativas e responsáveis.
(EMIFCG08) Compreender e considerar a situação, a opinião e o sentimento do outro, agindo com
empatia, flexibilidade e resiliência para promover o diálogo, a colaboração, a mediação e resolução de
conflitos, o combate ao preconceito e a valorização da diversidade.

(EMIFCHSA09) Propor e testar estratégias de mediação e intervenção para resolver problemas de


natureza sociocultural e de natureza ambiental, em âmbito local, regional, nacional e/ou global,
relacionados às Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.

Habilidades de Ciências Humanas:


(EM13CHS103) Elaborar hipóteses, selecionar evidências e compor argumentos relativos a processos
políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e epistemológicos, com base na sistematização de
dados e informações de diversas naturezas (expressões artísticas, textos filosóficos e sociológicos,
documentos históricos e geográficos, gráficos, mapas, tabelas, tradições orais, entre outros).

(EM13CHS502) Analisar situações da vida cotidiana, estilos de vida, valores, condutas etc.,
desnaturalizando e problematizando formas de desigualdade, preconceito, intolerância e discriminação,
e identificar ações que promovam os Direitos Humanos, a solidariedade e o respeito às diferenças e às
liberdades individuais.

Habilidades de Linguagens
(EM13LGG102) Analisar visões de mundo, conflitos de interesse, preconceitos e ideologias presentes
nos discursos veiculados nas diferentes mídias, ampliando suas possibilidades de explicação,
interpretação e intervenção crítica da/na realidade.

(EM13LGG204) Dialogar e produzir entendimento mútuo, nas diversas linguagens (artísticas, corporais e
verbais), com vistas ao interesse comum pautado em princípios e valores de equidade assentados na
democracia e nos Direitos Humanos.

(EM13LGG304) Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder presentes nas


práticas corporais, adotando posicionamento contrário a qualquer manifestação de injustiça e desrespeito
a direitos humanos e valores democráticos.

Linguagens Campo de atuação na vida pública:

(EM13LP25) Participar de reuniões na escola (conselho de escola e de classe, grêmio livre etc.),
agremiações, coletivos ou movimentos, entre outros, em debates, assembleias, fóruns de discussão etc.,
exercitando a escuta atenta, respeitando seu turno e tempo de fala, posicionando-se de forma
fundamentada, respeitosa e ética diante da apresentação de propostas e defesas de opiniões, usando
estratégias linguísticas típicas de negociação e de apoio e/ou de consideração do discurso do outro (como
solicitar esclarecimento, detalhamento, fazer referência direta ou retomar a fala do outro, parafraseando-
a para endossá-la, enfatizá-la, complementá-la ou enfraquecê-la), considerando propostas alternativas e
reformulando seu posicionamento, quando for caso, com vistas ao entendimento e ao bem comum.

Objetos do Conhecimento
● Eixo 1: Escuta ativa e comunicação não-violenta.
● Eixo 2: Problema individual e social; observação ou avaliação e diferentes pontos de vista de uma
situação problema.
● Eixo 3: Liberdade de expressão, discriminação, discurso de ódio, polarização e a importância da
diversidade na democracia.
● Eixo 4: Estrutura de um debate, construção e análise de argumentos embasados, cultura do
cancelamento, desinformação e polarização de ideias
● Eixo 5: Conceito e aspectos que definem um conflito, técnicas de mediação e etapas de
negociação.
● Culminância: Formação de um coletivo social.
Metodologia
A Eletiva está pautada no uso de metodologias como: trabalho em equipe, expressão em público,
autorreflexão, práticas circulares e atividades ligadas à análise das emoções pessoais, que objetivam
desenvolver as habilidades necessárias para o convívio em sociedade e exercício da cidadania. Também
se utiliza práticas ativas ligadas ao mundo jovem, como mímicas, desafios práticos, experimentos sociais
e estudos de casos, a fim de desenvolver a capacidade de identificação e resolução de conflitos. Além
disso, busca-se simular processos de diálogos, debates e negociações, com o intuito de sustentar
posicionamentos que fomentem o embate saudável e fundamentado de ideias.
Produtos
● Criação de um coletivo social;
● Ações de intervenção social na escola.
Processos avaliativos
As avaliações serão, em sua maioria, formativas, não excluindo a possibilidade de fazer avaliações
diagnósticas escritas na apresentação dos temas e orais, por meio de técnicas de chuvas de ideias e
diálogos, a fim de sondar os conhecimentos prévios dos estudantes. Cada plano de aula possui também
evidências de aprendizagem, que são produtos ou momentos específicos das aulas em que pode-se
averiguar o cumprimento dos objetivos propostos. Estas averiguações podem ser realizadas pelo(a)
próprio(a) Professor(a) ao longo da aula ou pelos(as) próprios(as) estudantes em exercícios de
autoavaliação. A prática de arremate é um processo avaliativo básico, no qual em todas as aulas os(as)
estudantes realizarão reflexões e sistematizações sobre o conteúdo aprendido.
A avaliação final da Eletiva observará a aplicação das habilidades de diálogo, debate e negociação
adquiridos no decorrer das aulas e a capacidade do(a) estudante se comunicar de forma respeitosa,
assertiva e colaborativa sobre as temáticas determinadas pelo coletivo criado e durante o planejamento
e a realização das ações de intervenção.
Referências bibliográficas
Metodologia
BACICH, Lilian; MORAN, José (orgs.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: uma
abordagem teórico-prática [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Penso, 2018. e-PUB;

BACICH, Lilian; NETO, Adolfo Tanzi; TREVISANI, Fernando de Mello (org.). Ensino Híbrido:
personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015;

CAMARGO, Fausto; DAROS, Thuinie. A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar
o aprendizado ativo [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Penso, 2018. e-PUB;

LEMOV, Doug. Aula Nota 10: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. 2ª ed. Porto Alegre:
Penso, 2018.

COHEN, Elizabeth. G.; LOTAN, Rachel A. Planejando o trabalho em grupo. 3. ed. Porto Alegre: Penso,
2017.

Conhecendo práticas de escuta ativa e comunicação não-violenta


ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos
pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006.

BRANCHER, Leoberto. Guia de práticas circulares no coração da esperança. Núcleo de Justiça


Restaurativa. Escola da Magistratura da AJURIS, 2014.

Dialogando por meio de boas práticas de comunicação

COVEY, Stephen R. Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. 30º ed., tradução de Alberto Cabral
Fusaro, Márcia do Carmo Felismino Fusaro, Claudia Gerpe Duarte. Consultoria Tereza Campos Salles.
Rio de Janeiro: BestSeller, 2007.

CATÃO, Ana Lucia Catão; ZURAWSKI, Maria Paula. Mediação de conflitos. São Paulo: Vlado
Educação, 2019.

A riqueza da diversidade de opiniões


COSTA, Cristina; BLANCO, Patrícia. Liberdade de expressão: questões da atualidade. São Paulo:
ECA-USP, 2019. 222 p.

FREITAS, Riva Sobrado de; CASTRO, Matheus Felipe de. Liberdade de expressão e discurso do ódio:
um exame sobre as possíveis limitações à liberdade de expressão. Sequência (Florianópolis), n.66,
pp.327-355. Florianópolis, 2013.

Praticando debates construtivos


LISBOA, Marcos; PESSÔA, Samuel. O valor das ideias: debate em tempos turbulentos. 1 ed. São Paulo:
Companhia das Letras, 2019.

SILVEIRA, Sergio Amadeu da. Democracia e os códigos invisíveis - Como os algoritmos estão
modulando comportamentos e escolhas políticas. São Paulo: Edições Sesc, 2019.

Mediando conflitos, negociando soluções


CARVALHAL et al. Negociação e Administração de Conflitos (Série Gerenciamento de Projetos). 2.
ed. Rio de Janeiro: FGV., 2009.

GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser
inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

JUNQUEIRA, Luiz Augusto. Negociação: Tecnologia e Comportamento – 11ª edição. p. 51 e 52.

SATHLER, Ana Cristina. Mediação de conflitos e negociação. São Paulo : Editora Senac São Paulo,
2017. (Série Universitária)

Escola da Advocacia-Geral da União Ministro Victor Nunes Leal. Manual de Negociação Baseado na
Teoria de Harvard. Brasília : EAGU, 2017.

Introdução da Eletiva “Diálogo, Debate e Negociação”

Prezado(a) Professor(a),
Esta Eletiva foi construída com a finalidade de promover reflexões e mudanças de comportamento,
a partir da promoção de técnicas saudáveis de comunicação, como a escuta ativa e comunicação não-
violenta. Ela objetiva compreender, valorizar e analisar diferentes visões de mundo, bem como exercitar
conscientemente diálogos, debates e negociações, focando no desenvolvimento de cidadãos que
interajam crítica e assertivamente dentro dos diversos espaços da sociedade e sejam comprometidos
com a democracia.

A Eletiva foi estruturada com carga horária total de 30 horas/aula dentro das áreas de conhecimento
de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas e Linguagens, no campo de atuação na vida pública. Além
disso, foi desenvolvida a partir de cinco grandes módulos, de modo que cada um deles tem como foco
aspectos específicos relacionados a práticas de diálogo, debate e negociação, culminando no
desenvolvimento de um coletivo social estudantil.

No primeiro desses módulos, aborda-se os dois elementos principais da comunicação: a fala e a


escuta. Objetiva-se desenvolver habilidades de escuta ativa e comunicação não-violenta. Os(As)
estudantes começam uma jornada de autoconhecimento e autopercepção, aprendendo a gerenciar suas
emoções e necessidades e perceber as da outra pessoa, sendo capazes de exercer a empatia e o
respeito à fala de uma ou mais pessoas. Desse modo, conseguem desenvolver relações cada vez mais
harmoniosas, dentro e fora do espaço escolar, interagindo de forma crítica e assertiva e prezando por
espaços mais democráticos.

Em sequência, o segundo módulo tem a finalidade de levar o(a) estudante a compreender problemas
em escala pessoal e social, analisando-os sem colocar qualquer juízo de valor ou avaliação, fazendo o
uso de práticas assertivas de comunicação, como a paráfrase e perguntas de checagem. Visa, sobretudo,
promover práticas de diálogo nas quais os(as) estudantes se certificam da transmissão efetiva da
mensagem, evitando ruídos de comunicação.

Nessas primeiras 4 aulas, existem os momentos de abertura e fechamento, que são formas
dinâmicas simples que fornecem conexão entre Professor(a)-estudante e estudante-estudante. Essa
estrutura vem a partir do pressuposto de que, para que toda comunicação seja efetiva, é importante se
conectar com a outra pessoa em primeira instância.

O terceiro módulo tem como objetivo propor discussões sobre liberdade de expressão, discurso de
ódio e os reflexos da polarização de ideias nos debates públicos, reforçando que o respeito à diversidade
é algo que legitima uma sociedade democrática, gerando benefícios mútuos.

Por sua vez, o quarto módulo mobiliza debates acerca da cultura do cancelamento e como os
mecanismos de filtragem e seleção de informações e dados inferem nos espaços democráticos e cívicos,
abordando a manipulação em massa, o fenômeno do enrijecimento de ideias e a influência dos algoritmos
no comportamento humano, buscando a reflexão sobre como as informações são acessadas nos
ambientes virtuais e quais são as consequências desses fenômenos em larga escala.

Por fim, o último módulo visa instrumentalizar o estudante no exercício da mediação e da negociação
de conflitos, promovendo simulações em que eles(as) ajam de forma empática, compreendendo o que é
demandado por cada parte da negociação e propondo barganha e concessões que resultem em soluções
que contemplem a todos os envolvidos.

Ao final de cada aula, será proposta uma atividade para sintetizar os aprendizados obtidos em sala
e apoiar reflexões que conduzirão os(as) estudantes no exercício de seu autoconhecimento,
autopercepção e autoanálise a respeito dos conhecimentos adquiridos.
A Eletiva parte do pressuposto de que para a formação de cidadãos engajados e participativos na
construção de uma sociedade que aja de acordo com os valores democráticos, os estudantes entendem
que são incubidos, enquanto cidadãos, de construir e validar esses valores a partir de diálogos, debates
e negociações dentro e fora do ambiente escolar. Além disso, assumem a responsabilidade por entender
o que sentem, observar sem imprimir julgamentos premeditados e articular argumentos sem ruídos para
outras pessoas.

Ao final, este caderno da eletiva apresenta orientações didáticas para o ensino remoto, munindo o(a)
Professor(a) de dicas e ferramentas para incorporar às aulas. Depois, segue-se com 6 aulas adaptadas
para o ensino remoto (extraídas das 15 totais do caderno presencial). O objetivo foi selecionar aulas que
desenvolvem a espinha dorsal cognitiva da Eletiva, partindo do pressuposto de que as aulas de forma
remota, geralmente, têm menos tempo para serem aplicadas. Portanto, acredita-se que as 6 aulas
adaptadas conseguem manter a proposta pedagógica da jornada da Eletiva e cumprir adequadamente
com seu objetivo geral.
Sumário de Aulas Presenciais

Módulo 01: Conhecendo práticas de escuta ativa e comunicação não-violenta (CNV)

● Aula 01 - Tema: A diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa


● Aula 02 - Tema: Interpretando emoções e identificando necessidades para exercer uma
comunicação não-violenta

Módulo 02: Dialogando por meio de boas práticas de comunicação

● Aula 03 - Tema: Observação e avaliação de problemas nas esferas individuais e sociais sob
diferentes perspectivas
● Aula 04 - Tema: Comunicação com checagem de informações, evitando ruídos e garantindo a
assertividade da mensagem transmitida

Módulo 03: A riqueza da diversidade de opiniões

● Aula 05 - Tema: Liberdade de expressão, discriminação e discurso de ódio refletidos sobre o


ambiente escolar
● Aula 06 - Tema: Polarização nas redes sociais e o reflexo na democracia

Módulo 04: Praticando debates construtivos

● Aula 07 - Tema: Estruturando argumentos e praticando debates sobre a cultura do


cancelamento
● Aula 08 -Tema: Disputa argumentativa sobre como algoritmos das redes sociais afetam os
processos democráticos.

Módulo 05: Mediando conflitos, negociando soluções

● Aula 09 -Tema: Interpretando conflitos no ambiente escolar


● Aula 10 - Tema: Negociando necessidades humanas universais
● Aula 11 - Tema: Simulando negociação sobre direitos fundamentais negados durante a
pandemia

Culminância: Desenvolvendo um coletivo social estudantil

● Aula 12 - Tema: Determinação da temática central, público alvo e persona do coletivo


● Aula 13 - Tema: Construindo o Plano de ação e as estratégias de comunicação da ação do
coletivo
● Aula 14 - Tema: Caracterizar e simular a intervenção no ambiente escolar
● Aula 15 - Tema: Apresentando o coletivo e sua ação
Sumário das Aulas Remotas

Módulo 01: Conhecendo práticas de escuta ativa e comunicação não-violenta (CNV)

● Aula 01 - Tema: A diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa

Módulo 02: Dialogando por meio de boas práticas de comunicação

● Aula 02 - Tema: Comunicação com checagem de informações, evitando ruídos e garantindo a


assertividade da mensagem transmitida

Módulo 03: A riqueza da diversidade de opiniões

● Aula 03 - Tema: Polarização nas redes sociais e o reflexo na democracia

Módulo 04: Praticando debates construtivos

● Aula 04 -Tema: Disputa argumentativa sobre como algoritmos das redes sociais afetam os
processos democráticos.

Módulo 05: Mediando conflitos, negociando soluções

● Aula 05 - Tema: Simulando negociação sobre direitos fundamentais negados durante a


pandemia

Culminância: Desenvolvendo um coletivo social estudantil

● Aula 06 - Tema: Determinação da temática central, público alvo e persona do coletivo


Planos de Aula Presenciais

Aula 1
Tema A diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa
Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG08; EM13CHS502, EM13LGG204.
Objetivos
● Conhecer o objetivo geral da Eletiva e o que é um coletivo estudantil.
● Avaliar os conhecimentos prévios sobre escuta ativa e comunicação não-violenta.
● Analisar um diálogo a partir de diferentes funções: sujeito que fala, sujeito que ouve e
observador, identificando a diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa.
Perguntas Essenciais
● O que é escuta ativa?
● Qual é a diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa?
● Como exercer a escuta ativa?
● Por que a escuta ativa é importante?
Compreensões Duradouras
● A escuta é um ato de atenção plena e interesse genuíno na fala da outra pessoa.
● Empatia significa estar atento(a) ao que a outra pessoa fala, sem focar em réplicas imediatas.
● Se auto observar e analisar são formas maduras de reagir durante um diálogo.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Lousa; pincel/giz; caderno, caneta, lápis, borracha e uma cópia do arquivo modelo da Dinâmica
de Escuta Ativa impresso ou no celular (Anexo II).

Passo-a-passo:

1) Abertura: (5 min.)
Professor(a), é importante que você inicie a aula com os objetivos já descritos no quadro. Explicitar
os objetivos visualmente para os(as) estudantes garante que eles(as) consigam realizar uma
autoavaliação de sua aprendizagem ao longo e ao final da aula, fornece autonomia e incentiva a análise
do(a) estudante sobre si mesmo(a). Encorajamos que essa tarefa deva ser aplicada, inclusive, em todas
as aulas deste componente curricular.

Peça para que os(as) estudantes pensem em uma palavra que descreva como eles(as) estão se
sentido com relação ao início da Eletiva. Conduza os(as) estudantes para que exponham suas palavras
para a turma um(a) por um(a). Sugere-se que o(a) Professor(a) comece dizendo qual sua escolha de
palavra para se integrar como parte do grupo e demonstrar como se dará a atividade.

2) Introdução: (15 min.)


Explique que a Eletiva tem como proposta aprimorar a capacidade de comunicação dos(as)
estudantes, estabelecendo espaços de troca seguros, de reflexão e confiança para que eles(as) possam
reconhecer esses espaços fora da escola e prezar por eles também. Destaque que o objetivo central da
Eletiva é:

Formar pessoas conscientes e hábeis à prática saudável, harmoniosa e produtiva


do diálogo, debate e da negociação, desenvolvendo cidadãos que interajam crítica e
assertivamente e que busquem fortalecer espaços democráticos.

Nesse momento, frise que eles(as) serão desafiados(as) a se autoconhecer, refletir sobre seus pontos
de vista e no que eles(as) implicam dentro do sistema político que vivemos e construímos cotidianamente.
O foco será a prática das três formas de comunicação - diálogo, debate e negociação - em diversos níveis.

A culminância se dará por meio da criação de um coletivo social que promova, ao menos, uma ação
prática dentro do ambiente escolar. Para a escolha do coletivo, os(as) estudantes serão divididos(as) em
subgrupos de 5 estudantes e ficarão responsáveis por defender uma causa social particularmente
relevante, devendo dialogar, debater e negociar para chegar a um consenso sobre qual temática será
realmente abordada para o grupo todo, composto de 10 estudantes. Assim, cada grupo deverá planejar
e executar alguma ação de intervenção social na escola, que promova as ideias e pontos de vista
defendidos pelos coletivos. Ao final, para a divulgação junto com a comunidade escolar, sugere-se que
seja realizado um evento de compartilhamento das ideias e ações de cada coletivo.

3) Atividade diagnóstica: (15 min.)


Para esta atividade, proponha que os(as) estudantes estejam completamente concentrados(as) para
emergirem total e profundamente dentro dela, pois seu produto final será um termômetro importante da
turma sobre o nível de conhecimento sobre a escuta ativa e a comunicação não-violenta. Uma sugestão
é que o(a) Professor(a) realize com os(as) estudantes um combinado de silêncio e atenção plena durante
sua fala, algo que deve ser reforçado ao longo da Eletiva toda.

Apresente aos(às) estudantes proposta de atividade em que deverão preencher um roteiro de


perguntas (Anexo I) relativas aos assuntos que serão abordados ao longo dos módulos 1 e 2. Ressalte
que as questões devem ser respondidas de acordo com as convicções que possuem naquele momento,
sem se preocuparem com o certo ou errado. A atividade deverá ser realizada individualmente pelos(as)
estudantes. Por fim, esclareça que, no último dia de aula destes dois primeiros módulos, a atividade será
devolvida a eles(as), para que analisem as respostas que deram e avaliem qual foi a intensidade de
mudanças de pensamento e comportamentos que atingiram.

4) Dinâmica de Introdução à Escuta Ativa: (40 min.)


Professor(a), o passo a passo da organização e realização da dinâmica encontra-se descrito neste
arquivo (Anexo II). Antes de realizar a dinâmica, pergunte aos(às) estudantes, com a finalidade de atrair
a atenção deles(as) e engajar a discussão:“Quando conversam, vocês ouvem ou escutam as pessoas?,
“Vocês acham que existe uma diferença entre ouvir e escutar?”.

Explique aos(às) estudantes que existe uma diferença entre simplesmente escutar ou ouvir e praticar
efetivamente a escuta ativa. No primeiro caso, dividimos a nossa atenção em vários aspectos, sobretudo
no pensamento “O que eu vou dizer depois?“, ao invés de ouvir o outro com presença e atenção,
demonstrando interesse pelo assunto e livre de qualquer julgamento, como no segundo caso. A escuta
ativa ocorre em um diálogo onde há o sentimento da compaixão. Não é preciso concordar com tudo o que
é dito, mas entender que existe uma pessoa com pensamentos, ideias, raízes e histórias diferentes das
nossas, que pode e, às vezes, precisa compartilhar aquilo que está sendo dito. Eventualmente, nossa
função é apenas escutar atentamente a outra pessoa, não necessariamente procurar respostas para seus
questionamentos.
Explique primeiro como será a atividade, através dos passos 1 e 2, alertando a necessidade de total
presença e atenção para que a atividade cumpra seu objetivo. Depois siga para a divisão dos grupos,
passo 3, e certifique-se de que houve a compreensão do que é para ser realizado. Uma sugestão é
solicitar que algum(a) estudante explique para a turma o que deverá ser feito ,com suas palavras. O tempo
estimado para a realização dos passos 1 a 3 da dinâmica é de 30 minutos.
.
5) Arremate/Fechamento: (15 min.)
Peça que reflitam sobre, pelo menos, dois aprendizados que tiveram com a aula e, em seguida,
registrem-nos em seus cadernos. Convide os(as) estudantes a escolherem uma palavra que define como
se sentiram na aula. Esse compartilhamento deve ocorrer de forma bem rápida e fluida, por isso, a
sugestão é que siga a ordem das fileiras. Verifique também se os objetivos do início da aula foram
contemplados, pedindo que façam um movimento de afirmação com a cabeça ou com o polegar.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Introdução: participação e exposição de ideias de maneira assertiva. Os estudantes demonstram
conseguir aproveitar das suas próprias vivências para elaborar hipóteses a respeito de conceitos
possivelmente novos - observação pelo(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Escuta Ativa na Prática: cumprem com suas funções específicas, respeitando o tempo de fala
do(a) outro(a), analisando como se deu o diálogo e expondo suas experiências pessoais -
observação pelo(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Arremate: conseguem sintetizar os tópicos e as teorias apresentadas e sistematizar seus
aprendizados - autoavaliação pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I: Atividade Diagnóstica do Módulo 1.
● Anexo II: Passo a passo da Dinâmica de Escuta Ativa na prática.
Para saber mais
● Exemplos de Coletivos Estudantis
● Comunicação Não-Viole primeiros componentes - Instituto CNV Brasil.
● Além dos 4 passos da CNV - Instituto CNV Brasil.
Referencial Teórico:
● BRANCHER, Leoberto. Guia de práticas circulares no coração da esperança. Núcleo de
Justiça Restaurativa. Escola da Magistratura da AJURIS. Disponível em:
<https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coracao
_da_esperanca.pdf> Acesso em: 18/03/2021.
● Métodos & Ferramentas com curadoria da Hyper Island. Kit de Ferramentas da HI - Escuta Ativa.
Disponível em <https://toolbox.hyperisland.com.br/active-listening> Acesso em: 18/03/2021.
● ROSENBERG, Marshall. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar
relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006.
Aula 2
Interpretando emoções e identificando necessidades para
Tema exercer uma comunicação não-violenta
Tempo estimado 90 min (2 aulas de 45 minutos cada)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidade dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG08.
Objetivos
● Identificar emoções primárias e secundárias por meio do processo de nomear o que sentimos.
● Identificar as necessidades humanas básicas relacionadas às emoções.
● Observar necessidades não atendidas, pessoais e coletivas, como primeiro passo para construir
uma comunicação não violenta.
● Compreender que conhecer suas emoções é o primeiro passo para exercer uma comunicação
não-violenta.
Perguntas Essenciais
● Como estou me sentindo agora?
● Qual a intensidade da minha emoção?
● Qual o nome da minha emoção?
● Qual a necessidade que está por trás da emoção que estou sentindo?
Compreensões Duradouras
● Observar as próprias emoções é o caminho para construção de diálogos honestos e saudáveis.
● Nomear as emoções e necessidades é o primeiro passo para identificar emoções e
comportamentos saudáveis e não saudáveis.
● O processo de nomear as emoções é uma forma de diferenciar o que sinto daquilo que é factual.
● Emoções negativas são advindas de necessidades não atendidas e de não saber identificar a
necessidade não atendida do outro.
● Quando julgamos sem procurar validar e entender a necessidade da outra pessoa, estamos
exercendo uma comunicação violenta invisível.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula:
● Pincel/giz, lousa, caderno, materiais impressos (Anexo I, Anexo II e Anexo III) e um objeto da
palavra para a atividade de círculo.

