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rie Polícb e Sociedade l
0Ti;:ini:za~lo: N[ncr C.mli~
COMISSÃO EDITORIAi.
Presidente José Mindlin
Více-presiúeme Oswaldo Paulo Forauini
Br:1$íllo João Sallum Jünior
Carlos Alberto Barbosa Dantas
Guilherme Lelte da Silva Dias
Laura de Mello e Souza
Murillo Marx
Plinio Martlns Filho
Diretoru f!di/Qr/ul Si I vanu El i ral
Dire1,,ra Comercia/ Eliana Urabayashi
Direruru Adm/nii1ra1íva Angelu Maria Concciçno Torres
Edirora-tH.,·iHente M11rilcna Vízentin
David H. Bayley
PADRÕES DE
POLICIAMENTO
Uma Análise Comparativa Internacional
TRADUÇÃO
Renê Alexandre Belmonte
FORO
FOUNDATlON
NEV - Núcleo de
Estudos da Violància•USP
I edusp
-
5
Ü TRABALHO POLICIAL
A única característica exclusiva da polícia é que ela está autorizada a usar a força
física para regular as relações interpessoais nas comunidades. Essa é uma definição;
ela ensina como reconhecer minimamente a polícia.Mas não é uma descrição de tudo
que a polícia faz. A polícia freqüentemente recebe outras responsabilidades. Além dis-
so, nem sempre ela emprega a força para regular as relações interpessoais, ainda que
esteja autorizada a isso. Em termos de atividades cotidianas, o trabalho que a polícia
executa varia enormemente ao redor do mundo, a despeito do fato de que as leis es-
tabelecendo o policiamento são notavelmente semelhantes em termos das obrigações
atribuídas. Padrões modais de comportamento e autorização formal não são os mes-
mos. A fim de entender o que a polícia faz, portanto, é necessário ir além das defini-
ções, leis e responsabilidades percebidas, para examinar seu comportamento'.
Este capítulo examina os problemas de descrever detalhadamente o que a polícia
faz. Ele ressalta a importância de se distinguir diferentes significados para o "traba-
lho" ou "função" da polícia e avalia os tipos de informação que podem ser coletado
sobre eles. São, então, apresentados motivos para que, ao se fazer um trabalho com-
parativo, deva-se dar particular atenção aos tipos de situações que a polícia encontra
ao lidar com os membros do público. O capítulo seguinte demonstra as agudas varia-
ções na natureza dos confrontos com a polícia no mundo contemporâneo, Por ra-
zões que serão explicadas, mudanças na função da polícia são historicamente diflcei
1. Ver B.1y!t."y, 1979, pp, 111-112, para tUUJ list.1 cxaustiv, dos tipos de trabalho desempenhados pela policia em
todo o mundo.
117
PA D RÕ ES DE PO LIC IA M EN TO
Definir o que a polícia faz não é uma questão simples, não só porque é difícil
assegurar o acesso permanente a ela, mas também por motivos intelectuais. Podem
ser usadas três maneiras bem distintas de descrever a atividade policial, cada uma a
partir de diferentes fontes de informação. O trabalho policial pode se referir, primei-
ro, ao que a polícia é designada para fazer; segundo, a situações com as quais ela tem
que lidar; terceiro, às ações que ela deve tomar ao lidar com as situações.
Atribuições são a descrição organizacional do que os policiais estão fazendo -
patrulhando, investigando, controlando o tráfego, aconselhando e administrando .
.118
O TR A BA LIIO PO LIC IA L
Uma vez que padrões de staff normalmente são arquivados, podemos determinar fa-
cilmente a proporção de pessoal designada para diferentes atividades. Quanto maior
a quantidade de especialização formal no interior das organizações policiais, mais
fácil essa análise se toma. Ao mesmo tempo, atribuições são um indicador muito cru
do que a polícia está fazendo. A atribuição designada para a maior parte dos policiais
em todo o mundo é o patrulhamento. Contudo, patrulhamento é uma atividade mul-
tifacetada. Oficiais de patrulha são pau-pra-toda-obra. Os ingleses se referem a eles
com sensibilidade como "oficiais para deveres em geral': Mas oficiais com qualquer
atribuição, não só patrulhamento, podem fazer coisas associadas a outras atribuições:
a polícia do trânsito também patrulha, oficiais de patrulha controlam o trânsito, de-
tetives aconselham os jovens, oficiais de delinqüência juvenil recolhem evidências
sobre crimes, a polícia de controle de tumultos também guarda edifícios públicos, e
todos fazem um bocado de trabalho administrativo (Martin e Wilson, 1969, pp. I22-
123). Informação sobre atribuições é importante para administração, mas as inferên-
cias sobre as atividades são tênues.
