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litulnuii(Jindl:

\txtolinguistic Patterns
topynght ' 1972 by the University of Pennsylvania Press, lnc.
llevcnth printing 1991
Willialll Labov
. 11c\lll <.,o: Marcos Bagno, M• Marta Pereira Scherre e Caroline R. Cardoso
ISBN: O 8122-1052-2

EDITOR: Marcos Marcionilo

CAPA E PROJETO GRAFICO: Andréia Custódio

CoNSELHO EDITORIAL: Ana Maria Stah/ Zilles [Unisinos]


Carlos Alberto Faraco [UFPR]
Egon de Oliveira Rangel [PUCSP]
Gilvan Müller de Oliveira [UFSC, lpol)
Henrique Monteagudo [Univ. de Santiago de Compostela]
Kanavillil Rajagopalan [Unicamp]
Marcos Bagno [UnS)
Maria Marta Pereira Scherre [UFRJ, UnS]
Rachel Gaza/la de Andrade [PUC-SP]
Salmo Tannus Muchail [PUCSP]
Stella Maris Bortoni-Ricardo [UnS]

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE


SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

L124p
labov, William
Padrões sociolingüísticos/William labov; traduçao Marcos Bagno,
Maria Marta Pereira Scherre, Caroline Rodrigues Cardoso. -São Paulo,
Parábola Editorial, 2008.
392p.- (Lingua[gem]; 26)
DR
SOCIOLINGÜÍSTICOS
Inclui bibliografia e índice
ISBN 978-85-88456-8S-3

1. Sociolingüística. I. Título. 11. Série.

08-3638 CDD:401.9
CDU: 81'42

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ISBN: 97885-88456-85-3

"' dd <'dlç,lo bras1 le~ra: Parábola Editorial, Sáo Paulo, set embro de 2008
A estratificação social
do (r) nas lojas de
departamentos na
cidade de Nova York
"Como essa letra represenra apenas uma batida da língua
... ela é a mais im perfeita ele todas as consoantes".
John Walkcr, Principies ofl::llglish PrO/IIIIICinrion. 1791 .

OIM I'I:ssoA que comece a estud ar a língua em seu con


texto social imediat amente se depara com o clássico
problema metodológico: os meios empregados para co
letar o s dados interferem nos dados a serem coletados.
O método hásico para se obter uma grande quanlid <tdl'
"' ' do~ d o '> confiáveis da fa la de urna p essoa é a entrevista indivi dttal
1',1.11 o~d: 1 . /\!';da da entrevista é fal a rormal - não por qualquer nwdid ;t
d• .tl llli :t, mas cm comparação com o vernáculo da vida cotid iana. Ftl l
t' ll 'olljl ll llo, a entrevista é uma fala p(tb lica- monitorada c c ontro
l1d .t t'lll n·spos ta ü prrsen~·a de um observador e xterno. Mas llH'S!ll(l
"' ' I I II '' ill'ssa ddini<:;fio, o investigador pode se perguntar se as respos
1 1· llllltl.t t•ntn· vi'>ta gravada são o u não um produ to espec ial da iil tt·ra
' "' ' ' 11 111' o t• nt rc vis tado r t' o entrevistado. Um modo de contro la r isso
• ' .tllt l:t t :1 JH''>So<t t'lll s t•u ron tc xto social nat u ral - in reragindo co tll o1

111 111tlt.t lllll 'lllll s t'llS pares (l .alwv, Cohen , l{obins & l.t·vvis, I~I()H) . <lllllo

""'"11 I' oh-.. t·t \'ar n ttso ptíh lico da líng ua na vid <t tli <i ri<t l'ora dt• qtJ.tl
,I''' ·1 ·, 1l11.t 1, ; 11 , <I 1• t' tll n ·v is 1:t Jlôll':t Vl' l' ('()1110 ôiS Jll'S'> Il:t S II Sôllll ;1 llll)~ll : l
h ·J I~'~''·~·, Jj l.. .~ J\ ,, 11 1'\õl ,l l'ol li I )'

Ltm relato do uso sistemático de observações rápidas e anônimas num 11 11'1.tiiiSillos us uais da soc iedad e produz iram dil'l'r('nc;a s s islt'lll :t ll! ""'
estudo da estrutura sociolingüística da comunidade de fala 1. 1 11 I 11· 1 t'l ia'> ins l ilu i ~·ões ou pessoas, e que essas formas dife re rw i;td:1s lo
Este capítulo é o primeiro de uma série de seis que tratam direta- 111111 hit·ra rq trizadas em statt1s ou prestígio por acordo geral.
mente do estudo sociolingüístico da cidade de Nova York. A base pri nci- < orm·~·amos com a hipótese geral sugerida pelas entrevistas 1m·
pal para esse estudo (Labov 1966a) foi u ma amostra aleatória secundária llilllllarvs: se dois subgmpos quaisquer de jalrmtes 110ua-iorquinus l'stno
do Lower East Side"', e esses dados serão considerados nos capítulos se-
'''\l 1ostos numa escala de estratificação social, logo esta rão disfJostos ""
guintes. Mas antes que o estudo sistemático fosse levado a cabo, houve tllt'\lllfl ordenz por se!ltlso diferenciado do (r).
diversas investigações prelimina res. Estas incluíram 70 e ntrevistas indi-
viduais e uma grande quantidade de observações anônimas em lugares Se• ria fá cil testar essa hipótese comparando-se grupos ocupaciorta is,
públicos. Esses estudos preliminares levaram à definição das principais 1jllt ' t·sl ;w entre os mais importantes indicadores de estratificação soci:t I.
variáveis fonológicas que seriam investigadas, incluindo o (r): a presença I 't~dl ' l i;~ mos tomar, por exemplo, um grupo de a dvogados, um grupo dt•
ou ausência da consoante [ri em posição pós-vocá lica em cm; card,fow; I ol rllurürios e um grupo de porteiros. Mas isso dificilmente nos levari<t

f ourtlz ("carro", "cartão", "quatro", "quarto") etc. Esta variável específica se il1 'lll das indicações das entrevistas preliminares, e um exemplo tão ex
revelou extraordinariamente sensível a qualquer m ed ição d e estrat iAca- III 'li lo de d iferenciação não ofereceria uma comprovação muito exata da
ção social ou estilística. Com base nas entrevistas preliminares, pareceu IJ ij llllt'Sl'. Deveria ser possível mostrar que a hipótese é tão geral, e que•
II '.O di ferenciado do (r) permeia a cidade de Nova York tão completa
11
possível emp reend er um tes te empírico de duas noções gerais: prim eira,
que a variável lingUística (r) é um diferen ciador social em todos os níveis 1111'111 <', q ue d iferenças sociais sutis estarão refletidas no índice de uso d;
1
da fala d e Nova York e, segunda, que eventos ele fala rápidos e anônimos \, IJJ,Jve·l tanto quanto as diferenças mais flagrantes.
poderiam ser usados como base para um estudo sistemático ela língua. Po r conseguinte, nos pareceu melhor construir um teste mais ri
O estudo elo (r) nas lojas de departamentos d e Nova York que vou relatar
l'lt l oso, buscando um caso sutil de estra t ificação dentro d e um mesmo
aqui foi co nduzido em novembro d e 1962 como teste para essas idéias.
I' III po orupacional: neste caso, os vendedores de grandes lojas de depar
É difícil examin ar a distribuição social da língua em Nova York sem IIJJ II1'11 tos em Manh attan. Se selecionarmos três grandes lojas de depar
s e d eparar com o padrão de estratificação social que perm eia a vida da I Jlll l' ll tos, escolhidas no topo, no meio e na base da escala de preços e d e·
cidade. Esta idéia é anali sada em detalhes no estudo mais amplo sobre lllllt l. i, poderemos esperar que os clientes sejam so cialmente estratific1
o Lower East Side. Aqui, vamos con siderar brevemente a definição dada dw. Poderíamos esperar que os vendedores exibissem uma estratifica
por Bernard Barber: a estratificação social é o produto da diferenciação 1·"·l t omparável? Essa suposição dependeria de duas correlações: ent rt' a
social e da avaliação social (1957: 1-3). O uso deste termo não implica 1111'1;1rqu ia de status das lojas e a h ierarquia dos postos de t rabalh o senw
qualquer tipo específico de classe ou casta, mas simplesmente que os IIJ, Jil l<'s nas três lojas; e entre os postos de trabalho e o comportamento
*'·~'· JH'ssoas que ocupam esses postos. Não são suposições descabida'>.
\\ 1rght Mills assinala que as vendedoras em grandes lojas de dcparta
Este capítu lo se baseia nos capítulos :-J e 9 de TheSocinl Stratijication oj'English in Neu• ll l<'lllos te ndem a se apropriar do prestígio de seus clientes ou, pelo llH'
York City (1966), revisado à luz de trabalho posterior com obse rvações rápidas e anôni-
m as. Devo a Frank Anshen e a Ylarvin Mavcrick Harris as referências a outros excelentes 1111..,, o1 l':tzer um esforço nesta direção2 . Evidencia-se que a ocup<t~·ao di'
trabalhos que repetiram este e~tudo (Allen 1968, Harris l9(iB).
i\ parte da ilha de Manhattan que fira a leste dn !i" Avenida é chamada J::ast Side ("lado
c \\righl ~! ills, ll'hite Collar (~ew York: Oxford lJnin•rsity l'rc'>'>, l'l!ici). p. J,':r. \1 •1
lrste") c é dividida em duas grandes seçõcs: o Upper East Side ("lado leste alto"). q ue abri-
I ""'"'IIIp. ~ U: "\ tendf·nria dos colarinhos-brancos a copiar o strlflls de• I'I!'JIII'llln'> '• "
ga lojas sofisticadas e residências de luxo, c o Lower Fast Side ("lado leste baLxo"), que
I" """ "• ,. 1:10 forte· !JIII' 11'111 '>ido lransfc•rida para todos o~ contalo'> e• asp!'( los '> lll l.t l.
dmantl' muito trmpo foi a área de residência de imigrantes vindos da Emopa oriental (n.
1.. l111 11 d1• llallalfl.,_ \<·ndt•d""'" d1• loj<Js de• departallll'lltll'; ... llc•qii('Jlll'llll'llll' il'ili.Jlll ,
d.J l i ill l ll~';JO).
rlldtiOI,I IJIId '>l' '>l'lllfll<' '• <'III l'\1111, llllllill pr!'~IIJ:io e•Jllflii''>(;J((O do l'llllliiiiii'Olllll'> llit'llil'~
f,h Jt·\111'1 11 .t ll l! ll \'\.1 ,1 hl \111,
'\ 111 \ 11 1• " ' ' ' •kl\1111 ti l ' 1••1'\ ,,,· ltll'\1\ll ,,, , , ,,,,,•• ,, 11 \lf Jf·