Passo-a-passo:
1) Abertura/Introdução: (20 min.)
Inicie a aula incentivando os(as) estudantes a responder a seguinte pergunta: “Como estou me
sentindo agora?'' Para auxiliá-los(as), disponibilize a roda das emoções (Anexo I).

Após essa primeira reflexão, exponha aos(às) estudantes que, aqueles(as) que tenham escrito
sensações não positivas, respondam a pergunta: “Estou me sentindo _____ por precisar de _______?”.
Enquanto isso, os(as) que tiverem pensado em sensações positivas completem a afirmação: “Estou me
sentindo _____ porque recebi _______”. Disponibilize uma lista de necessidades (Anexo II) para consulta.
O objetivo de ambas as atividades é mostrar que dar nomes às emoções e necessidades é o primeiro
passo para detectar se elas são saudáveis ou não e se devemos mudá-las ou encará-las de outra forma.

2) Círculo das emoções: (40 min.)


Dica: Professor(a), esta é uma atividade de reflexão e conexão, sendo assim, mais
importante do que cumprir as 4 rodadas de perguntas pré-estabelecidas, é manter
um ambiente de acolhimento e escuta ativa. Como é um momento relacionado às
emoções, pode ser que você escute compartilhamentos sensíveis.

Organize os(as) estudantes em um círculo e diga a eles(as) que este é um momento de


autoconhecimento e autorreflexão, em que todos os pensamentos e sentimentos serão respeitados e
acolhidos com atenção e cuidado. Explique que o círculo será guiado por um objeto da palavra (escolha
qualquer objeto que deseje, pode ser o apagador, ou até mesmo um urso de pelúcia que traga de casa)
e que só poderá falar quem possuir o objeto, que será passado de mão em mão. Lembre os(as)
estudantes que eles(as) não são obrigados a falar, mas que expressar como se sentem e o que pensam
são habilidades muito importantes a serem desenvolvidas.

❖ 1a Rodada
Inicie o círculo com a pergunta: “O que são emoções?”, pedindo para que fiquem em silêncio um
tempo e escolham uma emoção na roda das emoções (Anexo I), podendo ser: calma, animação,
frustração, etc. Comunique que eles(elas) terão que explicar o que é essa emoção, descrevendo-a através
de uma situação específica em que a sentiram. Você pode expor outras perguntas para que pensem
sobre, como: “Que acontecimentos ativaram a emoção? Quais sensações tiveram no corpo?”

❖ 2a Rodada
A segunda rodada deve se dar em torno da pergunta: “O que você sente agora e qual acontecimento
desencadeou essa emoção?”.

❖ 3a Rodada
Na última rodada, os(as) estudantes devem refletir e compartilhar sobre: “O que você aprendeu hoje,
escutando as pessoas falarem sobre suas emoções?”.

❖ 4a Rodada
Para o fechamento do círculo, peça que cada estudante expresse em uma palavra qual foi a
necessidade atendida ou não atendida que o(a) fez sentir as emoções da rodada 1. Lembre-os(as) que
possuem a lista de necessidades (Anexo II) como guia para consulta.

Professor(a), ao finalizar os compartilhamentos do círculo, é importante agradecer a


todos(as) que participaram e encorajar os(as) que não participaram a se permitirem ser
vulneráveis e interagir em outros momentos.

3) Exposição dialogada sintética sobre conceitos teóricos da CNV: (20 min.)


Este é o momento de fazer um gancho com elementos básicos da Comunicação Não-Violenta (CNV).
A ideia aqui é trazer a reflexão que visa distinguir o que realmente houve em uma determinada situação
do que é nossa avaliação ou julgamento sobre o ocorrido.
É importante que os(as) estudantes entendam a importância de nomear nossas emoções e observar
factualmente, onde detectamos, através dos nossos sentidos, o que de fato ocorreu em um determinado
evento, sem depositar nossas emoções sobre ele.

❖ O desconhecimento e o descontrole com relação a nossas emoções faz com que nos
comuniquemos de uma maneira violenta.
❖ Se comunicar de forma violenta não é, somente, xingar ou agredir o outro com palavras
severas e gritos. Tudo aquilo que coloca o outro (ou nós mesmos) na culpa, na vergonha
e no julgamento é um ato de violência invisível.
❖ Uma escuta não empática pode ser uma forma de violência, por exemplo, quando em um
diálogo você começa a competir com a pessoa para ver quem sofre mais.

Exemplos de escutas não empáticas, caso haja necessidade de exemplificar:


Hierarquização de sofrimentos
■ Maria conta à Laura que machucou o braço e Laura comenta da vez em que cortou
a perna, comprando as duas dores, de forma a inferiorizar e invalidar o sentimento
de Maria.
■ João conta a Paulo que seu cachorro fugiu e, por isso, ele está muito triste. Paulo
responde, dizendo que não devia se preocupar com isso, já que existem cães que
ficam sem donos a vida toda e, pelo menos, o cachorro de João teve dono por um
tempo.

4) Arremate/fechamento: (5 min.)
Este é o momento de visualizarmos nossos sentimentos. Convide os(as) estudantes a fecharem os
olhos e mentalizar um momento de discussão agressiva que presenciaram. Peça para que, de olhos
fechados, escrevam os nomes dos sentimentos que estão experimentando no papel. Ao abrirem os olhos
eles(as) irão visualizar uma escrita disforme e, até mesmo,confusa. Estimule-os(as) para que pensem
que, durante uma discussão agressiva, os nossos sentimentos e os da outra pessoa ficam confusos e
embaraçados e que, por isso, temos que compreender como estamos no sentindo, controlando nossas
emoções e transmitindo-as de forma mais direta e harmoniosa.

5) Autoconhecimento para casa: (5 min.)


Explique aos(às) estudantes que o autoconhecimento a respeito de suas emoções não é algo
possível de desenvolver de uma hora para outra, é necessário que seja exercitado. Distribua para eles(as)
o Relatório de Análise das Emoções (Anexo III) e peça que realizem, durante uma semana, a observação
de suas emoções e sensações.

Estratégia pedagógica: O relatório será utilizado novamente pelos(as) estudantes


na Aula 12, a fim de que eles(as) apontem incômodos dentro do ambiente escolar,
identificados a partir da observação de seus próprios sentimentos ao longo do tempo.
Esses incômodos podem desencadear ações a serem realizadas pelos coletivos.

Fase 3 - Evidências para avaliação


Evidências de que os estudantes compreendem
● Abertura/Introdução: os(as) estudantes identificam suas emoções e necessidades atendidas ou
não atendidas - autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Roda das emoções: os(as) estudantes apresentam a interpretação das suas emoções e
necessidades, em uma situação anterior à aula e no momento presente, e escutam ativamente as
respostas dos demais colegas - observação pelo(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as)
estudantes.
● Arremate/fechamento: cada estudante identifica emoções vivenciadas em discussões agressivas
e as consequências delas em seus corpos, distinguindo sua avaliação do fato. - autoavaliação
pelos(as) estudantes.
● Relatório de Análise das Emoções: cada estudante se empenha em realizar o Relatório, através
de um exercício de autoanálise e autoconhecimento a respeito de suas emoções - autoavaliação
pelos(as) estudantes.

Fase 4 - Materiais de Apoio


Anexos
● Anexo I - Roda das emoções.
● Anexo II - Lista de necessidades.
● Anexo III - Relatório de Análise das Emoções.
Para saber mais
● Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais.
Referencial Teórico:
● Instituto CNV Brasil. Lista de Sentimentos. Disponível em: <https://ffe5c4e2-9859-4598-98d6-
ec5130272af2.filesusr.com/ugd/99b29f_61de2242e2834819b799a72774b57699.pdf> Acesso em:
19/03/2021.
● Instituto CNV Brasil. Lista de Necessidades. Disponível em: <https://ffe5c4e2-9859-4598-98d6-
ec5130272af2.filesusr.com/ugd/99b29f_8c6e4d14ff5c47318ee1e27845ebc677.pdf> Acesso em:
19/03/2021.
● Instituto CNV Brasil. Comunicação não-violenta: os primeiros componentes - Disponível em:
<http://798f851.contato.site/primeiros-componentes> Acesso em: 19/03/2021.
● Instituto CNV Brasil - Além dos 4 passos da CNV - Disponível em:
<http://798f851.contato.site/alem-dos-4-passos> Acesso em: 19/03/2021.
● BRANCHER, Leoberto. Guia de práticas circulares no coração da esperança. Núcleo de
Justiça Restaurativa. Escola da Magistratura da AJURIS. Disponível em:
<https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coracao
_da_esperanca.pdf> Acesso em: 18/03/2021.
● LEMOV, Doug. Aula Nota 10: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. 2ª ed. Porto
Alegre: Penso, 2018. Cap. 9; p. 265 - 274.

Aula 3
Observação e avaliação de problemas nas esferas
Tema individuais e sociais sob diferentes perspectivas
Tempo estimado 90 min (2 aulas de 45 minutos cada)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG08, EM13CHS502, EM13LGG204.
Objetivos
● Compreender que um problema é qualquer processo que exige tomada de decisão e possui
escalas individual e social.
● Diferenciar os atos de observação e avaliação, identificando quando trazemos elementos de
avaliação pessoal a uma realidade objetiva.
● Reconhecer que uma situação pode ser avaliada por meio de diversos pontos de vista, mas que
as observações de uma realidade objetiva permanecem iguais.
● Associar que quando criamos avaliações antes de observarmos em detalhe o problema, corremos
o risco dele não ser classificado corretamente e, assim, as medidas que podemos tomar para
enfrentá-los podem não ser as mais eficientes.
Perguntas Essenciais
● O que é um problema?
● Como distinguir problemas em suas esferas individuais e coletivas?
● Qual a diferença entre observar e avaliar?
● Por que é valioso reconhecer que uma situação pode ser avaliada por meio de diversos pontos
de vista?
● Por que é importante observar antes de elaborar a minha avaliação?
Compreensões Duradouras
● Observar é simplesmente relatar o que está explícito a partir dos 5 sentidos.
● Os problemas que me afetam podem vir a afetar outras pessoas também, ou seja, o mesmo
problema tem esferas individuais e coletivas.
● Enxergar uma situação por pontos de vista diferentes pode auxiliar na resolução de problemas
advindos dela.
● Nossas avaliações não devem vir antes de uma observação cuidadosa e detalhada do problema.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula:
● Anexos impressos, canetas, folhas, pincel/giz, lousa.

Passo-a-passo:

1) Abertura/introdução: (5 min.)
Inicie a aula pedindo aos(às) estudantes para refletirem e anotarem em seus cadernos a resposta
para a seguinte pergunta: “Qual problema mais afeta você diariamente?”
Problema é qualquer situação que estamos enfrentando e que exige uma tomada de decisão. Assim,
por exemplo, decidir se vamos levantar às 6h00 ou 6h15 é um problema, mas não necessariamente algo
"difícil", grandioso, sem solução, que dependa de fatores externos ou envolva mais de uma pessoa. O
essencial dessa parte introdutória é provocá-los(as) para a reflexão de que as habilidades de saber
enfrentar e resolver problemas se iniciam a partir de uma postura de dar nomes e classificar nossos
problemas, observando-os com consciência e propor soluções a eles. Nesse sentido, a aula de hoje é
uma forma de aprender a detectar e classificar os problemas da nossa vida, entendendo que eles têm
esferas individuais e sociais.

2) Exposição dialogada sobre problema social: (15 min.)


Após o momento de reflexão inicial, solicite voluntários(as) para compartilhar os problemas que
selecionaram e sistematize-os no quadro, onde você também pode escrever o problema da sua própria
reflexão. Através de perguntas orientadoras, tais quais: “Quem mais é afetado por algum dos problemas
que estão descritos no quadro?” e “Qual desses problemas vocês acham que afetam pessoas em todo
o país ou em todo mundo?”, conduza a discussão para que os(as) estudantes notem a diferença entre
um problema dentro da esfera individual, que tem uma perspectiva moral individual, e um problema
social, que tem perspectiva moral que se projeta além do individual, podendo afetar vários setores da
população e, de alguma maneira, toda população em seu conjunto. Portanto, deixe claro que um
problema pessoal pode ter duas dimensões: uma interna e outra externa.

Exemplo: Um(a) jovem não consegue terminar os estudos por ter necessidade de
trabalhar. Este problema o(a) afeta, mas, ao mesmo tempo, engloba um conjunto maior
de pessoas na mesma situação que ele(a). Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios (Pnad) ,divulgada pelo IBGE em 15/07/2020, aproximadamente quatro em
cada dez jovens que não concluíram o Ensino Médio porque precisaram deixar as salas
de aula para trabalhar.
Neste sentido, certas situações individuais têm um significado coletivo e social. Mostre para a turma
que, mesmo numa esfera muito específica, os problemas individuais de uma pessoa podem se estender,
também, a outras pessoas, mas a crucial distinção entre ambos mora na forma como fazemos a leitura
do problema, como criamos sua narrativa. Assim, ele pode ser narrado a partir de uma ótica individual,
quando tratamos de tomadas de decisões que competem ao indivíduo.

3) Observando o entorno: (20 min.)


Realize um processo de chuva de ideias com os(as) estudantes tendo como temática central: “Como
detectar um problema social?“

Exemplos de respostas: afetar um grupo de pessoas, ter consequência moral


além do individual e ser detectado em diversas localidades.

Traga a provocação de que, quando evitamos observar os problemas como eles são, estamos, de
certa forma, negligenciando nosso poder de atuar para a melhoria da sociedade no geral. Um exemplo
que pode ser citado é o fato de vermos lixo na rua e não nos preocuparmos em compreender em que
instância estamos envolvidos com esse problema.

Ao chegarem na conclusão da relevância da observação, solicite aos(às) estudantes que observem


o seu entorno e descrevam sucintamente no caderno o que observam nele. Após esse primeiro momento,
questione-os se eles(as) realmente observaram ou se também avaliaram ou julgaram o que estava
retratado no entorno. Explique que a observação deve ser um ato sem avaliação, onde apenas deve ser
coletado aquilo que foi efetivamente visto, escutado e notado através dos nossos sentidos. A observação
é algo objetivo, isso é, toda e qualquer pessoa a percebe dentro dos mesmos padrões sensoriais (visão,
escuta, tato, olfato e paladar).

Guie essa reflexão para a situação de um diálogo: “Quantas vezes colocamos nossa avaliação ou
julgamento no que estamos observando ou ouvindo de outra pessoa?” Assim, para que um problema
social seja detectado, precisamos extrair esse manto da nossa avaliação para que ele possa ser
devidamente observado e classificado.

Dica: Escreva na lousa uma ou mais frases do Anexo I e peça aos estudantes que
as classifiquem como observação e avaliação.

4) Analisando um problema depois de classificá-lo: (30 min.)


Mantenha os(as) estudantes em duplas e forneça um relato de uma situação na qual um mesmo
problema é resolvido ao ser analisado por duas perspectivas diferentes (Anexo II). Cada estudante deve
realizar a leitura silenciosa e individual. O foco, Professor(a), é que os(as) estudantes tentem realmente
realizar o exercício de se colocar no lugar das personagens.

Você pode utilizar o seguinte roteiro de perguntas para guiar os(as) estudantes na atividade:
❖ “O que pode ser observado na situação descrita pelo narrador no metrô?”;
❖ “O que está sendo avaliado pelo narrador na situação descrita?”;
❖ “Ao ouvir a situação pelo ponto de vista do pai das crianças, o que você acha que mudou
na maneira com a qual o narrador compreendeu a situação?”;
❖ “Agora que o narrador conseguiu enxergar a situação por um aspecto diferente, foi mais
fácil compreender e ter paciência para lidar com o ocorrido?”
Para finalizar, Professor(a), peça que os(as) estudantes façam paralelismos deste tipo de situação
em suas realidades. Essa provocação é importante para que eles comecem a destacar e sistematizar
momentos em que suas avaliações poderiam ter sido mais pautadas em observações factuais do que
em julgamentos.

5) Observação cotidiana: (5 min.)


Peça aos(às) estudantes que, agora que já entenderam o que é, de fato, uma observação sem
avaliação, observem o ambiente escolar com o objetivo de levantar possíveis problemas sociais que
ocorrem na escola. Encoraje-os(as) a buscar opiniões de perfis diferentes de pessoas sobre o problema.

6) Arremate/Fechamento: (10 min.)

Esse é um momento que eles(as) deverão verificar se conseguiram cumprir os objetivos da aula. Em
seguida, convide-os(as) a refletirem sobre as seguintes perguntas: “O que essa aula mudou na maneira
que eu enxergo um problema? O que farei a partir de agora, quando enfrentar um problema?”
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Exposição dialogada sobre problema coletivo: classificam de maneira correta um problema
coletivo e o diferenciam de um problema individual - avaliação pelo(a) Professor(a) a partir das
contribuições e respostas dos(as) estudantes.
● Observando o entorno: conseguem compreender a distinção entre observar e avaliar uma
situação, a partir da análise e registro de suas observações sobre as imagens - avaliação pelo(a)
Professor(a), a partir das considerações gerais dos(as) estudantes e escuta da atividade em
duplas, e autoavaliação pelo(a) estudante.
● Analisando um problema depois de classificá-lo: analisam que uma situação pode ser
avaliada de, pelo menos, duas formas diversas. O critério é que o que é observado deve
permanecer igual em ambas as análises. Por fim, levantam situações onde fizeram avaliações
equivocadas dos problemas. - avaliação pelo(a) Professor(a), a partir da circulação em sala e
escuta dos diálogos, e autoavaliação pelo(a) estudante.
● Arremate: refletem sobre o que aprenderam e como colocaram em prática esse aprendizado -
autoavaliação pelo(a) estudante.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Exemplos de frases para serem classificadas como observação ou avaliação.
● Anexo II - Situação problema em duas perspectivas.
Para saber mais
● Texto sobre Comunicação não violenta: “Observar sem avaliar”
● CNV: Um Guia Prático: Ravi Resck.
Referencial Teórico:
● SAAD, Neide; EVANGELISTA, Rafael. Curso: Comunicação Não Violenta (CNV). Disponível
em:<http://egov.df.gov.br/wp-content/uploads/2020/02/Apresenta%C3%A7%C3%A3o-6.pdf>
Acesso em: 19/03/2021.
● Problemas sociais - conceito, o que é, significado. Conceitos. Disponível em:
<https://conceitos.com/problemas-sociais/> Acesso em: 19/03/2021.
● Instituto CNV Brasil. Comunicação não-violenta: os primeiros componentes - Disponível em:
<http://798f851.contato.site/primeiros-componentes> Acesso em: 19/03/2021.
● Instituto CNV Brasil. Além dos 4 passos da CNV - Disponível em:
<http://798f851.contato.site/alem-dos-4-passos> Acesso em: 19/03/2021.
● Covey, Stephen R. Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes. 30º ed., tradução de Alberto
Cabral Fusaro, Márcia do Carmo Felismino Fusaro, Claudia Gerpe Duarte. Consultoria Tereza
Campos Salles. Rio de Janeiro: BestSeller, 2007.
Aula 4
Comunicação com checagem de informações, evitando
ruídos e garantindo a assertividade da mensagem
Tema transmitida
Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG08, EM13CHS502, EM13LGG204.
Objetivos
● Identificar a diferença entre a informação ou mensagem que é transmitida por uma pessoa e a
que é recebida por outra.
● Elaborar perguntas de verificação e paráfrases da mensagem transmitida para compreender os
elementos (fatos e sentimentos) dela.
● Associar que os “pequenos ruídos” do dia-a-dia também geram forte impacto nos processos
maiores de comunicação da sociedade.
Perguntas Essenciais
● O que eu falo é o mesmo que a outra pessoa escuta?
● Quais as consequências para a sociedade quando se estabelece uma comunicação ruidosa?
● Qual é a minha responsabilidade ao transmitir e escutar uma mensagem?
Compreensões Duradouras
● Para uma comunicação efetiva, a mensagem que foi transmitida é a mesma que foi recebida.
● Para evitar ruídos de comunicação, é necessário exercer a escuta ativa e utilizar de perguntas de
verificação para identificar elementos da mensagem.
● Comunicar com assertividade as informações aumenta a probabilidade de termos nossas
necessidades atendidas e evita que conflitos tomem lugar, favorecendo uma sociedade mais
equânime.
● É responsabilidade do transmissor escolher intencionalmente os gestos, sentimentos e palavras
para garantir que o ouvinte tenha clareza sobre a mensagem.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Lousa; pincel/giz; caderno, caneta, lápis, borracha, cartolinas, materiais para o campo minado:
garrafas PET, copos, latas, caixas (Convide cerca de 10 estudantes a trazerem materiais
recicláveis para a aula, coletados em casa ou na escola).

Passo-a-passo:
1) Abertura/introdução: (15 min.)
Inicie a aula pedindo que os(as) estudantes reflitam como estão se sentindo e traduzam isso através
de mímicas rápidas. Você pode começar fazendo a mímica e, em seguida, escolher um lado da sala para
seguir a dinâmica. A ideia com essa breve dinâmica é mostrar que, até mesmo através dos gestos, nós
sinalizamos mensagens a serem ditas.
Prestar atenção ao que outra pessoa diz é um exercício que precisa ser praticado cotidianamente,
porque carregamos, em nosso discurso e gestos, significados que podem não ser os mesmos para os(as)
demais colegas, o que pode gerar conflitos desnecessários e/ou evitáveis.
Portanto, Professor(a), ao promover essa reflexão, sinalize que o objetivo principal da aula é se
aprofundar em formas de interpretar a mensagem da outra pessoa, por meio de técnicas de verificação
do nosso entendimento.
2) Quem conta um conto, aumenta um ponto: (15 min.)
Convide os(as) estudantes a fazer um círculo, podendo ficar sentados ou em pé, desde que o centro
da sala fique livre. Em seguida, o(a) Professor(a) começa contando uma história curta no ouvido do(a)
estudante à sua direita e assim segue sucessivamente até chegar no último estudante da roda, que
deverá relatar para a turma a história que ouviu. Lembrando que os(as) demais não poderão ouvir a
história, somente aquela pessoa que está como ouvinte no momento destinado à escuta.

Exemplo de história: “Eu fui à padaria comprar leite, ovos e pão.


Mas a vendedora disse que só tinha ovos e pão.
Disse também que o leite chegaria somente na parte da tarde.
Pois a vaca ainda está no brejo do seu Francisco Vasconcelos...”

Não é necessário verbalizar aos(às) estudantes para que prestem atenção à história e nem as regras
prévias da dinâmica. A ideia é justamente não dar instruções a ninguém, seguindo os passos sem revelar
que haverá uma história e que o(a) último(a) estudante deverá relatá-la para todos(as). O fato dos(as)
estudantes estarem desprevenidos é que prova o objetivo da atividade: todo(as)s, atentos(as) ou não,
corremos o risco de não escutarmos a informação da forma como ela é passada.

3) Paráfrase e Perguntas de Verificação: (10 min.)


Instigue os(as) estudantes a pensarem por que realizaram a dinâmica anterior e o que podem
aprender com ela. Provoque-os(as) também a relacionar “pequenos” ruídos a uma escala maior, dentro
de processos importantes da sociedade, como em debates eleitorais, por exemplo, e peça que eles(as)
tragam possíveis consequências quando as partes não se preocupam em estabelecer uma comunicação
assertiva. Depois, apresente as técnicas da paráfrase e perguntas de verificação, que contribuem para
nos certificarmos se a informação que foi transmitida é justamente a mesma que foi recebida.
Exemplos de perguntas de verificação: “Você trouxe TAL fato e levantou TAL hipótese, chegando
a TAL conclusão?” “Quando você fala X, eu entendo Y. Está certo?”, “O que você quis dizer com X, pode
me explicar de novo?”
Paráfrase: A paráfrase consiste em repetir a mensagem que você ouviu, usando outras palavras ou
mudando a ordem delas, para se certificar que ela foi entendida corretamente.

4) Campo minado, um fala e o outro joga: (30 min.)


Requisite auxílio para montar no centro da sala um campo minado, utilizando os materiais da aula
ou qualquer tipo de obstáculo, como cadeiras e mesas.

Divida os(as) estudantes em trios (elabore previamente os trios, incentivando que interajam com
quem geralmente não estão acostumados). Um(a) dos(as) estudantes será o(a) participante vendado(a),
que irá caminhar no campo minado e os(as) outros(as) dois(suas) deverão guiá-lo(a) a partir de comandos
de ação. O seu papel, Professor(a), será cronometrar o tempo que cada equipe leva para realizar a
trajetória. Instrua que as duplas terão 3 minutos iniciais para criar estratégias sobre como irão se
comunicar com o(a) participante vendado. Se algum participante tocar em algum objeto no campo minado
uma vez, terá que voltar para o início do percurso. Caso haja um segundo choque do(a) estudante com
os obstáculos, a equipe cede a vez para o próximo trio. A equipe que organizar mais eficientemente os
comunicados e conduzir o estudante ao final do trajeto em menos tempo, vence.

4) Arremate/fechamento: (20 min.)


