Você está na página 1de 22

KOCH, lngedore; ELIAS, Vanda Maria.

Escrita e
práticas comunicativas. ln: KOCH,
lngedore; ELIAS,
Vanda Maria. Ler e
êscreyeíi estratégias de
produção textual. São paulo: Contexto,
2009. p. 53_
74.

3
Escrita e práti cas comunicativas

Gêneros textuais: o que são? para que servem?


Para dar início ao desenvoivimento do tópico deste capítulo, vamos
ler os textos a seguir:

Texro 1

À{Êu tJsÊdsssrs §rã,


'as crncu't$TÁftcra-s
68JÊ LE6ÁU
05
QUE ú vErn e sur uÂE E Et.rr
wnÃo eo sEu F,rvon, NÂo P^ÊE€ Esr^pcoilr
^5TÊOS
dt,{ {*,tt {üNf I!{NçÁ. fi$Jf í1S
ff#"O LTJNÂE §À{ *LTJT- Hltl OLHá
À4UíTÇ,S $ü S§US TLÁN#S CENÂO cormEuvaJ
$S *[ÁLIUrq*â{i. ê{.} QUr$ÊRt
colftâts^r
^êIlcon

Fonte: O Estado de S.paulo,7 nov. 2005


54 tngeOorevillaça Koch . Vanda trzlaria Elias

Texro 2

Lnlvin., nw ioúeçil:
F; i' rIÀ jríi ií;
Ier.

s? Juri

*

ft*lí
Fonter O Estado de S.Paulo, 1 5 fev. 2006

Texro 3

'1
Fonte: Folha de S.Paulo, 1 1un. 2006.

Nas tirinhas, notamos que a prodllçào escritafoi clenorninzrda cle ho-


róscopo (texto L); bilhete ftexto 2') e diârio (texto 3). Oe nossa parte,
nào estranl-ialrlos a "rotulação", uma vez que essas práticas comLlnicativas,
cle tào colrluns, propici2un-nos a construçào de um "modelo" sobre o qLle
sào, como se definem, em que situaçào devemos produzi-las, a qllem
clevern ser enclereçadas, que conteúclo é esperado nessas procluçÕes e
e1n qlle estilo fazê-lo.
Em outrzrs palavras. todos nós, falantes,/ouvintes, escritores,/leitores, cons-
tn rírnos, ao longo cle nossa existência, Lllna colnpetência metagenérica, que
cliz respeito ao conhecirnento de gêneros textuais, ceracterrzÃção e funç:ào.
É essa cornpetêncie que nos propicia a escoll-ra adequacla clo que
procluzir textuelilrente nas situaçôes comunicativas cle que participarlos.
Por isso, nào contamos piacla em velório, nem centamos hino do nosso
tirre cle futebol em um2l conferência acadêmica; nem fazemos preleçÕes
cll llesa cle bar.
Lereescrever 55

Aincla, é essa competência que possibilita aos sujeitos de uma interação


só diferenciar os cliversos gêneros, isto é, saber se estão cliante cle
r-rão
i,la{rcr'lt urn horóscopo, Lurl bilhete, um cliário (corno vimos nas tiras anteriores)
-Eàa;
or-L c1e uma anedota, um poema, um telegran-]a, um2r zrula,
uma cronversa
Suí telefôniczr, etc., como também a iclentificar as práticas .sociais que os
solicitam. A1ém clisso, somos crpazes cle reconhecer se, ern Llm texto,
preclonlinam sequências de caráter narrativo, clescritivo, expositivo e/ou
lLrlauiltentativo, conforme veremos mais adiante.
Isto é, o contato com os textos c1a vicla coticliana, con-ro anúncios, avisss
cle toda a orclern, '.rrtigos de jornais, cat/rlogos. receitas méclicas, prospec-
Ios, guias turísticos, manuais, etc., exercita a nossa capacidade metatex-
tual, que vai nos orientar quanclo cla construção e intelecç:i. cle textos.
segunclo B,cKurrx 0992), o pensador rllsso qlle cleu iníci. zr tocla a
pesquisa atual sobre gêneros,
todas :rs esfer:rs c1:r atir.iclacle hum:Lna, por m:ris r.ariaclas que sejam. estào
relacionadas corr :r ntilizaçâLo cla língua. Nào é cle surpreencler que o c:rrírter
e os noclos dess:r utilização sejarn t..ro varizrclos co111o as próprias esfêras
cla atir.,idacle hurnana [...]. O enunciaclo reflete ;rs concliçeres específicas
e
:ls finaliclacles cle cada urna dessas esferas, nuo só por sell conteúc1o te_
,rático e por seu estilo verbal, ou seja, pel:r seleção operaclur nos recllrsos
c1a 1íngua - recursos lexicais, fi'aseo1ógicos e gramaticzris
- mas tarlbén-r.
e sobretndo, por sua constrllÇ,lo composicional.
da de ho-
§sa parte, Dessa forma, toclas as nossas p,ocluçôes, quer orais, qller escritas, se
micativas, rrrlseiam em fortnas-paclrào relzrtivzrmente está,r.eis cle estruturaçào
c1e um
lbre o que :oclo a que denominamos gêneros. Longe cle serem naturais ou resultaclo
§, a quem -h açào cle um indivíduo, essas práticzrs comunicativzrs são moclelaclas,/
>duções e rcmocleladas em processos interzrcionais clos quais participzrm os sujeitos
.re nmzr determinacla culturzr.
Dres, cons- \risto que as esferas de utilizaç:ào cla 1íngr-ra são extrernamente hetero-
lérica, que lênezls, tzrmbérn os p4êneros apresentain grancle heterogeneiclzrcle, incluin-
) e funÇão. -:,r clesde o cliáiogo cotidiano à tese científica. por essa razào, BerurrN
do que -::sting.," os gêneros primários clos secunciários. Enquanto os primeiros
-:iá1ogo, carta, situaçôes de interaçzio face a face) sào constituíclos em
do nosso ' lr.1ecÕes cle comunicação ligadas a esferas sociais coticlianas cle relaçãcr
preleções -.1nlrna, os segundos sào relacionados a outras esferas, públicas e mais
:rplexas, c1e interação social. Estes se formam a par-tir clos gêneros
56 Ingedore Viliaça Koch . Vanda \,4aria Elias

primários, abson'endo-os e transmutanclo-os, e apresent2lm-se fiequen-


terncnt( tlc lortttlt cs('ritrl.