11111<1 pessoa está mais intimamente relacionada a seu comportamento I III/r'' ('ll\'0111ra S<' li S le itores na classe média 1• btes do is jol"llais lm ;11n
lingü ístico - para aquelas que trabalham atlvamente- do que qualqul·r • .11111 11 <1dos quanto à publicidade cm 24-27 de outubro de 19()~ : S;1b
CH ilra ca racterística social. Os resultados aqui apresentados indicam que ,. r-. 1.11'\"s il llUn ciaram no New York Times, onde Kleins foi reprcsentad;1
as loj as estão objetiva mente diferenciadas numa ordem fixa e que os em - tpt 'II.J'\ por uma peça muito pequena; no Daily News, po rém, Sa ks 11;10
pregos nessas lojas são avaliados pelos empregados nessa mesma ordem. llp.!lt '('l' nunca, enquanto Macy's e Kleins são anunciantes de peso.
Uma vez que o produto da diferenciação c da avaliação social- por me-
nor que seja- revela a estrati!lcação social dos empregados das três lojas, N° DE PÁGINAS D[ PUBLICIDADE
24-27 DE [UTUBRO DE '1962
a hipótese prevê o segu inte resultado: vendedores da loj a de status mais
alto vão apresentar os valores mais altos de (r); os da loja de status médio Ne1 v York Times Daily NC'\I S
'> .d, ,
vão apresentar valores intermediários de (r); c os da loja de stalrls mais
2 o
1\ \.u v\ (> IS
baixo vão apresentar os valores mais baixos. Se tal resultado se verificar, a •, 1--l<·in 1f.l 10
hipótese terá sido confirmada em proporção ao rigor do teste.
l'odcmos também examinar os preços dos itens anunciados duran -
As três lojas selecionadas foram a Saks da 5" Avenida, a Macy's e a 1•· >~l] l ll'il'S quatro dias. Visto que Saks normalmente não lista os preços,
S. Klein . A diferença de stallls dessas lojas pode ser ilustrada de várias 11
podt'mos comparar os preços das três lojas num único produto: casa-
maneiras. Sua localização é um aspecto importantíssimo: ',,., lt'lllininos. Saks: $ 90,00; Macy's: S 79,95; Kleins: $ 23,00. Em quatro
llt 'll '> , podemos comparar Kleins e Macy's:
Status superior: Saks 1-'iflh Avcnuc
na esquina da rua 50 com a 5" Avenida, perto da zona comercial ivfacy's S. Klein
u ., I idos 14,<)_')
mais soflsticada, junto com lojas de alto luxo como Uonwi l 'l'cller, 5,00
'.I', I( o~ de menina 16,<)<) 12,00
llcnri Bendcl, Lord anel Taylor 1111'1 .1 ,
0,89 0,4'i
l•'! lln' mascul inos 49,95-64,95 2 (>,00-(>(>, 00
Starus médio: Macy's
llerald Square, esquina da rua 34 com a G" Avenida, perto da zona 1\ C·nfase nos preços também é diferente. Saks não menciona preços
das confecções, junto com Gimbcls e Saks na rua 34 c outras lojas oo ll t'll l;10 os esconde em letras pequenas no rodapé da página. Macy's
de preço c prestígio medianos. ' ·.1 o~n1p:~ os preços em letra grande, mas freqi.icntcmenle acrescenta o

Status inferior: S. Klein ln.':.(/1/: "Você tem mais do que preços baixos". Kleins, por sua vez, qua
Union Squarc, rua 14 com Broadway, não muito longe do Lower ,. '•I 'IIIJlrc se contenta em deixar que os preços falem por si mesmos. o
East Sidc. lnl l l~<tlo dos preços também é diferente: Saks dá os preços em números
H·clnndos, como $120; Macy's sempre exibe alguns centavos de dôlar:
As polílicas de publicidade c preço das lojas são muito claramen-
1· 1'1,%; J..: le in s normalmente dá seus preços em números redondos, t•
te estratificadas. Talvez nenhum outro elemento de comportamento de
'" ,, ...,,.t•nta o preço anterior, q ue é sempre muito mais alto c apresentado
classe seja tão claramente diferenciado em Nova York quanto o jornal
',,,,da dl' Macy's: "De $49,95 por $23,00".
que a pessoa lê; vári as sondagens têm mostrado que o Daily News é o
jornal lido acima ele tudo pela classe lrabalhadora, enquanto o New York
I •,1., .tl illlt<~~·ao v plenamente confirmada por resposras a pc•rgutWts :-.oh10· 11 pul>li< 11
''""' olo •Jooll\<iÍ'> na i1n·c·st iga<;úo da :-lohilization for Yotllh no lml'l'l I asl 'iid1·. (J pulol11 11
c valer-se d isso junto aos colegas de traballw, bem como aos amigos fora do cmrregu. Na lo iloll do I lnil1 • N t'll'.' ,. elo l ln i lt• \lirmr (ll<ljc· c•\1in lo), IH>I 11111 Indo, ,, do Nt·u' \ u 1l. li lll <'' , .
c idade g rande, a garota q ue rrabalha na rua 34 não pode rC'ivin d icar o mc..,mo prC'stígio olu ll• 'l ttltlllll i/11/o ' l ltoio • do ".. lji.Oio't tdol. ptll IIli IIII, <' qu;t<.,c•l'lllllplt•ll\1'111.>1 l ' ll t dt'> lo dottll .ooo
daquela qut· lr<thalha na 5" ,\vt'nida ou na rna 57 ". I'"' ol.o ,.,,. '•"' o.d
" I '' '\ I II
1
"'- , , ) ' K l o\t III , I ) " , , tJo\ iii li Jtl 11 I II "' U• I I I o\ \I •• I 4t'f

As instalações físicas das lojas também servem para diferen ciá-las. I >n flOJll o de vis ta do.s emp regados da Macy'.s, um cm prl'go 11a "-h•JJ J•,
Saks é a mais espaçosa, sobretudo nos andares superiores, com o mínim o l",l.t llltli lo ;thaixo de suas expectati vas. As condições de Lralwllw t' os.., ,~
de produtos em exposição. Muitos dos andares são acarpetados e, em al- l.111ch "ao considerados piores, em geral, e o prestígio da Klein.s, d<' lé1l o,
guns deles, uma recepcionista está a p ostos para orientar o cliente. Kleins, 1 1111 111 o baixo. Como veremos, a composição étnica dos empregados tl;t

no outro extremo, é um labirinto de anexos, pisos de concreto liso, tetas lcIJ.I 11·l lt' ll' co rn muita precisão essas diferenças.
baixos; exibe a maior quantidade de produtos ao menor preço possível.
l l1 ll índice socioeconômico qu e ordenasse os nova-iorquinos por
O principal efeito estratificador so bre os empregados é o prestígio p111l 1ssa o mostraria os empregados das três lojas no mesmo nível. llm;J
da loja, junto com as co ndições de trabalho. Os salá rios não estratificam 1
.c .tl.l de renda provavelmente colocaria os empregados da Macy's ttlll
os empregados na mesma ordem. Pelo contrário, tudo p arece indicar que I" 1t 1t na ri ma dos outros. O grau de instrução é a ún ica escala objetiva qut'
lojas de a lto prestígio como Saks pagam salários infe riores aos de Macy's. p11di'J i;t di ferenciar os grupos na mesma ordem do prestígio das lojas,
1
111hma não haja comprovação a esse respeito. No entanto, as condiçocs
Saks é uma loja não-sindicalizada, e a estrutura salarial não é tema
de · II.Ji>alho dos vendedo res nas três lojas estratificam-nas na ordem:
de debate público. Entretanto, con versas com vários homens c mulheres
•• 11 ••• l'vl;tcy's, Kleins. O prestígio das lojas leva a uma avaliação social dos
q ue trabalharam em lojas de d epartamentos em Nova York, incluindo Saks 1
111pll'go.s na m esma ordem. Portanto, os dois aspectos da estratificação
c Macy's, indicam um consenso sobre o rumo da diferen ciação salarlal-1.
III 1.tl di ferenciação e avaliação- é que devem ser buscados nas rela
Algun s incidentes refletem uma disposição dos vendedores a aceitar salá-
1 1 11 ... d;~ :-. três lojas e de seus empregados.
rios muito mais baixos da loja com m aior prestígio. Os executivos das lojas
prestigiadas dão muita atenção às relações com os empregados, e t omam <l procedimento normal para entrevistar empregados de lojas de de-
várias medidas incomuns para assegurar que os vendedores se sintam lt.III.JIIH'ntos consiste em fazer a lista dos vendedores de cada loja, colher
comparlilhanclo o prestígio geral da loja~. Uma das informantes do Lower 11 111 l',lra.s a leatórias em cada uma delas, marcar en contros para falar com
East Side que trabalhava na Saks ficou muitíssimo impressionada com o 1
1cl.1 <'lllp regado em casa, entrevistar os que aceitam participar para, <.'111
fato de poder compra r roupas d a Saks com 25%. Vantagem semelhante 1
1:t11da, isolar os nova-iorquinos nativos, analisar os casos dos que não
vinda de uma loja de pouco prestígio não d espertaria seu interesse. 1t.IIIH 1param para reenquadrá-los na amostra, e assim por diante. E.s.se
p1111 1·dimento é dispendioso c demorado, mas para a maioria dos casos
Os vendedores da Macy's são rcp re~e ntados por um f'o rtc sindicato, enqua nto os da 11o1cJ 1'\islc caminho m ais curto que ofereça resultados precisos e confiü
Saks não são sindical izados. Um ex-emp regado da Macy's cons iderou de conhecimento \ 1''.'' N1•s1e caso, usou-se um método mais simples que levou cm conla
geral o fato de q ue os salários da Saks eram ma i~ baixos qu e os da Macy's, c que o pres tígio 1 nt lc 'IIHI generalidade do comportamento lingUístico das pessoas pam
da loja ajudava a manter sua posic;ão não-si ndicali7.ada. Bônus e outros incen tivos são 1 11
11 ·1. tJ 11111 tipo específico de dados. Este método depende da coleta sis
ou tra a tcgaç<io para não ~c sindicalizar. Parece que é ma is dil'íc il para uma jovem conse-
1
guir um e mprego na Saks do que na Ylacy's. 1\ssim. a Saks tem maior tempo de manobra 1 111.11i(';1de eventos de fala casuais e anônimos. Ap licado num ambientt•
nas políticas de recrutamen to, e a tendência dos gerent es da loja a ~eleci o na r moças q ue 11 111 Jlll lilo bem defin ido, tal método poderia apresen tar enviesamcnto ,.
ralam de determ inada fo rma dese mpe nhará um papel na estratifi cac;ão da língua, tanto 111.1 d ilt'('il dizer que população foi estudada. Neste caso, nossa populat;ao
quanto o ajuste feito pelos empregados 11 sua situação. 1\mbas as influên cia~ convergem 1
111'111 ddinida como o.s vendedores (ou, de modo mais geral, qualqttt't
para produzir a estratificação.
Uma ex-empregada da Mucy's me re latou um incidente ocorrido pouco antes do \la-
1
IIIJlii'J::tdo cuja fala possa ser ouvida por um cliente) nas tr(·s lojas t'SIH'
tal vári os anos atní:,. Enquanto fazia compras na Lord and Taylor's, ela viu o p residcntr 1
ilw:1•. lltt lll período específico. O resultado sení umn visão do p;qH'I qt ll'
da empresa ir de seção cm seção para apertar a mão de cada funcionário. Quando falou c 1.11.1 dl'"<'llliH'Jllwria na impressão .social geral dos <'lllpn·gado.., sohJt' o
com seus colegas da Macy·~ sobre essa cena, a rcação mais comum foi: "Se não fo r assim,
como é que se consegue alguém para t rabalhar por tão pouco dinheiro?" Pode-se dizPr
1
lic'l ll t• I· st lrpn't'tHI<·nt <' o qll<llllo essa abordag<·m.simpl t•s t• h;tr.tta ai< .111
que os C'mpregados das lojas de alto status não só copiam o prestígio de seu emprq~ador 1ot ll''>l tl f,Jclo.., <o111 ;tllo grau dt• I'Oils is tê•JH'ia <' rq.(t llnridadt• v 11o:-. pt·nllill'
tamhc'm S l' sentem dPiihNadam e nte pa rticipantes dt'le. lc'' l.tl .t III( H ti<'"'' 01 igiii;IIJJllllla ..,Ni<' dv pmn•ditlll'lllo:-.nlili:-. Jt•ltll.ido•..
l +ll tl l'\1'1\\l~ltl
'ti li' IIIi I II I ( 11 u lllt·l ,I I' III ( ,.,
" 1'11\lil ll\• >\11 l)j f \ 1111• 11 \ 1••1 \ \ t ii)I•!IH t \)1•11 7 1