Pergunte à turma: “Qual é a minha responsabilidade ao transmitir e escutar uma mensagem?” e “Caso
não nos comuniquemos com clareza, qual o impacto direto isso tem na construção de uma sociedade
democrática?”. Escolha 4 perfis diferentes de estudantes para responderem oralmente. Pergunte à turma
se alguém teria algo a acrescentar no que foi respondido pelos(as) colegas. Em seguida, devolva a
pergunta aos(às) estudantes que iniciaram a resposta para que verifiquem se os(as) colegas fizeram
boas colocações. Oriente-os(as), então, a registrarem, de forma resumida, as reflexões que foram
levantadas. A nossa principal conclusão do debate é que é responsabilidade do(a) cidadão(ã) que
transmite a mensagem a forma como o faz para o(a) ouvinte, incluindo a escolha de gestos, fatos,
sentimentos, comandos e palavras, e que isso está diretamente relacionado ao exercício sadio da
cidadania.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Quem conta um conto, aumenta um ponto: conseguem levantar hipóteses sobre como os
ruídos de comunicação afetam processos de pequenas e grandes escalas e reconhecem a
importância de elaborar um discurso assertivo ao se comunicar - autoavaliação pelos(as)
estudantes e observação pelo(a) Professor(a).
● Paráfrase e Perguntas de Verificação: os(as) estudantes compreendem que paráfrase e as
perguntas de checagem são formas construir uma comunicação efetiva - autoavaliação pelos(as)
estudantes e observação pelo(a) Professor(a)
● Campo minado, um fala e o outro joga: conseguem experienciar que uma comunicação feita
sem assertividade gera conflito de entendimento - autoavaliação pelos(as) estudantes e
observação pelo(a) Professor(a)
● Arremate: sistematizam os conhecimentos desenvolvidos na aula, refletindo
sobre as consequências de uma comunicação ruidosa e contribuindo para uma construção
colaborativa entre a turma - autoavaliação pelos(as) estudantes e observação pelo(a)
Professor(a).
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Não possui.
Para saber mais
● Comunicação assertiva: 7 dicas certeiras para desenvolver essa habilidade
● Perguntas para construir diálogos poderosos
● Perguntas poderosas. 7 Dicas para fazer e conseguir as respostas certas
Referencial Teórico:
● RESCK, Ravi. CNV: Um Guia Prático. Disponível em: <https://raviresck.com/cnv-um-guia-
pratico/> Acesso em: 22/03/2021.
● ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar
relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006.

Aula 5
Liberdade de expressão, discriminação e discurso de ódio
Tema refletidos sobre o ambiente escolar
Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG07, EM13CHS502, EM13LGG204, EM13LGG304, EM13LP25.

Objetivos
● Reconhecer discursos de ódio e quais as consequências dessa prática especialmente dentro do
ambiente virtual.
● Diferenciar estruturalmente frases de liberdade de expressão e discurso de ódio.
● Identificar quais tipos de discriminação estão implícitos nos discursos de ódio.
● Refletir sobre ocorrência de casos de discriminação no âmbito escolar.
Perguntas Essenciais
● Como diferenciar liberdade de expressão e discurso de ódio?
● Qual a diferença entre uma opinião gentil e uma opinião discriminatória?
● Como opiniões, mesmo em conversas informais, podem gerar impactos grandes e induzir
comportamentos nocivos à sociedade?
● Como os discursos de ódio corroboram com o afrouxamento da democracia?
● Quais são as nossas responsabilidades, enquanto indivíduos, no combate aos discursos de
ódio?
Compreensões Duradouras
● Discurso de ódio não é, ética e legalmente, sinônimo de liberdade de expressão.
● Conhecer a realidade de diferentes grupos faz com que a sociedade seja efetivamente mais
empática com questões que transcendem à ótica do indivíduo.
● Fomentar a diversidade de opiniões é um exercício essencial para que uma sociedade desenvolva
ações em prol do benefício mútuo.
● Uma cultura de tolerância a ofensas ou discursos de ódio corrobora com o desrespeito aos Direitos
Humanos e ao afrouxamento da democracia.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Lousa, pincel/giz, caderno, lápis, borracha, caneta, cartolina e materiais impressos para os grupos
(Anexo II)

Passo-a-passo:
1) Introdução: (20 min.)
Escreva no quadro, ao lado dos objetivos da aula, duas frases (Anexo I). Como título, coloque a
pergunta: “Quais são as diferenças entre as frases?”. Para tornar esse momento mais impactante, receba
os(as) estudantes em silêncio, se comunicando através de gestos, apontando as frases no quadro e a
pergunta do título, indicando que eles(as) devem respondê-la. Anote as respostas dos(as) estudantes que
levantaram a mão e souberam esperar o seu turno de fala. Assim, aos poucos, todos(as) vão entendendo
a dinâmica, respondendo à pergunta e ficando instigados sobre por que você optou não verbalizar
qualquer palavra.

Quando terminado o processo de diferenciação, volte a verbalizar suas palavras e traga a reflexão
para os(as) estudantes de que, muitas vezes, nos antecipamos em nossas conclusões e queremos
colocar nossas opiniões prontamente nas rodas de conversa, sem antes notarmos se elas não trazem
palavras e deduções ofensivas e/ou generalizadas. Desta forma, ficar em silêncio para refletir sobre o teor
da sua fala é uma forma de prevenir que ela venha carregada de elementos ofensivos.

2) Exposição dialogada: (10 min.)


Explique que liberdade de expressão é um dos direitos fundamentais dos(as) cidadãos(ãs),
respaldado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, um documento que serve como referência
para a construção da constituição de várias nações em todo o mundo. A Constituição Federal brasileira
dá garantia à liberdade de expressão em seu quinto artigo e define o termo pela livre manifestação do
pensamento, de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou
licença, sendo vedado o anonimato. De uma forma mais coloquial, liberdade de expressão é quando
opinamos de forma mais gentil.

O discurso de ódio, por sua vez, é definido pela ONU como sendo: ”Qualquer tipo de comunicação
por discurso, texto ou comportamento que ataque ou use linguagem pejorativa ou discriminatória referente
a uma pessoa ou grupo baseado em quem são ou, em outras palavras, baseado na sua religião, etnia,
nacionalidade, raça, cor, descendência, gênero ou outro fator identitário. Isso geralmente está enraizado
e gera intolerância e ódio e, em certos contextos, pode ser humilhante e excludente”, e é considerado
crime no Brasil pela Lei Contra o Preconceito (7.716/89), que versa sobre a proibição de "Praticar, induzir
ou incitar, pelos meios de comunicação social ou por publicação de qualquer natureza, a discriminação
ou preconceito de raça, por religião, etnia ou procedência nacional." Desta forma, a prática é considerada
um atentado aos Direitos Humanos.

3) Discriminação por detrás dos discursos de ódio: (20 min.)


Divida os(as) estudantes em quartetos. Antes de iniciarem a atividade propriamente dita, peça que
eles(as) sistematizem a classificação das frases do Anexo I em uma cartolina. Em seguida, forneça ao
grupo a folha com as definições de tipos de discriminação (Anexo II) e solicite que todos(as) do grupo
leiam-na atentamente e busquem identificar quais tipos de discriminações estão implícitas em cada frase
de discurso de ódio. Instrua-os(as) para que escrevam em cada frase sua(as) discriminação(ões)
correspondente(s) e o que ela(s) incita(m) na sociedade.
Leve os(as) estudantes a perceberem que as frases de discursos de ódio incitam uma violência
direcionada a grupos específicos e carregam argumentos generalizados ao invés de embasados.
Considerando que eles rompem com a lógica de uma comunicação saudável, podem vir a ser formas de
afrouxar processos democráticos já estabelecidos. Por isso, o ato de se conscientizar sobre esse tipo de
discurso e refletir formas de como preveni-lo, especialmente no meio digital, é um desafio coletivo.

4) Debatendo sobre discriminação na escola: (30 min.)


A partir das evidências sistematizadas na cartolina, os(as) estudantes devem debater sobre
discriminação na escola.

O debate deve seguir a seguinte estrutura:

❖ Etapa 1: Exposição inicial. Cada participante responde a essas duas perguntas: “A escola é um
ambiente onde há discriminação? Quais são as evidências disto?”. Aqui, os(as) estudantes devem
trazer evidências presenciadas no ambiente escolar. (7 min.)
❖ Etapa 2: Discussão. O grupo entra em uma discussão sobre quais medidas devem ser tomadas
para evitar discriminações na escola. "Do lugar que eu estou hoje, o que posso fazer a respeito
para evitar processos discriminatórios e discursos de ódio?" (10 min.)
❖ Etapa 3: Conclusão. Cada participante traz sua responsabilidade para reverter o quadro
discriminatório. "Qual é o meu dever, enquanto estudante, para garantir que não haja
discriminação na escola?" (4 min.)

5) Arremate: (5 min.)
Convide os(as) estudantes a refletirem e sistematizarem em seus cadernos, respondendo às
perguntas: “O que eu aprendi sobre meus próprios discursos? O que devo evitar na hora de expressar
minha opinião?”
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Exposição dialogada: compreendem a diferença entre discurso de ódio e liberdade de
expressão. - observação pelo(a) Professor(a).
● Discriminação por detrás dos discursos de ódio: classificam as discriminações implícitas nas
frases de discurso de ódio e levantam evidências de suas implicações na democracia -
autoavaliação pelos(as) estudantes e observação pelo(a) Professor(a).
● Debatendo sobre discriminação na escola: durante o debate, se comunicam de forma
respeitosa e saudável, expondo sua opinião sem ferir os Direitos Humanos, constroem argumentos
baseados nas definições do Anexo I e levantam soluções concretas que corroboram com a
tolerância e o respeito à diversidade. - autoavaliação pelos(as) estudantes e observação pelo(a)
Professor(a).
● Arremate: sistematizam os conhecimentos desenvolvidos na aula, refletindo sobre as
consequências de discursos de ódio e sobre a importância da diversidade de opiniões, desde que
não firam os Direitos Humanos - autoavaliação pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Exemplos de discursos de ódio e opiniões gentis
● Anexo II - Tipos de Discriminação
Para saber mais
● COSTA, Cristina; BLANCO, Patricia. Liberdade de expressão: questões da atualidade. São
Paulo: ECA-USP, 2019. 222 p.
● FREITAS, Riva Sobrado de; CASTRO, Matheus Felipe de. Liberdade de expressão e discurso
do ódio: um exame sobre as possíveis limitações à liberdade de expressão. Sequência
(Florianópolis), n.66, pp.327-355. Florianópolis, 2013.
Referencial Teórico:
● Catão, Ana Lúcia. Diversidade e Discriminação. Caderno integrante da série “Educação em
Direitos Humanos” do Projeto Respeitar é Preciso! Disponível em:
<https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/> Acesso em:14/04/2021.
● Catão, Ana Lúcia. Educação em Direitos Humanos para todas as idades. Caderno integrante
da série “Educação em Direitos Humanos” do Projeto Respeitar é Preciso! Disponível em:
<https://respeitarepreciso.org.br/cadernos-respeitar/> Acesso em: 14/04/2021.
● Assembleia Geral da ONU. "Declaração Universal dos Direitos Humanos". "Nações Unidas",
217 (III) A, 1948, Paris, art.
● Constituição Federal de 1988. Disponível em
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em 14/04/2021.

Aula 6
Tema Polarização nas redes sociais e o reflexo na democracia
Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG02, EM13CHS502, EM13LGG102, EM13LGG304, EM13LP25.
Objetivos
● Compreender que a polarização é uma tendência inerente de estabelecer rótulos aos grupos e
indivíduos.
● Reconhecer os elementos dos discursos ou ações polarizadas, em especial no meio digital.
● Debater os reflexos explícitos e implícitos da polarização no debate público.
Perguntas Essenciais
● O que é polarização?
● Quais as consequências da polarização no debate público?
● Como minhas ações nas redes sociais estão relacionadas à polarização de ideias?
● Como a polarização afeta as relações em uma sociedade democrática?
Compreensões Duradouras
● O excesso de polarização prejudica a democracia, pois compromete o respeito a regras comuns,
reconhecimento da legitimidade dos adversários, tolerância e diálogo.
● O comportamento em meio digital, que favorece conteúdos e informações que se encaixam com
uma visão particular de mundo, pode levar a uma polarização radical de ideias.
● Por meio de ideias e ações extremistas, o discurso de polarização se concebe, agrava-se e
prejudica o diálogo e debate de ideias em espaços democráticos.
● Prezar por espaços democráticos incube os cidadãos de não perpetuarem discursos polarizados.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Pincel/giz, lousa, materiais impressos (Anexo I).

Passo-a-passo:

1) Introdução: (5 min.)
Escreva no quadro a palavra: “Polarização” e instigue dois(duas) estudantes a responderem qual
eles(as) acham que é o seu significado. As possíveis respostas que você pode obter, Professor(a), estão
relacionadas a termos como: "Diferença", "dois lados" ou "duas opiniões''. A polarização indica extremos,
pólos energeticamente opostos, mas serve também como uma representação/metáfora da forma como
tratamos diversos temas, a maioria sensíveis, em diferentes espaços, tendo uma necessidade de
manutenção de rótulos (“caixinhas de opinião formada”) e ânsia em enxergar apenas a nossa opinião
como a verdade.

2) Leitura individual: (20 min.)


Distribua o texto: “O que é polarização e por que é prejudicial à democracia?” (Anexo I) e solicite
aos(às) estudantes que realizem a leitura concentrada e silenciosa. Instrua-os(as) que, em seguida,
respondam perguntas a respeito do texto.
Perguntas norteadoras que devem ser respondidas pelos(as) estudantes após a leitura:

❖ O que é polarização?
❖ Quais as consequências da polarização para sociedades democráticas?
❖ Qual o meu papel para evitar a polarização de ideias?
❖ Quais sinais preciso estar atento(a) para não fomentar discursos polarizados?

3) World Café sobre Polarização: (50 min.)


Explique aos(às) estudantes que irão realizar uma dinâmica de debates de ideias com trocas de
participantes. Os comandos para o debate são:

❖ Divida os(as) estudantes em grupos de 5 e sorteie um(a) estudante para ser o(a) anfitrião(ã) de
cada grupo. Numere os(as) demais estudantes de 1 a 4 em cada uma das mesas.
❖ Papel do(a) anfitrião(ã): este(a) estudante permanecerá na mesa e fará o papel de mediação do
debate, determinando qual o momento de fala de cada participante.
❖ Cada participante terá 2 minutos para expor sua opinião e, em seguida, as opiniões
complementares podem ser de participação voluntária, encorajando que os(as) participantes
expressem suas ideias vividamente, conectando ideias de uma rodada à outra.
❖ As rodadas devem durar tempo suficiente para que o debate seja desenvolvido (20 min).
❖ Os(as) estudantes viajantes deverão debater sobre a seguinte questão: “Qual o reflexo da
polarização no debate público?”
❖ O tempo deve ser suficiente para ocorrer duas rodadas de debate, ou seja, os(as) estudantes
viajantes trocam de mesa uma vez.
❖ Para realizar a segunda rodada de debates, os(as) estudantes viajantes devem se agrupar
segundo seus números, ou seja, todos(as) os(as) estudantes número 1 de cada mesa, nesse
momento, estarão juntos na mesma mesa e assim, também, para as outras numerações.

4) Arremate: (15 min.)


Em suas mesas de origem, os(as) estudantes devem sintetizar os principais pontos levantados
durante os debates e escolher um(a) orador(a) para expor para a turma uma consequência da polarização
para o debate público.
Professor(a), sintetize no quadro os pontos expostos por cada grupo de estudantes e, em seguida,
realize uma observação acerca dos pontos que são mais frequentes. Conduza-os(as) também a refletir
sobre quais os impactos da polarização dentro dos espaços democráticos, como a escola.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Introdução: compreendem que polarização está ligada a algo que tem dois lados/polos/aspectos
- avaliação pelo(a) Professor(a).
● Leitura individual: conseguem responder de forma correta as perguntas norteadoras, após a
leitura do texto - avaliação pelo(a) Professor(a) ao circular entre perfis de estudantes distintos.
● World Café sobre Polarização: debatem as ideias que tiveram acerca do texto lido de forma
respeitosa - avaliação pelo(a) Professor(a) ao circular entre os grupos e autoavaliação pelos(as)
estudantes.
● Arremate: sintetizam e expõem, de forma objetiva, os pontos levantados pelos debates e
observam os pontos que apareceram com maior frequência entre as exposições dos grupos. -
autoavaliação pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Texto: O que é polarização e por que é prejudicial à democracia?
Para saber mais
● AUN USP: polarização no meio digital dificulta diálogo social
● Galileu: gráficos mostram polarização política nas redes sociais no Brasil
● O Estado de S. Paulo: ‘redes sociais têm de responder pela polarização que causam’
● Guia prático para conversas difíceis - Despolarize
Referencial Teórico:
● A Dinâmica do World Café. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4453526/mod_resource/content/1/world-
caf%C3%A9.pdf> Acesso em: 08/04/2021.
● ANDREASSA, Luiz. 2020. O que é polarização e por que é prejudicial à democracia? Politize!,
2020. Disponível em: <https://www.politize.com.br/o-que-e-polarizacao/> Acesso em: 08/04/2021.
● LEMOV, Doug. Aula Nota 10: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. 2ª ed. Porto
Alegre: Penso, 2018. Cap. 9; p. 265 - 274.

Aula 7
Estruturando argumentos e praticando debates sobre a
Tema cultura do cancelamento

Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)


Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG02, EM13CHS502, EM13LGG102, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LP25.
Objetivos
● Compreender o que é a cultura do cancelamento, quais as premissas e consequências dessa
prática no debate público.
● Identificar os comportamentos coletivos, como a conformidade social e polarização de ideias, que
corroboram com a reprodução, por vezes inconsciente, de ações de "cancelamento".
● Construir argumentos factuais sobre a cultura do cancelamento e o reflexo de suas manifestações
na liberdade de expressão e no debate público.
Perguntas Essenciais
● O que é a cultura do cancelamento?
● Quais são as premissas da cultura do cancelamento?
● Como acontecem as manifestações da cultura do cancelamento?
● Quais são as consequências da cultura do cancelamento para os debates públicos?

Compreensões Duradouras
● A cultura do cancelamento é resultado de duas premissas principais: a conformidade social e a
polarização de ideias.
● Construir argumentos para um debate está relacionado a estudar profundamente uma temática,
analisando e ponderando os argumentos através de evidências factuais e verídicas.
● A prática saudável de debate não está relacionada a “estar certo”, mas sim a levantar argumentos
e evidências coerentes sem ferir ou ofender pessoas que pensem diferente.
● Posicionamentos julgadores e rígidos podem ser prejudiciais, quando não acompanhados de uma
revisitação e crítica construtiva contínuas, à liberdade de expressão e ao debate público.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula:
● Materiais impressos (Anexo I), pincel e lousa.

Passo-a-passo:
1) Introdução: (10 min.)
Inicie a aula realizando com os(as) estudantes uma demonstração prática de um comportamento
denominado “conformidade social”, uma das premissas da cultura do cancelamento, também conhecido
como “efeito manada”: peça que um(a) estudante realize um favor para você fora da sala de aula.
Enquanto ele(a) estiver fora, combine com os(as) demais que, quando você fizer um sinal (pode ser
levantar o braço, proferir alguma palavra específica, bater suavemente na mesa), todos devem se levantar
e imediatamente sentar de volta. Quando o(a) colega retornar, você dará continuidade à aula e realizará
o sinal combinado repetidas vezes, até que o(a) estudante que esteve fora siga o padrão dos(as) demais.
Utilize essa exposição prática para iniciar com eles(as) a apresentação do conceito de conformidade
social (ou efeito manada):
❖ O efeito manada designa um instinto presente desde os primórdios, baseado na necessidade do
ser humano de seguir hábitos e costumes já validados por grupos maiores, prezando pela
segurança. Muitas vezes, quando estamos incertos de como agir, nos certificamos como a maioria
faz para que possamos ter um escopo de ação. Enquanto característica coletiva, isso permitiu que
os seres humanos tivessem mais coesão social, mas esse efeito também pode ter um lado
controverso: quando repetimos ações, seja em curto ou a longo prazo, sem nos questionarmos
sobre elas, podemos ser coniventes com pensamentos, tabus, hábitos e comportamentos
preconceituosos, equivocados ou contraproducentes.

2) Leitura ativa com compartilhamento: (30 min.)


Organize os(as) estudantes em duplas e distribua para cada dupla o texto (Anexo I) a respeito da
cultura do cancelamento e suas implicações. Peça que realizem a leitura atenta, anotando, de forma
individual, os aspectos que avaliaram mais relevantes para compartilharem com seus pares. Para tal
procedimento, oriente-os(as) que sejam norteados(as), durante a leitura, pelas seguintes questões: “Quais
são as implicações da cultura do cancelamento?” “Onde a cultura do cancelamento esbarra com o direito
de liberdade de expressão?” (15 min.)
Em seguida, coloque as duplas para compartilhar as respostas, procurando fazer paralelismos com a
realidade que os(as) estudantes vivem (15 min.) A ideia de fazer paralelismos, Professor(a), é justamente
para que os(as) estudantes posicionem a cultura do cancelamento no seu cotidiano, entendendo sua
extensão e como eles são afetados por ela, procurando apontar como ela pode direcionar nossos
posicionamentos e decisões em debates públicos. Oriente-os(as) a dividirem o tempo igualmente entre os
pares.

3) Exposição sintética e registro estruturado: (10 min.)


Professor(a), este momento é estratégico para fomentar o debate proposto na próxima atividade.
Sugere-se que, enquanto você profere os conceitos apresentados a seguir, instrua que os(as) estudantes
registrem da forma como os compreendem, pois essa estruturação personalizada permitirá que eles(as)
construam argumentos para o debate.

❖ Outra premissa da cultura do cancelamento é a polarização de ideias, isto é, a ação de diferenciar


grupos a partir de ideias ou comportamentos que possam ser medidos e analisados a partir de
óticas tidas como opostas ou extremas.
❖ O cancelamento surge como uma ação coletiva para deslegitimar a presença de pessoas ou
organizações no debate público. Desse modo, seja por conta de um equívoco cometido ou de um
acontecimento que tenha gerado reação negativa, subentende-se que não é aceitável que
determinada parte reivindique espaço para se posicionar.
❖ A partir do momento em que os cancelamentos se consolidam como algo sistemático, inclusive
gerando a expectativa de quem será o próximo ‘cancelado’, vem à tona a ideia de cultura do
cancelamento e os membros julgadores ganham crédito ou evidência às custas da repulsa aos
grupos cancelados.

4) Debate inteligente: (30 min.)


Organize novamente os(as) estudantes em duplas e solicite que encontrem argumentos para
responder a seguinte pergunta: “Como a cultura do cancelamento influencia o debate público?”. Diga que
os pares devem focar em argumentos levantados pelo texto, pela exposição sintética e evidências
vivenciadas por eles(as) da cultura do cancelamento.
Em seguida, cada dupla expõe seu posicionamento a outro par. Durante as apresentações, a dupla
que não estiver expondo seus argumentos não poderá interromper com réplicas (10 min.). Após esse
primeiro momento, os(as) estudantes poderão se manifestar e propor outros argumentos para garantir
uma maior abordagem da temática por ambos os pares (10 min.)

Apresente aos(às) estudantes que os critérios para que o argumento seja considerado válido são:

❖ Analisar a relação entre discordar de uma ideia e atacar quem pensa de maneira diferente,
podendo trazer evidências de como isso ocorre.
❖ Escutar ativamente, utilizar de perguntas de paráfrases ao se direcionar a outra dupla e não
adjetivá-la;

Depois das rodadas de debate, peça que reflitam se ambos os posicionamentos atenderam aos
critérios estabelecidos e foram compreendidos pela dupla ouvinte. A ideia, Professor(a), muito além do
que criar um espaço para um conflito saudável de ideias, é que ambos os pares validem seus argumentos
e da outra dupla, de forma a compreender a importância de uma argumentação embasada e coerente.
Desta forma, eles(as) poderão compreender que ter opiniões ou ações julgadoras, rígidas ou
insustentáveis são práticas que dificultam o debate público e podem ferir o direito à liberdade de
expressão.

5) Arremate: (10 min.)


Os(as) estudantes devem responder de forma individual à seguinte questão: “O que eu posso fazer,
enquanto estudante e cidadão, para garantir um debate público saudável?”. A ideia com esta pergunta,
Professor(a), é que os (as) estudantes compreendam que nossas opiniões precisam ser revisitadas e
receber críticas construtivas contínuas para a consolidação e construção dos debates públicos.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Introdução: identificar as manifestações coletivas do “efeito manada”, uma das premissas da
cultura do cancelamento - avaliação pelos(as) estudantes.
● Leitura com compartilhamento: realizam a leitura e as sistematizações individuais englobando
as respostas das perguntas norteadoras e as consequências da cultura do cancelamento
levantadas através de evidências do cotidiano dos(as) estudantes.
● Exposição sintética e registro estruturado: Registro no caderno, da forma mais mentalmente
conveniente, dos conceitos que contemplam o debate.
● Debate inteligente: formulam argumentos assertivos embasados nos textos, realizando uma
exposição coerente de acordo com os quatro critérios, debatendo, sobretudo, de forma respeitosa.
Sistematizam de forma objetiva as consequências da cultura do cancelamento e validam os seus
posicionamentos e dos(as) colegas, considerando os mesmos critérios. - Avaliação pelo(a)
Professor(a), através da circulação entre os grupos e da verificação do produto sistematizado e
autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Arremate: respondem à pergunta de autorreflexão, levantando ações pessoais sobre como
incentivar o debate público saudável.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Texto sobre a cultura do cancelamento
Para saber mais
● Redações diversas sobre a cultura do cancelamento.
● El país - Linchamentos virtuais
● Tema de redação: Como funciona a cultura do cancelamento.
Referencial Teórico:
● Specimille, P e Barbosa, O. A internet nunca esquece. Revista PET Economia UFES. Vol. 2.
Dezembro, 2020. Disponível em: <https://periodicos.ufes.br/peteconomia/article/view/33803
● > Acesso em: 09/04/2021.
● Sanches, M. O que é a 'cultura de cancelamento'. Disponível em
<https://www.bbc.com/portuguese/geral-53537542 >. BBC News. Acesso em 09/04/2021.
● Carmargo, Fausto; Daros, Thuinie. A sala de aula inovadora [recurso eletrônico]: estratégias
pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso, 2018. e-PUB.