Gêneros textuais em perspectiva atual


Recentemente incorporados à agencl:r de traball-ro de muitc-,s pesqui-
saclores situaclosno cempo da Linguística Textual, os estudos sobre os
gêneros textuais vêm contribuindo significativamente para ampliar a com-
preensão do processamento cognitivo clo texto (recepção e proclução).
Partinclo cla concepçào bakhtiana segundo a qual os gêneros são
enunciaclos relatir.amente estáveis em cuja constituiÇào entram ele-
mentos referentes ao conteútclo, composição e estilo, MaRcuscut (.2002)
afirrna qr-re é irnpossír.el pensar em cotlunicação a não ser por tleio de
gêneros textuais (quer' ()1'rris, qucr csct'itos), entendiclos como práticas
socialmente constituíclas com propósito comunicacional conflguraclas
concretarnente em textos.
Por sua vez, Kocu (.2004a) defencle a icleia segunclo a qual os inclivi
duos desenvolvem Llma competência rnetagenérica que thes possibiiita
interagir cle forma conveniente, na medida em qLIe se envolvem nas di-
\rersas práticas sociais. É essa competência qr:e orienta, por um laclo, a
leitura e a colnpreensào cle textos, e, por outro lado, a produção escrita
(e tamirérn oral). Para pensar um pouco mais sobre essa questão, vamos
lerotextoaseguir:
Ler e escrever 57

equen-
Gore qr R ru,1
Gore qr;t xÀtr
Gorl <2r.r less-r
LÁ No PoRT\o

Gor.r. qur ESFREGA

Gorr çur u\o


:e squi- Gor,t çul soar
,):rfe OS No rsclnÀo
.1 COnl- Gote qr:n Rt
r:-rclio). Gore qrrr ctronr
Gore qun less.t
r, ,S SàO
Gorl qLrr lrr
i:l ele- Gore çrt EsERGT\
r002) Gor-{ elr! NÀo
:'Lrro cle Gorrr qur lessl
LÁ ro pomlo
rr áticas
i.:raclas For-lte: Leonardo Campos Yunes E ias, 6 anos, Escoia puer Regnum.

- rrrclir'í- Do ponto cle vista c1a leitura. niro terlos clificulclacle alguma c1e re-
.>rbilita conhecer que o texto acima é um poema, nào só por sua ftrrrnzr cle es-
- :rrs cli-
tluturaçzio colno tarnbém por seu estilo e função. Do ponto de vist:r cla
. i-rclo, a cscritzl, a pergunta que nos fzrzemos é: {r elle é qr.re possibilitou à criança
cscrita e produção clo poema?
P'.Lra responder a essa questão, respalclamo-nos em B.qrrrrrN ( I9c)2:
. \'l1mos
301-302), par2r quem a atir.idacle de fala ou cle escrita sempre exige clo
.sujeito produtor "uma forma padtào e relzrtiyamente estírr.el cle estru-
turação de um todo, que constitui um rico repert(rrio clos gêneros clo
cliscr,rrso orais (e escritos)".
Ainda segunclo o alltor, "em nossas prátic:rs comuniczrtiyirs usa[i()s
os gêneros com segurança e destreze, mas poclemos ignorar totalmente
:r slra existência teórica". Em outras palavras, aprenclerlos no clia-a-clia rr
rlolciar" a escrita (e também a nosse fzrla) "às firnnas precisas c1e gêneros.
às vezes paclronizados e estereotipaclos, às vezes mais maleáveis, mais
plírsticos e rniris criirtivos", pois,
se nào existissern os gêneros clo cliscr-rrso e se nào os dominírssernos, se
tir'éssenlos cle criálos pela prirneira \rez no processo cla fala, se tir,ésse-
mos cle construir cacla urn cle nossos enunci:rdos. a comunicaçào verbal
serizr quase it-npossível.
58 Ingedore Villaça Koch . Vanda N,4aria Elias

Voltando-nos p2ua o texto da criança, podemos afirmar que as situa- Gê


Çôes em qlle foi exposta :1 esse gênero possibiliteram-lhe a constrllÇão
E
cle urn "mocle1o" que ativa na escrita e na leitura, ainda que nào tenha
a
consciência clisso.
Assim sendo, subjazem às nossas atividades cle produç:ão escrita os
seguintes pressupostos :