Ü MÉTODO lntt.u,.to, n·gis tramos (r-0). Casos duvidosos ou constr i~·,, o parciallot :tttt
' .t lltl!oli :~.ados corno de não entraram na tabulação final.

Foi relativam ente simples a aplicação do estudo de eventos de fala l. tt nht;m foram anotadas ocorrências de africadas ou odu s l\ .t'•
casuais e anônimos à situação d e loj as de depar tamentos. O entrevi~­ I'·''·' :1 consoílnte final da palavrafourth, e quaisquer outros t•xemplos
tador se aproximava do informante no papel de um cliente que pedw do · \.li i:tnles não-padrào de (th) usadas pelo falante.
info rm ações sobre um departa m ento específico. O departame nto em
l·.sst' mé todo de entrevista foi aplicado em cada seção do andar l<llll:ts
questão ficava no quarto andar. Quando o entrevistador perguntava :
\ t'lt 's quanto possível, até o ponto em que os informantes não pudt'sst' lll
"Por favor, on de ficam os sapatos femininos?", a resp osta geralmente era:
1"'" dwr q ue a mesma pe rgunta já havia sido feita naquele andar. C:td.t
"Fourt/1 floo r" ("Qu arto an dar") . ll tcl ,tt d a loja roi investigado da mesma maneira. No quarto andar, a rontl .t
o entrevistador en tão se inclinava para
a frente c diz ia: "Como'?" • I 1 1u 'lgt lnta obviamente teve que mudar: "Por favor, que andar é cstet'

Normalme nte, ele obtinha outro enunciado: ''Fourtlt jloor", pronuncia- \ t•guindo esse método, foram obtidas 68 entrevistas na Saks, I L;illa
do em estilo m on itorado com acen to enfatizad.oli. t\ 1.11 v's t• 7 1 na Kleins. O tempo total de entrevista com os 264 falantes roi
11 ptmi1nadamente de 6 horas e meia.
o entrevistador en tão se
movia ao longo da seção da loja a té um
ponto imediatamente fora da vista do ~nformat~~e e. t~mava nota por. es- Nl's tc ponto, podemos examinar a natureza destas 264 en trcvist;1s
crit o do dado. Foram incluídas as segumtes vanave1s mdependentes. 1 "' lt'llllos mais gerais. Foram eventos de fala que tiveram s ignifica do
o" t.tl inteirament e distinto para os dois participantes. No que di:1 n·s
• a loja l" 'tl o ao informante, a troca verbal foi uma intcraçâo normal vc ntl t·
• o andar da loja7 ol11t 'l it'l tte, quase abaixo do nível da atenção consciente, e na qual as
• sexo lt 'l.t!IH'S dos falantes eram tão casuais e anônimas que eles diftcilnwntt·
• dade (estimada em unidades d e cinco anos) 1"ltlt 'I iam dizer que tinham se e ncontrado. Essa relação tênu e foi o li H'
• ca rgo (cncarregado!al de seção, ve ndedor[a], caixa, repositor[aJ) 1 tlt ', 11 1vasiva poss ível sobre o c omportamento do sujeito; a língua c o uso

• raça ol ot llll):tlll jamais entraram em questão.


• sotaq ue estrangeiro ou regional (no caso de haver)
I lo ponto ele vista do entrevistador, a interação foi uma mant'ira
A variável d e penden te é o u so de (r) cm quatro ocorrê ncias: 1.11· 11 t:t tira de provocar as form as exatamente desejadas, n o contexto
oll "•l'j.td o, n a o rd em desejada e com o contras te esti lístico desejado.
• casual: fourth tloor
• enfático: fourth floor
Assim, temos posição pré-consonântica e ftnal, em ambos os esti- ESTHATIFlCAÇÃO CERAL DE (r)
los de fala (casual e e nfático) . Além disso, todos os demais u sos d e (r)
pelo inform ante foram anotados, de observações ouvidas por ac~t~o até < ls r<'sul ta dos do es tudo mos traram nítida e cocr<'n H' <'slralilil':l

as contidas na entrevista. Para cada ocorrência tot almente constnttva da o olll dt• ( I) na s três lojas. Na fi g ura 2.1' o uso de (r) pe los C'lllpn·gados dt•
variável, registramos (r- 1); para o scllwa, vogal alongada ou nenhuma ' ,,ti •,, 1\ laq Os<' Kl<·ins t; comparado por meio de um g rüfico dt• barras.

• Em LOdos os casos, 0 en trevistador era cu m esmo. btava ves tido à moda da class.c "' ltll'tt \ng. tl oT IIlralllwtl t.t llan a n rdo tH I.1d. 1. d1·timhH· i lldi-.li n l nl' q t wo· "'P'•'"•< ' t il.t
méd ia. com jaqueta, camisa b ranca c gravata, e usava minha pronú ncia normal tle um - tl1 I III lt >I H 'III .I po •[n t ' IIIU' I t ido 1.~ 1 (o .\t"/111'11 11\"0ITI' 1'111 ft ol l ll"f''> I' I' dt ' llll l lll ll.td tt ..(' 11111 do".

\"L'rs it;í rio nativo de Nova Jersey (pronúncia com r ). I 111 1111 IIII it11 ,tl do• JtlrtÍII!' OII I 11 p1 ÍI IH'Í it1 I" do• lt',l;l/1//o•l. IIII potlll):lll "• O'IIIOI H"II. ti .I 'J' IIIIIIt>
tümh 1; 111 foram fe itas anotações sobre o departamen to em que o en:pregado csrnva I olt 'J't'll/t o• ti [lllll lt'l ltl do• to"/tl ·, ·t). IIII polll lll~ llt "• ht.t'> tlt 'llt> , lt' l l l .o .I [ltl''· iiiiiJd.tdo lll.ll 'o
iilm ado, 111 a-.n nt'tnwro dl' d c p arw nwntos m 10 era sufirientt• para pcnmttr r nlll[l < ll.t \·m·~. I"" 1111,111.1 [IIOIIIIIIII.I do tl lt.t•.. tl t . .tdll tl.ti•III I H 11.1 tl.tlt.o tlo •t•llllll [ li d.t lo.ttl oll .1111
7 1. 1 l'\111'1•1 l " l ltl l';l,l l'>.l\1 ( I'·

•· t• td :ttira, mas é rnuito menos marcada. Em outras palavras, os <'tllplt '


LJma vez que os dados para a maioria dos infonna~t~s consi~tem
1:-ttln" dt• Saks têm mais segurança n um sentido lingüís li coH.
de apenas quatro itens, não usaremos um índice numenco contmL~O
de (r). Em vez disso, vamos classificar todos os informantes cm tres
4'h floor 4'" floor
r a tegorias:
HO
• (r-1) totais: aqueles cujos registras exibem somente (r-1) e ne- 63 64
(>0 Gl
nhum (r-0) ;
• (r-1) parciais: aqueles cujos regis tras exibem ao menos um (r-1)
40
e um (r-0);
• (r-1 ) ausente: aqueles cujos registras exibem somente (r-0) . 20
Saks 13
Macy's o
I " ·""' :•.2 l'orcentagl·rn de (r-I) lutai por loja nas quatro posições. (S ~ Saks. M = MaC) 's, K = Klcins)
32
3'1
S. Klein Os números menores de (r-]) em Kleins não devem obscurecer o

4~
30 1.11 11 dl' que os empregados de Kleins também participam do mesmo
20
Jl· lt li :10 de variação estilística de (r) das outras lojas. A porcentagem de
68 '125 71 ptt111llllcia do r aumenta cm Kleins de 5 para 18% quando o contexto se
t'-.=
Ftcull\ 2.1EsmttificaÇfiOgeralde (r) pur loja.
. 11 1111;1 111ais enfático: um aumento muito maior em porcentagem do que
Art>n somhrcad;~ = ~"total de (r l); ;írea não-sombreada- o;, parcwl d1· (r-1).
o.:, tia ausl·ncia de (r-1 ) não ntostrada. 11.1 '• ou tras lojas e uma subida m ais regular também. É importante ter
N ~ núnwro total dt' ocorrências.
,.,,, lll l'ltle que essa a titude - a de considerar que (r-1) é a pronúncia
111.11.., apropriada para a fala enfática- é compartilhada por pelo menos
Pela figura 2.1, vemos que um total de 62% dos empregad~s de
d):IJ JI'> I';Jlantes em todas as três lojas.
Saks, 51% de Macy's, e 21% de Kleins usaram (r-1) total ou pare1al. A
estratificação é ainda mais pronunciada para as porcentagens de (r-1) !\ labela 2.1 mostra os dad os em detalhe, com o número de ocor-
total. Como a hipótese previa, os grupos estão ordenados por s~u uso ' • 111.ias obtido para cada uma das quatro posições de (r) em cada loja.
diferenciado de (r-1) na mesma ordem de sua estratifi cação por latores 1111· st• que o número de ocorrências na segunda pronúncia de floor é

extralingüísticos. • '"''•Hit•ravelmente reduzido, sobretudo por causa da tendência de ai-