O trabalho policial também é comumente descrito em termos de situações com
as quais a polícia se envolve: crimes em andamento, brigas domésticas, crianças per-
didas, acidentes de automóvel, pessoas suspeitas, supostos arrombamentos, distúr-
bios públicos e mortes não-naturais. Nesse caso, a natureza do trabalho policial é re-
velada por aquilo com o que ela tem de lidar.
Finalmente, o trabalho da polícia pode ser descrito em termos de ações executa-
das pela polícia durante as situações, tais como prender, relatar, tranqüilizar, advertir,
prestar primeiros socorros, aconselhar, mediar, interromper, ameaçar, citar e assim
por diante. Nesse caso, o trabalho dos policiais é o que os policiais fazem nas situa-
ções que encontram.
Atribuições, situações e resultados são indicadores conceitualmente distintos do
que a polícia faz. A caracterização do trabalho policial em um lugar específico pode
ser significativamente diferente de acordo com o foco adotado. Usar indicadores di-
ferentes na mesma análise é como comparar maçãs e laranjas. A menos que as pessoa
reconheçam diferenças nas operações, elas vão falar de propósitos cruzados, discor-
dando sobre a natureza do trabalho da polícia sem nenhuma justificativa sólida. Além
disso, uma falha em distinguir os diferentes significados de trabalho policial atrapa-
lha a busca de explicações para as variações internas. Os fatores que levam a pro-
porções variáveis quanto ao número de policiais designados para o patrulha-
mento cm vez da investigação criminal dificilmente serão os mesmos fatores que
contam para uma mistura particular de situações trazidas à atenção da policia ou o
ll9
PADROES DE POLIClAMENT
fatores que influenciam o modo como essas situações são enfrentadas. Por exemplo,
tem-se sugerido que os resultados podem ser afetados pela distância social entre 0
uspeito e o oficial de polícia (Black, 1976). A distância social dificilmente poderia
explicar, contudo, por que uma força coloca 20% de seus oficiais em investigações
criminais enquanto outra coloca 40%. Da mesma forma, o público pode ser encora-
jado a trazer questões triviais à atenção da polícia se ele acreditar que vai receber um
tratamento simpático, mas uma reputação de simpatia dificilmente vai explicar um
padrão quer de atribuições, quer de resultados. Distância social e uma reputação de
resposta simpática são ambas explicações possíveis para diferenças na composição
do trabalho policial, mas não para o próprio trabalho policial, tanto como situação
quanto como reação. Ao mesmo tempo, alguns fatores podem pesar em todas as três
medidas do trabalho policial. As características nacionais de uma população, por
exemplo, podem afetar o que as forças estão preparadas para fazer, aquilo com que elas
se envolvem mais freqüentemente e como elas costumam lidar com essas situações'.
Embora atribuições, situações e resultados sejam conceitualmente distintos, eles
são interdependentes. A estrutura das atribuições afeta os tipos de situação com os
quais a polícia se envolve; as situações influenciam o espectro de resultados prová-
veis; os resultados dão forma às situações que o público é encorajado a levar até a
polícia; e as situações ajudam a determinar as atribuições formais dentro da organi-
zação policial. Questões conceituais e empíricas levantadas com respeito aos três as-
pectos do trabalho policial estão dispostas num diagrama na Figura 2, na página se-
guinte.
Essa formulação das medidas alternativas do trabalho policial presume que a
descrição de atribuições, situações e resultados pode ser feita independentemente -
que a descrição de uma situação não afeta a descrição de uma reação, e assim por
diante. Essa suposição é válida, exceto em uma instância. A caracterização de uma
situação feita por um oficial de polícia pode ser afetada pela ação que ele decide to-
mar para enfrentá-la. Situações são algumas vezes descritas de forma que justifiquem·
as ações Lomadas. Quer dizer, situações são redefinidas com propósitos cosméticos.
Por exemplo, se os oficiais de polícia subjugam alguém pela força, é mais provável se
descrever a situação como "ataque a um oficial" do que como "embriaguez cm públi
co'; mesmo que o que ocorreu objetivamente seja o último3• Dificilmente os oficiais
2. ijayley, 1979 fornece uma análise das principais teorias colocadas para explicar cada um.
3. Uma vez que as leis são extensivas e JUtis, a polícia pode usualmente encontrar alguma ofensa que tenha ;ldo
cometida na maioria das situações. Os oficiais podem inventar ofensas, no sentido de procurar por elas, se eles
precisam efetuar prisões para parecerem eficientes (Encson, 1982, p. 93).
120
O TRABALHO POLICIAI.
Figura 2
Tipologia de Atribuições, Situações e Resultados
2 3 4 5
Termo básico Medidas Relações empíricas Determinantes Determinantes únicos
alternativas entre medidas comuns (exemplos)
alternativas (exemplo)
Resultados
L ,t,
I Resultados 1
i/
1 Distância social!
vão descrever uma situação em que decidem não prender o perpretador como "cri-
me sério" Em vez disso, ela será chamada de "briga entre bêbados" ou "disputa fami-
liar". Assim, a validade da distinção entre situações e resultados torna-se questionável
quando a fonte de informação sobre ambos é o oficial de polícia responsável.