. escritores prociuzem textos com base em "modelos" constrllídos so-


cialmente, razão pela qua1, c1e um rnoclo ger:rl, não temos clificulclade
de produzir', por exemplo. urn biiliete ou um e-nail, já que se trata
P
de gêneros textuais bastante colnuns em nossa cornunicaçào c1iária.
C'.rso bern diferente, porém, seria se fôssemos solicitaclos a produzir
uma petiçào, Lrm gênero próprio do dornínio juríciico, tarefa rnuito
clifíci1 para qltem não é desse calttpo de atuaçào, porque desconhe-
ce nào só a organizaçào clesse texto, seu conteúdo e moclo cle cons-
tituir o clizer, como também para quem se dirige e com que objetivo.
. os modelos sào abstraçÕes c1e situaçôes de que participamos e c1o
l-ioclo cle nos comportarmos linguisticantente, p()rtlnto, e1n s1121
constituiÇào, entram cle forrna inter-relacionzrda aspectos cognitivos,
sociais e interacionais.
. os moclelos são constituídos e reconstituídos ao longo de nossa
existência em decorrência das inúmeras práticas sociais de que
participarnos. A proclução textual solicita a ativaÇào cle modelos(s)
pàÍa à organizaçào do texto, seleção de ideias e modo de consti-
tuiçào clo dizer, posicionamento enfatizado quanclo se concebe a
!
relaÇão linguagem, mundo e práticas sociais. O que significa clizer,
em outras palavras, que:
/ quando escre\,,emos, não sornos totalmente "livres" para
utilizar incliscrirninaclamente qualquer fonna textual;
/ como qualquer outro produto sociai, os gêneros não
sào formas fixas, rnas estào sr-rjeitos a mudanças, de-
correntes das transformaçÕes sociais, de novos proce-
clirnentos c1e organização e acabamento cla arquitetura
i-erbal, bern como de modificaçÕes conforme o lugar .li

rrtlibuíclo ao ouvinte.
Ler e escrever 59

rc as situa- Gêneros textuais: composição, conteúdo e estilo


mnstrução
Em temos bakhtinianos, um gênero pocle, pois, ser assim czrracterizado:
não tenha
. são tipos relativemente estirr.eis cle enunciaclos presentes em cacla
I ESCTitA OS esfera cle troca: os gêneros possuern uma frrrma cle composiçào,
um plano composicional. Se pensarmos, por exernplo, no gênero
cartão-postal apresentado a seguir,
::.-ríckrs so-
,:-:iculdade
--i Se trate
:
í;0§tal POST C,{RÜ
-.irr c1iária.
-, plocluzir
:,- ilL rluito .n€tQst €e Uq ÍwuUss sô
.i;:conhe-
;. ::: ^,,1i:"
de CONS_ ,r

,Ç4
;:"1
(.§q -§anr1a
: I ;:.
(3.y,. lçOeZq
objetivo
{ Fç-r-.z. Lsq -!AÀr-\\ §tq«-
-,::lr.l,S e CIO
1r: rur§,rf f)€
e111 Ê
SL121
is,E r i!§!
: ,rr-titiYos,

,lc nossa :
,.- cle que
: ,t1e1os(s)
-ic consti-
. rr-icebe a I

: lca clizer,

frvres" para
r textual;
: -.1-OS nào
-r llf i1S, de-
Fonte: revista Dufry World, n.2.
vos proce-
rrquitetura sobress:rem eln os seguintes elementos: clcstinlrtliritr,
suzr composiçào
ne o lugar informaçào conticla etll ulrt cempo à parte, zr1ém da sauclzrÇào inicial,
mens2lgem, saudação final e assinatura;
60 lngedore Villaça Koch . Vanda tVaria Elias

. além do plano composicional, os gêneros distinguem-se pelo cofl-


teúdo temático e pelo estilo.

o conteúdo temático ciiz respeito ao terna esperaclo no tipo cie pro-


cluç:ão em clestaque e o estilo está r,inculado ao teüla e conteúclo. Nzrs
pa.lar.,ras cle lJer.;u'rrx (1992.), o estilo

estír irrdissoc--i:rvelnrente vinculac'lo a detenninaclzrs r-rnicl:rcles tentátic2ls e,


o cluc é rnais importante. :r cleterminaclas r-rnidades corlpo.sicion:ris: tipgs
cle cstn-rturacào e conchrsão cic um toclo, tipo de relaçào entre locutor e
()s ol1tÍos parceiros da comunic:rçào verbzrl (relaçào colr o ouvinte, ou
coln o leitor, con-r o intet'1()ctutor, col11 o cliscurso clo outro. etc.).
Na prática. isso significa drzer qlle, se tratalnos do gênero contreto, por
exemplo, em terrllos cle conteúrclo, é esperada a ciescriÇào cle cláusulas
referentes a cleveres e clireitos das partes envolvidas. e esszl expectatir..a
e r.álicla p:rr:l toclo e qualquer contrato. É o conteúclo tern:'iticg associaclcr :
(
à composição e ao estilo (for-mal) que vào constituir ct contrato como
I

contr2lto e não como uma cleclara!-lio, um requcrilnento, Lun relatório


I
ou coisa que o valha.
Para explorarrnos rneis um pouco os elementos (composiçào, con-
teÍrdo temático e estiio) qlle entram na constituiçãro de um gênero textual,
q
\:ur)us lcr r tirinha a seguir:

v(Ài iÂxNbtÊ uÀ c4ÊT§6 B€LETÂI Á60tâ y$u güTÁn


§§ §r/i §f§ ir*r,Wn {§OS §t{ É UÀÁÁ iENOÁ git4 VüLTÀ. 6utir1
!PÁ&Á/{§u§üüE*ÊÉ{ô. r 4ÂTÉFt{.
6u 1r cáric, f{oyrt.
1

€Lá YáI Çr{via


Á§oRÀn.