III I '• l:dantes em responder, na segunda vez, apenas "Fourth".
A seguir, podemos examinar a distribuição de (r) em cada uma das
qualro posições definidas. Os resultados aparecem na figura 2.2, onde,
mais uma vez, as lojas se diferenciam na mesma ordem e para cada po- \ .dl t'lll;llwia estilíst ica extrema elo segundo grupo de s/atlls mais alto aparece cm
I "1 .. " p .uli .111 da cidade de :'liova York, c está associado com demasiada sensibilidade às
sição. Há uma diferença considerável entre Macy's c Klein~ e1~ cad~. ~o­ '""I""'• tl 1· 11111 gr11po de rcrerüncia externo (c.;f. capítulo 5 deste volume). !\a tabela 5.1.
sição, mas a diferença entre Macy's e Saks varia. Na pronuncia enfat1ca 111" ·' '"""'' ""dndos do grau de insrgurança lingüístlca (CII ), que é o número de itens em
IJ"' 11111l. ilallil' di ~ li 11 g 1 11' t•ntre sua própria pronüncia de uma palavra e a pronüncia cor-
do (r) final, os empregados da Macy's chegam muito perto da marca de i 1 l i ··•·gt111tl11 J:lllpo dt• 111;1im sltlllls tem os índicrs mais Plcvados do (.l i . Encontramos
Saks. Parece que a pronúncia do r é a norma que a maioria dos emprega- 1. llll llll'llll', i'·ll,ill'io-. 1'111 '-;Iili ) . Woll'rnlll & Hil!·v I ~Jfi7, \Volfram 19W , P l.i'\'ille & Crockl•tt
dos de Mary's almejam alcançar, embora não seja a que ele~ us_em com I 11.1. q111' lll ll'ol.tl.tl.llll 1'111 '> l'll I''> IIHIII 1'111 llii ~ I JIJrll, Cnmli11:1 do Notll', qlll' 11 "l'g1111do
I Ili) IIJ I lllll 111.1 IIli 11111'1l •tl1 11 oli 11111. Ji1• \iIJ i,) ,I,il li 'lllollll i:t l '"Iill'> li< ,I 111 ;ti'> 1'\ 111'11 1,1 dI ' {i)
maior l'rl'qi'l(·ncia. Em Saks. vemos uma alleração entre pronuncia ('asual
7•l 11'\llltll'• "cM I• ill,t,l I". l U c'"
\1\1\fi l h\l"(J fl• l '\lj tl l l t \ 1 jt1JI\'I1II•II '\~'I'\~1J /lt' '\ t l j t j l j 1 •• ,~. 1 ; ,

TABHA 2.1
DISTRIBUIÇÃO DETALHADA DE (r) POR I OJA E POSIÇÃO NA PALAVRA Ü I~FEITO OE OUTRAS VI\RIÁVEIS INDEPENDENTES

Saks Macy's S. Klein


<>ui ros ratorcs, além da estratificação das lojas, podem explicar 0 pa
I ri Casual fnl;ílico Casual LnWiw Casual Enf.ílico dr.ro rq~ular da pronúncia de r visto acima, ou seja, este efeito pode ser ;1
..Jih iloor ..Jth íloor ..Jth floor ..Jth floor -lth iloor ..Jth floor 1
1111 Iril>u i1;ao de um grupo particular da população, mais do que o compor
Ir I I 17 ] 1 ·1G 2 1 33 4B n TI 3 5 (i 7 l.rrlH'Illo dos vendedores como um todo. As outras variáveis indepcndcn -
I r ()) 39 III 14 12 81 62 ·18 20 63 59 -10 :n ,, .. , 11·gistradas nas entrevistas nos permitem verificar essa possibilidade.
(/ -1 5 -1 () l o 3 3
S('lll dados* H 2-1 il 11 .,2 (d 74 .:! 22 28
lot,11 ª
68 (,g 6B (JB I _, -) 125 125 125 71
_(2

71 71 71
Hoçn
r) \ r:ttegoria ''sem dado~" para ~lary's lliU\Irél \'ai ores fl' lali\'alll(' IILC alto ... sob a catl'goria (•nfálica. I;\Sa
disrn·piutcia deve ao lato de que o~ procedimento' de twdido til' repl'liçao nfio fora m padroui~adtls na
SL'
l ~x istelll muito mais empregados negros na amostra de Kleins do
investi~a~·üo do piso tt'rr<•o na ~· laq '>, ,. os valores parn resposta t• nfática nüu fo ram ob1ido~ regularmente. Us
pft•ito ... dcsta perda fo ran1 controlados na tabt"la 2.:!, o!u.lc soment<• rc~pu-..tns ro111plc1as ~i.lo ronlparadtl'·•.
'I"'' r1a de Macy's, e mais em Macy's do que cm Saks. A tabela 2.3 mostra
1
• • porcenlagens de informantes negros e suas respostas. Quando com-

Uma vez que os números na quarta posição são a lgo menores que I'·''" ntos es tes números com os da figura 2.l, para toda a população, fica
n;1 sl'gttnda, pode se s uspeitar que aqueles que usam I rl em Saks c Macy's 1
''"'' tlte que a presença de muitos informantes negros contribuirá para
11
II'IHkm a dar n•spostas mais completas. fazendo surgir assim uma im- " '·ll menor de (r-1). Os informantes negros de Macy's usaram menos
prt·ss;ro <'n<'Jrwa de aumento de valores de (r) nessas posições. Podemos I r I l do que os informantes brancos, embora somente numa pequena

vt•r ifwar isso rornparando somente aqueles que deram uma resposta JI 11 11HH\âO; os informantes negros de Kleins apresentaram considerável
1o111pl1·t:t. Stras rt'spostas podem ser simbolizadas por um número de rt rHil'ncia na direção da ausência de r.
qtr:tlro drgiln'>. n·pn·sl·nlnndo a pronúncia em cada uma das quatro po-
si t;cws l"<'Sjli'Ciivarn<'r1tl' (cr. tabela 2.2). TABELA 2.3
DISTR IBU IÇÃO D E (r) ENTRE EMPREGADOS NEGROS

11\B[I !\ 2.2
DI~TRIHUI(,I\0 m (rl [M RESPOSTAS COMPLETAS
% de respostas cm
{rr Saks Macy's S. Klein
% resrostas totais !'rn (r- I ) loial 50 12 o
(r) Saks i\4dC) '~Ç S. Klein pi!rciL11
(r-ll o 35 6
(r-ll total 1 I 1 I 24 22 6 1r li au~(·ntc 50 53 94
{r- 1) pc1rcia l OI 1 I 4(l 37 12 100 100 .I00
oo 1 1 'i
O I O I ele.. 2 17 18
·w 41 "·.. ciP informantes negros 03 14 25
(r-1) au~cnlc 0000 1:!2
100 100 100
N == 33 4B 34 1\ IHm·<·n tag<•m mais alta de vendedores negros n as loj as de menor
ll~~"· ltgi11 ,. ,.o,•n·nl<' com o padrão gC'ral de estratificação sociaJ, jú que,
Vemos, portanto, que o padrão de diferenciação no uso de (r) é pre-
11nr rrl.tiiiH'Illl', :tos lr:Jh:tllladores negros s;io alribuídos t•mpn•gos nwnos
servado neste subgrupo de respostas completas e a omissão do }loor"
J11 "·1rgr.tdos l'ori :IIJio, :t cotllrihu i ~·i ro dos falan l<'s tH'gros ao p<tdr{t o g<'
1
final por alguns infortnnntCS nãO foi Ull1 fator impOrtante IH' S(( ' p:ldr:to. I tlc• ( IIIJo.,is il'llil' ( ()111 o1 llipnii'St'
ft l t· l ll4 1l 'o'tl)fll ll l ,( ,jl j•,) ll l l',
\I IU~!Uit '' "
11
ltl\1 IJill l l ,'\'.IC•I\ 111 li1 11AII\o\11Nitto1>,\t/11\lll Jtl
t 1\>\ H til j/7

( )m 1w çã o
M.tcy 's
I:xis tem outras diferenças na população das lojas. O tipo de ocupação
<los t'mpregados aos quais os clientes têm acesso é bastante diversificado. Na 31
Macy's, os empregados entrevistados podiam ser identificados como chefes S. Klein

.c:J
de seção (pelos crachás vermelho c branco), vendedores, caixas, repositores
33 28
<'ascensorist as. Na Saks, os caixas não têm cantata com o cliente, pois tra-
ba lham atrás dos balcões, enquanto os repositores nunca aparecem. Todo o
'ieu trabalho se desenrola nos bastidores da loja, fora da vista do cliente. Por N= 49 GS 27
outro lado, na Kleins, todos os empregados parece m trabalhar no mesmo I
I I I
>1\ • ll \ ll .a lillt'<IÇ<Iode (r) p o rlojaenrrr •
I
1•1 · 1 · -
>ranra, nm·a - lo rquin as. l\re~'ornbrc· lc.h- "' d e (r I )
\ em<< Ola'
' • . lll', l ll. ll t \ O fl l Jreada :::: (r- I) pa rcial; ausêncin de (r- I) não mo'itrada. N núrnt,· r~ tot ttl cÍl'
~c~or~(!nci~~'\.
11ível: é difícil distinguir entre vendedores, chefes de seção e repositores.
I 'od:mo~ agora tirar vantagem da natureza hetcrogênea da amostra
Aqui, novamente, a esLratiilcação extra lingüística das lojas é refor-
''
1
~figura 2.4 mostra a cstratiílcação de (r) segundo os grupos
1\ l.try s.
çada por observações objetivas no curso da entrevista. Podemos nos
'u "P·~< : 1 011 ~1 s ?a Macy's: em coerê ncia com nos sa hipótese inicial, essa
perguntar se essas diferenças não são responsáveis por pelo menos uma 1
tl.r l1 l1raçao e mais nílida do que a dos empregados em geral. A porcen-
parte da estratificação de (r). Para obter um resultado mais robusto, seria
1 1: ' 111 ~lobal dos que usam (r-I ) total ou parcial é quase a mes ma para
1 1
desejável mostrar que a estratificação de (r) é uma propriedade do sub - " . 1 lll'lcs de seção e para
· , os ven d e d ores, mas uma porcentagem muito
grupo mais homogêneo das três lojas: as vendedoras brancas naturais 11
"1"' .illa de chefes de seção usam sistematicamente (r-1).
de Nova York. De ixando de lado os empregados homens, todas as ocupa-
ções que não a de vendas propriamente, os empregados negros c porto - chefes de seção vendedores
riquenhos, e todos os que têm sotaque estrangeiro!!, permanece um total 34