Aula 8
Disputa argumentativa sobre como algoritmos nas redes
Tema sociais afetam os processos democráticos
Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EM13CHS502, EM13LGG203, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LP25.
Objetivos
● Refletir sobre como as redes sociais, usando mecanismos próprios de seleção de informações
(algoritmos), influenciam diretamente os conteúdos consumidos por seus usuários.
● Conhecer o que são e para que servem cartões de memória.
● Identificar quais são as mudanças de comportamento dos usuários engatilhadas pelos
mecanismos de seleção de informações das redes sociais.
Perguntas Essenciais
● O que são os mecanismos de filtragem de informações (algoritmos) das redes sociais?
● Quais as consequências que os mecanismos de seleção de informações exercem no
comportamento humano?
● Quais as influências dos mecanismos de seleção de informações na democracia?
Compreensões Duradouras
● Interagir com perfis e plataformas de posicionamentos distintos evita o isolamento na bolha social
e nos instiga a lidar com novas informações com mente mais aberta.
● As redes sociais possuem mecanismos de seleção de conteúdo para personalizar a plataforma
para o(a) usuário(a) e entretê-lo(a) mais, porém pode facilitar a polarização de ideias.
● Para um posicionamento sadio frente aos mecanismos de seleção de conteúdo, é importante ter
consciência e tomar para si a responsabilidade de manter-se crítico(a) frente àquilo que lê e
interage.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Lousa; pincel/giz; materiais impressos (Anexo II e Anexo I); caderno; caneta ou lápis e borracha;
papéis brancos de flashcards/cartões de memória cortados em tamanho de fácil manuseio e
armazenamento (o ideal é que sejam de um papel mais duro que o sulfite), papéis coloridos para
a votação da disputa argumentativa (3 cores diferentes para cada grupo que irá debater as
perguntas 1 e 2).

Passo-a-passo:
1) Introdução: (10 min.)
Comece a aula perguntando aos(às) estudantes se eles(as) sabem o que são algoritmos das
redes sociais e se sabem para que servem. Distribua o Quadro dos Saberes (Anexo I) e peça para que
completem, neste momento, somente as duas primeiras colunas (“O que eu SEI” e “O que eu QUERO
SABER”).

2) Como e por que fazer cartões de memória: (10 min.)


Explique sucintamente no que consiste o método de memorização por cartões de memória:

❖ Os cartões de memória são pequenos cartões em que você relaciona conceitos ou organiza um
sistema de perguntas e respostas para memorizar um conteúdo. Cada cartão tem dois lados. Em
um dos lados, você insere uma pergunta ou palavra-chave. No outro, você escreve a resposta.

❖ A eficiência dos mesmos tem uma explicação científica, que está diretamente relacionada ao
processo natural de esquecimento das informações em seu cérebro. Para que aloque o
aprendizado na memória de longo prazo, você precisa praticar a técnica da repetição espaçada.
Essa técnica consiste na revisão das informações que você deseja memorizar em um momento
precioso: quando você estiver prestes a esquecê-las. Os cartões de memória são a ferramenta
para aplicar essa técnica.

3) Conhecendo a influência da tecnologia no comportamento humano: (30 min.)


Distribua o texto “Como os algoritmos afetam a democracia” (Anexo II), oriente os(as) estudantes a
realizarem a leitura silenciosa e atenta e criarem cartões de memória sobre as informações do texto, com
o intuito de responder às seguintes perguntas: “Quais são as influências dos algoritmos no
comportamento das pessoas? E no sistema democrático?”

Explicite aos(às) estudantes que, após este momento de apropriação dos conteúdos, haverá uma
disputa argumentativa fazendo uso dos cartões de memória. Desta forma, verifique se os(as) estudantes
elaboraram seus cartões de memória.

4) Disputa argumentativa com cartões de memória: (35 min.)


A estratégia de disputa argumentativa com cartões de memória consiste na realização de um debate,
em formato de auditório, em que a plateia, constituída pelos(as) estudantes, decide ou opta pelo(a)
orador(a) que argumentou de maneira mais assertiva sobre a temática.

Professor(a), divida os(as) estudantes em grupos de 5, solicite que compartilhem suas respostas de
cartões de memória uns(umas) com os(as) outros(as) e construam uma argumentação para que um(a)
representante vá participar da disputa argumentativa pelo grupo.

Divida os dois temas para cada metade do total de grupos. A primeira metade deve disputar
argumentos que respondam a pergunta: 1. "Quais são as nossas responsabilidades frente à existência
de mecanismos de seleção de conteúdo (algoritmos) nas redes sociais?", enquanto a segunda metade
responde a pergunta: 2. “Como garantir que mecanismos de seleção de conteúdo (algoritmos) se
articulem em prol da democracia?”

Na disputa, o(a) estudante A (representante do grupo 1 da pergunta 1) deve ir ao palco e apresentar,


em 2 minutos, o argumento a favor da pergunta 1. Após sua primeira apresentação, o(a) estudante B
(representante do grupo 2 da pergunta 1) argumenta contrariamente ao A (réplica, em 2 minutos) e,
depois, o(a) estudante C (representante do grupo 3 da pergunta 1) argumenta contrariamente ao(à) B ou
expõe uma nova perspectiva de análise. Oriente os(as) estudantes que a ordem de realização da disputa
será por sorteio e determine um tempo de 2 minutos para que os grupos da segunda e terceira rodada
reformulem seus argumentos.

Após o debate, solicite que os(as) estudantes da plateia escolham a melhor argumentação,
levantando a placa colorida referente ao grupo. Vence a disputa o grupo que convencer a maioria dos(as)
estudantes da plateia. Em seguida, o mesmo ocorre para os(as) estudantes da pergunta 2. Ao final de
cada disputa, o(a) Professor(a) valida, a partir dos critérios, se a votação foi justa.

Professor(a), é essencial que você diga aos estudantes que a votação deve se dar a partir da análise
dos argumentos expostos e da forma como o(a) estudante realizou a argumentação, não por afinidades
outras. Apresente aos(às) estudantes que os critérios para medir um argumento válido consistem em:

❖ Defender o ponto de vista determinado pela ordem de participação (a favor ou contrário ao que
foi exposto), sem fugir do tema da pergunta.
❖ Escutar ativamente, utilizar de perguntas e paráfrases ao se direcionar à outra dupla e não
adjetivá-la;

5) Arremate: (5 min.)
Peça que retornem ao quadro dos saberes e preencham a última coluna - “O que APRENDI” - com
os novos conhecimentos adquiridos por eles(as) em aula. Ao preencher a última coluna, os(as)
estudantes conseguem se autoavaliar, a partir do que aprenderam em aula, além de comparar os
conhecimentos prévios com os novos as expectativas sobre o que desejavam aprender e o que realmente
aprenderam, além do cumprimento dos objetivos da aula.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Introdução: os(as) estudantes utilizam de forma correta o quadro dos saberes, preenchendo
somente as duas primeiras colunas, descrevendo conhecimentos prévios e expectativas de
aprendizagem - avaliação do(a) Professor(a) por circulação e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Como e por que fazer cartões de memória: os(as) estudantes mantêm-se concentrados(as)
durante a exposição do(a) Professor(a) - avaliação do(a) Professor(a)
● Conhecendo a influência da tecnologia no comportamento humano: leem o texto com
atenção e criam cartões de memória que respondam as perguntas designadas - avaliação do(a)
Professor(a) por circulação e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Disputa argumentativa com placas coloridas: compartilham os cartões de memória entre os
grupos,constroem argumentos de forma colaborativa com os(as) colegas, analisam os
argumentos expostos nos debates de acordo com os critérios e votam no grupo que atendeu
melhor a eles. - avaliação pela observação do(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as)
estudantes.
● Arremate: sintetizam e sistematizam os novos conhecimentos, adquiridos durante a aula, no
Quadro dos saberes - autoavaliação pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Quadro dos saberes
● Anexo II - Texto sobre o reflexo dos algoritmos na democracia
Para saber mais
● SILVEIRA, Sergio Amadeu da. Democracia e os códigos invisíveis - Como os algoritmos
estão modulando comportamentos e escolhas políticas. São Paulo: Edições Sesc, 2019.
● LISBOA, Marcos; PESSÔA, Samuel. O valor das ideias: debate em tempos turbulentos. 1a
ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
Referencial Teórico:
● Como usar flashcards para conquistar a sua aprovação no ENEM. Geekiegames, 2018.
disponível em: <https://geekiegames.geekie.com.br/blog/flashcard-para-estudar/> Acesso em:
12/04/2021.
● Marconi, Elisa; Bicudo, Francisco. Como algoritmos afetam a democracia. Revista Giz, 2019.
Disponível em: <https://revistagiz.sinprosp.org.br/?p=7724> Acesso em: 12/04/2021

Aula 9
Tema Interpretando conflitos no ambiente escolar
Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFLGG06, EMIFCG08, EM13LGG204.
Objetivos
● Reconhecer um conflito como situação inerente à vida em sociedade, conduzindo à mudança e
gerando novas ideias.
● Investigar as causas e as diferentes visões dentro de um conflito.
● Definir quais técnicas de escalada usar para cessar o conflito, a partir da análise de casos do
ambiente escolar.
● Dramatizar a resolução de um conflito no âmbito escolar, aplicando as técnicas de comunicação
e escuta necessárias para a escalada de cessar um conflito.
Perguntas Essenciais
● O que é um conflito?
● Quais são as causas de um conflito?
● Como analisar apropriadamente um conflito?
● Como enxergar um conflito a partir da ótica oportunidade de desenvolvimento?
● O que fazer para resolver um conflito?
Compreensões Duradouras
● O conflito não deve ser enfrentado como algo absolutamente prejudicial, pois é uma situação
inerente à vida em sociedade e nasce a partir de necessidades não atendidas das pessoas.
● O conflito é um propulsor emocional, pois quando as pessoas passam a ter compreensão de sua
responsabilidade a respeito de uma situação de tomada de decisão, o conflito vira uma
oportunidade de evolução, conduzindo à mudança e gerando novas ideias.
● Dialogar no sentido de propor um acordo que beneficie ambas as partes envolvidas é o caminho
mais exitoso para a resolução de conflitos.
● Ao entender as necessidades humanas de um conflito, abre-se o caminho para encontrar o
consenso.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Materiais impressos (Anexo I e Anexo II); cartolina; canetas coloridas; pincel/giz, lousa, balões e
palitos de dente.

Passo-a-passo:
1) Introdução: (25 min.)
Professor(a), entregue um balão e um palito de dente para cada estudante. Dê uma única instrução:
Manter o seu balão cheio até que o tempo de 5 minutos se esgote. Dado o início da atividade, é provável
que os(as) estudantes comecem a estourar os balões dos(as) colegas e, ao final, é esperado que sobrem
poucos balões.

Em seguida, levante as seguintes provocações e a metáfora da dinâmica dos balões:

❖ Todos poderiam ter permanecido com os balões cheios se não usassem os palitos, pois o
comando não era de estourar os balões dos(as) outros(as) colegas. E provavelmente poucas
pessoas se preocuparam unicamente com os seus.
❖ O palito de dente representa metaforicamente o conflito. Para lidar com ele, devemos sair do
paradigma de ganhar ou perder, e começar a pensar em estratégias de benefício mútuo.
❖ O conflito é algo inerente à vida em sociedade, uma consequência direta de se viver em grupos.
Todos os dias, temos que lidar com situações que envolvem a convivência social ou situações de
mudança, que destacam divergências humanas e a não satisfação de suas necessidades.
❖ Outra forma de se enxergar um conflito é como um propulsor emocional, pois quando as pessoas
compreendem que são responsáveis por uma determinada tomada de decisão e entendem que
as pessoas procuram por uma necessidade comum.

2) Mapeando causas: (20 min.)


Divida os(as) estudantes em grupos de até 7 pessoas e peça que levantem um conflito dentro do
ambiente escolar e registrem na cartolina. Informe-os(as) que o primeiro passo para que consigamos sair
do paradigma de “perde e ganha” para resolução de conflitos é identificar as reais causas deles.
Solicite que leiam atentamente e escrevam o título do conflito no centro da cartolina. Posteriormente,
devem escrever as causas diretas ligadas a ele, não tendo um número máximo. O exercício é justamente
fazer um levantamento apurado das causas explícitas e implícitas de um conflito. Em seguida, devem
escrever as causas de segunda ordem, ou seja, as causas derivadas das causas diretas. Posteriormente,
o(a) Professor(a) deve solicitar aos(às) estudantes que aprofundem um pouco mais e escrevam as
causas de terceira ordem, derivadas das de segunda ordem. Os(as) estudantes devem aprofundar as
causas até saturar, ou seja, quando não encontrarem mais causas.
Os(as) estudantes podem fazer círculos de cores diferentes para representarem causas agregadoras
e desagregadoras de um conflito.Após as cartolinas estarem prontas, peça que os grupos troquem de
cartolinas e complementem as de outros grupos com mais causas encontradas, propondo uma rotação
do aprendizado.

3) Exposição dialogada: (20 min.)


Volte no exemplo de conflito da atividade de Mapeamento de causas e dê 2 minutos para que os(as)
estudantes pensem em como enfrentariam o conflito envolvendo discriminação. Solicite que dois(duas)
estudantes exponham suas formas de enfrentamento, selecionando perfis distintos de estudantes para
responder.
A seguir, explique aos(às) estudantes que, quando tencionamos um conflito, induzimos reações
negativas na outra parte. Estas, por sua vez, conduzem a interpretações negativas quanto à ação da
nossa parte. Um exemplo dessa espiral confusa do conflito pode ser exprimido por uma situação fictícia,
onde, por exemplo, uma mãe encontra o quarto bagunçado de seu(sua) filho(a). Assim, ela pode optar
pela:

❖ Fuga - mãe fechando a porta do quarto do(a) filho(a) para não ver a bagunça.
❖ Amaciamento – mãe arrumando o quarto do(a) filho(a) para evitar a briga.
❖ Uso do poder – mãe deixando de lavar a roupa do(a) filho(a) porque ele(a) não arrumou
o quarto.
❖ Barganha – mãe e filho(a) acordam coisas que ninguém quer, mas como os(as) dois(duas)
fazem algumas concessões, cria-se uma paz temporária.
❖ Cooperação – os dois lados concordam que querem o melhor para a “causa = manter a
organização da casa”. Uma forma é se colocar no lugar do(a) outro(a).

O pressuposto para cessar essa confusão, evitando a fuga, amaciamento, uso de poder ou barganha
e caminhar efetivamente para um desfecho que busque a cooperação, é a chamada “Escalada para
cessar conflitos”, um encadeamento de ações que contribuem com a resolução de um conflito.

1. Não reagir às provocações, não tomando como algo que fere a sua moral.
2. Utilizar de escuta ativa para identificar as necessidades da outra pessoa.
3. Fazer perguntas de verificação para entender o posicionamento da outra pessoa mais
afundo.
4. Colocar suas necessidades na negociação.
5. Facilitar o acordo fazendo propostas atrativas para ambos, incentivando que ambos
cheguem a um acordo.

4) Dramatizando e resolvendo conflitos: (20 min.)


Peça para que se juntem em duplas com os(as) estudantes das carteiras ao lado e entregue para
cada dupla uma situação de conflito dentro da escola (Anexo I). Fique à vontade, Professor(a), para
escolher uma ou mais situações do anexo, ou até mesmo utilizar algum momento de conflito de sua
própria sala de aula como exemplo.

Instruções:
❖ Cada estudante deve escolher uma personagem do conflito do anexo (A ou B) da situação para
se colocar no lugar e dramatizar o conflito com sua dupla.
❖ O(A) estudante 1 será o personagem A e deve iniciar o conflito como descrito no texto.
❖ O(A) estudante 2, personagem B, deve se esforçar para que o conflito não cresça, utilizando as
ações de como parar a escalada de um conflito.
❖ Ambos devem dialogar e propor um acordo que resolva o conflito.
❖ Em seguida, os(as) estudantes invertem de papel. Assim, o(a) estudante 2 será a personagem A,
que irá iniciar o conflito, enquanto o(a) estudante 1, personagem B, irá se esforçar para conter o
aumento do conflito. Novamente, ambos(as) devem dialogar e propor um acordo que resolva o
conflito.
❖ Objetivo da atividade: elaborar um acordo entre as partes, a partir da escalada para cessar
conflitos.

5) Arremate: (5 min.)
Oriente-os(as) a analisarem como lidaram com o conflito durante a dramatização, assinalando as
sentenças no Anexo II, “Lidar bem com um conflito é…”, que conseguiram colocar em prática durante a
atividade anterior em dupla.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Introdução: mantêm (ou não) seus balões cheios e refletem sobre as provocações e metáforas
trazidas pelo(a) Professor(a) - observação do(a) Professor(a).
● Mapeando causas: mapeiam colaborativamente e contribuem com sugestões para a análise das
causas do conflito nos grupos - avaliação pelo(a) Professor(a).
● Exposição dialogada: refletem sobre o enfrentamento de conflitos, reconhecem os tipos de
enfrentamento, estão atentos(as) e participativos(as) durante a exposição do(a) Professor(a) -
observação do(a) Professor.
● Dramatizando e resolvendo conflitos: se colocam na pele dos personagens, agem no sentido
de reduzir o conflito e chegar à proposição de um acordo - observação do(a) Professor(a) e
autoavaliação em pares pelos(as) estudantes.
● Arremate: classificam de forma correta as proposições a respeito do que foi dramatizado -
autoavaliação pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Situações de conflitos diversos na escola - Dramatizando e resolvendo conflitos
● Anexo II - Lidar bem com conflitos é...
Para saber mais
● Escola da Advocacia-Geral da União Ministro Victor Nunes Leal. Manual de Negociação
Baseado na Teoria de Harvard. Brasília: EAGU, 2017.
● Mediação de conflitos na escola.
Referencial Teórico:
● Carvalhal et al. Negociação e Administração de Conflitos (Série Gerenciamento de Projetos).
2. ed. Rio de Janeiro: FGV., 2009.
● Ceccon, Claudia et al. Conflitos na escola: modos de transformar: dicas para refletir e
exemplos de como lidar. Disponível em:
<https://www.slideshare.net/lucianasilva77377/conflitos-na-escola> Acesso em: 14/04/2021.
● Dutra, Denise. Você sabe lidar com conflitos? Disponível em:
<http://www.denizedutra.com.br/autodiagnostico/conflitos.pdf> Acesso em: 14/04/2021.
● Sathler, Ana Cristina. Mediação de conflitos e negociação. São Paulo : Editora Senac São
Paulo, 2017. (Série Universitária).
● Desafios reais do cotidiano escolar brasileiro: 22 dilemas vividos por diretores,
coordenadores e professores em escolas de todo o Brasil. Coordenação Katherine K.
Merseth; organização Instituto Península. — São Paulo: Moderna, 2018. disponível em:
<http://www.institutopeninsula.org.br/wp-content/uploads/2019/06/desafios-reais-do-cotidiano-
escolar-brasileiro.pdf> Acesso em:14/04/2021.

Aula 10
Tema Negociando necessidades humanas universais
Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFLGG06, EMIFCG08, EM13LGG204.
Objetivos
● Compreender os conceitos de negociação e mediação.
● Identificar os processos de comunicação presentes em uma negociação.
● Analisar estilos de negociadores(as) e como se comunicar com cada um(a) deles(as).
● Simular uma negociação sobre necessidades humanas dentro de um conflito cotidiano na sala de
aula.
Perguntas Essenciais
● O que é negociação?
● Em quais contextos a negociação cabe e como serve a eles?
● Quais processos de comunicação compõem uma negociação?
● O que é mediação?
● O que é necessário para que um processo de negociação seja exitoso?
Compreensões Duradouras
● A negociação é o processo para a aceitação de ideias, propósitos ou interesses, visando o acordo
entre as partes.
● A mediação é uma forma consensual de resolução de conflitos, na qual as partes envolvidas, por
meio do diálogo, cheguem a um consenso benéfico comum.
● A mediação possibilita a transformação da “cultura do conflito” em “cultura do diálogo”.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Lousa; pincel/giz; materiais impressos (Anexo I e Anexo II); folhas novas e usadas de A4; caderno,
caneta, canetas coloridas, lápis e borracha.

Passo-a-passo:
1) Introdução: (10 min.)
Comece a aula distribuindo uma folha de papel A4. Solicite que eles(as) se organizem em duplas e
fiquem um(a) de frente para o(a) outro(a) com suas folhas de papel em mãos. Em seguida, peça que
todos(as) façam uma bolinha com a folha de papel, segurem-na bem firme e atribuam uma necessidade
humana básica pessoal à bolinha, como o direito à água ou à necessidade de se sentir amparado(a)
pelos(as) colegas. Após este momento, anuncie que todos(as) têm 30 segundos para tentar obter a
bolinha do(a) colega, sem encostar nela ou no(a) colega.
A ideia é que os(as) estudantes dialoguem sobre quais condições farão a troca de bolinhas a partir
da ótica sobre quão valorosas elas são. Preste atenção no desenvolvimento da dinâmica e, ao final,
escolha duas duplas para que exponham suas condições para a troca das bolinhas. Após isso, realize
com os(as) estudantes um momento de reflexão sobre como essa dinâmica mostra muito do
comportamento humano. “Por que eu não negocio/me comunico procurando entender a necessidade que
a outra parte traz antes de agir?”
Ao final da reflexão, exponha aos(às) estudantes que na aula de hoje eles irão aprender sobre os
processos de negociação e mediação.

2) Leitura compartilhada e imprevisível: (15 min.)


Distribua o texto sobre “Aspectos da Mediação e da Negociação” (Anexo I) e inicie, você Professor(a),
a leitura em voz alta. Em determinada parte do texto, chame o nome de um(a) estudante para continuar
a leitura e peça para que ele(a) leia um trecho e depois escolha outro(a)colega da sala para continuar.

3) Mapas mentais sobre mediação e negociação: (20 min.)


Distribua folhas A4 brancas, sinalizando que irão realizar mapas mentais sobre as informações de
negociação e mediação lidas no texto. Mapa mental é uma técnica para realizar resumos com símbolos,
código de cores, setas, siglas e frases de síntese, com o objetivo de organizar o conteúdo e facilitar
associações entre as informações apreendidas pelo cérebro, respeitando a forma como ele o faz.

Conduza-os com os seguintes passos:


1. Pegue uma folha em branco e vire-a na horizontal;
2. Coloque o tema do seu resumo no centro desta folha. A dica é fazer algum desenho,
símbolo ou gráfico bem marcante;
3. Faça conexões a partir desse elemento central. Uma ideia é puxar setas para representar
cada nova associação;
4. Use palavras-chave para seu material ficar resumido e objetivo;
5. Complete o seu resumo com todas as informações importantes. Vale destacar: contexto
histórico, influências, localização, fatores de causa, consequências, detalhes, entre outros;
6. Não tenha medo de colocar ou tirar informações. Você tem vários elementos para estimular
seu cérebro e representar a matéria.

Explique que esse método é muito indicado para pessoas que têm facilidade de aprender de forma
visual e que eles(as) podem utilizá-lo para estudar para as outras disciplinas da escola. Você pode ilustrar
o método mostrando a Figura 1.

Figura 1 - Exemplo de Mapa Mental

Fonte: Amanda Lopes Santiago e Beatriz Triesse Gonzalez, autoras do Politize!, 2020.

Instrua-os(as) que realizem dois mapas mentais, um sobre mediação e outro sobre negociação. Diga
que é importante que os mapas suscitem sobre o que são esses processos de comunicação, quais são
seus elementos, para que eles servem e contenham também exemplos.

4) Simulação de negociação com necessidades humanas: (35 min.)


Retome com eles(as) a ideia vista nas primeiras aulas de que sentimentos negativos vêm de
necessidades humanas não atendidas. Agora que eles(as) sabem o que define uma negociação, irão
simular a resolução de um conflito cotidiano (Anexo II), utilizando os aspectos básicos de uma
negociação, além de fazer uso dos conhecimentos sobre as necessidades de cada uma das partes
(presentes no texto que relata o conflito).

Etapas para a realização da simulação:


1. Divida os(as) estudantes em duplas.
2. Distribua o texto do conflito em anexo para cada dupla de estudantes.
3. Incentive-os(as) a simular uma negociação que irá resolver o conflito exposto.
4. Escolha, ao final, duas duplas de estudantes para apresentar à turma, em duas rodadas, as
personagens da situação em anexo e um possível desfecho, além de um(a) narrador(a) para
assumir as falas da professora.