Fônte: O Estado de S.Paulo,7 mar. 2006

\a tirinha, a personagern Czrlvin estíl escrer:endo urn cartào cle Dia


clos N:rloraclos para susi. o "rnoc1e1o" que temos de procltiçào de cartão
rlro caso. cle Dia dos Namorados) nos diz qr-re essa proclução cieve conter
r-Lrlr cleclarac'ào cle alrrol', em mensagem breve e estilo íntirno, inforrnal,
Lereescrever 61

co1rl identificaÇão cle quem o relnete e de para quem se clestina. Em ne-


lrhum moülento, passa por nossa cabeça a icleia cle que alguém proclllza
rtrn cartào de Dia clos Namorados cujo conteúrdo, ao inr,és cle amor, seje
r,rma declaraçào de óclio. corno velnos, o autor da tirinl-ra, no úrltirlo
rluaclrinho, rompe com o esperado e, ao fazô-io, reforça "o moclelo" que
.onstrllímos socialmente sobre e tematizaÇão que orienta a procluc-ào cle
-r1l c2lrtào de Dia clos Namorados.

' trat21-se cle entidades escolhiclas cle


acordo com as clirrersas pr'áticas
soc-i:ris, tenclo em vista as esferas c1e necessidade temáticrr, o
conjun-
to dos pzrrticipantes e :r vontade enunciatirra ou intençào clo locutor.

De acorclo com Scuxnnit: o994), os gêneros poclem ser considera-


,-krs Íêrramentas, nzr medida em que um sujeito - o enunciaclor - age
.iiscLrrsivamente numa situaçào definida - a açào por uma série cle
-
:rrrâmetros, com a ajuda cle urn instrurnento semiótico - o gênero. A
.scolhe do gênero se dá sempre errr funç:iro dos p:rrârnetros cla situaçàcr
rLle guialn a açào e estzrbelecerl a reiaç:'ro rneio-fim, que é a estfutura
r:isiczr de tocla atividade mediacla.
Dominar um gênero consistiriir no próprio domínio da situaçào c()lnll-
:rlcativn, domínio esse que se pode dar por meio do ensino clas apticlÕes
':rigiclas paríL a produçào de um gênero cleterminado. o ensino cios gê-
:'eros seria, pois, uma forma concreta de darpoderde atuação aos eclu-
- -rclores e, poÍ decorrênci:r, aos seLls educandos. Isso porque a maestria

, \tuâl requer - rnuito meis que os olrtros tipos cle maestria


- a inten-ençào
..i'a cle formadores e o clesenvolvimento de uma diclática específica.
Ao comunicar-se socialmente, o produtor escolhe no intertexto o gê-
-.ro qlle the parece aclequaclo. o intertexto é constituíclo pelo conjunto
: gêneros de texto elaborados por geraçÕes anteriores e que poclem ser
:lrzados em cacla situ:rção específica. com eventlrais transforrlzrçôes.
':..r:1 Lrnla espécie cle "reselatório c1e modelos textuais" portaclores cle
.,-ore:i de uso determinados eln Llma certa forrnaçào social.
\ escolha clo gênero cleverá, portanto, lev-.rr em conta. ent cada caso,
- oirjctir''os visados, o lugar social e os papéis clos particrpantes. A1ém
\so. o agente cleverá aclaptil.r "o moclelo" do gêner<) it seus \.irlores
;r.rlticlrl;rres, aclotzrnclo urn estilo próprio, oll meslrio contlibr-rinclo para a
-onstante transformaçào dos moclelos. Pensar em práticas relatir.-amente
62 lngedoreVillaça Koch . Vanda N4aria Elias

estáveis significul contemplar nessa definição Llm espaço pen a instabili- bírs
dade, a plzrsticidade, que pode ocorrer em se tratando: e1I
AS
o cla ausôncia de uma das categorias previstas na composiÇão do texto arg
(pensemos, por exemplo, que, ao produzir uma carta, geralmente
I'i:1
o fazernos em terlnos de cabeçalho, sauclaÇão inicial, mensagem,
saudaçào fin:rl e assinatura). No entanto, às vezes, é procluzida carta
clc;
sern assinatura, passanclo a ser consideracla "càrÍa anônima", mas,
cl.:
ainda assim, uma carta;
elll
. cla intertextualidade entre gêneros que ocorre quanclo aquele que Yci
escreve produz um gênero em formato de outro, mantenclo, con-
PcÍ
tuclo, a funçào do texto-base, conforme abordaclo no capítulo !.

Scuxr.:rnx,,rr- & Dolz (s/d) clesenvolvern a ideia de que o gênero é o meio tt t.


5Lr I
de articulação entre as práticzrs sociais e os objetos escolares, particu-
C( )r
larmente no que diz respciro lo ensino clzr procluçào e compreensão de
( 1r)
textos, escritos ctu orais. Uma açào cie lingturgern consiste em produzir,
cornpr(cnrler. inlc|pretrr ( ou mcrnorizlr Lttn (onjuntrl tlrglnizlrdo de C l't

enunciaclos orais ou escritos, isto é, rlm texto. fic <

A par clisso, tocla .açiLo 1lngr-rageira impliczr cliferentes capaciclacles cla exl
parte c1o sujeito: cle aclaptar-se:)s c:u'ircterísticas c1o contexto e c1o leferente
(capaciclacles cle açào), clc rnobilizar moclelos cliscnrsivos (capaciclacles clc
cliscttrsir.'as) e c1c ckrtlinrrr zLs operzrcÕcs psicoiiriguísticas e as tLniclzrclcs c.l
lincuísticas (capaciclacles linguístico-clisctLrsir.zrs). Ll ltl
\ssirl. :rs cliversas práticls clc linguagem poclem ser relacionacllLs, nr.r
::trirto, ltot' tleio clos gêneros - vistos colrio fblmas relatir.arnente está\reis 1':1 rl
- .l:Lilrtr pelos c-nuncizrclos eln situaÇires habituais, enticlacles cultntais t-r1l
:- -'r'tttccliliriils (llle peturiteu-i estzlbilizal os eleilrentos form:ris c ritueis l :t,,i
:.,- rrr:itieirs cle lirrgurLgem. Os gêneros ligaclos a
cacla umzr clessas práti- Íl

- -.. )'irlr teflno cle referência intermecliário para a zrprenclizagem, ume t.i

r --. .c:t.r1rentl1 <llre fornece um suporte pare a ativiclacle nas sitLtltçôcs


..:-.:-.1r-:lo e constitr-Li utna referênciur para os aprenclizes.