de 141 informantes para estudar. ]5


46
A figura 2.3 mostra as po rcentagens de (r-1) usadas pelas vendedo- repositores
ras brancas nova-iorquinas nas três lojas, com o mesmo tipo de gráfico 18
da figura 2.1. A estratificação é e ssencialmente a mesma em tendência e N = 13 105
0 7
contorno, embora algo menor em magnitude. A amostra extremamente '
1
I 'ilal íli.-a~·üo tle (r) por grupos ocupacion~ i~ em Jllacy's. ,\rea snmbre'ttla = o· de (r- I) . I· .- - .
1o 1..t, ,.lJed
11. 111 ··•nnhn•·l(h - ( r 1) ll'lrchl· a I ( ) - ._ ,u
~ t"'- - ' • '- usenna c e r· I nao mostrada..\J = ntírnero total dl' oc;orrências.
A •

reduzida de Kleins ainda exibe o uso mais baixo de (r- 1), e Saks está à • • -

frente de Macy's neste particular. Podemos, assim, concluir que a estrati - Ot l l~·a c01~1p~ação interessante pode ser feita na Saks, onde há uma
1 1111 1<· dl<;~:repancta entre o térreo e os pisos superiores. O térreo da Saks se
1
ficação d e (r) é um proces so que afeta todas as porções da amostra.
I' '' 1' 111LIIto com o da Macy's: muitos balcões apinhados de gente, vende-
11 1

No con junto da an1051ra, en contramos 17 informan tes que exibiam sotaques c ~ tra n ­ . '" 1"'• d~·h ruçaclas sobre .os balcões, quase se acotovelando, e uma grande
111 1 1
'Jl · 1 d.rd_c de mercadonas expostas. Mas os andares superiores da Saks são
geiros c um com ca racterísticas regionais que n iri damente não eram da cidade de !\'ova
111111
York. Os falantes de línguas estrangeiras na Saks tinham sotaque francês ou de outras lín- 1° " ';"s.t'spaçosos; há amplas áreas vazias acarpetadas e, nos andares
guas europé ias ocidentais, enquanto na Kleins ti nham sotaque judaico e de ou tras língua~ 1 1 1111
1 • .rdw, " alt~t costura, há modelos que desfilam as roupas individual-
da Europa oriental. Houve três empregados porto -riqucnhos na amostra da Kleins, um na
' p;u:a <~s dt~·n tcs. Recepcionistas são distiibuídas cm pontos estralégi-
1111
'"'
Macy's e nenhum na Saks. Foram 70 homens c 194 mulheres. Os homens mostraram as 11
1 • P·" .1<ils llllglllr os verdadeiros compradores de curiosos em geral.
seguintes pequena5 diferenças cm relação às mulheres na porcentagem de uso de (r-1):
homens mulheres
{r-1) total 22 30
1'.11 1 ' 1'<' l<igico, portanto, comparar o t é rreo da Saks com os andares
11
{r-l) pa rcial 22 17 1 ~~' 1 10
1<'s. Pl'l<t hipoi<'St', deveríamos encontrar um us o diferenc iado de
{r O) 57 ' li \ f.tlwl.t :!.•I lllllslra que(' o caso.
\I I IIII• \1 -\lt N' \1 IH•I I
,, . ,,, ,,,,li ,, ,,, f Ut ltf 1 t 1 ,,,,I ,,
TABELA 2.4
D ISTRI BUIÇÃO D~ (r ) POR ANDAR NA SAKS .'w. I"O illo j<i i nclica mos (r-1) > • d - . .
llovo pndrao de J)restígio CJ
· c uma as pnnctJYlls
t·' .
c·1 ·· • ·
c • ' Ide 1e nst1cas dl'lllll
(ri Tc'rrcoo ;\n cldrc.~ uc es a se llUpondo sob · d -
dddl' d<· Nova York espera-', . re o pa rao nativo cb I '
SU[Jeriores · • n ,unos ver um aume t d , .
'J-.; vendedores m ais J·ovens A ~ · t ··~ . - n o e pronLtnCJa do r cntH ·
'~\, (r 1 ) total 23 34 · CtJS rwmçao geral p ·d l
•x, rr- 1) parcial 23 40 ll lostra nenh uma com provaç:- d d . or I ac e, no entanto, nao
'Yo \r- l i <J u ~c n le 54 26
ao e mu ança, como se vê na la b ela 2.5:

100 I 00
TABELA 2 5
N= 30 38
DISTRIBUIÇÃO DE (r) POR. IDADE ESTIMADA

r;lixa~ etárias
No curso da ent revista, também se colc tou informação sobre a va (r )
15-30 35-50
riável (th), sob retu d o quan do ocorria na pa lavra fo urlh. Esta é u ma das 55-70
% de (r- 1 J lotéd
principais variáveis usad as no estu do da estra lilkação social em Nova %de (r- 1 J pa re ia I
24 :w 20
21 28
York (I.abov 1966a) c em outros lugares (Wolfram 1969; /\nsll e n 1969)./\ % de (r- 1 J ausente
:;s 22
S2 58
varia n te mais fortem ente estigma tizada é o uso da oclusiva ltl em four
lh, thro u gh, thin k ("quar to", "através", "pensar") etc. A porcentagem de -Essa ausência de tendência é sur ree ,
falantes que usa ram oclu sivas nesta posiçã o foi tota lmen te consistentl' \ dl(oesdcq ueousode(r·-IJ . ~ ndente,aluzdeoutrascompro-
como vanante de IJre i, . ,
com as outras med ições da estratificação social q ue já vimos: f' llire as pessoas 111<>I·s J.O\'ei1s d N s Igw esta aumentando
" · e 1 ova York 1r , · d, · .
·lllsên cia de (r-1) cm Nc)va"1 k . a m ICJos muito cla ros de
Saks 00% c or nos anos 1930 (K . 1
,. um subseqü ente aumen to . · mar 1 & McDavid 1951)
Macy's 04 n os registros de ITubbcll (1950) e B .
.Sa ·s
• rons tcm
k
S. Kle in 15
11
Saks
Portanto, a hipótese recebeu muilas confirmações sem i-i ndcpen
dentes. Co nsid erand o -se a econom ia co m q ue a inform ação foi obtida. '' Mttc}"s Mdcy\
Sttk~

g
pesquisa se revela muito rica cm resul tados. É verdade que n ão sabemos 67 39 19
lO
muita co isa que nos in te ressaria sobre os info rmantes: local d e nasci Li
menta, história lingüís tica, educação, pa1t icipação na cultura n ova-ior
quina e assim po r diante. Apesar d isso, as regu laridades do padrão 26 39
I
s ubjacente são fortes o bastante para superar essa fa lta de precisão na
u 26
ld.td(' == 1S-30 3 5-.) 0 SS-70 I S-30
seleção e identificação dos informantes. ') 31 ~ S- '>0 S.S-70
23 H! 'i 4 2()

S. Klei n
S. Klein

8B 0
DIFERENCIAÇÃO DOS INFORMANTES POR IDADE S. Klei n

A idade dos informantes foi estimada cm intervalos de cinco ano~.


e esses números não podem ser considerados confiáveis, a não ser 1w ldttd(• '--' IS - m
o
35-SO
4[;J
i\. 55-70
20 2(,
tipo de comparação mais simples. Contudo, é possível separar as l"<~ i x<~~ 1 11 1111
22
' ' fr" ' 'loll d li , lt ,IHdC' { l I .
c·türias em trC•s un id<1dcs c detect:1r algum:1 d irc~·ão gera l d a nwdanc;a. li I J flolll
r P"' '~1.11 ' l al\(t t'ltiria. \I(•<~ ~ nlldlr<·a da
/,d olll ... t'llt 'l:t dt• (I I ) / L ili 11141'-II. Hf. t 1\
, .
. 'dt ~I li lotai; i llt'óll1.111 "OIHhrt·;ub
lllll l lt III f l tl.lf d t· I H 0/ IC'III l d \
uo lt'\lli''' . , IIII II I ,, ,, l'.tl! ll't
' I ' , .,"' tt '' " "'' 1'' ,,, , 1 r ) '\ 1, •t>\ l+r ·, ,1 r \J; 1 u 1,, , •
·H 11\ •
1 1 11 ,, ,, ,. 1 nr

( I ~Hi2). C)uando examinamos as distribuições nas lojas, individualmente, w


i 111'1l'lltt·s a <'lllrcvistas rápidas e <:mônirnas. Para confirmar e ('xplica 1 m
111os que desaparece a distribuição uniforme entre as faixas etárias. A figura 11
·~ullados da pesquisa nas lojas de departamentos, será ncccssürio reco r
1 1
25 mostra q ue a esperada relação invert ida com a idade aparece em Saks, _~· ~los r~~ultados do programa de entrevista sistemática discutidos nos
mas não em Macy's ou Kleins. Ao contrário, Macy's exibe a tendência inversa 1
o~p llulos 3-7. Q~ando foram analisados os resultados do grande estudo
num nível mais baixo, com as pessoas mais velhas usando mais (r-1), e Kleins do_Lower East S1d~, ficou claro que a figura 2.5 não era um arteütto do
não exibe correlação particular com a idade. Esse padrão complexo é ainda lllt• todo, mas refletia padrões sociais rea is (Labov 1966a· 342ss) o. d· i .
110 1 E · · . . s ctc os
mais intrigante e pode se ficar lentado a descartá-lo como ausência de qual- , .o~er_ ast ~~d~ m~i= comparáveis com o estudo das lojas de dcparta-
quer padrão. Mas, embora os números dos subgrupos pareçam pequenos, ;~~~ n.tos sao a d_Istnbmçao. de (r) por idade c classe no estilo B _a falare-
eles são maiores do que vários dos subgrupos usados nas discussões das pá- .tl lva:nente cuidada que e o volume principal da entrevista individual (cf
o capt , . tu lo 3 para
· a d e fi n1çao
· - d e estilos).
· Podemos comparar Saks, Macy's·
ginas anteriores e, como veremos, não se pode desprezar os resultados.
' K~~;~~s com a classe média aJta (OtA), classe média baixa (CI\tR) c classe
1