A variedade de "trabalho" no interior das categorias de atribuições, situações e
resultados é bem grande. A fim de fazer comparações informativas entre as forças,
deve-se simplificar a descrição para se concentrar em umas poucas diferenças princi-
pais no interior de cada categoria. De acordo com isso, descreverei atribuições admi-
nistrativas em termos de patrulhamento, investigação criminal, controle do trânsito,
administração interna e controle auxiliar. Existem outras especializações funcionais
dentro de muitas forças policiais, mas elas tendem a envolver relativamente poucas
pessoas. Os significados desses termos são óbvios, exceto para controle auxiliar. Este
se refere a tarefas administrativas executadas por policiais para o Estado e que não
têm nada a ver com suas responsabilidades primárias: elas poderiam igualmente ser
executadas por outras agências governamentais.
A descrição das situações será simplificada ainda mais radicalmente, com o pro-
pósito de se fazer generalizações comparativas. Isso é essencial porque as situaçõe
que a policia enfrenta são tão variadas quanto as exigências da vida humana". As situa-
ções serão divididas entre aquelas que envolvem violações da lei e as que não envol-
vem. Na útil terminologia de Michael Banton, os policiais algumas vezes são chama-
4. WycofT; Susmilch e l'Iscnbart (1980) .1n.1lis.1111 as categorias \1UC foram utiliud.1> cm estudos até o momento.
121
PADROES DE POLICIAMENTO
dos a agir como "oficiais da lei" e outras como "oficiais da paz" (1964, p. 608). Uma
descrição tão radicalmente simplificada justifica-se porque a aplicação da lei é urna
função central da policia. Se houver variações significativas na proporção de situa-
ões de aplicação da lei e de não-aplicação da lei encontradas pela polícia, então tere-
mos descoberto alguma coisa importante sobre a realidade do policiamento . .'É óbvio
que as situações nem sempre podem ser claramente separadas entre as que são rela-
cionadas à lei e as que não são. Particularmente problemáticas são situações que sur-
gem da antecipação de uma violação da lei, mais do que de uma ocorrência real, como
no caso de disputas domésticas ou embriaguez. A dicotomia é útil apenas na medida
em que a proporção de casos ambíguos não for muito alta.
Os resultados também serão divididos, para propósitos de descrição, em duas
categorias - imposição e não-imposição - dependendo de a ação policial reprimir
fisicamente o comportamento ou não. Essas categorias também respondem a noções
fundamentais sobre o papel da polícia.
Há uma objeção importante a isso: devido à autorização dada à polícia, a repres-
são é inerente à presença policial, mesmo quando não aplicada abertamente. Como
diz Clifford Shearing: "Esse contexto permeia completamente todos os outros recur-
sos à sua disposição, e, portanto, modifica o seu sentido e seu significado" ( Shearing e
Leon, 1976). É um bom argumento, mas não destrói o valor da distinção. Faz uma
enorme diferença, tanto para a polícia quanto para o público, se os oficiais reprimem
algum comportamento abertamente ou apenas indiretamente. Todo tipo de pessoa
influencia o comportamento por causa de sua autoridade latente - professores, pais,
esposas, padres-, mas a polícia é a única autorizada a limitar a liberdade fisicamente.
Determinar com que freqüência ela o faz de modo explícito é importante para enten-
der em que consiste o trabalho da polícia.
a prática, é óbvio, pode não ser claro se a repressão física está sendo aplicada.
Por exemplo, boa parte do trabalho policial envolve interromper fisicamente um
comportamento a fim de evitar a violação da lei. Será imposição quando bêbados
violentos são mandados para casa de táxi, quando delinqüentes juvenis são tirados
das ruas ou amantes são mandados para longe de áreas perigosas nos parques públi-
cos? Ainda que nenhuma lei tenha sido quebrada e nenhuma sanção oficial tenha sido
aplicada, foram dadas ordens repressoras. Advertências dadas por policiais colocam
problemas semelhantes. Quando a polícia adverte as pessoas de que elas serão presas
se continuarem a executar uma ação particular, estará ela agindo de forma repressora
ou não? Uma advertência pode ser interpretada como um conselho não-obrigatório
ou como uma ameaça velada. No Sri Lanka e nos Estados Unidos, os oficiais frequen-
122
••
O TRABALHO POLICIAL
temente relatam a ação tomada como "partes avisadas" Isso pode significar que as
pessoas foram instruídas sobre a lei ou que elas foram advertidas a não fazer alguma
coisa. O primeiro pode ser não-imposição, o segundo é imposição. Na Inglaterra, os
oficiais de polícia estão autorizados a "admoestar" suspeitos, significando que eles
interrompem uma prisão ou citação em curso em troca de uma admissão de culpa,
que se torna parte de um registro oficial. A admoestação é feita comumente em cone-
xão com violações pequenas cometidas por adolescentes ou réus primários. Ela le-
vanta problemas para se julgar e tipificar as ações da polícia. Os policiais japoneses
são treinados para deter pessoas na rua e fazer com que elas se sintam obrigadas a se
submeter a questionamento, inclusive indo à delegacia de polícia, em circunstâncias
que não justificam uma prisão. Os oficiais fazem uso deliberado de sua autoridade
latente para obrigar à concordância (Bayley, 1976, cap. 3). No Canadá, mesmo as pri-
sões legais são de fato ambíguas. De acordo com decisões judiciais, é considerado
como prisão sempre que as pessoas acreditam que não poderiam fazer outra coisa
senão obedecer ao policial, ainda que os próprios oficiais não pretendessem fazer uma
prisão (Ericson, 1982, pp. 747-748). Isso estende a categoria de prisão a um amplo
espectro de ações policiais.