Sequências textuais
De acordo com as postulações de Aoa.r,l (2008), ScHunrwry & Dorz de-
ieodem que todo texto é formado de sequências, esquemas linguísticos
Ler e escrever 63

básicos que entram na constitllição clos cliversos gêneros e veritm trtenos


e1n funÇào clas circunstâncias sociais. Cabe ao produtor escolher, clentre
lrs sequências disponíveis - descritiva, nrrrretiva, injuntive, explicativa,
argumentativzr, clialogal - a que lhe parecer rnais adequacla, tendo em
\-iste os parâmetros cla situaçào.
A par da fzrmiliarizaçào com os gêneros, é possível levar o aluno :r
clepreender, entre cleterminadas sequências ou tipos textuais - narrativxs,
clescritivas, expositivas, etc. - um coniunto cle características comuns,
em termos cle estruturacào, seleção lexical, uso cle tempos verbais, ad-
r-ér'bios (de tempo, lugar, moc1o, etc.) e outros elementos dêiticos, que
permitern reconhecê-las como pertencentes à cletelminada classe.
Segundo Braucmx»E & Dnr:ssr.r-:n (1981), é pela cctmparaçào clos tex-
tos 2I que se acharl expostos os f'.rl:intes no mcio eltl quc r-iveilt, e pela
subsequente represent'.rçào na memória de tais características, que eles
constroern modelos mentzris tipológicos específicos, a que V.rN Dryr
( 1983) denon-iina sltperestnftLtras, os quais r,ão thes pernritir construir

e reconhecer as sequências dos cliversos tipos. As superestrllturas mais


flequentenrente estudadas sào atl:atrativa, a descritiva, airrilurrtiva, a
expositiva e a afgurnentativa (.stticto sensi).
As sequências narrativas apresentem urna sucessào temporal,/causal
cle eventos, ou sej:r, há sempre um 21ntes e um depois, uma situação inicial
e uma situação final, entre as quais ocorre algum tipo cie modificação c1e
um estado de coisas.
Há predominância dos verbos de açào, nos tempos do munclo nar-
raclo (.'ü7r-:lrumcu, 1964), bem como cle adverbiais temporais, car,Lsais e.
também, locativos. É frequente a presenÇe do discurso relataclo (direto,
indireto e indireto livre). Predominam nos relatos cle qualquer espécie,
erl notícias) romances, contos, etc. Como exemplificaçào, apresentitltros
os tlois lexlos tr seguir:
64 Ingedore Villaça Koch . Vanda lVaria Elias

Texro 1

Por baixo da rnesa

era a Llma teta.


con-)er e vezes um

SC Sem mão

ficor: cansacla e pregr:içosa, e passa\.:l seus clias sob as


Llnlco contato con1 fireus
veis clonos erà a tina cle comida e ílÉllla colocada Llma vez ao clia.
Esqr,Leci clecontar! Son lurr Pinscher. Preto corn cletalhes amarelos nos pelos
clos olhos. pescroço e patinhas.
NIeu laticlo é alto e inoportuno. Na verclade, nasci p'.rra seÍ Llm cào cle gu:rrda.
Ninguém acreclita, jír me acostumei. Sou ulna raça própria para crilnçrs,
porte peqlleno. alnoroso. O meu clestino nà<> foi n-rin1-ra escolh:r, 1rl'.1s pre-
cisào do dono que me trocou p()r Llm punhado cle moecl:rs. Nào fàz mal!
Hoje, conto ess:r história deit'.rdo nunla cama especial para cacllor-
ros. I\'Iinha clona é ess:r aí c1a l'oto, o oLltro. é claro, soLl ell. R o ges-
to que mais ernociona essa minha vicla c1e cachorro são os pecla-
cinhos cle carne que ela me oferece por baixo c1a mesa de jantar.
Na verclade, somos cúuliplices.

Fonte: I\,,1arisa Pere ra Elias Benvenuto.

d
Íl
at
nl
d
el
Ler e escrever 65

Texro 2

n
{}€
-lll"^"
LU.A

I^ iJ*
J

l-L-," 1Éü Il{À- rru,J\o


r)
suÉ, .r.1a -L}lruo--
oF.
[,

4tfr
^r_&e §

pxprt*o§ f.L",r I

Fonte: Leonardo Antonio Barreira e 5ilva,4" série, Colégio N/adre Alix.

A sequência descritiva cafticte:iza-se pela apresentaÇào cle proprie-


clades, qualidades, elementos componentes de uma enticlacle, stia situaÇào
no espaÇo, etc. Nela preclominam os verbos cle estaclo e situação, ou
aqueles que inclicarn proprleclacies, qualiclades, atitucles, que aparecem
no presente) ern se tratanclo de cornentário, e no imperfeito, no interior
cle um relato. Preclominam:rrticniadores cle tipo espacizrl,,situacional. Ilm
rxctnpl,) e O textô a st.guit':
66 IngedoreVillaça Koch . Vanda N,4aria Elias

Texro 1
:§ã*:i§
1§§§§
§#
iiti1ii|!

Para um especialista á muito mais.