O enigma representado pela figura 2.5 é um dos resultados mais 1


~~)~ta~Ia (co) como Lun todo. J\s faixas etárias mais comparáveis com as
significativos dos procedimentos que têm sido seguidos até aqui. Quan- d<~s ~aJas de_ departame1:tos são 20-29, 30-39 c acima de 40. (Já que as esti-
do todos os outros resultados confirmam a hipótese original, um úni- 11~<~tl~~s de Idade nas loJas de departamentos são bastante grosseiras, não
co resultado que não se encaixa no padrão esperado pode atrair nossa 11"_veJ Ja vanta~cm ~m. ter:t~ equiparar os números com exaticlão.) A figura
· .G, port~to, e a d1stnbmçao do uso de (r) no Lowcr East Side por idade e
1
atenção para rumos novos c proveitosos. Com base apenas nos dados
da investigação das lojas de departamentos, não foi possível explicar a rl~1~se ma1s comparável à ~gu_ra 2.5. De novo, vemos que o grupo de status
figura 2.5, sen ão em lermos especulativos. No relatório original sobre a lll,élls ~to most_ra a correlaçao mversa de (r-1) com a idade: falantes mais jo-
investigação das lojas de departamentos, escrito logo depois que o tra- v~ 1_1s usam maJs r:-1?; o segundo grupo em status mostra (r) num nível mais
balho foi concluído, comentávamos: I 1 ~IIXO ~a correlaçao mversa com a idade; e os grupos de classe operária num
lll vcl amda mais baixo sem nenhuma correlac,:ão particular com a idade.
Como se pode explicar as diferenças entre Saks e Macy's? Acho que pode-
mos dizer o seguinte: a mudança da influência do padrão de prestígio da (,0 lAIA
Nova Inglaterra (ausência de r) para o padrão de prestfgio do Meio-Oeste
(presença de r) é sentida mais completamente na Saks. J\s pessoas mais 11
40 C.~ \.A lc.r.lo B
jovens da Saks estão sob a influência do padrão da pronúncia de r; as mais
C.\ lA
velhas, não. Na Macy's, há menos sensibilidade a esse efeito entre um 20
grande nüm ero de fa lantes mais jovens, que estão completamente imersos
na tradição lingüística da cidade de Nova York. Os repositores c as vendedo- ()
20 2<) Hl-39 .JO.
ras jovens a inda não estüo plenamente conscientes do prestígio atribuído 5 JO.J') . )().
2 l) (,
7
à pronúncia do r. Por outro lado, as pessoas mais velhas da Macy's ten- ·I

dem a adular esta pronúncia: poucas se servem do padrão mais antigo de l'u;u"·' 2.1i Classiticaçào dt• {r) por idade c classe no l.m\'C'r Easr Si de no e,lílo 11. r., la monilorada.
pronúncia prestigiada que sustenta a tendência de as pessoas mais velhas
da Saks não pronunciarem o r. Este argumento é um tanto complicado c Esta é uma confirmação muito surprecnden te, já que os dois estudos
certamente teria que ser testado muito minuciosamente através tle entre- ll·~n fontes de erro complementares. A investigação no Lowcr East Side
vistas mais longas em ambas as lojas, antes de poder ser aceito. I()J u~1~a <~mo~ tragcm aleatória secundária, baseada numa pesquisa da
O complexo padrão da figura 2.5 representou um desafio considerá- 1\ lohllt zat lon lorYouth * com informações demográficas completas sobre
V(' ! para interpretação e explicação, mas uma possibilidade que sempre
\j:l"lll l.l di" W 11i1;o \ OI'ial. <lluanlc no lmn•r l·. asl Sid<•, 1\'m ·a y111 " corwl'ili<h • l'l '
ll'V<' dl' "l'r considerada foi que ele era o produto dl' várias folll<'s de erro illllll,illlll"lllt• li1111lada 1' 1"1111\ 0I IIIadilt'lll I!Hi7 (li. dalradll~·;lo). ' '
1 111
'·'' ' '
ltl 1
1'\JII tf o I H 11 •11 t I ( III I , .,
I I III ,, I I I I • I I I 11 ' I) li ~ ,- ~. II I I ,, lt •u ,, , ~. ., ,, 1 n &

cada informante. As entrevistas foram gravadas em fita, e se obteve unt<l l'·ll.~tln\o do observador (capítu lo B): nosso objctivo t' ohst'I V;tl o 111r1dt1
grande quantidade de dados de (r) de cada falante numa ampla variedadl' tt>I IHI .~ ~IH'SSO<.ts us;tm a língu a quando não estão sendo ol>st·rv;H I.I ···
de estilos. Por outro lado, o estudo das lojas de departamentos implicou Indo ... o~ nossos métodos envolvem uma aproximac;ão a esst' ohjt·t ii. o .
uma probabilidade multo maior de erro em diversos pontos: o pequeno 'II I.! li do fazt•mos urna abordagem a partir de duas direçües dift•n·nlv ... ,.
volume de dados por informante, o método de notação, a ausência de gra- olllt' lllns o mesmo resultado, podemos ter certeza de que conscgu i1111 ~ ~
vação e o recurso à memória de curto prazo, o método de amostragem, ' ''lll't·r o paradoxo do observador no sentido de que a estrutura <'\i~tt ·
a estimativa de idade dos informantes e a falta de dados socioculturais llldt ·pt'IHlen1emente do analista.
sobre eles. A maioria dessas fontes de erro são inerentes ao método. Para
compensá-las, tivemos a uniformidade elo procedimento de entrevista, a I >ado que o padrão da figura 2.5 é um fato social, como podemos<'\
localização dos informantes em seu papel principal como empregados, o !'li• . 1 lo·~ As s ugestões lança das em n ossa nota preliminar parecem ('Star
número maior de ocorrências dentro de uma única célula, a simplicida- 11.1 di n •t;ao certa, mas naquele momento não tínhamos isolado o pacl rao

1 lt· ltipt·rcorreção da classe média baixa nem identificado o padrão nu


de dos dados e, sobretudo, a ausência de efeito de distorção da entrevista
lingüística formal. A pesquisa no Lower East Side se mostrou fraca justo .~tio. c;~ racterístico da mudança em progresso. Precisamos extrair m;lis
naqueles pontos em que o estudo das lojas de departamentos se mostrou III.JI<·rial da pesquisa anterior para resolver este problema.
forte.l\.s diferenças metodológicas estão sintetizadas no quadro abaixo:

Pesquisa do Estudo das


Lower East Sidc > Lojas LOWER EAST SIDE lOjAS DE DEPARTAMENTOS
amostr.1g0m .liC'atória inform,mtes di sponíveis C'nl <Í rt'.lS
PSp<'ríficas
----------------- --- -- --------- ------------- -- ----- --- 20-2 1 J <-1110...
JO-J'J anos
wgistro elos dado~ gr,IV,lL:ão cm fita memórid dC' c urto prazo e not<Js r---------..1r------- --
clildos demog r.ifico~ n~~lrilus: por pillp itc (' inferênci.1

----------------- ---------- -- -- ---- ---------- ------ ---


completo;
11 '>117'>.1111»
L:]
--=-= -CJ- =-=-"'-
40-4'! anos
,.. _______ _
D
EJ I
.J

t lua nticiJde de dados gr<mcl(' pequena


11 I 2-'i h-11 o-·1 2-'i h-H O-I =,-
•·) ú-U O- I f) a
F\.S
variJçiio csti I ístiL'<l ampiJ rcduzid.1

lojas > lower East Side


tamc1nho da ammtra
--- --------- -----
mndt•r.Jdo
-- ---- --- -- --- - - - - - - - - - ~~.1~~~~ - - - - - - - - - ,.!1) fl),lfH io

loca lizaç;'io
--- ------ - ----- -- --- -- --------- -----------------------
cm G1SJ, sozinho no trabc1 lho, com CHitros í---------------------
H)-Y) .mo~ 1

-- --contexto
---- --sociil
----l - - - ----------
0 11 t revista
---- - --- pedido de in formilçiio )
j () I 1 J,)tl(tl.,
------ --- --------- r---- ----------------~
I

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m.)x i mo Ir-------- - -----------~
deito dJ ohserva<,.;io m ínimo
-- --- --- ---- --- -- --- ---------- - ---- ------------------ - I
I
I
I
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tempo tot<J I por IX'SSOil
(locJ ii7Jt,:ão e entn.:vistal
.f-H hora s 5 minutos

11)
______ J
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I t (, J; III
r 1 I I
:t
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A convergência da investigação no Lm·ver Eas l Side com o estudo


'• J), .. ,,.fl\cthllllt 'llltlcl tlt ''>l lol l il u · .u,.tnclt•tl.l · . ~.t' '\t tt'l;tldo l lll .tl . ll.! l.h ll .tii~··,IJ I ., \ 1
das lojas de departamentos representa, portanto, a solução ideal para o l ltll
1 11.11.1 1.1 llllllllltU,hi.J !1·•,111111\l t' I IIII'IIIJUI .IJ'.I II'IIIt · I( 'l 1 :·.~ .11.1 tlt t l.e ·,·.~· ,111 tlll 'lllllll l llh .t
H·' 11'\lll't 11 , ,, 11 11111'~• ,1 h li' ' ~''•
\ I lt\1/lh \o''' ·• •t l \l l tt+( ! l l\'l•tl\'l•lltfi\IIV\1 ''"'• \tilt\111 111 ,tt ''''lt J!+,