Em suma, a natureza do trabalho policial pode ser descrita de modo variado em
termos de atribuições, situações e resultados. É crucial distinguir entre essas medidas
do trabalho policial a fim de fazer comparações válidas entre as forças policiais e fa-
cilitar a busca de fatores determinantes. Dada a complexidade de cada dimensão, de-
vem-se produzir categorias descritivas informativas, mas simplificadas. Com respei-
to às atribuições, a designação formal das unidades funcionais dentro da organização
da policia geralmente é suficiente. Podem-se fazer comparações importantes e geral-
mente significativas com relação às situações em termos de elas serem ou não rela-
cionadas à lei e, a respeito dos resultados, em termos de imposição e não-imposição.
ATRIBUIÇÔE
1
PAD Rô l:S DE PO LIC !A l\tEN T
124
O TR A BA LH O PO LIC IA L
século XIX, os policiais russos serviam como coletores de impostos, engenheiros sa-
nitários, farmacêuticos e inspetores de estradas, edificações, indústrias e bem-estar
público (Starr ,1970, pp. 493-494). As forças continentais certamente parecem ter
contraido seu espectro de atividades nos últimos cem anos, centrando-se mais exclu-
sivamente na aplicação de leis criminais. Nos países anglo-saxónicos, por outro lado,
as responsabilidades policiais sempre foram concebidas de modo mais estreito, como
uma especialização da administração civil. Como as forças européias, elas provavel-
mente reduziram a administração auxiliar, mas a tendência é difícil de discernir. Em
uma data tão recente quanto 1953, o governo britânico pensava que o prob]ema da
administração auxiliar era suficientemente incômodo para designar um Comitê para
os Deveres Policiais Extrínsecos (Punch e Naylor, 1973). Há alguma evidência de que
a administração auxiliar pode de fato ter crescido na Inglaterra desde a metade do
século XIX, em paralelo com a expansão das responsabilidades gerais de Estado
(Martin e Wilson, 1969, pp. 25-26). Nos Estados Unidos, embora novas especialida-
des funcionais tenham emergido, a policia desistiu de conduzir eleições, providenciar
alimento e abrigo para indigentes e inspecionar caldeiras, saídas de incêndio e pesos
e medidas6• Tudo somado, uma tendência razoave]mente clara rumo à especialização
na aplicação das leis criminais pode ser vista em todo o mundo, ainda que países com
sistemas administrativos menos desenvolvidos e tradição de delegar muito às autori-
dades, como nos países que seguem o Direito Romano, ainda tendam a atribuir à
polícia um grande número de tarefas administrativas auxiliares.
Algumas atribuições totalmente novas emergiram como especialidades formais
entre as polícias de todo o mundo durante o último século, notavelmente investigação
criminal, controle do trânsito, prevenção à delinqüência juvenil e administração inter-
na. Deve-se ser cuidadoso, contudo, para não ser levado pela especialização orga-
nizacional a pensar erroneamente que a polícia não se preocupava com essas questõe
antes. No caso da investigação criminal, a especialização surgiu mais cedo na França
que na Inglaterra. A data exata em que os detetives foram criados na França é uma
questão controversa. De acordo com uma autoridade no assunto, o Cardeal Mazarin
criou cem detetives em 1645, embora eles não fossem organizados em unidades sepa-
radas até que Fouché criasse a Süreté em 1800 (Stead, 1957, pp. 94-96). A existência da
Süreté não foi revelada publicamente até 1832/33, quando os fundos para suas opera-
ções foram listados pela primeira vez no orçamento da polícia. Outro historiador ar-
6. Generalizuçõcs sobre tarefas auxiliares nos Estados Unidos sao difíceis de se fazer PONlUC c~JJ jurisdição possui
nutoriwçõc, próprias,
1.:.