5) Arremate: (10 min.)


Oriente os(as) estudantes a escreverem um bilhete de saída, em que deverão descrever um
aprendizado que tiveram na aula, como se estivessem explicando para uma criança.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Introdução: os(as) estudantes levantam condições para a troca de bolinhas, se concentram e
refletem se a troca foi efetivamente negociada - autoavaliação pelos(as) estudantes conduzida
pelo(a) Professor(a).
● Leitura compartilhada e imprevisível: se comportam de forma atenta durante toda a leitura,
seguindo o texto corretamente, caso sejam chamados(as) - avaliação pela observação do(a)
Professor(a).
● Mapas mentais sobre mediação e negociação: realizam os mapas mentais de maneira criativa,
definindo mediação e negociação. - avaliação pelo(a) Professor(a) por circulação na sala.
● Simulação de negociação com necessidades humanas: negociam, considerando as
necessidades das personagens no processo, e encontram um lugar comum com a negociação -
autoavaliação pelos(as) estudantes e avaliação pelo(a) Professor(a) por circulação na sala.
● Arremate: levantam os aprendizados de cada etapa da aula.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Aspectos de negociação e mediação
● Anexo II - Situação de conflito para satisfazer necessidades
Para saber mais
● Vasconcelos, Carlos E. Mediação de conflitos e práticas restaurativas. São Paulo: Método,
2017.
Referencial Teórico:
● Mapa Mental: o que é? Como fazer? Aprenda agora! Stoodi, 2021. Disponível em:
<https://www.stoodi.com.br/blog/dicas-de-estudo/como-fazer-um-mapa-mental/> Acesso em:
15/04/2021.
● Junqueira, Luiz Augusto. Negociação: Tecnologia e Comportamento – 11ª edição. p. 51 e 52.
● Mota, Camila. CNV (Comunicação não-violenta): o que é, exemplos e como pôr em prática.
Silabe, 2019. Disponível em: <https://silabe.com.br/blog/cnv-comunicacao-nao-violenta-o-que-e-
exemplos-e-como-por-em-pratica/> Acesso em: 15/04/2021.
● Sathler, Ana Cristina. Mediação de conflitos e negociação. São Paulo : Editora Senac São
Paulo, 2017. (Série Universitária).
● ROBBINS, Stephen P. Comportamento organizacional. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2014.
● VASCONCELOS, Carlos E. Mediação de conflitos e práticas restaurativas. São Paulo:
Método, 2017.

Aula 11
Simulando negociação sobre direitos fundamentais
Tema negados durante a pandemia
Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG02, EMIFLGG06, EMIFCG08, EM13CHS103 e EM13LGG204.
Objetivos
● Compreender os 4 pilares da inteligência emocional e o seu uso em negociações, através da
montagem de um quebra cabeça conceitual.
● Analisar criticamente o acesso à higienização, à água e ao saneamento básico das pessoas no
contexto da COVID-19.
● Simular uma negociação fictícia aplicando os pilares da inteligência emocional.
Perguntas Essenciais
● O que é Inteligência Emocional?
● Como a Inteligência Emocional está relacionada à resolução de conflitos?
● Quais são as estratégias de uma negociação?
● Quais são as principais etapas de uma negociação?
● Como realizar uma negociação em prol do benefício mútuo?
● Por que é importante que o processo de negociação garanta o benefício mútuo?
Compreensões Duradouras
● Compreender que dominar aspectos emocionais, traduzidos nos 4 pilares da Inteligência
Emocional, é essencial para manter o equilíbrio e realizar uma negociação exitosa.
● Compreender que uma negociação possui etapas a serem desenvolvidas.
● Compreender que um processo de negociação existe para garantir trocas benéficas em uma
sociedade.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Materiais impressos (Anexo I e Anexo II); cartolina; lápis; canetas coloridas; lousa e pincel/giz.

Passo-a-passo:
1) Introdução: (5 min.)
Peça para que um(a) ou dois(duas) estudantes levantem definições sobre o significado de
Inteligência Emocional. Após suas colocações, complemente, afirmando que, apesar de ser considerada
um conceito muito subjetivo, a Inteligência Emocional tem estabelecido concretamente os seguintes
objetivos:

❖ Criar motivações para si próprio;


❖ Persistir num objetivo, apesar dos percalços;
❖ Controlar impulsos e saber aguardar pela satisfação de seus desejos;
❖ Se manter em bom estado de espírito;
❖ Impedir que a ansiedade interfira na capacidade de raciocinar e de ser empático e autoconfiante.

Exponha aos(às) estudantes que a Inteligência Emocional é uma habilidade essencial em diálogos,
debates e, principalmente, em negociações e que, para a aula de hoje, entenderemos como atingimos os
objetivos listados a partir de 4 pilares principais.

2) Quebra-cabeça conceitual: (15 min.)


Para realização desta atividade, organize cinco estações com os textos contidos no Anexo I, de
maneira sequencial, sendo que quatro serão destinadas aos pilares da Inteligência Emocional e uma ao
uso prático da Inteligência Emocional em negociações. Em seguida, separe a turma de acordo com as
letras C - E - G - R - U, atentando-se para uma divisão ao máximo igualitária. Agora, solicite que os(as)
estudantes se dirijam para a estação correspondente a letra que possuem (C = autoConhecimento; E =
Empatia; G = autoGestão; R = gestão de Relacionamentos e U = Uso prático da inteligência emocional
em negociações).
Com os(as) estudantes em suas respectivas estações, solicite que leiam os textos disponíveis,
discutam e cheguem a uma compreensão final, a qual deve ser sistematizada de forma individual em seus
cadernos.

3) Juntando as peças: (15 min.)


Finalizado o tempo da atividade anterior, os(as) estudantes retornam aos seus grupos originários (C
- E - G - R - U) e um(a) estudante deverá socializar as informações apresentadas nas estações que foram
sintetizadas em seus cadernos. Dessa forma, os(as) estudantes terão acesso a todas as peças, o que
resultará na compreensão geral sobre os 4 pilares da Inteligência Emocional (IE) e o uso da IE em
negociações. Encoraje os(as) estudantes para utilizarem abordagens criativas, em que poderão construir
mapas mentais e conceituais, infográficos, cartazes com letras coloridas, entre outras possibilidades.

4) Simulação de negociação sobre direitos fundamentais: (40 min.)


Organize os(as) estudantes em trios e forneça para cada grupo o texto: “Covid-19 e o Direito à Água,
Saneamento e Higiene: entenda, do Politize!” (Anexo II), para que, por meio dele, os(as) estudantes
compreendam o desafio posto e reflitam sobre o acesso à higienização, água e saneamento básico e os
impasses desse desafio na prevenção da COVID-19. Além disso, o mesmo anexo fornece o contexto da
negociação que deverá ser simulada após a leitura. Lembre-os(as) de que é essencial que ocorra o
benefício mútuo entre as partes envolvidas, ao final da negociação. Peça que os(as) estudantes anotem
seus argumentos em seus cadernos e o plano acordado entre as partes.

5) Arremate: (5 min.)
Oriente os(as) estudantes a registrarem no caderno qual(is) pilar(es) emocional(is) eles(as) utilizaram
durante a negociação e o que aprenderam com essa prática.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Quebra-cabeça conceitual: se apropriam dos pilares de Inteligência Emocional, como utilizá-los,
e sistematizam esses conhecimentos com o intuito de explicar aos demais colegas - autoavaliação
pelos(as) estudantes e avaliação pela observação do(a) Professor(a).
● Juntando as peças: conseguem expor com objetividade o pilar de sua estação correspondente e
trabalham de forma colaborativa e proativa na confecção do produto final do grupo. - autoavaliação
pelos(as) estudantes e avaliação pela observação do(a) Professor(a).
● Simulação de negociação sobre direitos fundamentais: cada estudante consegue se colocar
na personagem, garantindo a exposição de suas necessidades, parafraseando e realizando
perguntas de checagem durante o diálogo de negociação e analisando concessões para o
benefício mútuo.
● Arremate: conseguem reconhecer qual pilar emocional foi mais efetivo na prática. - autoavaliação
pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Textos das Estações
● Anexo II - Texto sobre água e saneamento básico na pandemia - Politize!
Para saber mais
● Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente
Referencial Teórico:
● Bispo, Erleyvaldo. Covid-19 e o Direito à Água, Saneamento e Higiene: entenda. Politize! 2021.
Disponível em: <https://www.politize.com.br/covid-19-e-o-direito-a-agua-saneamento-e-higiene/>
Acesso em: 19/04/2021.
● GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser
inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
● Sathler, Ana Cristina. Mediação de conflitos e negociação. São Paulo: Editora Senac São Paulo,
2017. (Série Universitária).

Aula 12
Determinação da temática central, público alvo e persona
Tema do coletivo
Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG06, EMIFCG08, EM13LGG204 e EM13LP25.
Objetivos
● Negociar a escolha da temática, buscando trazer uma ideia de complementação e não de
exclusão.
● Associar as ações existentes de outros coletivos com possíveis ações dentro da escola.
● Definir o público-alvo do coletivo.
● Criar a persona do coletivo, levantando seus traços principais de identidade.
Perguntas Essenciais
● Para quê servem os coletivos estudantis?
● Como os coletivos se organizam?
● Por que identificar o público-alvo da ação do coletivo?
● Qual é a identidade da persona que o coletivo pretende atingir?
Compreensões Duradouras
● A negociação pode existir dentro de qualquer processo de escolha ou tomada de decisão e a
escalada para cessar conflitos pode ser uma estratégia para aplicá-la.
● Uma negociação harmoniosa é aquela que busca trazer uma ideia de complementação e não de
exclusão.
● A CNV é uma forma valiosa de estruturar uma negociação e chegar a um consenso benéfico.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Lousa; pincel/giz; materiais impressos (Anexo I); caderno, caneta ou lápis e borracha; cartolina.

Passo-a-passo:
1) Introdução: (15 min.)
Inicie a aula solicitando que os(as) estudantes se dividam em grupos de 5 para a negociação da
temática central do coletivo. Instigue-os(as) sobre a importância de utilizarem a escuta ativa, permitindo
que cada estudante exponha suas necessidades e desejos.

Dica: Peça para que os(as) estudantes consultem ou lembrem de seus Relatório de
análise das Emoções, entregues na aula 2, para identificarem possíveis incômodos que
sentem dentro do ambiente escolar e que poderiam ser trabalhados dentro dos coletivos.

O objetivo é que eles(as) considerem que uma boa ideia é formada por movimentos de
complementação e não exclusão. Por exemplo, se parte do grupo deseja abordar a questão do racismo
na escola e outra parte deseja abordar a importância da privacidade de dados e o cyberbullying,
incentive-os(as) com perguntas do tipo: “Como essas duas temáticas podem funcionar juntas? Existem
ações que podem unir a exposição de ambas em uma intervenção?”
Professor(a), enquanto eles(as) realizam essa primeira negociação, lembre-se de deixar os objetivos
da aula explícitos na lousa para que os(as) estudantes sejam capazes de avaliá-los depois.

2) Negociando temáticas: (30 min.)


Após esse primeiro momento em grupos menores de 5 pessoas, oriente-os(as) a juntarem dois
grupos de 5, formando um grande e oficial grupo de 10 estudantes. Neste, eles(as) deverão definir
oficialmente a temática, seguindo a mesma lógica da escolha realizada anteriormente no grupo menor.

Instrua-os(as) que cada grupo menor terá um momento inicial para expor a temática definida
anteriormente e quais as necessidades dos integrantes de cada grupo em abordá-la. Os grupos podem
escolher um(a) porta-voz, mas é importante que, no momento de descrever quais as necessidades em
trabalhar essa temática, cada um(a) dos(as) 5 estudantes compartilhe com os(as) demais sua razão
particular..

Após a exposição, diga-os(as) que, assim como no processo anterior, devem exercer as práticas de
comunicação e desenvolver uma negociação que contemple as necessidades dos dois grupos menores,
seguindo a lógica de trazer uma ideia de complementação e não de exclusão de temáticas.

Ao final, os grupos de 10 pessoas, que serão responsáveis por exercer ações de intervenção na
escola, deverão ter realizado um acordo e definido a(as) temática(s) que serão abordadas.

3) Como agem os coletivos: (20 min.)


Professor(a), você pode compartilhar com os(as) estudantes o vídeo do Projeto Criativos da Escola,
que descreve ações organizadas por grupos de estudantes da rede pública, promovendo mudanças
dentro e fora do ambiente escolar ou o texto explicativo sobre o projeto. Conduza-os(as) a refletir sobre
as perguntas norteadoras: "Para quê servem os coletivos estudantis?", “Como esses coletivos se
organizam?” e “Como podem ser as ações de intervenção de um coletivo estudantil?”

Exponha aos(às) estudantes que os coletivos estudantis surgem quando jovens procuram integrar
o que aprendem em sala de aula com a realidade, buscando exercer sua cidadania. Incentive-os a utilizar
o diálogo com a escuta ativa e a escalada para cessar conflitos, como formas iniciais de suprir suas
necessidades dentro do ambiente escolar.

4) Definindo público alvo e persona do coletivo: (20 min.)


Tão importante quanto definir a temática do coletivo estudantil é determinar quem será atingido pela
ação de intervenção do coletivo. Para isso, os(as) estudantes devem definir o público-alvo e também a
persona que desejam alcançar com suas ações de intervenção. Distribua cartolinas para que os grupos
realizem estes levantamentos.

Exponha que o público-alvo é uma representação mais ampla e geral das pessoas que você quer
atingir. Ou seja, ele é composto por um segmento da sociedade que tem características em comum.
Para definir o público, é comum utilizarmos critérios sociodemográficos, como: idade, gênero, classe
social, nacionalidade, e localidade geográfica. No caso dos coletivos estudantis, por exemplo, o público-
alvo pode ser desde estudantes de uma série específica até pessoas que possuam uma mesma
característica etnico-racial, ou de gênero, dentro do ambiente escolar. Seu papel, Professor(a), é garantir
que os públicos-alvo sejam de fato coerentes com a abrangência das temáticas.

Após isso, eles(as) devem realizar a definição da persona que desejam alcançar ao realizar a
intervenção. Explique que, para tal, devem considerar outros critérios voltados para informações
psicográficas, como: personalidade, estilo de vida, valores, crenças, gostos pessoais etc. Para
desenvolver a(as) persona(s), eles(as) podem criar avatares através de desenhos e descrever o perfil
fictício, respondendo as seguintes informações:

❖ Nome, Idade, Escolaridade/Trabalho


❖ Dados sobre a família e local de origem
❖ Como se sente em relação ao mundo?
❖ Quais ideias ela tem?
❖ O que é mais comum em seu cotidiano?
❖ Quais são seus sonhos?
❖ Com quem costuma falar?
❖ Quais são seus medos e frustrações?
❖ O que a inspira?
❖ Quais são as necessidades?
❖ No que ela acredita?
❖ Como ela se comunica?
❖ Porque ela se identificou com o coletivo?

Explique que é importante definir com riqueza de detalhes a persona para não correr o risco de
direcionar sua mensagem para pessoas com perfil diferente.

5) Arremate: (5 min.)
Peça que cada grupo compartilhe brevemente os dados básicos da persona, como nome, idade e
por que se identificou com o coletivo, para que todos(as) da turma conheçam os demais coletivos.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Negociando temáticas: são capazes de exercer a escuta ativa e a CNV para dialogarem de
forma respeitosa e harmoniosa em grupos maiores, chegando em um acordo através de
negociação, e prezando pela ideia de complementação de temáticas e não de exclusão -
avaliação pela observação do(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Como agem os coletivos: estão atentos(as) ao trailer e à leitura e compreendem como agem
os coletivos estudantis ao responderem as perguntas norteadoras - avaliação pela observação
do(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Definindo público alvo e persona do coletivo: entendem os conceitos de público alvo e
persona e são capazes de definir, de forma coerente, o público-alvo e a persona dos seus
coletivos; trabalham em equipe de forma colaborativa e criativa - avaliação pela observação do(a)
Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes, confirmação pelo produto de registro na
cartolina.
● Arremate: compartilham dados básicos da persona e apresentam o coletivo para a turma.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Descrição do Projeto: E Se Fosse Com Você?
Para saber mais
● Coletivos trazem causas da nova geração para a escola
Referencial Teórico:
● Projeto: E se fosse com você? Desafio Criativos da Escola. 2019. Disponível em:
<https://criativosdaescola.com.br/wp-content/uploads/2019/08/premiado-desafio-criativos-da-
escola-2019-e-se-fosse-com-voce.pdf> Acesso em: 22/04/2021.
● Santos, Bárbara. Como criar uma persona para seu negócio: um guia prático para
compreender seu cliente ideal. Blog.hotmart, 2019. Disponível em: <ca-dos-
estudantes/https://blog.hotmart.com/pt-br/como-criar-persona-negocio/> Acesso em:
20/04/2021.
● Mapa da Empatia. Disponível em: <https://resultadosdigitais.com.br/blog/files/2018/02/mapa-
empatia.pdf> Acesso em: 20/04/2021.

Aula 13
Construindo o Plano de ação e as estratégias de
Tema comunicação da ação do coletivo
Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG08, EMIFCG07, EM13LGG204 e EM13LP25.
Objetivos
● Desenvolver o plano de ação da realização da primeira intervenção do coletivo na escola.
● Criar um cronograma de realização da ação de intervenção.
● Desenvolver estratégias de comunicação para a ação do coletivo.
● Prototipar formas de divulgação da ação do coletivo.
Perguntas Essenciais
● Por que organizar um cronograma de ação é essencial para o sucesso da intervenção do
coletivo?
● Como desenvolver estratégias de comunicação com base na análise da persona do coletivo?
● Qual a importância de prototipar a(as) intervenção(ões) e formas de divulgação da ação do
coletivo?
Compreensões Duradouras
● O planejamento de um projeto, antes da sua realização propriamente dita, é um passo essencial
para que a ação advinda dele seja efetivamente concretizada.
● Estratégias de comunicação feitas com base na análise de uma persona são mais efetivas no
alcance do público pretendido.
● A realização de um cronograma de ação e definição de responsabilidades é um caminho para
averiguar possíveis dificuldades ou potencialidades de um coletivo.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Lousa; pincel/giz; materiais impressos (Anexo I e Anexo II); caderno, caneta, lápis, borracha e
cartolina.
Passo-a-passo:

1) Introdução: (5 min.)
Peça que os(as) estudantes parem por um momento, respirem profundamente, reflitam sobre uma
situação de conflito pessoal que enfrentaram recentemente e pensem na resposta da seguinte pergunta:
“Como cada um dos envolvidos contribuiu para esta situação de conflito e como cada um dos envolvidos,
assumindo responsabilidade sobre como agiu, poderia agir de maneira diferente agora?”
O objetivo dessa atividade é fazer os(as) estudantes pensarem sobre a importância de assumir
responsabilidades em meio a conflitos antes de iniciarem os trabalhos coletivos, antevendo que,
provavelmente, eles(as) enfrentarão situações onde há um tensionamento.

2) 7 passos para um Plano de Ação: (15 min.)


Professor(a), solicite aos(às) estudantes que se organizem nos grupos dos coletivos (10
participantes) definidos na aula anterior. Após estarem organizados, explique a eles(as) que, antes de
realizarem qualquer ação prática de intervenção na escola, é essencial que os coletivos realizem o
planejamento prévio, através da construção de um plano de ação.

Descreva no quadro e explique que uma boa estrutura de plano de ação costuma seguir esses 7
passos:

1. Sabe onde quer chegar. Qual é o objetivo do coletivo em realizar a ação de intervenção?
2. Criar etapas mensuráveis e com prazos. Por exemplo: 3 dias antes de colocar a intervenção
em prática, teremos recolhido todos os materiais necessários; cada integrante do grupo saberá
com uma semana de antecedência qual sua função a ser realizada.
3. Listar as tarefas a serem executadas e determinem quais integrantes do grupo ficarão
responsáveis por cada tarefa.
4. Dividir as grandes tarefas em partes menores e mais fáceis de serem gerenciadas.
5. Decida os prazos para a entrega de cada etapa; o prazo é variável, pode ser por semana, a cada
três dias, todos os dias.
6. Criar uma representação visual para o seu plano de ação.
7. Determinar pessoas e momentos de verificação para acompanhar as etapas.

3) Construção do plano de ação do coletivo: (20 min.)


Distribua para os grupos o quadro de construção de plano de ação (Anexo I), para que eles possam
começar a organizar qual ação de intervenção os coletivos realizarão na escola.
Oriente-os(as) que sigam a ordem dos passos descritos, determinando, primeiro, qual o objetivo da
ação. Para tal, peça que foquem no público-alvo e na persona que desejam alcançar. Em seguida,
eles(as) devem refletir sobre como vão realizar a ação e quais serão os próximos passos do plano de
ação. Ao final dessa atividade, os(as) estudantes deverão ter o plano de ação da intervenção definido.

4) Criação do cronograma da ação do coletivo: (15 min.)


Após a definição do plano de ação, oriente aos(às) estudantes que foquem em determinar prazos
para a realização de cada etapa descrita nos planos de ação. Forneça o quadro de cronogramas (Anexo
II) para orientá-los(as) nessa definição. Instrua-os(as) sobre a importância de estabelecer prazos e
pessoas responsáveis pelas atividades dentro do cronograma.

5) Estratégias de comunicação e protótipo da ação do coletivo: (30 min.)


Nesse momento, os(as) estudantes deverão focar em prototipar uma ação a ser realizada pelo
coletivo durante a semana, até a próxima aula da eletiva. Forneça uma cartolina para que eles(as)
sistematizem seus protótipos e estratégias de comunicação. Explique que, mesmo que os grupos estejam
pensando em ações de intervenção maiores, até o momento da culminância, devem focar em realizar
uma ação pontual e atingível durante a semana (entre as aulas 13 e a 14), que será usada como um
modelo/rascunho para o desenvolvimento de ações maiores posteriormente.

Peça que foquem nessa ação única para desenvolverem estratégias de comunicação que irão atrair
o público alvo pretendido. Oriente-os(as), por exemplo, a pensar em: como trazer o público alvo para um
momento de rodas de conversa ou debates e também em divulgações virtuais (nas redes sociais) ou
reais (em murais ou cartazes na escola).

6) Arremate: (5 min.)
Peça que, em grupos mesmo, os(as) estudantes comentem sobre: “Qual a importância de prototipar
a(as) intervenção(ões) e formas de divulgação da ação do coletivo?” em uma roda de conversa aberta.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Introdução: são capazes de refletir sobre situações de conflitos vivenciadas e analisá-las no
sentido de assumir responsabilidade sobre seus atos e pensar e como poderiam agir diferente -
autoavaliação pelos(as) estudantes.
● 7 passos para um Plano de Ação: compreendem o que é um plano de ação na teoria -
observação pelo(a) professor e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Construção do plano de ação do coletivo: conseguem aplicar o conhecimento teórico sobre
plano de ação na prática, desenvolvendo o plano de ação de uma intervenção do coletivo -
observação pelo(a) professor e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Criação do cronograma da ação do coletivo: desenvolvem o cronograma de planejamento da
primeira ação de intervenção do coletivo - observação pelo(a) professor(a) e autoavaliação
pelos(as) estudantes.
● Estratégias de comunicação e protótipo da ação do coletivo: conseguem prototipar a
realização da primeira intervenção social do coletivo na escola e sua estratégia de divulgação -
observação pelo(a) professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Arremate: refletem sobre a importância de prototipar a(as) intervenção(ões) e formas de
divulgação da ação do coletivo - autoavaliação pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Modelo de Plano de ação
● Anexo II - Cronograma de Tarefas
Para saber mais
● Caderno de planejamento e estratégia - Escola de ativismo
Referencial Teórico:
● Plano de ação: como montar um em 7 passos para uma empresa. Siteware, 2108. Disponível em:
<https://www.siteware.com.br/blog/projetos/como-criar-um-plano-de-acao/> Acesso em:
20/04/2021.

Aula 14
Tema Caracterizar e simular a intervenção no ambiente escolar
Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG08, EMIFCG07, EM13LGG204 e EM13LP25.
Objetivos
● Elaborar como será a exposição dos resultados da ação do coletivo durante a culminância.
● Simular a exposição do tema e da ação do coletivo na culminância.
Perguntas Essenciais
● O que eu posso aprender com a intervenção compartilhada por outros coletivos?
● Como eu posso melhorar ou modificar a intervenção do meu coletivo?
● Por que é importante simular a execução da ação dos coletivos?
● De quais maneiras criativas as temáticas dos coletivos podem ser apresentadas?
Compreensões Duradouras
● Podemos aprender e assimilar conhecimentos a partir das experiências relatadas por outras
pessoas.
● O compartilhamento de experiências é um canal de enriquecimento de ações coletivas.
● É essencial simular uma apresentação para treinar o quê expressar e como expressar a
mensagem dela.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Papel, cartolina, lousa, pincel, celular ou computador; papel; caneta.

Passo-a-passo:

1) Introdução: (5 min.)
Professor(a), a Eletiva está caminhando para o seu fim e, possivelmente, este será um momento
em que os(as) estudantes estarão agitados e ansiosos. Portanto, convide-os(as) para essa aula a partir
de um momento de pausa e reflexão, instigando-os(as) a lembrar do quanto se desenvolveram desde o
início. É um momento em que você pode levantar um ponto de desenvolvimento que enxergou em cada
um(a) dos estudantes.