As figuras 2.5 e 2.6 são visões abreviadas da distribuição tridim ~·n ­


''"'·' p1 o llllttcia ;wrcsccntada na adolescên cia, e a Iigu ra 2.B rei lei!' is ... o. St ·
sional da nova norma de pronúncia do r por idade, estilo e classe socml.
11 ' w.t ·sst•tnos t•xpri mir a distribuição de (r-1) numa função única, pod1•n:t
A figura 2.7 mostra duas das scções estilísticas transve rsai~ extraídas d o
IIII I '· dizl'r qu<• ela é inversamente correlata da distância relativa ao g ntpo
estudo mais pormenorizado da população do Lowcr East S1de, com qu a-
d, · 111;tior sto/1/s (tomando a classe 9 como 1, classes 6-8 como 2, class(•s 2 ;,
tro subdivisões por idade. A linha tracejada nos mostra como o grupo d e
1 tlltto :1, e classes 0-1 como 4). Também é diretamente correlacion ada colll
status mais alto (classe 9) introduz a nova norma de pronúncia do r n a
1 ltlltll:llidade do estilo c a quantidade de monitoramcnto prestado ü fala
fala casual. No estilo A, somente os falantes da classe média alta abaixo
dos 40 ano s mostram maior quantidade de (r- 1). Nenhum dos falantes fl wll :tndo a t~da casual, estilo A, como O, a fala rnonitorada, est ilo B, como
I t·tc. ). I\ curva de variação estilística é modificada por uma função que
mais jovens dos outros grupos sociais mostra qualquer respos~a. a esta
norma no estilo /\., embora algum efeito possa ser visto nos SUJeitos de JHHI<·rnos chamar de "grau de insegurança lingüística" (c11 ), que chega ao
idade mediana, especialmente no segundo grupo de status mais elevado '''" ' i111o no segundo grupo de status mais alto (cf. ta bela 5.1, no capítulo
(classe 6-8, classe média baixa). No estilo B, o efeito imitativo é exage- '· p.tra o índice quantitativo). A distribuição etária deve alcançar o ponto
rado, com o grupo de idade mediana de classe média baixa chegando llt .tis alto para a classe média alta nos 20 anos e para a média baixa nos 40.
bem perto da norma da classe média alta. Em estilo~ mais fo_rmai_s, não l't~d<•tnos formalizar essas observações do seguinte modo :
mostrados aqui, este subgrupo exibe um aume nto amda mms evidente (r-1) =- a (classe)+ b (estilo)(GIL)- c [(classe) • 20- (idade)]+ d
na pronú ncia do r, indo além da norma da classe média alta no padrão
"hipercorreto" que apareceu para esse grupo em outros estud_os (cf. ca- O terceiro termo é minimizado na classe média alta aos 20 anos, n a
pítulo 5 neste livro; Levine & Crockett 1966; Shuy, Wolfram & RIIey 1967). 1 l.tsse média baixa aos 40, na classe operária aos 60 etc. A figura 2.7 sus-
A Agura 2.7 não é um caso de reversão d a distrib~ição etária de r:-1); é, ''"'' '" essa expressão semiquantitativa de um efeito de onda, que ainda
antes, um intervalo de uma geração no ponto máximo de resposta a nova tt'lll algumas constantes não-especificadas.
norma. o segundo grupo de status mais alto responde à nova norma com Ilá uma diferença considerável entre o comportame nto do grupo de
uma forma mais fraca de imitação na fala corrente, com os falantes de llt:tis alto status e os demais. A classe média alta desenvolve o uso de (r-1)
idade mediana adotando a nova norma dos falantes mais jovens de mais 1 t·do na vida - como uma expressão variável d e fonmúidade relativa a ser
slallts. A figura 2.8 mostra isso esquematicamente. t'llcontrada em níveis estilísticos. Para os outros gmpos na cidade de Nova
't1rk, não existe base sólida para (r-I) no estilo vernacular da fala casual; para
l"it·s, (r-1) é uma forma que requer alguma atenção ao modo de falar, se for
!l'>ilda. Tal como em tantas outras marcas formais de alternância de estilo, a
'l.l'>St' média baixa exagera o processo de correção. Esse é um processo que
.,,. :qne nde tarde na vida. Quando falantes que têm agora 40-50 anos estavam
' ll''iccnclo, a norma de prestígio não era (r-1), mas (r-0) . Antes da II Guerra
o 20 -lO 1\ 11 111d iai, as escolas de Nova York eram dominadas por uma tradição anglófila
lf llt" t'tlsinava que (r-l) era um traço provinciano, uma inversão inconeta da
F~t;IJ H. '. 2.B O is lri b u i~ão hipolé tica de (r) como traço de prestígio crescente. tiH isoante, c que a pronúncia correta do r ortográfico em carera (r-0), [ka • ],
dt· ;rcordo com o "ingl ês internacional" 10 • Nenhum ajuste na pronúncia desta
Nossos estudos não dão um perfil exato do uso de (r) entre falantes
mais jovens de classe média alta, já que não nos concentramos nessa faixa
e tária. Em observações posteriores, encontrei alguns jovens de classe mé- ( f. pm t' \ t 'lll pl o. \loicl' t111d StJel•t l! rm!J!r•m s. Ulll IPx ln escri t o par<t as t·s co las da t'i-
dia alta que usam 100% de (r-l) , mas, na maioria das famílias, (r- 1) ainda é d.;of, . di· 1\!!11'<1 Yo r" ("III f ~};J() por naubidtL'("h., i)a vis •'<~ Cal'fl ( f ~Hil : 'l:lli) : " 1'\i' lt-111 IIIIIÍ I: i '

(11"'•'•".1 '• 'JII< • ' •l "llfl "llllfll< " I ; Jlii'I' Í >;fl f'a /,1"1 llll l l '' f'lll\ "0 p : 11<1 f lll'll: ll : 1 fllll ll lllll Í.l I "O iill lll ll< " .1
I 11 IIII• I 11 lfl t t••• ll i 1• 11 ltl 1'1 1 I I "I ltt III III 11
'"" I 11

n msoante, portanto, foi necessário para os nova-iorquinos que estav;un te rr do rrrlollrll.rt, olll '>o ilrl' ;r t'Slrtiltll'<l sociolingiiística dt• llllltl ('Oillltllid.rdc· de·
1:1 ndo Ltsar a norma de prestígio- era só a qualidade da vogal que tinh;1 <lt · I cl.c ll .r 11111ilos ('<llllilllws por onde podemos ampliar(' m c llror;11 t's'>t".
ser corrigida. Esta norma sem-r pode ser vista na fala formal de falantes (h· '' 11 ' illd tl'>. l·. rnbora algumas fontes d e erro sejam inerentes ;ro nll'lodo,
classe média alta com mais de 40 anos, e falantes de classe média baixa com 111r11.r·. podv111 st'r e li minadas com a devida atenção.
ma is de 50. Ela também aparece em testes de reação subjetiva (capítulo ())
em falantes mais velhos. Os falantes de classe média alta que agora mudam N: r in wstigação das lojas de departamentos, a composi~·ao d:r
11
para (r-1) em estilos formais a bandonar<ml s ua norma de prestígio e estão 1111 '·1 r:r poderia ler sido mais sis temática. Teria sido preferível selr•cio

respondendo à forma usada por falantes mais jovens de maior status com 11,11 lcrdo(a) c qualquer vendedor(a), ou usar algum outro método qtll'
1
os quais e nh·am cm contato. Por outro lado, muitos falantes de classe média cr.r·.·.c· 11 viés de selecionar a pessoa mais acessível em dado local. N: r
alta aderem à s ua norma origina l, em desailo à tendência predominante. O 11" d rtl.r c•n1 qu e tal método não interferisse no caráter espontfuwo do

padrão que observamos na pesquisa das lojas de departamentos é, portanto, 1 • 111o de· !'ala, ele reduziria o enviesamento da amostra sem diminuir
um reflexo da insegurança lingüística da classe média baLxa, o que levou a 11 111 tc' rll'i:r. Outra limitação decorre de os dados não terem sido grav:1
geração mais velha a adotar a norma mais recente de (r-1) cm detrimento da t. 1 I> 1r<rnscrilor, eu mesmo, sabia qual era o objeto do teste, e sempn·
n orma mais antiga. O processo de socialização lingLiíslica é mais lento para 111
1 '•'•1Vt'l que um viés inconsciente na transcrição fizesse que algun s
a classe média baixa, que não vai para a faculdade, do que para os falantes da 1·11 '• d11 vidosos fossem transcritos como (r-1) em Saks e como (r-0) rm
'1 1'111 '. lJma terceira limitação está no método empregado para elicitar
1
classe média a lta, que começam a se ajustar à nova norma nos últimos anos
da escola secundária. Aqueles que não seguem essa trilha demonun dez ou 1
I 1l.r c·11 r;it ica. J\ figura 2.2 indica que o efeito da variação estilística podt'
vinte anos para desenvolver a sensibilidade mé1xima à organização hierár- • 1 l1.r('() s(' comparado à coerção fonológica interna de posição pré-con
quica da linguagem formal em sua comunidade. ..11.1111 I('<J I'S. posição rinal. As porcentagens totais para as três lojas des
I 11 , 1111 l''oS(' rato:

ALGUMAS ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS "{, de (r- ·o total cm cada posição


rsponU\neo rnfático
luurth lloor {uurth tloor
A conclusão mais importante do estudo das lojas de departamentos ..U '1'l 2~ 4El
é que as entrevistas rápidas e a n ônimas podem ser uma fonte valiosa
l l11r simples pedido de repetição tem um efeito apenas limitado n a
grafia c, por alguma ra7.i"l0 es tra nha, ficam particularmente preocupadas conr o r. Todos llrolrri ,(1) <Iii rala formal. o
uso ele trechos para leitura, listas de palavras('
nós pronunciamos m/111, psa/111, a/11/0IIri, /.:11ow, eigllf. nig/11 c !Item> sem preocupa çôcs ... I' " 1 "• 111111 imos no estudo do Lower Easl Side forneceu uma gama mais am
No entan to, pc.~so as qu e ja m nis souha ria rn c m di>'.l'r kni: (/.:nee) o u psni'knl:xl3i (psyrlw- 1olr d•· t•sl ilos. Seria possível ampliar a gama estilística em es tudos r<ípidos 1•
logy) insistem cm ten tar fazl'r soar o r cm pala \Tas corno pu· k (parkJ ou fu('):l (fatlier) scí
porque um r marca o lugar onde n o sso s a n cesr rais usavam umn vibran te. ... Co m efeito.
' ""111111os t'lllillizando-sc, com a lguma técn ica, a dificuldade de ouvir.
as pessoas realmente n ão pronunc iilm um terceiro som numa palavra como po · k, mas
simplesmen te pronunc iam a vogal o: com" ponta da língua voltada para tr~í s ua direçào
\ •, lonlt's de t'ITO no estudo das lojas de departamentos são contra
dn gargan ta . Este tipo ele produção vocál ica é chamado de 'i nver:;ào'." Ir rl. 1111,.1d;rs pela comparabilidade das três subseçõcs, pelo lam ~rn l w d;1
J.ctilia Raubicheck dirigiu o programa educacional nas escolas de Nova York por mui to~ 11 11
" ', 11;1 ,. pt•la disponibilidade da população para o recontato. E111hora
anos c exerceu uma poderosa influê ncia no ensino de inglês na cidade. r\ norma do "in
•• 1.1l.111l r·s indi viduais não possam ser recontalados, ~~ poptrl <H;;ro n ·prc·
glê:; internacional" foi susten tada por William lilly, de C:olumbia, c seguida por Raubi
clwl'k e vários outros nos anos 1~!:'lO e 1940. Pelo que sei, essa norma p erdeu totalmente
s u a pnsi<;üo domi na nte no sis tt•mD escolar: um estudo deta lhado do seu desaparecimen to llll.r 111 lo lc11.rr•r il'l l;r, ;r-. lr;rn•w ri ~·IH's l'orl!'tir;rs, o~''""" d 11vido"'' <' róllll "'"" , 11 j., •.
na~ l'adc•ias de ddio P no s i ~ll'llla Psrolar nos anos 1940 nos revelaria mui la 1·oi\d sobn• o ,J, . " ·"' 1111lr11do•, '"" l.rlrll la~·ot·' po-.t•·rion·\. 1 \blc·. Jlllll 'll l, lug;ll p. u.r .1 rll llrii 'IIIJ.r
I III
IIH'c·;llri ~ lll<> •h·~ ..as ;rlt i' I<II,"{H's na forrna dl' prestígio. "'" 11 111'11 l.icllll ll,l dc ·ll,ollll'lllll't l ll )t•tfc•l'll lll'tfl'( l l i.
uu I' I H'• 11 .. ' ! I( lt til·' ·' I'· li I •• \ I 11 \1 111 1 \1\11 lt•l l ll11jl o l tiJ 1•11•1 1' 1'1 11 I I t ltt\1!1 ftl 1
1
tjt ll'f