É una tutípa do gônero
angiosperna, da faníliá das lilá.eas.
São ariglnárias ca Ásia Certtrai e
possüefi &Íca de cem espédes
@m cares e fofi1as variadas, As
falhas padefi s$ arlongas, avais au
lanceolôdas, e sua ílor é {owada Pot
seÀ péfalas. A oofie fai inspircdo
na palavra turco-oarmôra l!lberd,
g}ste ri a r inefi te a fr an cesa d a Pa ra
lllipe, que origin al fiente si gnifica

turbar'te Hoje, é a flar nacíonal da


Turquiâ e da 1rã.

lnsrriçôes atrertas
www.uniban.br
'i..i5re :l: i-: §:il,{li

\IXTBAH-: Ul@eúD!*!m-\§

íw -â*ffi'ftu
Fonte: Folhá de 5.Paulo,28 jun. 2006.
Ler e escrever 67

Trxro 2

B n {d*r-{."
,Ê '*o'-€r'"ú,tô.-

.-L ru.>a
I
4-
{w

Fonte: Andre Alves, 1" ano do ensino médio, Escola Estadual perêira Barreto.

Nas sequências expositivas, por .sllrr \-ez. tem-se a anárise ou sín-


tese cle representaÇôes eonceituars nunn orclenaçr:io lógica. Os tempos
verbais são cls clo rnr-rnclo comentaclo (vrrxnri:u, 1964't e os conectores,
predominantemente, clo tipo lógico. o texto a segnir é m:lrcaclzrmente
\ formado por esse tipo de sequência. Vejamos:
6B lngedore V I aça Koch . Vanda lr4arta Elias

Trxro 1

Íêrça, ,1 de iEosto de 2007, 09h{7 o às 16hl 1

=ffi êstá confirrnado:

Para chegar a esta conclusão, os nêurôcientistas


Anya Hudbert ê Yazhu Ling reL;niram 171
brtânicôs e 38 imigrantes da Asia, todos com
idades entre 20 e ,6 anos. Os volunlários foram
colocadôs ern frente a uma tela de computôdor
pêrâ que escolhessem sua cor preferida.

estão publicados na revista


indicâram para a escala

"Nós pensamos que esta é a prlmeira grande


prova a respeito da dlferença entre os sexos na
hora de escolher as cores", disse Anyâ. Ela e seu
colega especulôm que tal diferença determine üm
aspecto da evolução, pois as mulheres Passaram
milhâres de anos aperfeiçoando sua capacidade
de côletar frutos avermeihados no meio de locais
Confie
em quê a cor verde era a prêdominante. no Í()§4.
Redação Terrâ
Esqueça as
manchas.

Fonte: Folha de 5.Paula,26 ago. 2AA7.

As sequênciasiniuntivas epresentum prescriçÕes cle comportamentos


ou aÇÕes Sequenci2llülente orclenacl<;s, tenclo Como principais illlrcas oS
\rerbc)s no impefativo, infiniti\ro ou futuro clo presente e afticlllaclores
aclequaclos ao encecleafllento Seqllenciai dirs açÕes prescritlls. Nos textos
e seguir clestacam-se esses sequências:
Ler e escrever 69

Trxro í
Mamãe merece mais

ÀÍilhôes cle nràcs estrrào reccbenclo prcscntes enqllanto meu lcitor cstir.er
lcnclo esas linltrs.
SlLo tcleÍirnes cckthres. lencos. bolses, s:lpxtos. I)\ilfs. CDs (alguns piratrs)
c t<»relaclas cle flores. ALglrmls estar:to reccbcnclo lirros (para qLrelr n2-1.)
s:lbc, ou nào se lemlrra, lir-r'o é utn ohjeto ltito r1e papcl irrrpresso. rnr.rita
irnegineq:ào e u1l poLtco cle sebeckrria).
A pcruuntr qlre niro cala: por- c1uc t:io pollcos clào lir.r'os, tetlto p.1rx suas
mitcs qrilnlo p1l1'1 piilentes c :rmigc-rs nos lnilersários. ou por. ocasiào clcr
\rtr1'1 Àr'rtonc11l rii Renzo, Lrm:r joln..rltsta iteliena. elimt:r <y-tc lir,ro é algcr
uruito pcssoel e que é ntuito inais fircil clrrr unr pt-esente in'rpcssoal, nres-
1lo qlre entrcgLrtr conr o ir-rlalír.el "c1e tem u sLul clra". De fato. a car.a cles
rn:ies clcr.'c-'ser ntuito per-ecicla pelos plesentcs cllre recebcrn... O rlue híl
c1e pessoal nunt LC ou nu1]t Nol<tr. pol crernpkri,O fitto é qlte rs pcssoes
''n:io qLre,rem c:t'fi.ll''. olt srj.r. rt:r, ) ílLrclrltl sr (\pof e flrhr clc si tttcsr-nas
ao oÍêrtzrr rLnl objcto. Ii'r-r lcr-tçrt é unr lcnço e, no nritximo, i:ila c1e r-rossa
clisposiçào eot glstar ntais oir luenos. .J:i rLnt lirrro...
I:i. contuclo, utn livlct tcnt ttnt:1s \ ilntaqens: ocLtpll lllen()s csplilÇ() clo tpc
urn \r:rso, s:io:rpcnas 23 centílctros cle altLrrl por'1ó c1c hrgura e nitcr
tn:ris <pe 2 ou 3 clc profulrrliclecle. que sc :rcouroclrrrt cnr cluel<1uer lu,
gar, sej:r na nobrc est2tnte clc rnaclcira clc lei. no crieckt rnuclo ao hclt> cla
camal oll 1Tlesl]]a) em algllll canto alo ltanheiro. Âo contrirlio clo cclrrlar-
qr:c fr1:r qll'ândo qLrer, o Lvro clieloge conosco cprancio nós qrier-emos.
t Ern vez cla TV que se atcm t LL|t.r pr( ,8r.Ltll.r(,r(, clcllnicllr por terceifos o
lnlo lr(;s comanclanos: pode sír1'liclo na c>rclem e n:r r.clocid:rcle cllie nós
cleselanros, e ter trechos chatos saltados, pcclecos interessantes repetldos
I nosso bel prazer.
Ele tcn-r restriçÕes, é cl:rro: enquanto clá pala se assistir bo\.lnamcnte Llm
progranra dc fi', c'r livro tcm um clispositivo antibovino. Com ele terrros
hnfie qlle nos lnentcr ativos, uma vez que ele nào :ie 1ê pot'si s<i, mas precisa ser
K) ro§íL. 1iclo, ser-rs cticligos clecifrados, os personagens qlre ele descreve imaginaclos.
.sqrleça ͧ E prcsentear livros é, como dizia acima, taref.r cle alto risco. Implica em
nai.rchas. fazer escolhas e ftzer escolhas é sempre se :rrrisc:rr.
C1aro que podernos entrer numa livraria (livrarias sào locais zrgradár,eis e
calorosos em que livros sào expostos e venclidos) espiar o primeiro balcãcr
e peclir um livro "cle mãe", "de namorada", "dc amigo meticlo a intelectual"
e cleixar zl arriscada missão nlrs mãos do rrencledor'. Desaconselho esta
opçào. \rocê é que conhece a pessoâ a ser pt'esenteada e o presente vai
definir uma relaçào entre o modo como você se percebe e o modo como
percebe o presenteaclo. É cr idrntr cluc r.océ porle trocar uma idera se ti\.er
cliante de si um raro exemplar cle vencleclor'-que-conhece-livros, mas nio
entre na coflveÍsa de alguém que é apenas... um vendeclor.
70 lngedore Villaça Koch . Vanda À,4aria Elias