PADRÕES DF. POLICIAMENTO
126
O TRABALHO POLICIAL
bora sejam mais pronunciadas em forças grandes do que nas pequenas'. Isso ajudou
a salientar de modo dramático a irrelevância de algumas atribuições tradicionais.
Também criou a aparência de mudança no trabalho da polícia, que nem sempre se
reflete no comportamento cotidiano",
As atribuições da polícia têm sido descritas cm profundidade nesta discussão, de
acordo com classificações administrativas do trabalho realizado. Contudo, as atribui-
ções têm ainda um outro atributo, que é de enorme importância para entender o
trabalho da polícia. As atribuições da polícia podem ser comparadas se elas são
direcionadas principalmente ao Estado ou ao público. Algumas atribuições reque-
rem que os oficiais de polícia respondam exclusivamente à direção do comando, ou-
tras que eles sejam responsáveis perante as solicitações do público. Nas investigações
criminais e tarefas de trânsito, por exemplo, a instigação da atividade está no próprio
estabelecimento policial. No patrulhamento, contudo, a instigação parte mais comu-
mente do público, quer pessoalmente, quer através de chamadas pelo rádio. As forças
policiais do mundo variam radicalmente na proporção de direcionamento para o
Estado ou para o público. Na Índia, Paquistão e no atual Sri Lanka, a iniciativa per-
tence amplamente ao Estado. Muito pouco do tempo agregado da polícia está dispo-
nível para o público. Na Noruega, Inglaterra e Canadá, por outro lado, o grosso do
tempo da polícia está disponível para a iniciativa pública. Calculando a proporção de
tempo comandado pelo Estado e pelo público, em diferentes atribuições, revela-se
muito sobre o papel da polícia em uma dada sociedade.
De fato, a distinção entre atribuições direcionadas para o Estado e direcionadas
para o público amplia o conceito de instigação proativa e reativa para aplicá-lo à or-
ganização policial como um todo. Instigação proativa descreve um contato no qual a
iniciativa é tomada pela policia, instigação reativa ocorre quando a iniciativa vem do
público. Instigação reativa, então, ocorre apenas com forças cujas atribuições não são
monopolizadas pelo Estado. Enquanto a resposta da polícia à iniciativa pública não é
automática em qualquer atribuição, algumas atribuições são inevitavelmente proa-
tivas, tais como proteger VIPs, guardar edifícios públicos e controlar multidões, onde
a ação é instigada exclusivamente pela autoridade pública.
7. B. Smith ( l 949) mostrou que, nos Estados Unidos, havia correlação entre a especílização por tarefas e o tama-
nho das cidades,
8· Spcrlings (1979, p. 55) mostrou que: quando .1 moderna polícia de Estocolmo foi criada em 1850,quasc lodos os
policiais realizavam o mesmo serviço. Por volta de 1924, 40% se cncontr.rvum em tarefas especializadas. Cl,1rJ-
mente seria um erro concluir que ,1 forca como um todo estava realizando rrubalhos totalmente novos.
PADRÔES DE POLICIA!IIENTO
ITUAÇÔ
A informação sobre a natureza das situações que a polícia enfrenta vem de qua-
tro fontes: observação dos oficiais de polícia trabalhando, relatórios de atividade por
oficiais individuais, arquivos de atividade mantidos coletivamente pelas unidades de
polícia e relatórios de chamadas para assistência vindas do público. A melhor delas é
a observação de oficiais de polícia trabalhando, porque é a mais direta e com menos
interesses particulares.A observação, contudo, é muito cara, requerendo pessoal trei-
nado para acompanhar os oficiais-hora por hora de trabalho. Os observadores tarn-
bérn devem obter total acesso às operações da polícia. Não é surpresa que poucos
estudos de alcance mundial sobre o trabalho da polícia tenham sido feitos com base
em observação sistemática e que todos os que existam sejam de países democráticos
afluentes, tais como o Canadá, a Inglaterra, Noruega e Estados Unidos9• Até o mo-
mento, a maioria desses estudos tem focalizado exclusivamente as operações de pa-
truJha, negligenciando todas as outras atribuições especializadas. Existe justificativa
para isso. O patrulhamento é a atribuição mais numerosa em todas as forças poli-
ciais, respondendo pela vasta maioria de confrontos com o público, bem como pelo
grosso das prisões. O patrulhamento também é a atribuição mais diversa em termos
de situações encontradas. Apenas um número reduzido de estudos examinou a ativi-
dade diária do pessoal designado para investigações criminais, o que é curioso
quando se considera que o detetive geralmente é considerado como o arquétipo do
poli-cial (Ericson, 1982; Greenwood e PetersiJia, 1975; Skolnick, 1966).