2) Planejando a exposição do coletivo na culminância: (35 min.)


Diga a eles(as)) que o momento da culminância se aproxima e que foi um longo e exitoso percurso
de aprendizado para todos(as). Professor(a), utilize esse momento para enaltecer e reforçar
positivamente comportamentos proativos quanto à realização de ações do coletivo e o quanto eles(as)
foram capazes de crescer e se desenvolver durante o percurso da eletiva.
Explique que, durante o momento da culminância, deverão apresentar seus coletivos e descrever
a ação de intervenção que eles já realizaram na escola - ou até outras que ainda desejam realizar. Diga
que os coletivos não precisam, e nem devem, terminar após o fim da Eletiva, uma vez que a ideia foi
consolidar um grupo com uma temática bem definida e um escopo de ação sustentável. Oriente-os(as)
que aproveitem esse momento da aula para resolver o planejamento da apresentação de seus coletivos
e ações de intervenção. Eles(as) devem definir questões como:

❖ Como vamos expor a temática do coletivo na culminância? Por apresentação oral, por vídeo,
através de um teatro ou outra manifestação mais criativa?
❖ Como demonstraremos o processo de planejamento e execução da ação de intervenção já
realizada pelos coletivos?
❖ Cada coletivo terá sua apresentação individual ou faremos algo maior como turma?
❖ As outras turmas da escola serão convidadas para a apresentação? Os responsáveis e os demais
membros da comunidade escolar serão convidados?

Professor(a), ao final desse momento é essencial que os(as) estudantes tenham um esboço da
estruturada de como vai ser a apresentação da culminância, se haverá convidados da comunidade
escolar, com ou sem compartilhamento de vídeo, se vão fazer um teatro, um flash mob, uma simulação
de programa de rádio ou TV. Deixe-os(as) livres para exercerem sua criatividade, mas fique atento(a)
para que desenvolvam um planejamento simples de ser realizado, com os recursos e tempo que
possuem. Nesse sentido, é essencial que os coletivos compartilhem com o(a) Professor(a) qual será o
esboço da apresentação da culminância, ao final deste momento.

Dica: Você pode sugerir, Professor(a), que a apresentação da turma como


um todo ocorra num formato de programa de televisão, no qual cada coletivo terá
o seu quadro para expor sua apresentação individual. Essa simulação pode
ocorrer como um teatro ou em formato de vídeo.

3) Escrevendo o roteiro da apresentação e ensaiando: (50 min.)


O objetivo nessa etapa é escrever tudo que será dito na apresentação, através de personagens ou
narradores. Auxilie-os(as) a escrever exatamente como a mensagem vai ser passada e utilize esse
mesmo modelo para ensaiar. Encoraje-os(as) a não decorar exatamente o texto, palavra por palavra,
mas usar estímulos visuais ou gestos para auxiliar na memorização. Nesse roteiro, os coletivos devem
descrever em detalhes o que será exposto, durante a culminância ou em vídeo, em forma de um texto
de falas corridas. Estimule-os, também, a detalhar seus sentimentos e sensações ao realizarem toda a
construção do coletivo.
Um bom recurso para escrever o roteiro da apresentação é a contação de histórias, movimento no
qual os(as) estudantes escrevem uma história que relata como foi a construção do coletivo e conduzem
aqueles que assistem a percorrer a trajetória com eles(as), despertando emoções e compartilhando a
mensagem do coletivo.

A estrutura de um roteiro de contação de história é:


1. Apresentação: a descrição de como é o contexto que será abordado na história e um momento
que anuncia o conflito/incômodo ou reflexão.
2. Jornada: na qual todo o processo de construção para a resolução do conflito/incômodo ou
reflexão é descrito.
3. Mudança: que é nada mais do que o novo contexto que se deseja alcançar com a ação do
coletivo.
4. Ação realizada: detalhes da implementação e resultados obtidos que “fecham” com o conflito
estabelecido em 1.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Planejando a exposição do coletivo na culminância: determinam e planejam de forma
detalhada como será a apresentação da temática e da(s) intervenção(ões) realizadas pelo
coletivo - observação pelo(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Escrevendo o roteiro da apresentação e ensaiando: escrevem de forma detalhada o que será
falado durante a apresentação do coletivo (seja oralmente, ou por vídeo) e realizam o ensaio, se
comportando de forma harmoniosa e respeitosa com os(as) colegas - observação pelo(a)
Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Não possui.
Para saber mais
● Dicas para a criação de roteiros curtos
● Roteiro de vídeo: aprenda como fazer o melhor script da sua vida
● Roteiro de Apresentação Slides
● Roteiro para apresentação oral (em torno de 14 slides)
Referencial Teórico:
● Gomes, Débora. Como fazer um roteiro de vídeo de forma simples. Sambatech,2021.
Disponível em: <https://sambatech.com/blog/insights/roteiro-de-video/> Acesso em: 23/04/2021.
● Um guia para fazer o seu roteiro de vídeo (com exemplos!) Hotmart, 2019. Disponível em: <
https://blog.hotmart.com/pt-br/como-fazer-roteiro-de-video/> Acesso em: 23/04/2021.
● Vieira Dimitri. O que é Storytelling? O guia para você dominar a arte de contar histórias e
se tornar um excelente Storyteller. Comunidade Rock Content, 2020. Disponível em:
<https://comunidade.rockcontent.com/storytelling/> Acesso em: 23/24/2021.
● Wojciechowski, Mônica. Como Fazer um Roteiro - 9 passos que os roteiristas profissionais
utilizam para fazer seus roteiros, com exemplos e modelos para download. Disponível em:
<https://www.aicinema.com.br/como-fazer-um-roteiro/> Acesso em: 23/04/2021.
Aula 15

Tema Apresentando o coletivo e sua ação


Tempo estimado 90 minutos (2 aulas de 45 minutos)
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCHSA10.
Objetivos
● Organizar o espaço do evento de apresentação dos coletivos.
● Apresentar para a comunidade escolar o coletivo estudantil, seu objetivo e sua ação.
● Dialogar e debater sobre toda a trajetória de desenvolvimento da Eletiva e como as práticas de
linguagem e temáticas políticas influenciaram no surgimento dos coletivos.
● Refletir e avaliar a trajetória de aprendizagem dentro da eletiva, tanto individual quanto coletiva.
Perguntas Essenciais
● Quais são as melhores formas de expor os resultados da Eletiva?
● Como traduzir os principais pontos da trajetória de desenvolvimento do coletivo em cartazes
para o evento de divulgação?
● Quais foram os principais aprendizados da eletiva?
● Quais são os pontos de destaque e os de melhoria da eletiva e da atuação dos(as) estudantes
e do(a) Professor(a)?
Compreensões Duradouras
● A disseminação de informação intencional de qualidade para a comunidade escolar, por meio
do evento de divulgação dos coletivos, é uma estratégia para gerar senso de pertencimento à
comunidade.
● A reflexão sobre como os(as) estudantes saem dessa Eletiva permite que eles(as) se deem
conta de sua autonomia, responsabilidades com a comunidade escolar e o quanto podem
fortalecer sua ação cívica.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula
● Cartolinas; canetas coloridas; caixas de som; equipamentos multimídia, materiais impressos; e
entre outros recursos necessários para as apresentações dos coletivos.

Passo-a-passo:
1) Introdução: (20 min.)
Esta aula é composta de dois momentos principais: divulgar o desenvolvimento dos coletivos e
suas ações de intervenção no ambiente escolar e promover o encerramento da Eletiva, através da
coleta de dados sobre a experiência dos(as) estudantes e possíveis sugestões de melhoria.

Para realização do evento de divulgação dos coletivos, sugere-se que o espaço destinado à
apresentação seja organizado por ilhas temáticas, ou seja, que cada grupo fique responsável por uma
parte do espaço, em que deverão apresentar seu coletivo da forma que desejarem.

Encoraje os(as) estudantes para que produzam cartazes, infográficos, mapas conceituais,
ornamentos, desenhos e outras formas de comunicação para ilustrar a importância e o porquê do
coletivo. Teatros e outros tipos de dramatizações, como mímicas, dinâmicas e jogos com a comunidade
podem ser também formas de apresentar metaforicamente o coletivo.
2) Evento de divulgação dos coletivos: (40 min.)
Após a organização do espaço de apresentação, chegou a hora de divulgar os trabalhos
elaborados durante a Eletiva. Durante esse momento, deverá ocorrer a apresentação de cada coletivo
(seja de forma presencial ou não). Os(as) estudantes devem aproveitar esse momento para expor a
temática, contar os detalhes do processo de construção, descrever as ações de intervenção realizadas
no ambiente escolar e, principalmente, as evidências dos primeiros resultados dessas ações.

Caso a culminância esteja disponível digitalmente, sugere-se a utilização de um gerador de QR-


Code, disponível em diversos sites, para que os(as) participantes do evento consigam acessar a
culminância de maneira ágil por meio do aparelho móvel.

Dica: Professor(a), uma sugestão para enriquecer ainda mais esse momento de
apresentação dos coletivos é buscar formas de transmitir a apresentação da
culminância na TV local, em canais universitários ou até mesmo em um programa
de rádio, para dar maior visibilidade às iniciativas dos(as) estudantes.

Dica 2: Caso esse momento de apresentação seja gravado, você também pode
entrar em contato com o Politize!, através da aba contato no nosso site, ou e-
mail escolas@politize.com.br, para que seja divulgada em nosso canal no
Youtube. A Escola de Cidadania Ativa terá muito orgulho em apresentar o
trabalho realizado pelos(as) estudantes da sua Eletiva!

3) Roda de encerramento: (30 min.)


Para finalizar a Eletiva, após o evento de divulgação, organize a sala em círculo para possibilitar
um momento de troca entre toda a turma. Explique que será um momento de reflexão sobre os
principais aprendizados que obtiveram durante as aulas e quais foram as principais contribuições
práticas da Eletiva.

Inicialmente, realize com eles(as) uma chuva de recordações, na qual exponham momentos
marcantes que tiveram durante a Eletiva. Você pode sugerir que cada estudante exponha o momento
mais marcante para ele(a) durante todo o percurso da Eletiva, seguindo o sentido do círculo.

Em seguida, proporcione um momento para que reflitam sobre todas as mudanças de


comportamento, principalmente relacionados às formas de comunicação, que foram desenvolvidos
durante a Eletiva. Questione se existiram alterações das percepções em relação aos temas
apresentados e de que forma a disciplina contribuiu para mudanças de pensamentos e ações deles(as).
Abra o espaço para aqueles(as) que desejam compartilhar suas percepções com a turma.

Em seguida, pergunte para a turma quais são os principais aprendizados que tiveram no que diz
respeito ao conteúdo da Eletiva, bem como quais são os pontos de atenção e melhoria, traduzido nas
questões: “O que fizemos bem?” e “O que podíamos ter feito melhor?”. Além disso, aproveite para
questionar como essa Eletiva impactará a vida deles(as) a longo prazo, por exemplo, na escolha da
profissão ou na vida adulta.

Não se esqueça de documentar por escrito as contribuições dos(as) estudantes e registrar esse
encerramento tão especial por meio de fotos e vídeos. Por fim, agradeça a participação de todos(as) e,
se for pertinente, aproveite esse momento para conceder e receber feedbacks sobre o desempenho
dos estudantes e do(a) Professor(a) no decorrer das atividades. Além disso, aproveite para compartilhar
com a comunidade escolar e com a sua rede de Professores as fotos desse momento e a sua
experiência com a Eletiva.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os estudantes compreendem
● Evento de divulgação da culminância: os(as) estudantes expõem de forma assertiva e criativa
toda a trajetória de desenvolvimento do coletivo, mostrando que são capazes de desenvolver
as atividades de maneira colaborativa, e mantém uma postura aberta na interlocução com
distintos públicos - observação pelo(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Roda de encerramento: os(as) estudantes conseguem indicar quais foram os principais
benefícios da eletiva, bem como os pontos de atenção, tanto individuais quanto coletivos.
Também conseguem realizar a avaliação da progressão em seu processo de aprendizagem,
identificando as mudanças comportamentais que tiveram. - observação pelo(a) Professor(a) e
autoavaliação pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos:
● Não possui.
Para saber mais
● Nova Escola - Gestão. Seis dicas para organizar eventos com a comunidade escolar
● Jornada Edu. Roda de conversa: como usar essa estratégia na sala de aula
Referencial Teórico:
● FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São
Paulo: Paz e Terra, 2005.
CADERNO DE AULAS REMOTO
Orientações didáticas para o Ensino Remoto

Professor(a), é sugerido que, antes de iniciar a Eletiva, se faça um diagnóstico com a turma,
perguntando quais, dentre as plataformas digitais disponíveis, são mais utilizadas e acessíveis para ela
. Desta forma, você consegue analisar quais possibilidades fazem mais sentido para o contexto. Além
disso, é importante mencionar aqui que é possível adaptar aulas de acordo com a realidade de horários
de cada escola.
Neste documento, há instruções de ferramentas digitais acessíveis e de uso mais simples. Há
também alguns conceitos presentes ao longo de todas as aulas planejadas, cujas definições
encontram-se a seguir:

● Aula síncrona: É necessária a participação do(a) estudante e Professor(a) no mesmo instante


e no mesmo ambiente virtual, logo, ambos devem se conectar no mesmo momento e interagir
entre si de alguma forma para concluírem o objetivo da aula.
● Aula assíncrona: É a aula desconectada do momento real e/ou atual, ou seja, não é necessário
que os(as) estudantes e professores(as) estejam conectados(as) ao mesmo tempo para que as
tarefas sejam concluídas e o aprendizado seja atingido.
● Plataforma: É o meio pelo qual há a interação entre o(a) Professor(a) e os(as) estudantes.
Exemplo: Google Sala de Aula.
● Ferramenta: É o recurso digital utilizado dentro da atividade proposta. Exemplo: Site Padlet.
Orientações gerais para a preparação das aulas

O que fazer antes de uma síncrona

● Criar e deixar salvo um link para a reunião.


● Disponibilizar o link para os(as) estudantes. No Google Sala de Aula, é possível criar um link do
Google Meet para a turma, que fica disponível logo abaixo do nome da turma e pode ser usado
para todas as aulas.
● Preparar as ferramentas digitais que serão utilizadas.
● Alinhar com a turma as expectativas e enviar instruções para aula.
● Enviar para os(as) estudantes todos os materiais que irão utilizar durante a aula.
● Lembrar que, para cada nova ferramenta utilizada, é necessário designar um tempo da aula para
instruções/testagem/dúvidas. Esse tempo é estratégico para garantir a eficácia da metodologia
daquela aula e das seguintes.
● Preparar um Google Formulário com questões reflexivas sobre os aprendizados, erros e
contribuições que a aula gerou para o(a) estudante, além de perguntas que possam fornecer
dados para o(a) Professor(a), como: “Quais são os meios de comunicação mais usados por
você? Cite três.” Esse Google Formulário pode estar atrelado à atividade final da aula, chamada
no plano de aula de “arremate.”

O que fazer antes de uma assíncrona

● Preparar links e ferramentas digitais que serão utilizadas.


● Preparar textos e outros materiais usados como atividades, como vídeos e áudios.
● Alinhar com a turma as expectativas e enviar instruções para aula.Preparar um Google
Formulário com questões reflexivas sobre os aprendizados, erros e contribuições que a aula
gerou para o(a) estudante, além de perguntas que possam fornecer dados para o(a)
Professor(a), como: “Quais são os meios de comunicação mais usados por você? Cite três.”
Esse Google Formulário pode estar atrelado à atividade final da aula, chamada no plano de aula
de “arremate.”

O que fazer após uma aula assíncrona ou síncrona

● Colher os dados fornecidos pelas ferramentas digitais aplicadas.


● Avaliar a eficiência das ferramentas utilizadas para sua reutilização ou buscar novas
ferramentas.
● Dar devolutivas, de preferência individuais, aos estudantes sobre as atividades.

Sugestões de ferramentas digitais

Ferramentas do Google (Gsuite)

● Google Documentos: criação de documentos interativos e compartilhados. Os estudantes


podem trabalhar e editar um mesmo documento simultaneamente.
● Google Apresentação: criação de apresentações interativas e compartilhadas. Os estudantes
podem produzir e editar uma mesma apresentação simultaneamente. Você pode criar uma
dinâmica em que cada estudante elabora um slide, por exemplo.
● Google Formulário: criação de formulários. Pode ser usado para que os estudantes criem os
seus formulários para alguma atividade que requer criação de gráficos, por exemplo, ou para
que você possa coletar dados sobre seus estudantes e elaborar questionários sobre o conteúdo.
● Google Meet: um serviço de comunicação por videoconferência.
● Google Sala de Aula: um sistema de gerenciamento de conteúdo para escolas, em que é
possível a criação, a distribuição e a avaliação de trabalhos.

Ferramentas de gravação de vídeo

● Loom: para gravar vídeos de sua tela, câmera ou ambos (Site em inglês).
● Screencastify: uma extensão do Google Chrome que possibilita gravar a tela do computador
(Site em inglês).
● CamStudio: uma ferramenta semelhante às demais, mas que, segundo análises, é bem simples
(Site em inglês).

Ferramentas para a construção de murais e mapas mentais

● Miro: plataforma para Brainstorms ou para criação de mapas conceituais. Possibilita que
todos(as) acessem juntos(as) e adicionem seus post-its e suas anotações (Site em inglês). Vídeo
sobre como utilizar (em inglês, mas possui legendas).
● Padlet: plataforma para a criação de murais interativos(site simples e em português). Vídeos
sobre como utilizar.
● Jamboard: uma extensão do Google Chrome, que é uma lousa digital interativa. Tem
compatibilidade para colaboração on-line. Vídeo sobre como utilizar (em inglês, mas possui
legenda).
● Mind Map: uma ferramenta gratuita para a elaboração de mapas mentais. Vídeos sobre como
utilizar.
● Mentimeter: uma ferramenta que cria apresentações com feedback em tempo real, como, por
exemplo, nuvens de palavras, enquetes, gráficos de respostas etc. Vídeos sobre como utilizar.
Ferramentas para edição de áudio e vídeo

● ADV Gravador de Tela: Aplicativo disponível para Android e IOS.


● Shotcut: programa disponível para computadores.

Ferramentas para sorteio e formação de grupos

● Sorteador: site muito simples para sortear números.


● Excelendo: um site que gera cartas com números diversos, muito funcional para sortear
grupos.

Sugestões de trabalhos em grupos remoto (de forma síncrona)

Em momentos de realização de atividades em grupos, os(as) estudantes devem receber as


informações de forma bem clara, isto é, comandos breves e diretos. Os grupos, no geral, serão de quatro
ou cinco integrantes. Para formar grupos, existem duas possibilidades: a primeira é separá-los por salas
temáticas dentro da mesma reunião.No Google Meet, isso é possível através do ícone Atividades ,
que fica no canto superior direito. A segunda é separar os grupos em reuniões diferentes. Nesse caso,
é importante deixar uma pessoa do grupo responsável por criar o link e ser o(a) anfitriã(o) da nova
reunião do Google Meet. Essa mesma pessoa deve enviar o link para o(a) Professor(a), pois a turma
toda vai sair da sala principal do Google Meet e criar outras reuniões para realizarem a atividade.
É interessante também que os grupos sejam separados por funções, por exemplo, uma pessoa
será o(a) redator(a), que vai anotar as opiniões de cada um(a), uma pessoa será o cuco, controlando o
tempo da atividade e fazendo a ponte de comunicação direta com o(a) Professor(a) e, por fim, alguém
que irá mediar a discussão para deixá-la mais organizada e proveitosa. Antes de dividir os grupos,
explique como será a atividade e a sua duração. Ao final do tempo determinado, todos(as) devem voltar
para a sala principal, sem atrasos, para discutir e encerrar a aula. Para esta dinâmica, reserve, ao
menos, 5 minutos para passar todas as instruções aos(às) estudantes.
Sobre o acompanhamento pedagógico dos grupos, é importante que o(a) Professor(a)
acompanhe cada grupo por alguns minutos em cada sala criada do Google Meet. É importante saber
como cada grupo está realizando a atividade e orientar em caso de dúvidas.
Planos de Aula Remotos

Aula 1
Tema A diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa
Tempo estimado 80 minutos (2 aulas de 40 minutos)
Formato da aula Síncrona
Plataforma de ensino Google Meet
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG08; EM13CHS106; EM13CHS502 e EM13LGG204.
Objetivos
● Conhecer o objetivo geral da eletiva.
● Conhecer exemplos de coletivos estudantis, seus pressupostos e como eles atuam nas
comunidades escolares.
● Avaliar os conhecimentos prévios sobre escuta ativa e comunicação não-violenta.
● Identificar a diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa.
● Exercer escuta ativa ao participar de diálogos cotidianos, informais ou não.
● Analisar um diálogo a partir de diferentes funções: sujeito que fala, sujeito que ouve e
observador.
● Refletir sobre como se comportar durante diálogos.
Perguntas Essenciais
● O que é escuta ativa?
● Qual é a diferença entre o ato de ouvir e a escuta ativa?
● Como exercer a escuta ativa?
● Por que a escuta ativa é importante?
Compreensões Duradouras
● Compreender que escutar é um ato de atenção plena e interesse genuíno na fala da outra pessoa.
● Compreender a importância de desenvolver empatia com a fala da outra pessoa, estando
atento(a) ao que ele(a) diz, sem focar em réplicas imediatas.
● Compreender como exercer escuta ativa em diálogos cotidianos, informais ou não.
● Compreender como se auto-observar e se auto analisar durante diálogos para que se possa
responder e reagir de maneira ideal.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula/ferramentas para aula:
● Ferramentas para a aula: Google Meet, Google Formulário, Google Apresentações e Google
Documentos
● Materiais para a aula: caderno, caneta, lápis e borracha, celular ou computador.

Passo-a-passo:

1) Abertura: (5 min.)
Durante a videoconferência, peça para que os(as) estudantes pensem em uma palavra que descreva
como eles estão se sentido em relação ao início da eletiva. Conduza os(as) estudantes para que
exponham suas palavras para a turma, um(a) por um(a). É interessante que o(a) Professor(a) inicie,
dizendo qual é sua palavra, para se integrar como parte do grupo e demonstrar como se dará a atividade.
Sugestão de atividade assíncrona: (5 min.) Utilize o aplicativo Mentimeter para realizar essa
atividade de abertura, construindo uma nuvem de palavras e compartilhando o resultado pelo
WhatsApp.

2) Introdução: (15 min.)


Explique que a Eletiva tem como proposta aprimorar a capacidade de comunicação dos(as)
estudantes, estabelecendo espaços de troca seguros, de reflexão e confiança para que eles possam
reconhecer esses espaços fora da escola e prezar por eles também. Destaque que o objetivo central da
Eletiva é:

“Formar pessoas conscientes e hábeis à prática saudável, harmoniosa e


produtiva do diálogo, debate e da negociação, desenvolvendo cidadãos que interajam
crítica e assertivamente e que busquem fortalecer espaços democráticos.”

Nesse momento, frise que eles(as) serão desafiados(as) a se autoconhecer, refletir sobre seus
pontos de vista e no que eles implicam dentro do sistema político que vivemos e construímos
cotidianamente. O foco será a prática das três formas de comunicação - diálogo, debate e negociação -
em diversos níveis.

A culminância se dará por meio da criação de um coletivo social que promova, ao menos, uma ação
prática dentro do ambiente escolar. Para a escolha do coletivo, os(as) estudantes serão divididos em
subgrupos de 5 estudantes e ficarão responsáveis por defender uma causa social particularmente
relevante, devendo dialogar, debater e negociar para chegar a um consenso sobre qual temática será
realmente abordada para o grupo todo, composto de 10 estudantes. Assim, cada grupo deverá planejar
e executar alguma ação de intervenção social na escola, que promova as ideias e pontos de vista
defendidos pelos coletivos. Ao final, para a divulgação junto com a comunidade escolar, sugere-se que
seja realizado um evento de compartilhamento das ideias e ação de cada coletivo.

Sugestão de atividade assíncrona: (10 min.)


Grave um vídeo curto para ser enviado aos estudantes pelo WhatsApp ou outra ferramenta de
contato, como o Google Sala de Aula, explicando qual será o objetivo da Eletiva e o que se espera
dos(as) estudantes. Lembre-se de focar nas habilidades e comportamentos que eles(as) irão
desenvolver em relação à sua capacidade de comunicação ao longo da eletiva.

3) Atividade diagnóstica: (10 min.)


Apresente aos(às) estudantes a proposta de atividade, em que deverão preencher um roteiro de
perguntas (Anexo I) relativas aos assuntos que serão abordados ao longo dos módulos 1 e 2. Ressalte
que as questões devem ser respondidas de acordo com as convicções que possuem naquele momento,
sem se preocuparem com o certo ou errado. A atividade deverá ser realizada individualmente pelos(as)
estudantes por meio de um Google Formulário. Por fim, esclareça que, no último dia de aula destes dois
primeiros módulos, a atividade será revisitada por eles(as), portanto peça que tirem fotos de suas
respostas e as guardem.

Sugestão de atividade assíncrona: (10 min.)