claro que poclc,os ciar um livro cujo títlrro virnos nu, jornar .u n, revista
T
sern:rnal. rrtas cuja rescnhe não trvemos tempo cle ler. Aí a gente pode
se
enganâÍ recloncl.lraente. Raízes do Brasil, c1e Sergio Buarque clc Holancla,
apesar clo títlrlo, nà() é ,m livro cle botânrczr, C,lt,rct ê Ele,gância nt<t
ensina a sc vestir. e Rtt,lrt à Estaçàr.t Firtlâ,clía nào é olrra s.bre t.'sm.r
na liscanclinár'ia.
o lir.'ro na rnào, olhe cuiclaclosultlente ieia ,.:I

e lls SC ()
o te n1
Linra sc você ach:r
qllc elc é Lrm
picârctx, olt de Jantcs Jo1.cc, sc você o consiclerl um chxto. O presentc
cle\.e estreitar a telaçào cntre locê e o presenteackl, nào fepresentlf
Llrn
secrifício sci21 pxm o leitor, seja parl o c>fertlnte. () lir-ro e urtr:t lromen:rgcnt.
Ltn'ta pro\.:r cle que \.ocê conhcce aqr-rerle qlle vlli rccebô lo.
O ternp<> que
r.ocê plssa escolhenrlo o l1\'ro é Llor telrpo eln que r.ocê cstlr pensanclo
no amigo, cr()mo lcitol-.
Pense nlt algr-rns lirros tirrcr:rr-rr na sllll r,.icla. pcnse na
OS

qLte
1no. No colega que clei-r clc an1\'erstrto
Holrsltrn,rn. lrutor clue mnclou a sr-ra licla. O clia dos trr-
rnouclos estir cll(,ganclo. eLte tel clal a e1a (ou a ele) urn irom livro sobre
o ilrlror', rnais hereto c1o qrrer unr born buqr,rô cle floresi,E se ele(a) gostar
cle política. n:-io serizr ma irleia r ÍIistórin da cícktclanict. ()ue
honte negt n.r
mâior a utr político clo cpe achar cluc- elc ler,e e ciclaclani:r a sér'ioi'

Fonte: Pn:rv, lairfe. l\4amãe merece mals. Correio Braziliense, l4 ma o 2006.


Lereescrever 71

Texro 2

VrNna ApRovEITAR UMA FssrA FErrA


ESPECIÂLMENTE PÂRÁ, A SUA §AMíLIÂ
E COI.IHEÇ.4 O JARDTM SuL, uM BÂIRRO
REURBÁNIZADO PELÂ CAUAN.CO CONNÊA.

S Xa / i.v c 11 *1
a-tív U al c 1,
"l*1 tt L1
,t5 Lor4 v1 lial
z9 c lg lcjtaAo, uru jago1, Lriant {cb*1 t aqilo ui.1
eürclc uail4 tí?iai, ru;l^Í büiu1 c * 1rc1cq+
,l* lagLt lc rcpt*ti1t*y Cajt c C*!t**La.

alrqict, p r..ç*Í, vivc iro


lc pla*tt-1, *a
a i»ftt-olttntera /ç cot*éscie
coo*?Lct+
. Í."eigor. e *t xcitttr ,{ivstyol
e(çd?t !7.a
ur,q*bratol /s8V *üo *t,
bloy cot* La.\az coxgtcto lar* torÍ.Í $ i,!.*t.

% & lníormações: ('t 1l 3502-3255


Rla Nelsor cama de Olivéirâ, 1.101
Jardim Sul - lúorumbi

§ (alturâ do n.5 812 daAv Giovânni Gronchil

ffi
brs.**rss.q"o.rrÊr

Fonte: O Estado de S.Paulo,27 jun. 2008.