Registros de atividade e diários mantidos por oficiais individuais fornecem in-
formação de primeira mão sobre as situações, mas eles não são disponíveis unifor-
memente em todas as forças policiais. Mesmo quando estão disponíveis, a qualidade
dos relatórios individuais varia consideravelmente de força para força. O grande pro-
blema é encontrar oficiais de polícia que escrevam cada ocorrência na qual eles esti-
veram envolvidos. Se um registro pessoal chegar a ser exigido, os oficiais geralmente
relatarão apenas aqueles eventos que podem criar um registro oficial e pelos quais
eles são de alguma forma responsáveis. Os diários dos oficiais de polícia indianos,
por exemplo, não são verdadeiros registros; eles contêm apenas um esboço cru de
idas e vindas, bem como fragmentos de informação que podem ser necessários para
investigações subseqüentes 1°. As cadernetas dos oficiais ingleses também são prima-
9. Há um grande número de estudos nos Estados Unidos e Grã-Bretanha. Para uma análise, bem como uma avalia-
ção do que se conhece, ver Sherman, 1980. Ver também Richard Bricson, 1982 e Hauge e Stabell, 1974.
10. O Governo de Maharashtra, fndía (1967, p. 5), descobriu que eles eram inúteis para se determinar a natureza do
trabalho policial. Esta impressão foi confirmada através de inspeções pessoais.
128
O TRABALHO POLICIAL
11. Baseado em observações de campo no Canadá, Ericson diz que há quatro razões segundo as quais os oficiais
submetem relatórios de incidentes: para entregar questões a seus superiores ou a outras unidades; p.11:a justificar
suas próprias ações; para responder a pedidos de informação de outras unidades: e para fornecer os serviço
requisitados por interesses privados, tais como companhias de seguro e reclamações civis (Ericson, 1982, pp. 297
e ss.; McCabe e Sutcliffe, l 978, cnp.J), Na parte rural da Noruega, Hauge e Stabell ( 1974) descobriram que ape-
nas 20% dos roubos e assaltos reportados polícia eram registrados no livro de acusações do distrito policial,
à
129
PADROE E POLICIAMENT
12. Os dados estavam disponíveis em muitos outros lugares, mas as fontes supra-representaram as instigações
reativas. Por exemplo, dados de Dallas, Texas e Suffolk County, Grã-Bretanha, foram obtidos de computadores
usados para auxiliar os despachos. As situações relatadas eram quase J 00 % reativas. Embora cm ambos os locais
os oficiais tenham me garantido que grandes esforços tenham sido efetuados para que os oficiais cm patrulha
também registrassem os encontros proativos, eles não parecem tê-lo feito.
130
O TRABALHO POLJCIAL
Tabela 10
Modos de Instigação
Reativa Proatíva
Estados Unidos
Denver 55,4% 44,6%
Salida 63,7 35,4
Ft. Morgan City" 22,8 76,3
Chaffee County 33,3 8,3
Pt. Morgan County" 31,8 63,6
França
Chilly-Mazarin 92,3 7,7
Lonjumeau 87,1 12,9
Noruega
Oslo 85,9 14, l
Rjukan 79,4 20,2
Índia
Quaiserbagh, U.P. 76,6 23,4
Mall,U.P. 100 o
Mylapore, T.N. 51 49
Thiruporur, T.N. 37,5 56,3
Capital, P.S., Orissa 89,5 10,5
Bolagarh, Orissa 100 o
Sri Lanka
Pettah 67,2 32,8
Kahataduwa 90,9 9,1
Singapura
Divisão B 94,2 5,7
Oeste Rural 81,8 18,2
3
) A proporçãr, mais elevada de proação deve-se à política departamental concernente somente 3 problemas de
trânsito.
crime. A razão é que o interesse público que leva a esses confrontos mais provavelmen-
te envolverá questões não-criminais, ao contrãrio dos confrontos produzidos pelo
interesses da polícia. Policiais estão interessados em uma "boa prisão"; o público tem
apenas uma noção nebulosa de quando as leis
precisa de ajuda cm muitas outras situações. ontatos proativos têm se mostrado
maciçamente relacionados a crimes nos Estado nidos (Rciss, 1971, c.ip. 2). Os dado
internacionais levantam sérias dúvidas sobre esse ponto. A análise estatística da
131
PA D R O F.S D E PO U C IA M E N T
Tabela 11
Análise Estatística do Efeito da Instigação da Natureza das
Situações Encontradas (Coeficiente <j> [ fi))
Estados Unidos
Denver 0,60 (6oor
Salid.i 0,06 (53)
Ft. Morgan City 0,28 (200)*
Chaffee County
Ft. Morgan County 0,26 (19)
França
Chílly-Maz.arin O (8)
Lonjumenau 0,17(42)
Indía
Quaiserbagh, U.P. 0,09 (40)
MaU, U.P.
,fylapore, T.N.
0,04 (28)
Thirupour, T.N.