Envie orientações em formato de áudio ou texto para os estudantes pelo WhatsApp sobre o
preenchimento do formulário, assim como o link, além de descrições e vídeos sobre como usar o
Google Formulário e o Google Apresentações. Utilize gifs ou figurinhas do WhatsApp que atraiam
a atenção dos(as) estudantes.
4) Dinâmica de Introdução à Escuta Ativa: (30 min.)
Professor(a), o passo a passo da organização e realização da dinâmica encontra-se descrito neste
arquivo (Anexo II). Antes de realizar a dinâmica, pergunte aos estudantes, com a finalidade de atrair a
atenção deles e engajar a discussão oral: “Quando conversam, vocês ouvem ou escutam as pessoas??
e “Vocês acham que existe uma diferença entre ouvir e escutar?”.

Explique aos(às) estudantes que existe uma diferença entre simplesmente escutar ou ouvir e praticar
efetivamente a escuta ativa. No primeiro caso, dividimos a nossa atenção em vários aspectos, sobretudo
no pensamento “O que eu vou dizer depois?“, ao invés de ouvir o outro com presença e atenção,
demonstrando interesse pelo assunto e livre de qualquer julgamento, como acontece no segundo caso.
A escuta ativa ocorre em um diálogo onde há o sentimento da compaixão. Não é preciso concordar com
tudo o que é dito, mas entender que existe uma pessoa com pensamentos, ideias, raízes e histórias
diferentes das nossas, que pode e, às vezes, precisa compartilhar aquilo que está sendo dito.
Eventualmente, nossa função é apenas escutar atentamente a outra pessoa, não necessariamente
procurar respostas para seus questionamentos.

Explique primeiro como será a atividade, através dos passos 1 e 2, alertando a necessidade de total
presença e atenção para que a atividade cumpra seu objetivo. Depois siga para a divisão dos grupos,
passo 3, e certifique-se de que houve a compreensão do que é para ser realizado. Uma sugestão é
solicitar que algum(a) estudante explique para a turma o que deverá ser feito, com suas palavras. O
tempo estimado para a realização dos passos 1 a 3 da dinâmica é de 30 minutos.

Sugestão para atividade assíncrona: (15 min.)


Compartilhe pelo WhatsApp o arquivo de descrição da dinâmica de Escuta Ativa na prática e
convide-os(as) a realizar com as pessoas de seu convívio, familiares ou amigos. Uma opção
também é incentivar grupos de 3 a 4 estudantes para que façam videochamadas ou ligações de
áudio e realizem a dinâmica de maneira virtual. Peça que mandem fotos da dinâmica e trechos
com áudio para que você possa verificar que a atividade foi realizada.
Professor(a), você pode organizar os grupos fazendo a distinção da atividade para os estudantes
que possuem conectividade e para aqueles que não possuem.

5) Socialização: (10 min.)


Após o fim do tempo destinado à exposição teórica rápida e à realização dos passos 1 a 3 da
dinâmica, retorne os estudantes para a sala ou link principal do Google Meet e peça para que realizem
um momento de reflexão individual, de até 3 minutos, guiado pelas perguntas descritas no passo 4 do
anexo da dinâmica, e que, após esse momento, cada integrante do grupo escolha uma resposta para
compartilhar com os demais, de maneira bem objetiva.

Sugestão para atividade assíncrona: (5 min.)


Em uma aula assíncrona, os(as) estudantes podem gravar vídeos ou áudios, expondo como foi
para eles(as) a realização da dinâmica de Escuta ativa, como eles se sentiram em cada função e
o que aprenderam com a atividade. Pode sugerir para que encontrem gifs e memes da internet,
que demonstrem o que sentiram, e compartilhem nos grupos de Whatsapp.

6) Arremate/Fechamento: (10 min.)


Peça que reflitam sobre, pelo menos, dois aprendizados que tiveram com a aula e, em seguida,
registrem-os em seus cadernos. Convide os(as) estudantes a escolherem uma palavra que define como
se sentiram na aula. Esse compartilhamento deve ocorrer de forma bem rápida e fluida, por isso, a
sugestão é que siga a ordem das fileiras. Verifique também se os objetivos do início da aula foram
contemplados, pedindo que façam um movimento de afirmação com a cabeça ou com o polegar.

Sugestão de atividade assíncrona: (10 min.)


Caso não seja possível a socialização em tempo real, uma alternativa é criar um mural na
ferramenta Jamboard, plataforma de chuvas de ideias e criação de mapas conceituais, onde
os(as) estudantes poderão registrar seus aprendizados e reflexões.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os(as) estudantes compreendem
● Introdução: participação e exposição de ideias de maneira assertiva. Os estudantes demonstram
capacidade de aproveitar suas próprias vivências para elaborar hipóteses a respeito de conceitos
possivelmente novos - observação pelo(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Escuta Ativa na Prática: cumprem com suas funções específicas, respeitando o tempo de fala
do(a) outro(a), analisando como se deu o diálogo e expondo suas experiências pessoais -
observação pelo(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Arremate: conseguem sintetizar os tópicos e as teorias apresentadas e sistematizar seus
aprendizados - autoavaliação pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I: Atividade Diagnóstica do Módulo 1.
● Anexo II: Passo a passo da Dinâmica de Escuta Ativa na prática.
● Anexo IV - Aula 1 - Apresentação
Para saber mais
● Comunicação Não-Violenta: os primeiros componentes - Instituto CNV Brasil.
● Além dos 4 passos da CNV - Instituto CNV Brasil.
Referencial Teórico:
● BRANCHER, Leoberto. Guia de práticas circulares no coração da esperança. Núcleo de
Justiça Restaurativa. Escola da Magistratura da AJURIS. Disponível em:
<https://crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/tdhbrasil/guia_de_praticas_circulares_no_coraca
o_da_esperanca.pdf> Acesso em: 18/03/2021.
● Métodos & ferramentas com curadoria da Hyper Island. Kit de Ferramentas da HI - Escuta Ativa.
Disponível em <https://toolbox.hyperisland.com.br/active-listening> Acesso em: 18/03/2012.
● ROSENBERG, Marshall. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar
relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006.

Aula 2
Comunicação com checagem de informações, evitando
ruídos e garantindo a assertividade da mensagem
Tema transmitida
Tempo estimado 80 minutos (2 aulas de 40 minutos)
Formato da aula Síncrona
Plataforma de ensino Google Meet
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG08, EM13CHS502, EM13LGG204
Objetivos
● Identificar a diferença entre a informação ou mensagem que é transmitida por uma pessoa e a
que é recebida por outra.
● Elaborar perguntas de verificação e paráfrases para compreender efetivamente a mensagem
transmitida.
● Associar que os “pequenos ruídos” do dia-a-dia também geram forte impacto nos processos
maiores de comunicação da sociedade.
Perguntas Essenciais
● O que eu falo é o mesmo que a outra pessoa escuta?
● Quais as consequências para a sociedade quando se estabelece uma comunicação ruidosa?
● Qual é a minha responsabilidade ao transmitir e escutar uma mensagem?
Compreensões Duradouras
● Para uma comunicação efetiva, a mensagem que foi transmitida é a mesma que foi recebida.
● Para evitar ruídos de comunicação, é necessário exercer a escuta ativa e utilizar de perguntas
de verificação e paráfrases para identificar elementos da mensagem.
● Comunicar com assertividade as informações aumenta a probabilidade de termos nossas
necessidades atendidas e evita que conflitos tomem lugar, favorecendo uma sociedade mais
equânime.
● É responsabilidade do transmissor escolher intencionalmente os gestos, sentimentos e palavras
para garantir que o ouvinte tenha clareza sobre a mensagem.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula/ferramentas para aula:
● Materiais para aula: caderno, lápis, celular ou computador.
● Ferramentas para aula: Google Meet, Telefone sem fio online e Campo minado online

Passo-a-passo:
1) Introdução: (10 min.)
Inicie a aula pedindo que os(as) estudantes reflitam sobre como estão se sentindo e traduzam isso
através da escala de memes. Você pode começar compartilhando o meme/figurinha sobre como se
sente e, em seguida, escolher um(a) estudante para prosseguir com a dinâmica. Portanto, sinalize que
o objetivo principal da aula é se aprofundar em formas de interpretar a mensagem da outra pessoa por
meio de técnicas de verificação do nosso entendimento.

2) Quer que eu desenhe? (20 min.)


Convide os estudantes a jogarem a versão online da brincadeira telefone sem fio, através deste
site. Para entender melhor como jogar, acesse o tutorial. Permita que os(as) estudantes joguem, pelo
menos, uma rodada até o final, porque podem conferir as frases e comparar com os desenhos
realizados. O objetivo da atividade é demonstrar que nós, atentos ou não, corremos o risco de não
escutarmos a informação da forma como ela é passada. Provoque-os(as) a levantar hipóteses de como
garantir assertividade na nossa comunicação, conduzindo à reflexão de que a forma como escolhemos
palavras e gestos não são banais e podem refletir em processos de tomada de decisão em escalas
maiores.

Sugestão para atividade assíncrona: (20 min.)


Outra forma de levar os(as) estudantes ao debate sobre ruídos de comunicação é através de
relatos via áudio, na qual o(a) Professor(a) compartilha uma fala carregada de ruídos e questiona
qual foi o entendimento da turma. Fomente a discussão no WhatsApp ou fórum do Google Sala
de Aula.
3) Paráfrase e Perguntas de Verificação: (10 min.)
Após o momento de descontração com a dinâmica de telefone sem fio, continue instigando
os(as) estudantes a pensarem por que realizaram essa dinâmica e o que podem aprender com ela.
Proponha que, para uma comunicação efetiva, é relevante realizarmos as perguntas de verificação e a
paráfrase. Essas técnicas contribuem para nos certificarmos se a informação que foi transmitida é
justamente a mesma que foi recebida.

Exemplos de perguntas de verificação: “Você trouxe TAL fato e levantou TAL hipótese, chegando
a TAL conclusão?” “Quando você fala X, eu entendo Y. Está certo?”, “O que você quis dizer com X,
pode me explicar de novo?”
Paráfrase: A paráfrase consiste em repetir a mensagem que você ouviu, usando outras palavras
ou mudando a ordem delas, para se certificar que ela foi entendida corretamente.

4) Campo minado, um fala e o outro joga: (30 min.)


Divida os(as) estudantes em duplas, através do recurso de divisão de sala ou criando novos links
de reuniões, e explique que eles(as) irão jogar campo minado online, mas a regra que devem seguir é
que um(a) estudante abra o jogo, compartilhe a tela e venda os seus olhos. Assim, os demais devem
dar comandos, através do microfone, para que ele(a) ande em determinada direção ou sentido e clique.

Professor(a), separe um tempo ao final da atividade para refletir com os(as) estudantes sobre o que
aprenderam ao realizá-la. Uma sugestão para orientar a discussão é perguntar “Qual é a minha
responsabilidade ao transmitir e escutar uma mensagem?”

Sugestão para atividade assíncrona: (30 min.)


Promova a discussão por áudio no WhatsApp ou fórum do Google Sala de Aula.

5) Arremate/fechamento: (10 min.)


Através do Google Sala de Aula ou Padlet, abra um fórum para que os(as) estudantes respondam
a seguinte pergunta: “Quais as consequências da ausência da checagem de informações em um
diálogo?”, peça que respondam durante a aula e que busquem ilustrar com exemplos suas respostas.

Sugestão para atividade assíncrona: (10 min.)


Disponibilize no Google Sala de Aula materiais informativos sobre comunicação ruidosa e
checagem de informações, ou até mesmo a gravação da aula na qual foram discutidas os
assuntos, e peça para que os(as) estudantes respondam a pergunta: “Quais as consequências
da ausência da checagem de informações em um diálogo?”

Fase 3 - Evidências para avaliação


Evidências de que os(as) estudantes compreendem:
● Quer que eu desenhe?: conseguem levantar hipóteses sobre como os ruídos de comunicação
afetam processos de pequenas e grandes escalas e reconhecem a importância de elaborar um
discurso assertivo ao se comunicar.
● Paráfrase e Perguntas de Verificação: os(as) estudantes compreendem que paráfrase e as
perguntas de checagem são formas construir uma comunicação efetiva - autoavaliação pelos(as)
estudantes e observação pelo(a) Professor(a)
● Campo minado, um fala e o outro joga: conseguem experienciar que uma comunicação feita
sem assertividade gera conflito de entendimento - autoavaliação pelos(as) estudantes e
observação pelo(a) Professor(a)
● Arremate: sistematizam as consequências dos ruídos em diálogos. Avaliação pelo(a)
professor(a) a partir das contribuições em sala.
Fase 4 - Materiais de Apoio

Anexos:
● Anexo I - Aula 4 - Apresentação
Para saber mais:
● Comunicação assertiva: 7 dicas certeiras para desenvolver essa habilidade
● Perguntas para construir diálogos poderosos
● Perguntas poderosas. 7 Dicas para fazer e conseguir as respostas certas
Referencial Teórico:
● RESCK, Ravi. CNV: Um Guia Prático. Disponível em: <https://raviresck.com/cnv-um-guia-
pratico/> Acesso em: 22/03/2021.
● ROSENBERG, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar
relacionamentos pessoais e profissionais. São Paulo: Ágora, 2006.
Aula 3
Tema Polarização nas redes sociais e o reflexo na democracia
Tempo estimado 80 minutos (2 aulas de 40 minutos)
Formato da aula Síncrona
Plataformas de ensino Google Meet
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG02, EM13CHS502, EM13LGG102, EM13LGG304, EM13LP25.
Objetivos
● Compreender que a polarização é uma tendência inerente de estabelecer rótulos aos grupos e
indivíduos.
● Reconhecer os elementos dos discursos ou ações polarizadas, em especial no meio digital.
● Debater os reflexos explícitos e implícitos da polarização no debate público.
Perguntas Essenciais
● O que é polarização?
● Quais as consequências da polarização no debate público?
● Como minhas ações nas redes sociais estão relacionadas à polarização de ideias?
● Como a polarização afeta as relações em uma sociedade democrática?
Compreensões Duradouras
● O excesso de polarização prejudica a democracia, pois compromete o respeito a regras comuns,
reconhecimento da legitimidade dos adversários, tolerância e diálogo.
● O comportamento em meio digital que favorece conteúdos e informações que se encaixam com
uma visão particular de mundo pode levar a uma polarização radical de ideias.
● Por meio de ideias e ações extremistas, o discurso de polarização se concebe, agrava-se e
prejudica o diálogo e debate de ideias em espaços democráticos.
● Prezar por espaços democráticos incube os cidadãos de não perpetuar discursos polarizados.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula/ferramentas para aula:
● Materiais para aula: caderno, caneta, lápis e borracha, celular ou computador e links de
anexos da aula.
● Ferramentas para aula: Google Meet, Google Documentos e Google Apresentações

Passo-a-passo:

1) Introdução: (5 min.)
Instigue dois(duas) estudantes a responderem qual eles(as) acham que é o significado da palavra
“Polarização”. As possíveis respostas que você pode obter, Professor(a), estão relacionadas a termos
como: "Diferença", "dois lados" ou "duas opiniões''. A polarização indica extremos, pólos
energeticamente opostos, mas serve também como uma representação/metáfora da forma como
tratamos diversos temas, a maioria sensíveis, em diferentes espaços, tendo uma necessidade de
manutenção de rótulos (“caixinhas de opinião formada”) e o ânsia em enxergar apenas a nossa opinião
como a verdade.
Sugestão para atividade assíncrona: (5 min.)
Envie a palavra pelo WhatsApp e promova uma discussão inicial sobre seu possível
significado.

2) Leitura individual: (15 min.)


Forneça o link do texto: “O que é polarização e por que é prejudicial à democracia?” (Anexo I) e
solicite aos(às) estudantes que realizem a leitura concentrada e silenciosa do mesmo. Instrua-os que,
em seguida, responderão perguntas a respeito do texto.
Perguntas norteadoras, que devem ser respondidas pelos(as) estudantes em documento digital ou
no próprio caderno, após a leitura:

❖ O que é polarização?
❖ Quais as consequências da polarização para sociedades democráticas?
❖ Qual o meu papel para evitar a polarização de ideias?
❖ Quais sinais preciso estar atento para não fomentar discursos polarizados?

Sugestão para atividade assíncrona: (20 min.)


Compartilhe o link do texto (Anexo I) com os(as) estudantes por WhatsApp, Google Drive ou
Google Sala de Aula. Envie as perguntas norteadoras para serem respondidas em Google
Documentos ou Google Formulário.

3) World Café sobre Polarização: (45 min.)


Explique aos(às) estudantes que irão realizar uma dinâmica de debates de ideias com trocas de
participantes. Os comandos para o debate são:

❖ Divida os(as) estudantes em grupos de 5 e sorteie um(a) estudante para ser o(a) anfitrião(ã) de
cada grupo.
❖ Papel do(a) anfitrião(ã): este(a) estudante permanecerá fixo(a) no grupo e fará o papel de
mediação do debate, determinando qual o momento de fala de cada participante.
❖ Cada participante terá 2 minutos para expor sua opinião e, em seguida, as opiniões
complementares podem ser de participação voluntária, encorajando que os(as) participantes
expressem suas ideias vividamente, conectando ideias de uma rodada à outra.
❖ As rodadas devem durar tempo suficiente para que o debate seja desenvolvido (15 min).
❖ Os(as) estudantes viajantes deverão debater sobre a seguinte questão: “Qual o reflexo da
polarização no debate público?”
❖ O tempo deve ser suficiente para ocorrer duas rodadas de debate, ou seja, os(as) estudantes
viajantes trocam de grupo uma vez.
❖ Após a segunda rodada, os(as) estudantes viajantes devem retornar a reunião de início.

Dica: A Wonder.me, é uma plataforma que permite, com maior facilidade, as interações entre
grupos presentes na dinâmica de World café. É um espaço onde você pode se conectar com
outras pessoas de uma forma mais espontânea e fluida. Você se move livremente entre os
grupos. É divertido, criativo e estimulante. Através da tradução presente neste site, você poderá
aprender a utilizar essa plataforma.

Sugestão para atividade assíncrona: (30 min.)


A dinâmica do World café necessita de um momento síncrono, mas nada impede você,
Professor(a), de levantar o debate da questão: “Qual o reflexo da polarização no debate
público?” de outras formas, através de diálogos no WhatsApp ou mesmo por meio da plataforma
de debates Kialo

4) Arremate: (15 min.)


No link da reunião de origem, os(as) estudantes devem escolher um(a) orador(a) para expor para
a turma uma consequência da polarização para a democracia (é importante que os grupos não repitam
o que for exposto e, sim, tragam consequências novas). Professor(a), sintetize em um documento virtual
(Google Documentos ou Google Apresentações) os pontos expostos por cada grupo de estudantes.

Sugestão para atividade assíncrona: (15 min.)


Você pode criar um mural virtual no Jamboard ou no Padlet e solicitar que os(as)
estudantes alimentem com as consequências da polarização para a democracia. Instigue-os(as)
a não repetir as considerações já realizadas pelos(as) colegas.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os(as) estudantes compreendem
● Introdução: compreendem o conceito de que polarização está ligada a algo que tem dois
lados/polos/aspectos - avaliação pelo(a) Professor(a).
● Leitura individual: conseguem responder de forma correta as perguntas norteadoras após a
leitura do texto - avaliação pelo(a) Professor(a) ao circular entre perfis de estudantes distintos.
● World Café sobre Polarização: debatem as ideias que tiveram acerca do texto lido de forma
respeitosa - avaliação pelo(a) Professor(a) ao circular entre os grupos e autoavaliação pelos(as)
estudantes.
● Arremate: sintetizam e expõem de forma objetiva os pontos levantados pelos debates e
observam os pontos que apareceram com maior frequência entre as exposições dos grupos. -
autoavaliação pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio

Anexos:
● Anexo I - Texto: O que é polarização e por que é prejudicial à democracia?
● Anexo II - Aula 6 - Apresentação

Para saber mais:


● AUN USP: polarização no meio digital dificulta diálogo social
● Galileu: gráficos mostram polarização política nas redes sociais no Brasil
● O Estado de S. Paulo: ‘redes sociais têm de responder pela polarização que causam’
● Guia prático para conversas difíceis - Despolarize
Referencial Teórico:
● A Dinâmica do World Café. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4453526/mod_resource/content/1/world-
caf%C3%A9.pdf> Acesso em: 08/04/2021.
● ANDREASSA, Luiz. 2020. O que é polarização e por que é prejudicial à democracia?
Politize!, 2020. Disponível em: <https://www.politize.com.br/o-que-e-polarizacao/> Acesso em:
08/04/2021.
● LEMOV, Doug. Aula Nota 10: 62 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. 2ª ed.
Porto Alegre: Penso, 2018. Cap. 9; p. 265 - 274.
Aula 4
Disputa argumentativa sobre como algoritmos nas redes
Tema sociais afetam os processos democráticos
Tempo estimado 80 minutos (2 aulas de 40 minutos)
Formato da aula Síncrona
Plataforma de ensino Google Meet
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EM13CHS502, EM13LGG203, EM13LGG303, EM13LGG304, EM13LP25.
Objetivos
● Refletir como as redes sociais, usando mecanismos próprios de seleção de informações
(algoritmos), influenciam diretamente os conteúdos consumidos por seus usuários.
● Conhecer o que são e para que servem cartões de memória.
● Identificar quais são as mudanças de comportamento dos usuários engatilhadas pelos
mecanismos de seleção de informações das redes sociais.
Perguntas Essenciais
● O que são os mecanismos de filtragem de informações (algoritmos) das redes sociais?
● Quais as consequências que os mecanismos de seleção de informações exercem no
comportamento humano?
● Quais as influências dos mecanismos de seleção de informações na democracia?
Compreensões Duradouras
● Interagir com perfis e plataformas de posicionamentos distintos evita o isolamento na bolha
social e nos instiga a lidar com novas informações, com a mente mais aberta.
● As redes sociais possuem mecanismos de seleção de conteúdo para personalizar a plataforma
para o(a) usuário(a) e entretê-lo(a) mais, mas pode facilitar a polarização de ideias.
● Um posicionamento sadio frente aos mecanismos de seleção de conteúdo é a consciência e
tomar para si a responsabilidade de manter-se crítico frente àquilo que lê e interage.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula/ferramentas para aula:
● Material para a aula: caderno, caneta, lápis e borracha, celular ou computador.
● Ferramentas para a aula: Google Meet, Google Documentos e Google Apresentações

Passo-a-passo:
1) Introdução: (10 min.)
Comece a aula perguntando aos(às) estudantes se eles(as) sabem o que são algoritmos das
redes sociais e se sabem para que servem. Distribua o Quadro dos Saberes (Anexo I) e peça para que
eles(as) completem, neste momento, somente as duas primeiras colunas (“O que eu SEI” e “O que eu
QUERO SABER”).

Sugestão de atividade assíncrona: (10 min.)


Através do WhatsApp, promova um debate de ideias com a turma. Atraia a atenção dos(as)
estudantes com uso de gifs e figurinhas. Forneça o link do quadro dos saberes e peça que
preencham.

2) Como e por que fazer cartões de memória: (10 min.)


Explique, com o auxílio dos slides (Anexo III), no que consiste o método de memorização por
cartões de memória:

❖ Os cartões de memória são pequenos cartões em que você relaciona conceitos ou organiza
um sistema de perguntas e respostas para memorizar um conteúdo. Cada cartão tem dois lados.
Em um dos lados, você insere uma pergunta ou palavra-chave. No outro, você escreve a
resposta.

❖ A eficiência deles tem uma explicação científica, que está diretamente relacionada ao processo
natural de esquecimento das informações em seu cérebro. Para que aloque o aprendizado na
memória de longo prazo, você precisa praticar a técnica da repetição espaçada. Essa técnica
consiste na revisão das informações que você deseja memorizar em um momento precioso:
quando você estiver prestes a esquecê-las. Os cartões de memória são a ferramenta para
aplicar essa técnica.

Sugestão de atividade assíncrona: (10 min.)


Através do WhatsApp, peça para que os(as) estudantes opinem sobre métodos eficientes de
estudo e sugira que todos façam um cartão de memória para pergunta: “O que são mecanismos
de seleção de conteúdo nas redes sociais?”

3) Conhecendo a influência da tecnologia no comportamento humano: (25 min.)


Distribua o link do texto “Como os algoritmos afetam a democracia” (Anexo II), oriente os(as)
estudantes a realizarem a leitura silenciosa e atenta e criarem cartões de memória sobre as informações
do texto, com o intuito de responder às seguintes perguntas: “Quais são as influências dos algoritmos
no comportamento das pessoas? E no sistema democrático?”

Dica: Para a criação dos cartões de memória virtuais, os(as) estudantes podem
utilizar a plataforma GoConqr. Você, Professor(a), pode compartilhar a tela e
navegar pela plataforma para auxiliá-los no uso dela. Na aba de ajuda da própria
plataforma você poderá aprender a utilizar esse e vários outros recursos da
plataforma.

Explicite aos(às) estudantes que, após este momento de apropriação dos conteúdos, haverá uma
disputa argumentativa, fazendo uso dos cartões de memória. Desta forma, verifique que os(as)
estudantes elaboraram seus cartões.

4) Disputa argumentativa com cartões de memória: (30 min.)


A estratégia de disputa argumentativa com cartões de memória consiste na realização de um
debate argumentativo, em formato de auditório, em que a plateia, constituída pelos(as) estudantes,
decide ou opta pela orador que argumentou de maneira mais assertiva sobre a temática.