72 Ingedore Villaça Koch . Vanda i\,4aria Elias

As sequências afgumentativas stricto sensu são aqtreias que apre-


(l_
sentam uln2l ol'c1enaçào ideol<igica de argumentos e,/on contr:r-íLr[alllnen-
:1e 1_-

tos. Nel;rs preclominam elementos moclalizaclores. r,.erbos introclutores clcr


c1e opiniiLo, operackrres argulnentativos, etc., como poclemos n()tar no III I

text() 2.I segr-rir: :-t. t

Lru
sue
EscrrrRncntrNT()s socroptrr-r(irAIS
blic
TTá troprs r-: htt elitt': lLs priureit'lLs poclcrtrri s('r nLrlrcl'()sls. nlrs lr or-rtlr scli lon
lu rníninr:L ltossí tl eh
\rs{Nrx) LL\IB1r\R O nír'el rncligesto clo clcltatc seuclitvcl, r-inrOs pr>r il-rcicr her
clcsta elittcntel e cxplicaçlio. cxpiec:-Lo ou cor-riirsào... E infbr-rner qnr: Urn
aeàr
I [r tropes t' l'r'r clitc.
sua
já9
A-t I
clistribuir olr
trop
lllits l1
nlcx
Emr
Ind<
r.as I

elire
poÍ(
ma5.
verg
Lma
só el
Uma
cârnr
seLi.
Oes
Fonte: BoNAsg, I

Cadag
sequência
conto ou Í
L-'ma tr<,rp:r cle elite cleverá ser iclentific:tcla por farcl:r, equrpada conr responsáv
coletes à prova cle ba1a, fuzis cle lJrosso calibre e viarulas blincla- descritivas
clas, enqulnto e trop2l cla elitc há clc prefer-rr g:lrantir seus interes- (intromissr
sc's àL pais:rn21, cntre ccrc:rs cletrificaclas, coltl segLlrenÇ?1 ctontratada
contestas
luo rnimigo e de c:rnetas pret..rs erl punho, colno arrt:is branczts
rlr-rc :rssinarrr clecrctos err carros cle rlcl'unto "clescar,.rcterizaclos'. expositiva
pelo men<
Ler e escrever 73

O uniforme de uma tropa cle elite deve ser ftlncion:rl, fomral ou can-rufl:rc1o, cie
acorclo corn cada ocorrência l-ripotética, enquanto o traje cla fropa da elite po-
clerá até ser inf'om-ral, cosmético ou espalhafatoso, prcparado num cofie char-
moso pelos estilistas elitistas clc plantão (em terrpo: âs costureiras lrolivianas

SCUS
mas OS ICCUTSOS

natufezâ

com o mas
tlleslno

CASOS C u1ÍlA
em cofilum esses
SCUS
oLltros sel11

ser LrlTr
encontraremos entre os
contar
lnas a mesmo

a sua

Fonte: Bouss, Fernando. Esclarec mentos soclopo iciais. Folha de S.paulo,30 out. 2007

caclzr gênero vai eleÉler uma olr, o que é mais comum, alglrmas ciessas
sequências ou tipos pàtl a sua constituição. Assirn, por exelrplo, num
conto ou nlrm rolriance, vamos encontrar, a per das sequências narrativas,
responsáveis pela ação propriamente dita (enreclo, trama), sequências
descritiv:rs (clescrições de situaçôes, zrmbientes. personalaens). expositir :rs
(intromissÕes do narrador); peç2rs juríclicas como a petiÇão inici:rl ou :r
contestzrção vào conter, normalmente, sequências narrativas, descritivas,
expositir.as e argumentatir-:rs; nuln lranual de instruçÕes encontrar-se-ão.
pelo menos, sequências injuntivas e clescritivas, e assim por diante.
74 lngedore Villaça Koch r Vanda lVana Elias

Cabe, pois, à escola:


. possibilitar ao ahtno o domínio do gênero, primeirauente, p2lr:r
lnelhor conhecê-lo ou apreciá-lo, cle modo a ser cepaz cle com-
preenclê-1o, plocluzi-lo na escola oll for,1 del:rl para clesenvolver
capacidacles que ulffapassurm o gênero e são tr:rnsferír.cis pf,rrt
outros gêneros prítrimos ou distantes. Para reeltzr tais oltjetirros,
t()rnrl-se necess,tria umzl trensf()r1raÇão, ao menos parci2tl, clo gê-
nero: simpliÍicaçào, ênfase em determinaclas climensÕes. etc.
. colocirr os ltlunos, ao 1nes1lto telnp(). ett situaçôes clc corlttnir...tç, l1o
o mais próximo possírrel clirs vercllcleiras, que tenham para eles utn
senticlo, parll que pos:iam clominá-1zrs conlo reulmente sào.

Assim. qltanto mais plecisa a clefinição clas climensões ensinár,eis cle


um gênero textual, mais o trabalho didírtico fncilitará a slla apropriaçãcr
colllo (meg:r)instrllmento e possibilitarír o clesenr.olrrirnento cle capacicia-
cies cle linguagem cliversas a ele relacionacles. Quanto n'.Lis clararlente
o objeto clo trabalho é descrito e explicaclo, mais ele se torna acessír,.e1
aos nllrnos nào só nas prírticas [nguajeirzrs cle :Lprenclizagem, colno em
situaçires concretas cie interaç:ão pela linguagem.
Neste
Acreclitlr-se, pois, colno hmbém enfatizzrm os Parâmetros Cr-rrricr_rlares
vamos le
Nacionais. qlle o ensino c1e leitura/procfi-rçzio textual com base nos gê-
neros poder/t Írazer importirntes contribuiçÕes para a mllclanÇra c1a formur
cle tratarnento cla proclrLcão textr-tal nll escola. hlovo)

Fonte: O Estao

Nas nl
context{
contexto
Tambr
beltrano:
Ya. PaÍa t

Você também pode gostar