Capital, P.S., Orissa 0,01 (42)
Bolagarh, Orissa
Sri Lanka
Pettah
Kahataduwa
0,13 (19)
Singapura
Divisão B
o, 11 (735)*
Oeste Rural
0,08 (269)
Notas: Valores significativos no nível de 10% estilo marcados com asterisco, Um travessão indica que o dlculo não
pôde ser feito. O tamanho das amostras cstJ entre parênteses,
132
O TRABALHO POLICIAL
13
· A monitor.ição das fitas du políci,1 dus solicitações telefônicas pode exagerar a proporção dos pedidos relaciona-
dos lei quando a população usa regularmente outros números que não os de emergência.que 11Jo são cobertos
ã
pelas fit,s.
1
PAD RÕ ES DE PO LIC IA l\H N T
134
O TRA BA LH O PO LIC IA L
135
PADRÕES DE POLICTAMENT
Tabela 1
Tipos de Situações Encontradas pela Policia
2 3 4
Emergência Investigação Emergência Prevenção
criminal rirninal não-criminal
Estados Unidos
Denver (U)
alida (R)
17,2% 25,1% 4,0% 3,9%
1
11,5 28,3 4,4 3,5
Ft, Morgan City (R) 5,J 25,7 3,7 0,2
Ft. Morgan County (R) 9,1 68,2 3,2 4,5
Da.lias, Texas (U} 12,9 32,4 5,9 2,0
Inglaterra
lpswich Town (U) 10,6 13,2 9,4 0,0
Stowmarket (R) 4,7 18,8 23,4 0,0
França
Chüly-Mazarin ( 0,0 30,8
Lonjumeau (U) 8,1 29,0 º·º
9,7
0,0
3,2
.;oruega
Oslo ( 0,0 28,3 2,8 0,2
Rjuk.an (R) 0,5 30,9 6,0 0,2
Índia
Quaiserbagh, U.P. {U) 17,0
Mall, U.P. (R)
70,2 0,0 o.o
4,5 95,5 0,0 0,0
Mylapore, T.N. (U} 28,6 26,5 2,0 22,4
Thiruporur, 'IN. (R) 25,0 18,8 0,0 31,3
Capital, Orissa (U) 10,5 45,6 0,0 1,8
Botagarh, Orissa (R) o.o 14,3 0,0 0,0
Sri Lanka
Pettah (U) 2,3 73,4 0,0 0,8
Kahataduwa (R) l,8 30,9 o.o 0,0
Cingapura
Divisão B (U) 7,2 30,2 21,2 2,3
Oeste Rural (R) 0,0 36,4
º·º 10,2
delegacia manuscritos; e nos Estados Unidos, de relatórios de atividade feitos por ofi-
ciais em cada incidente defrontado14•
14. Uma an.ãfüe detalhada dos esquemas de codificação pode ser encontrada em Wycoff: Susmllch e Eisenbart, 1980.
136
O TRA BA LH O PO LIC IA L
--· 5
Incapacitados
6
Brigas,
7
Aconselhamento
8
Trânsito
9
Controle da
IO
Investigação
1.1
Misc,
disputas multidão não-criminal
í 0,0 23,4
0,0 63,6
0,0
0,0 º·º
1,8
0,0
o.o
0,0
1,8
0,0
º·º
4,7 0,6 24.9 1,7 o.o 6,8 0,4
-s-- 0,0 0,0 51,7 º·º o.o 0,6 1,1
Uma vez que a variedade de situações com as quais a polícia tem que lidar é tão
vasta, comparações só podem ser feitas se forem descritas em tipos gerais. O número
e natureza de categorias necessárias é questão de julgamento. Quanto mais categorias,
menor a distorção da realidade; quanto menos categorias, mais difícil se torna
tipificar cada situação de modo confiável (Banton, 1964; I, Wilson, 1968; Wycoff;
137
PADRôES DE POL!CIAMENT
138
O T R A BA L H O PO L IC IA I,
Tabela 13
Proporção entre Situações Criminais e Não-Criminais
2 3
Crime Não-crime Crime Não-crime Crime Não-Crime
Estados Unidos
Denvcr (U) 82,9% 17,0% 73,9% 26,0% 84,0% 15,2%
Salida (R) 86,5 15,5 80,3 19,6 87,5 12,5
Ft. Morgan City (R) 84,0 16,0 79,2 20,8 84,9 15,l
Pt, Morgan County (R) 88,9 11.1 88,9 11,1 88,9 11,1
Dallas, Texas (U) 66,7 33,3 53,4 46,4 73,2 26,8
Inglaterra
Ipswich Town (U) 31,5 68,5 30,2 69,8 34,4 65,6
Stowmarket (R) 31,9 68,1 28,8 71,2 38,5 61,5
França
Evry-Corbeil (U) 60,9 39,l 55,1 44,9 64,6 35,4
Lonjumeau (U) 54,8 45,2 51,1 49,9 57,8 42,2
Chilly-Mazarin (U) 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0 50,0
Noruega
Oslo (U) 38,8 61,2 33,4 66,6 29,6 70,4
Rjukan (R)
Índia
Quaiserbagh, U.P. (U) 97,6 2,4 97,6 2,4 97,6 2,4
Mali, U.P. (R) 100,0 0,0 100,0 0,0 100,0 0,0
Mylapore, T.N. (U) 94,4 5,6 65,4 34,6 96,2 3,
Thiruporur, T.N. (R) 100,0 0,0 77,8 22,2 100,0 0,0
Capital, Orissa ( U) 74,4 25,6 62,7 37,3 78,4 21,6
Bolagarh, Orissa (R) 50,0 50,0 14,3 85,7 85,7 14,3
Sri Lanka
Pcttah (U) 100,0 0,0 76,4 23,6 100,0 o.o
Kahataduwa (R) 94,7 5,3 33,3 66,4 98,l 1,9