Professor(a), divida os(as) estudantes em grupos de 5 e solicite que compartilhem suas respostas
de cartões de memória uns(umas) com os(as) outros(as) (caso eles(as) tenham feito os cartões de
forma manual, podem compartilhar as fotos dos mesmos no WhatsApp ou no Google Drive; se optaram
pelos cartões digitais, podem compartilhar prints da tela ou os links da plataforma que utilizaram para
realizar). Oriente-os(as) que construam uma argumentação para que um representante vá participar da
disputa argumentativa pelo grupo.

Divida os dois temas para cada metade do total de grupos. A primeira metade deve disputar
argumentos que respondam a pergunta: 1. "Quais são as nossas responsabilidades frente à existência
de mecanismos de seleção de conteúdo (algoritmos) nas redes sociais?" e a segunda à pergunta: 2.
“Como garantir que mecanismos de seleção de conteúdo (algoritmos) se articulem em prol da
democracia?”

Na disputa, o(a) estudante A (representante do grupo 1 da pergunta 1) deve possuir a palavra e


apresentar, em 2 minutos, o argumento a favor da pergunta 1. Após sua primeira apresentação, o(a)
estudante B (representante do grupo 2 da pergunta 1) argumenta contrariamente ao(à) A (réplica, 2
minutos), e depois o(a) estudante C (representante do grupo 3 da pergunta 1), argumenta
contrariamente ao(à) B, ou expõem uma nova perspectiva de análise. Oriente aos(às) estudantes que
a ordem de realização da disputa será por sorteio (que pode ser realizado pelo aplicativo Excelendo) e
determine um tempo de 2 minutos para que os grupos da segunda e terceira rodada reformulem seus
argumentos.

Após o debate, o(a) Professor(a) solicita para que os(as) estudantes da plateia escolham a melhor
argumentação, levantando a placa colorida do grupo. Vence a disputa o grupo que convencer a maioria
dos estudantes na plateia. Em seguida, o mesmo ocorre para os(as) estudantes da pergunta 2. Ao final
de cada disputa, o(a) Professor(a) valida a partir dos critérios se a votação foi justa.

Professor(a), é essencial que você transmita aos(às) estudantes que a votação deve se dar a partir
da análise dos argumentos expostos e da forma como o(a) estudante realizou a argumentação e não
por afinidades outras. Apresente aos estudantes que os critérios para medir um argumento válido são:

❖ Defender o ponto de vista determinado pela ordem de participação (a favor ou contrário ao que
foi exposto) sem fugir do tema da pergunta;
❖ Escutar ativamente, utilizar de perguntas de paráfrases ao se direcionar a outra dupla e não
adjetivá-la.

Sugestão de atividade assíncrona: (30 min.)


Utilizando a plataforma Kialo, os(as) estudantes podem debater de forma assíncrona a temática
em fóruns. Não será possível uma realização de disputa entre grupos, mas a promoção do
debate em si já será muito enriquecedora.

5) Arremate: (5 min.)
Peça que retornem ao quadro dos saberes do início da aula e preencham a última coluna “O que
APRENDI” com os novos conhecimentos adquiridos por eles(as) em aula. Ao preencher a última coluna,
os(as) estudantes conseguem autoavaliar o que aprenderam em aula, além de comparar os
conhecimentos prévios com os novos, e as expectativas do que desejavam aprender com o que
realmente aprenderam e o cumprimento dos objetivos da aula.

Sugestão de atividade assíncrona: (5 min.)


Forneça o link do quadro dos saberes (Anexo I) através do WhatsApp e desafie os estudantes
a colocar aprendizados que tiveram e que destoam dos que já foram colocados por seus
colegas.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os(as) estudantes compreendem
● Introdução: os(as) estudantes utilizam de forma correta o quadro dos saberes, preenchendo
somente as duas primeiras colunas e descrevendo conhecimentos prévios e expectativas de
aprendizagem - avaliação do(a) Professor(a) por circulação e autoavaliação pelos(as)
estudantes.
● Como e por que fazer cartões de memória: os(as) estudantes mantêm-se concentrados(as)
durante a exposição do(a) Professor(a) - avaliação do(a) Professor(a)
● Conhecendo a influência da tecnologia no comportamento humano: os(as) estudantes
leem o texto com atenção e criam cartões de memória que respondam as perguntas designadas
- avaliação do(a) Professor(a) por circulação e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Disputa argumentativa com placas coloridas: os(as) estudantes compartilham os cartões de
memória entre os grupos e constroem argumentos de forma colaborativa com os(as) colegas,
analisando os argumentos expostos nos debates de acordo com os critérios e votam no grupo
que atendeu a eles. - avaliação pela observação do(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as)
estudantes.
● Arremate: os(as) estudantes sintetizam e sistematizam nos quadros os novos conhecimentos
adquiridos durante a aula - autoavaliação pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos:
● Anexo I - Quadro dos saberes
● Anexo II - Texto sobre o reflexo dos algoritmos na democracia
● Anexo III - Aula 8 - Apresentação
Para saber mais:
● SILVEIRA, Sergio Amadeu da. Democracia e os códigos invisíveis - Como os algoritmos
estão modulando comportamentos e escolhas políticas. São Paulo: Edições Sesc, 2019.
● LISBOA, Marcos; PESSÔA, Samuel. O valor das ideias: debate em tempos turbulentos. 1a
ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
Referencial Teórico:
● Como usar flashcards para conquistar a sua aprovação no ENEM. Geekiegames, 2018.
disponível em: <https://geekiegames.geekie.com.br/blog/flashcard-para-estudar/> Acesso em:
12/04/2021.
● Marconi, Elisa; Bicudo, Francisco. Como algoritmos afetam a democracia. Revista Giz, 2019.
Disponível em: <https://revistagiz.sinprosp.org.br/?p=7724> Acesso em: 12/04/2021.

Aula 5
Simulando negociação sobre direitos fundamentais
Tema negados durante a pandemia
Tempo estimado 80 minutos (2 aulas de 40 minutos)
Formato da aula Síncrona
Plataforma de ensino Google Meet
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG02, EMIFLGG06, EMIFCG08, EM13CHS103 e EM13LGG204.
Objetivos
● Compreender os 4 pilares da Inteligência Emocional e o seu uso em negociações, através da
montagem de um quebra-cabeça conceitual.
● Analisar criticamente o acesso à higienização, à água e ao saneamento básico das pessoas no
contexto da COVID-19.
● Simular uma negociação fictícia, aplicando os pilares da Inteligência Emocional.
Perguntas Essenciais
● O que é Inteligência Emocional?
● Como a inteligência emocional está relacionada à resolução de conflitos?
● Quais são as estratégias de uma negociação?
● Quais são as principais etapas de uma negociação?
● Como realizar uma negociação em prol do benefício mútuo?
● Por que é importante que o processo de negociação garanta o benefício mútuo?
Compreensões Duradouras
● Compreender que dominar aspectos emocionais, traduzidos nos 4 pilares de inteligência
emocional, é essencial para manter o equilíbrio e realizar uma negociação exitosa.
● Compreender que uma negociação possui etapas a serem desenvolvidas.
● Compreender que um processo de negociação existe para garantir trocas benéficas em uma
sociedade.
Fase 2 - Plano de Aprendizagem
Materiais para aula/ferramentas para aula:
● Material para a aula: caderno, caneta, lápis e borracha, computador ou celular.
● Ferramentas para a aula: Google Meet, Google Documentos e Google Apresentações.

Passo-a-passo:
1) Introdução: (5 min.)
Peça para que um(a) ou dois(duas) estudantes levantem definições sobre o significado de
Inteligência Emocional. Após suas colocações, complemente afirmando que, apesar de ser considerada
um conceito muito subjetivo, a inteligência emocional tem estabelecido concretamente os seguintes
objetivos:

❖ Criar motivações para si próprio;


❖ Persistir num objetivo apesar dos percalços;
❖ Controlar impulsos e saber aguardar pela satisfação de seus desejos;
❖ Se manter em bom estado de espírito;
❖ Impedir que a ansiedade interfira na capacidade de raciocinar e de ser empático e autoconfiante.

Exponha aos(às) estudantes que a inteligência emocional é uma habilidade essencial em diálogos,
debates e, principalmente, em negociações e que, para a aula de hoje, entenderemos como atingimos
os objetivos listados a partir de 4 pilares principais.

Sugestão de atividade assíncrona: (5 min.)


Incentive que os(as) estudantes levantem definições sobre o significado de Inteligência
Emocional e compartilhem no grupo de WhatsApp.

2) Quebra-cabeça conceitual: (15 min.)


Para realização desta atividade, organize cinco salas temáticas no Google Meet que serão as
estações com os respectivos textos contidos no Anexo I, sendo que quatro serão destinadas aos pilares
da inteligência emocional e uma ao uso prático da inteligência emocional em negociações.
Antes de migrá-los(as) em suas respectivas estações, compartilhe o link do texto de cada estação,
peça que discutam e cheguem a uma compreensão final, a qual deve ser sistematizada de forma
individual em seus cadernos. Por fim, coloque-os(as) em suas respectivas estações (salas temáticas)
correspondente a letra que possuem (C = autoConhecimento; E = Empatia; G = autoGestão; R = gestão
de Relacionamentos e U = Uso prático da inteligência emocional em negociações).

Sugestão de atividade assíncrona: (15 min.)


Você pode dividir os(as) estudantes em grupos e pedir para que um(a) deles(as) (líder do grupo)
crie um grupo no WhatsApp para realizar a atividade. Forneça para cada líder de grupo o link do
texto da estação correspondente (Anexo I) e instrua-os(as) em como realizar a sistematização
do conteúdo.

3) Juntando as peças: (20 min.)


Finalizado o tempo da atividade anterior, os(as) estudantes retornam para a sala principal, onde
cada grupo terá que expor brevemente os conhecimentos sistematizados na estação em que estiveram.
Instrua-os(as) que sistematizem as informações fornecidas pelos(as) colegas e, portanto, “juntem as
peças de conhecimento” sobre os pilares da inteligência emocional. Encoraje os(as) estudantes a
utilizarem abordagens criativas, em que poderão construir mapas mentais e conceituais, infográficos,
cartazes com lettering, entre outras possibilidades.

Sugestão de atividade assíncrona: (20 min.)


Converse com os(as) líderes de grupo para que organizem uma forma do grupo compartilhar
sobre o conteúdo da sua estação (pode ser por áudio, vídeo, mapa mental, apresentação de
slide etc) no grupo da turma no WhatsApp. Assim, todos(as) os(as) estudantes terão acesso às
informações sobre os 4 pilares de Inteligência Emocional (IE) e o uso da IE em negociações.

4) Simulação de negociação sobre direitos fundamentais: (45 min.)


Organize os(as) estudantes em trios no Google Meet e forneça o link do texto: “Covid-19 e o Direito
à Água, Saneamento e Higiene: entenda”, do Politize! (Anexo II), para que por meio dele, os(as)
estudantes compreendam o desafio posto e reflitam sobre o acesso à higienização, água e saneamento
básico, principalmente da população de baixa renda, e os impasses desse desafio na prevenção da
COVID-19. Além disso, o mesmo anexo fornece o contexto da negociação, que deverá ser simulada
após a leitura. Lembre-os(as) de que é essencial que ocorra o benefício mútuo entre as partes
envolvidas ao final da negociação. Peça que os(as) estudantes anotem seus argumentos em seus
cadernos, bem como o plano acordado entre as partes.

Sugestão de atividade assíncrona: (45 min.)


Você pode compartilhar o link do texto (Anexo II) e estimular o debate através de grupo de
WhatsApp ou um fórum no Google Sala de Aula. Peça que realizem a simulação através de
ligações de áudio ou vídeo com os(as) colegas do grupo e anotem seus argumentos em seus
cadernos, bem como o plano acordado entre as partes.

4) Arremate: (5 min.)
Oriente os(as) estudantes a registrarem no caderno qual(is) pilar(es) emocional(is) eles(as)
utilizaram durante a negociação e o que aprenderam com essa prática.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os(as) estudantes compreendem
● Quebra-cabeça conceitual: se apropriam dos pilares de inteligência emocional, como utilizá-
los, e sistematizam esses conhecimentos com o intuito de explicar aos(às) demais colegas -
autoavaliação pelos(as) estudantes e avaliação pela observação do(a) Professor(a).
● Juntando as peças: conseguem expor com objetividade o pilar de sua estação correspondente
e trabalham de forma colaborativa e proativa na confecção do produto final do grupo. -
autoavaliação pelos(as) estudantes e avaliação pela observação do(a) Professor(a).
● Simulação de negociação sobre direitos fundamentais: cada estudante consegue se colocar
na personagem, garantindo a exposição de suas necessidades, parafraseando, realizando
perguntas de checagem durante o diálogo de negociação e analisando concessões para o
benefício mútuo.
● Arremate: conseguem reconhecer qual pilar emocional foi mais efetivo na prática. -
autoavaliação pelos(as) estudantes.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos
● Anexo I - Textos das Estações
● Anexo II - Texto sobre água e saneamento básico na pandemia - Politize!
● Anexo III - Aula 11 - Apresentação
Links de plataformas e ferramentas utilizadas:
● Google Sala de Aula
● WhatsApp
Para saber mais
● GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser
inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.

Referencial Teórico:
● Bispo, Erleyvaldo. Covid-19 e o Direito à Água, Saneamento e Higiene: entenda. Politize!
2021. Disponível em: <https://www.politize.com.br/covid-19-e-o-direito-a-agua-saneamento-e-
higiene/> Acesso em: 19/04/2021.
● GOLEMAN, Daniel. Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser
inteligente. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
● Sathler, Ana Cristina. Mediação de conflitos e negociação. São Paulo : Editora Senac São
Paulo, 2017. (Série Universitária).

Aula 6
Determinação da temática central, público alvo e persona
Tema do coletivo
Tempo estimado 80 minutos (2 aulas de 40 minutos)
Formato da aula Síncrona
Plataforma de ensino Google Meet
Fase 1 - Resultados Desejados
Habilidades dos eixos estruturantes e BNCC
● EMIFCG06, EMIFCG08, EM13LGG204 e EM13LP25.
Objetivos
● Negociar a escolha da temática, buscando trazer uma ideia de complementação e não de
exclusão.
● Associar as ações existentes de outros coletivos com possíveis ações dentro da escola.
● Definir o público-alvo do coletivo.
● Criar a persona do coletivo, levantando seus traços principais de identidade.
Perguntas Essenciais
● Para quê servem os coletivos estudantis?
● Como os coletivos se organizam?
● Por que identificar o público-alvo da ação do coletivo?
● Qual é a identidade da persona que o coletivo pretende atingir?
Compreensões Duradouras
● A negociação pode existir dentro de qualquer processo de escolha ou tomada de decisão e a
escalada para cessar conflitos pode ser uma estratégia para aplicá-la.
● Uma negociação harmoniosa é aquela que busca trazer uma ideia de complementação e não
de exclusão.
● A CNV é uma forma valiosa de estruturar uma negociação e chegar a um consenso benéfico.

Fase 2 - Plano de Aprendizagem


Materiais para aula/ferramentas para aula
● Material para a aula: caderno, caneta, lápis e borracha, computador ou celular.
● Ferramentas para a aula: Google Meet, Google Documentos e Google Apresentações.

Passo-a-passo:
1) Introdução: (15 min.)
Inicie a aula informando que os(as) estudantes serão divididos em grupos de 5 para a negociação
da temática central do coletivo. Instigue-os(as) sobre a importância de utilizarem a escuta ativa,
permitindo que cada estudante exponha suas necessidades e desejos.

Dica: Peça para que os(as) estudantes consultem ou lembrem de seu Relatório de
análise das Emoções, entregue na aula 2, assim podem identificar possíveis incômodos
que sentem dentro do ambiente escolar e que poderiam ser trabalhados dentro dos
coletivos.

O objetivo é que eles(as) considerem que uma boa ideia é formada por movimentos de
complementação e não exclusão. Por exemplo, se parte do grupo deseja abordar a questão do racismo
na escola e outra parte deseja abordar a importância da privacidade de dados e o cyberbullying,
incentive-os(as) com perguntas do tipo: “Como essas duas temáticas podem funcionar juntas? Existem
ações que podem unir a exposição de ambas em uma intervenção?”

Sugestão de atividade assíncrona: (15 min.)


Você pode solicitar que os(as) estudantes compartilhem no grupo da turma quais serão os
grupos de 5 pessoas que irão compor e pedir para que um deles(as) (líder do grupo) crie um
grupo no WhatsApp para realizarem a atividade. Forneça para a turma a explicação de como
deve proceder a primeira negociação sobre a temática.

2) Negociando temáticas: (25 min.)


Após esse primeiro momento em grupos menores de 5 pessoas, junte os dois grupos de 5,
formando um grande e oficial grupo de 10 estudantes. Neste, eles(as) deverão definir oficialmente a
temática, seguindo a mesma lógica da escolha realizada anteriormente no grupo menor.

Instrua-os(as) que cada grupo menor terá um momento inicial para expor a temática definida
anteriormente e quais as necessidades dos integrantes de cada grupo em abordá-la. Os grupos podem
escolher um(a) porta-voz, mas é importante que, no momento de descrever quais as necessidades em
trabalhar essa temática, cada um(a) dos(as) 5 estudantes compartilhe com os(as) demais sua razão
particular.
Após a exposição, diga-os(as) que, assim como no processo anterior, devem exercer as práticas
de comunicação e desenvolver uma negociação que contemple as necessidades dos dois grupos
menores, seguindo a lógica de trazer uma ideia de complementação e não de exclusão de temáticas.

Ao final, os grupos de 10 pessoas, que serão responsáveis por exercer ações de intervenção na
escola, deverão ter realizado um acordo e definido a(as) temática(s) que serão abordadas.

Sugestão de atividade assíncrona: (25 min.)


Seguindo a mesma lógica da primeira definição de temas, junte os grupos de 5 estudantes em
grupos de 10, no WhatsApp, e oriente-os(as) sobre como devem prosseguir com a negociação
da temática oficial do coletivo.

3) Como agem os coletivos: (20 min.)


Professor(a), retorne os(as) estudantes para a sala principal no Google Meet e compartilhe o vídeo
do Projeto Criativos da Escola, que descreve ações organizadas por grupos de estudantes da rede
pública, promovendo mudanças dentro e fora do ambiente escolar. Conduza-os(as) a refletir sobre as
perguntas norteadoras: "Para quê servem os coletivos estudantis?", “Como esses coletivos se
organizam?” e “Como podem ser as ações de intervenção de um coletivo estudantil?”

Exponha aos(às) estudantes que os coletivos estudantis surgem quando jovens procuram integrar
o que aprendem em sala de aula com a realidade, buscando exercer sua cidadania. Incentive-os(as) a
utilizar o diálogo com escuta ativa e a escalada para cessar conflitos, como formas iniciais de suprir
suas necessidades dentro do ambiente escolar.

Sugestão de atividade assíncrona: (20 min.)


Compartilhe o vídeo do Projeto Criativos da Escola através do WhatsApp ou Google Sala de
Aula e promova um fórum para que respondam as perguntas norteadoras.

4) Definindo público alvo e persona do coletivo: (20 min.)


Tão importante quanto definir a temática do coletivo estudantil é determinar quem será atingido
pela ação de intervenção do coletivo. Para isso, os(as) estudantes devem definir o público-alvo e
também a persona que desejam alcançar com suas ações de intervenção. Distribua cartolinas para que
os grupos realizem estes levantamentos.

Exponha que o público-alvo é uma representação mais ampla e geral das pessoas que você quer
atingir. Ou seja, ele é composto por um segmento da sociedade que tem características em comum.
Para definir o público, é comum utilizarmos critérios sociodemográficos, como: Idade, gênero, classe
social, nacionalidade, e localidade geográfica. No caso dos coletivos estudantis, por exemplo, o público-
alvo pode ser desde estudantes de uma série específica até pessoas que possuam uma mesma
característica etnico-racial ou de gênero dentro do ambiente escolar. Seu papel, Professor(a), é garantir
que os públicos-alvo sejam, de fato, coerentes com a abrangência das temáticas.

Após isso, eles(as) devem realizar a definição da persona que desejam alcançar, ao realizar a
intervenção. Explique que, para tal, devem considerar outros critérios voltados para informações
psicográficas, como: personalidade, estilo de vida, valores, crenças, gostos pessoais etc. Para
desenvolver a(as) personas eles(as) podem criar avatares através de desenhos e descrever o perfil
fictício, pensando nas seguintes informações:
❖ Nome, Idade, Escolaridade/Trabalho;
❖ Dados sobre a família e local de origem;
❖ Como se sente em relação ao mundo?
❖ Quais ideias ela tem?
❖ O que é mais comum em seu cotidiano?
❖ Quais são seus sonhos?
❖ Com quem costuma falar?
❖ Quais são seus medos e frustrações?
❖ O que a inspira?
❖ Quais são as necessidades?
❖ No que ela acredita?
❖ Como ela se comunica?
❖ Porque ela se identificou com o coletivo?

Explique que é importante definir com riqueza de detalhes a persona para não correr o risco de
direcionar sua mensagem para pessoas com perfil diferente. Exponha que eles(as) podem utilizar os
recursos que quiserem para definir a persona, desde desenhos a mão no caderno até construções
conjuntas em documentos digitais, e que devem compartilhá-las ao final da atividade com o(a)
Professor(a), através de links ou fotos.

Sugestão de atividade assíncrona: (20 min.)


Dê as Instruções da atividade através de vídeo feito no Camstudio ou áudio no WhatsApp do
grupo da turma e oriente-os(as) a realizarem as atividades nos grupos dos coletivos. Confira a
realização das atividades nos grupos do coletivo e avalie a coerência do público alvo com a
temática do coletivo.

5) Arremate: (5 min.)
Peça que cada grupo compartilhe brevemente os dados básicos da persona, como nome, idade e
motivo pelo qual se identificou com o coletivo, como forma de todos(as) da turma conhecerem os demais
coletivos.
Fase 3 - Evidências para avaliação
Evidências de que os(as) estudantes compreendem
● Negociando temáticas: são capazes de exercer a escuta ativa e a CNV para dialogarem de
forma respeitosa e harmoniosa em grupos maiores, chegando em um acordo através de
negociação, prezando pela ideia de complementação de temáticas e não de exclusão - avaliação
pela observação do(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Como agem os coletivos: estão atentos(as) ao trailer e à leitura e compreendem como agem
os coletivos estudantis ao responderem as perguntas norteadoras - avaliação pela observação
do(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes.
● Definindo público alvo e persona do coletivo: entendem os conceitos de público-alvo e
persona e são capazes de definir de forma coerente o público-alvo e a persona dos seus
coletivos; trabalham em equipe de forma colaborativa e criativa - avaliação pela observação
do(a) Professor(a) e autoavaliação pelos(as) estudantes, confirmação pelo produto de registro
na cartolina.
● Arremate: compartilham dados básicos da persona e apresentam o coletivo para a turma.
Fase 4 - Materiais de Apoio
Anexos:
● Anexo I - Descrição do Projeto: E Se Fosse Com Você?
● Anexo II - Mapa da Empatia
● Anexo III - Aula 12 - Apresentação
Para saber mais:
● Coletivos trazem causas da nova geração para a escola
Referencial Teórico:
● Projeto: E se fosse com você? Desafio Criativos da Escola. 2019. Disponível em:
<https://criativosdaescola.com.br/wp-content/uploads/2019/08/premiado-desafio-criativos-da-
escola-2019-e-se-fosse-com-voce.pdf> Acesso em: 22/04/2021.
● Santos, Bárbara. Como criar uma persona para seu negócio: um guia prático para
compreender seu cliente ideal. Blog.hotmart, 2019. Disponível em: <ca-dos-
estudantes/https://blog.hotmart.com/pt-br/como-criar-persona-negocio/> Acesso em:
20/04/2021.
● Mapa da Empatia. Disponível em: <https://resultadosdigitais.com.br/blog/files/2018/02/mapa-
empatia.pdf> Acesso em: 20/04/2021.
Instituto de Educação Política - Politize!
Programa da Escola da Cidadania Ativa

A Politize! - Instituto de Educação Política é uma organização sem fins


lucrativos que tem como missão formar uma geração de cidadãos conscientes e
comprometidos com a democracia. Através do Projeto Escola da Cidadania
Ativa, levamos conhecimento sobre cidadania, democracia e liderança para os
estudantes do Ensino Médio brasileiro. Atuamos através de apoio às secretarias
estaduais de educação no desenvolvimento de trilhas de aprendizagem,
componentes curriculares eletivos e formação de professores. Acesse
<https://www.politize.com.br/escolas> para mais informações.

Diretor Geral
Gabriel Marmentini - Politize!

Diretora do Programa Escola da Cidadania Ativa


Kamila Nunes da Silva - Politize!

Autora da Eletiva
Anna Paula Vivolo Lopes e Souza

Revisores
Paula Samogin Campioni
Beatriz Souza Ramos dos Santos
Kamila Nunes da Silva

Revisão Final
Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
Coordenadoria Pedagógica
Isis Fernanda Ferrari - CEM/PEI
Lucifrance Elias Carvalhar - CEM/PEI

Data: Julho de 2021 - 2ª Edição.

CC BY-NC-SA
Os conteúdos originais deste caderno podem ser reproduzidos total ou
parcialmente para fins não comerciais, atribuindo o devido crédito à Politize! -
Instituto de Educação Política.

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