:-.cntaliva pode ser facilmente reexaminada para estudos longitudinai.., 1:\i..;t<· t•rn lodos esses métodos um viés na uire~·ao dt~s poptd.r 1;o 1•••
de mudança em progresso. Há limitações nesse "pseudopainel" quando '' •·•,..;rv<·is ;, intcração pública e contra aquelas localizadas de tal ntodo
comparad o a um verdadeiro estudo de painel dos mesmos indivíduos; 1l ~· ' ' ;trll ir :t p rivacidadc: grandes empresários e líderes sociais, ou os <'tl
mas as vant agens em custo e eficiência são eno rmes. l.· 'l·lt los <'111 <ttividades estéticas, acadêmicas, científicas ou ilegais. Corn
1~~' 1 '· PÍ<':ÍCia suficiente, porém, é possível estudar qualquer um des:-.<'s
Com tais resultados prom issores n as mãos, seria possível refinar<'
aperfeiçoar os métodos usados e aplicá-los num espectro mais amplo
I''' 'I lOs: a pesquisa sociolingüística decerto precisa superar o desafio (k
"' "•l'llvo lver estudos rápidos c anônimos que escapem das Jimitaçü('s
de contextos. Em grandes cidades, é razoável selecionar grandes ins
ol.1 1or1vcniência. Mas é preciso ressaltar que, uma vez que as pessoas
tituições uniformes como lojas de departamentos, mas não há razão
lll. lh ;wcssívcis à interação pllblica podem ter efeito mais direto sobre
para limitar as sondagens rápidas c anô nimas a vendedores ou a insti
11 Jtllt da nça lingüística c o sistema sociolingüístico, a tendência a evitar
tuições desse tipo. Podemos nos voltar para qualquer grande conjunto
"'· p!> ll los extremos e obscuros da escala social não é tão grande quanto
de indivíduos localizado n um "endereço social" fixo e acessível à intc
i''" l<·ria parecer inicialmente.
ração com o público: policiais, carteiros, secretárias, oficiais de justiça.
guias, motoristas de ônibus. taxistas, camelôs e ambulantes, mendi- I >esde que a pesquisa das lojas de departamentos fo i conduzida em
gos, operários da construção etc. Os grupos públicos mais claramente ~ l.111hattan, vários estudos paralelos têm sido feito s. Pm Suffolk (Long
identificáveis tendem a se concentrar na base da pirâmide social, com 1.I. IJ HI) , observações rápidas e anônimas do uso do (r) foram feitas por
os vendedo res no topo da pirâmide. Mas podemos alcançar um públi - l'.111 il' ia Allen (1968). Em três lojas estratificadas, foram observados 156
co mais geral levando cm conta fregueses ele lojas, espectadores em '" 'Jlrl'gados. Na loja de mais alto prestígio (Macy's), somente 27% dos
eventos esportivos, paradas ou canteiros de obras. jardineiros amado - "ll'i los não usavam (r-1); na loja intermediária (Grant City), 40%; e na
res, freqüentadores de parques e transeuntes em geral. Aqui, o caráter '"I·' de mais baixo slntus (Floyd's), 60%. Vemos que o padrão geral de
geral da área residencial pode servir à mesma função diferenciadora 1 J\'a York se transferiu para fora da cidade, produzindo uma estratifica-

das três lojas de departamentos citadas acima. Muitos proflssiona is de ' .111 ('omparável do (r) em três lojas de status menos diferenciado do que
posição social relativamente alta estão acessíveis à interação pública, 1· 1..., , udadas em Manhattan. Nossa própria análise da situação nova- ior-
sobretudo professores, médicos e advogados. Eventos públicos como '11 "";' mostra que testes rápidos e anônimos deste tipo não podem ser
j ulgame ntos em tribunais e audiências públicas nos permitem m~nito­ 1111t·r prctados plenamente sem o conhecimento deta lhado da história
rar a fala de um amplo espectro de indivíduos socialmente localtzados oiJ. d<·la[ da área e sem um estudo mais sistemático da distribuição das
e altamente diferenciados 12. llt;tV<'is lingüísticas e normas subjetivas 13. Neste caso, testes rápidos e

.. Durante 0 e~ tudo cm Nova York, roram gravadas sessões du Conselho Municipal de ' ' l.dwlas de Allen se assemelham aos paclrücs de :'\ow1 Yurk, mas com uma di l'eren~·a
Educação, c um<~ awílise preliminar elo~ dados mos tra que o pad rão de e~tra ti lie<lção ~u ""l"'l lillllt•: o Jllímcro de fa l;m tes que usam (r-1 ) total é aproximadamente constante em
cial e estilística de (r) pode ser facilmente reconst ituído com base na ampla vanedadc d1• ''" l.1·. ;~, I rcs lojas: LI"~• em Hoyd's. 27% cm Grant City, 32'.l'o em Macv's. Oexame da distribui-
falantes que aparecem nessas sessf>es. Audiências nos tribu11ais dt> nu'ixi1.11a instância ele \ ""'"' "·mpo <~p<~rcntP mostrou que esse fenômeno se devia à pre.sença de uma dicotomia
Nova York são um foco nntural para estudos desse tipo, mas os lalantes lrcquentemcnt•· 1111w "' .ululto' da loja inferior (mais de :10 anos ele idade). UO% n;io usavam nenhum r-1
baLxam a voz a ponto dos espectadores não conseguirem ouvi-los daramcnte. 1\té agora • '11"., Jl'.li.JIIl um consistPntc r-1 total: não havia nenhum que variasse. Por outro lado,
só se fez um início modesto no estudo sbtemálico dos transeuntes. Plakins (1969) abm • • do•, ;1dultns '''lai<Jill mostrando (r) variá1·el nas duas outras lojas. Isso aponta para a
11

dou uma ampla variedade de pedestres muna cidade de Cunnenic~tt c_om pedicl~s dt· 1' 1 ' ·•·JH.J ei1'IIIIJ ll'rllando com r ma i' antigo, que agora est;í dominado pelo padrão sem-r
orientação para chegar a um lugar incompreensível, formulados em trcs 111VC1Sde ~ohclL'I elo' HI.Hit· dt• i'Jm.J \o1k ("urath ~~ 1\.lcl>avid I~Hi l ). mas sol>rcviw ('lllrt· falantes da dass<·
1\la encontrou diferenças sistemáticas no modo de resposta ele acordo com a vestnne11t<1 "I"''"'"' I J,.,IIIHI:il ''"" padrao dicotomit·o •' 11111 prohlt•ma dP,aliadllr (l.t•vinc ~ ( :rot'kt•ll
(como índicl' de posi~·ão socioeconõmica) c a rorma de perguntar: não houw resposta' I lloh)l'll 'll.lllll'lllo• 11''1111'1 lllllilllllt''lig;H:aii iii.Ji' si-.ll'lllatil\1. ( 11111plt•\id:~ dt • 'J'IIII'IIl:Jlllo•
" Jl Hh·~ .. ilwin'? 11 qut''?l para perguntas polidas. ' IIJ',I'Iiel.l lll 'lo•, ii"•IJII.Hfo•, elo•IIJil.l(ll",<illl'• iii.IJlid,JI' .IIIIIIIIIJI,JI'IIIII IJol'• elo• \oO..IIIll 11'\il'•l
JU
4 I 1'\flf,'t ,, .. "'H f( 111"- t,l hllf C)\

anónimos devem ser considerados como suplementares ou preliminan·:-o


a outros métodos, e não como substitutos deles. Contudo, há casos ('lll
que métodos rápidos podem dar solução a problemas que nunca foram
abordados por técnicas convencionais. Temos usado a observação da
fala de telefonistas para construir um mapa nacional da fusão das vogais
baixas posteriores, como em hock ("jarrete de porco") e lwwk ("falcão"),
e a fusão de i c e antes de nasais, como cm pin ("tachinha") c pen (''ca
neta"). Em nosso recente estudo da comunidade de fala porto-riquenha
na cidade de Nova York, utilizamos esse experimento natural na rua para
descobrir qual a porcentagem de falantes com sotaque hispânico que
foram criados nos Estados Unidos e qual a porcentagem que nasceu em
Porto Rico (Labov & Pcdraza, 1971).
Estudos futuros da língua cm seu contexto social devem recorrer
mais intensamente a estudos rápidos e anónimos como parte de um
programa geral de uso de medidas não-invasivas para contro lar o efeito
interacional do observador (Webb et al. 1966). Mas nossos estudos rápi-
dos e anónimos não são índices passivos do uso social, como as obser-
vações do uso natural cm locais públicos. Eles representam uma forma
de experimento não-reativa cm que se evita o viés do contexto experi ·
mental e a interferência irregular de normas de prestígio, mas em que ao
mesmo tempo ~e controla o comportamento dos sujeitos. Estamos ape-
nas começando a estudar eventos de fala como pedir infor/1/ação, iso
!ando as regras invariantes que os governam e, assim, desenvolvendo a
capacidade de controlar um grande volume de fala pública socialmenH
localizada num ambiente natural. Consideramos as observações rápidas
e anónimas como o método experimental mais importante num progra-
ma lingüístico que toma como seu objeto primeiro a língua usada por
pessoas comuns em seus afazeres cotidianos.

feita por .VI. M. Tlarris (19!1!-l). 1'\esla ürca de rortc pronímcia do r, as normas de prestígio
entre os hranco~ parece ser um [ri constritivo fraco, com uma consoante fortemente n•
trollc:-.a ganhando terreno cmre os falantes mais jon·ns. 1\las entre os poucos negros I '
mexicano-americanos encontrados, esse [r] forte parece ser a norma visada na articu
la~·üo cuidadosa. Embora esses resultados sejam apenas indicativos, eles sflo o lipo d1·
t rahalho preliminar Pxigido para orientar uma in\'estigação mais sistcm<itica ll<l din·~··•o
da., \'ólr i;in•is fundamentais da estrutura sociolinj!liistira d;~quPia conH111 id.ul1·

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