Cingapura
Divisão 13 (U) 39,3 60,7 39,0 61,0 39,6 60,4
Oeste Rural (R) 41,0 59,0 41,0 59,0 41,0 59,0
Notns: A categoria l descarta brigas e disputas, e controle de multidão ao medir situações de crime e não-crime, A
categoria 2 inclui brigas, disputas e controle de multidão como não-relacionadas crimiualmente.A categoria
3 conta brigas, disputas e controle de multidão como relacionadas criminalmente.
I39
PADRÕES DE POLICIAMENTO
15. McCabe e Sutclíffe (1978, p. 51) trazem dados de Oxford e Salford em 1973; Divisão de Desenvclvlmcnto Cien-
1ífico da Policia do Escritório Local, "The Policing of Rural Areas'; ("O policiamento das Áreas Rurais'; J'OL 171
1612/1/5, 1972).
140
O TRA BA LH O PO LIC IA L
RESULTADOS
As fontes de informação sobre os resultados são, com uma única exceção, as mes-
mas que para as situações: relatórios de observadores, diários de atividades dos
oficiais e sumários das unidades. Ao contrário do que acontece ao relatar situações, o
público não é uma fonte de informação sobre resultados. A comparação de padrõe
de resultados entre jurisdições deve enfrentar os mesmos problemas já discutidos:
fontes de informação discordantes e sua falta de confiabilidade.
Há também uma consideração teórica que lança dúvidas sobre o valor de se com-
parar os dados sobre os resultados. Uma comparação de resultados não tem signifi-
cado, a menos que as situações geradoras sejam as mesmas. Não é informativo d
brir, por exemplo, que os resultados são 90% coação em uma força policial e 10% em
16
· Hauge, 199, p. 134. Também recodifiquei e analise], segundo meu formato, os d.idos de seu estudo com Stabell
(1974).
141
PA D ROES DE POLI CI ,\ M HNTO
CONCLUSÃO
17. Para um rápido exame das linhas dominantes, ver Bayley, 1979, p. 122.
18. A única exceção ~ o trabalho de Richard D. Sykes cm Minncapolis.
142
O TRA 8A f.H O PO L!C fA L
Qual é a natureza das situações encontradas pelos oficiais de polícia, com parti-
cular atenção à proporção das que são relacionadas à lei?
De que maneira cada situação é instigada?
Que ações são tomadas pela polícia em situações do mesmo tipo, em que delinear
a proporção de situações envolvendo coação é particularmente importante?
O estudo do trabalho da polícia, obviamente, não é uma tarefa simples. Pode ser
simplificado se algumas dessas dimensões do trabalho policial forem consideradas
mais importantes do que outras. Pode-se defender que a análise comece com um as-
pecto do trabalho policial em vez de com outro? Acho que sim. As situações são fun-
damentais por várias razões. Primeiro, elas são o indicador mais direto do que o tra-
balho policial envolve. Atribuições, bem como resultados, não o são, uma vez que seu
significado deriva das situações. Em segundo lugar, situações revelam o campo no
qual ocorrem os confrontos entre a polícia e o público. Eles são o caldeirão no qual
ocorrem as interações. Em terceiro lugar, as situações são relacionadas empiricamen-
te com outros aspectos do trabalho policial. Por exemplo, se uma força policial é ad-
ministrada racionalmente, informações sobre a natureza e a incidência de situações
afetarão a distribuição de atribuições. Além disso, informações sobre as situações
podem ser facilmente expandidas para incluir o modo de instigação, levando assim à
orientação da atividade da polícia pelo público ou pelo Estado. Em outras palavras,
existem razões teóricas para se pensar que as situações são o lugar onde se pode co-
meçar a entender o trabalho da polícia em toda sua complexidade. O próximo passo,
pois, é elaborar uma teoria do trabalho policial com base nas situações. Essa é a tarefa
do próximo capítulo.
143
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