Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Escrita e
práticas comunicativas. ln: KOCH,
lngedore; ELIAS,
Vanda Maria. Ler e
êscreyeíi estratégias de
produção textual. São paulo: Contexto,
2009. p. 53_
74.
3
Escrita e práti cas comunicativas
Texro 1
Texro 2
Lnlvin., nw ioúeçil:
F; i' rIÀ jríi ií;
Ier.
s? Juri
"Í
*
ft*lí
Fonter O Estado de S.Paulo, 1 5 fev. 2006
Texro 3
'1
Fonte: Folha de S.Paulo, 1 1un. 2006.
equen-
Gore qr R ru,1
Gore qr;t xÀtr
Gorl <2r.r less-r
LÁ No PoRT\o
- rrrclir'í- Do ponto cle vista c1a leitura. niro terlos clificulclacle alguma c1e re-
.>rbilita conhecer que o texto acima é um poema, nào só por sua ftrrrnzr cle es-
- :rrs cli-
tluturaçzio colno tarnbém por seu estilo e função. Do ponto de vist:r cla
. i-rclo, a cscritzl, a pergunta que nos fzrzemos é: {r elle é qr.re possibilitou à criança
cscrita e produção clo poema?
P'.Lra responder a essa questão, respalclamo-nos em B.qrrrrrN ( I9c)2:
. \'l1mos
301-302), par2r quem a atir.idacle de fala ou cle escrita sempre exige clo
.sujeito produtor "uma forma padtào e relzrtiyamente estírr.el cle estru-
turação de um todo, que constitui um rico repert(rrio clos gêneros clo
cliscr,rrso orais (e escritos)".
Ainda segunclo o alltor, "em nossas prátic:rs comuniczrtiyirs usa[i()s
os gêneros com segurança e destreze, mas poclemos ignorar totalmente
:r slra existência teórica". Em outras palavras, aprenclerlos no clia-a-clia rr
rlolciar" a escrita (e também a nosse fzrla) "às firnnas precisas c1e gêneros.
às vezes paclronizados e estereotipaclos, às vezes mais maleáveis, mais
plírsticos e rniris criirtivos", pois,
se nào existissern os gêneros clo cliscr-rrso e se nào os dominírssernos, se
tir'éssenlos cle criálos pela prirneira \rez no processo cla fala, se tir,ésse-
mos cle construir cacla urn cle nossos enunci:rdos. a comunicaçào verbal
serizr quase it-npossível.
58 Ingedore Villaça Koch . Vanda N,4aria Elias
rrtlibuíclo ao ouvinte.
Ler e escrever 59
,Ç4
;:"1
(.§q -§anr1a
: I ;:.
(3.y,. lçOeZq
objetivo
{ Fç-r-.z. Lsq -!AÀr-\\ §tq«-
-,::lr.l,S e CIO
1r: rur§,rf f)€
e111 Ê
SL121
is,E r i!§!
: ,rr-titiYos,
,lc nossa :
,.- cle que
: ,t1e1os(s)
-ic consti-
. rr-icebe a I
: lca clizer,
frvres" para
r textual;
: -.1-OS nào
-r llf i1S, de-
Fonte: revista Dufry World, n.2.
vos proce-
rrquitetura sobress:rem eln os seguintes elementos: clcstinlrtliritr,
suzr composiçào
ne o lugar informaçào conticla etll ulrt cempo à parte, zr1ém da sauclzrÇào inicial,
mens2lgem, saudação final e assinatura;
60 lngedore Villaça Koch . Vanda tVaria Elias
estáveis significul contemplar nessa definição Llm espaço pen a instabili- bírs
dade, a plzrsticidade, que pode ocorrer em se tratando: e1I
AS
o cla ausôncia de uma das categorias previstas na composiÇão do texto arg
(pensemos, por exemplo, que, ao produzir uma carta, geralmente
I'i:1
o fazernos em terlnos de cabeçalho, sauclaÇão inicial, mensagem,
saudaçào fin:rl e assinatura). No entanto, às vezes, é procluzida carta
clc;
sern assinatura, passanclo a ser consideracla "càrÍa anônima", mas,
cl.:
ainda assim, uma carta;
elll
. cla intertextualidade entre gêneros que ocorre quanclo aquele que Yci
escreve produz um gênero em formato de outro, mantenclo, con-
PcÍ
tuclo, a funçào do texto-base, conforme abordaclo no capítulo !.
A par clisso, tocla .açiLo 1lngr-rageira impliczr cliferentes capaciclacles cla exl
parte c1o sujeito: cle aclaptar-se:)s c:u'ircterísticas c1o contexto e c1o leferente
(capaciclacles cle açào), clc rnobilizar moclelos cliscnrsivos (capaciclacles clc
cliscttrsir.'as) e c1c ckrtlinrrr zLs operzrcÕcs psicoiiriguísticas e as tLniclzrclcs c.l
lincuísticas (capaciclacles linguístico-clisctLrsir.zrs). Ll ltl
\ssirl. :rs cliversas práticls clc linguagem poclem ser relacionacllLs, nr.r
::trirto, ltot' tleio clos gêneros - vistos colrio fblmas relatir.arnente está\reis 1':1 rl
- .l:Lilrtr pelos c-nuncizrclos eln situaÇires habituais, enticlacles cultntais t-r1l
:- -'r'tttccliliriils (llle peturiteu-i estzlbilizal os eleilrentos form:ris c ritueis l :t,,i
:.,- rrr:itieirs cle lirrgurLgem. Os gêneros ligaclos a
cacla umzr clessas práti- Íl
- -.. )'irlr teflno cle referência intermecliário para a zrprenclizagem, ume t.i
Sequências textuais
De acordo com as postulações de Aoa.r,l (2008), ScHunrwry & Dorz de-
ieodem que todo texto é formado de sequências, esquemas linguísticos
Ler e escrever 63
Texro 1
SC Sem mão
d
Íl
at
nl
d
el
Ler e escrever 65
Texro 2
n
{}€
-lll"^"
LU.A
I^ iJ*
J
4tfr
^r_&e §
pxprt*o§ f.L",r I
Texro 1
:§ã*:i§
1§§§§
§#
iiti1ii|!
lnsrriçôes atrertas
www.uniban.br
'i..i5re :l: i-: §:il,{li
\IXTBAH-: Ul@eúD!*!m-\§
íw -â*ffi'ftu
Fonte: Folhá de 5.Paulo,28 jun. 2006.
Ler e escrever 67
Trxro 2
B n {d*r-{."
,Ê '*o'-€r'"ú,tô.-
.-L ru.>a
I
4-
{w
Fonte: Andre Alves, 1" ano do ensino médio, Escola Estadual perêira Barreto.
Trxro 1
Trxro í
Mamãe merece mais
ÀÍilhôes cle nràcs estrrào reccbenclo prcscntes enqllanto meu lcitor cstir.er
lcnclo esas linltrs.
SlLo tcleÍirnes cckthres. lencos. bolses, s:lpxtos. I)\ilfs. CDs (alguns piratrs)
c t<»relaclas cle flores. ALglrmls estar:to reccbcnclo lirros (para qLrelr n2-1.)
s:lbc, ou nào se lemlrra, lir-r'o é utn ohjeto ltito r1e papcl irrrpresso. rnr.rita
irnegineq:ào e u1l poLtco cle sebeckrria).
A pcruuntr qlre niro cala: por- c1uc t:io pollcos clào lir.r'os, tetlto p.1rx suas
mitcs qrilnlo p1l1'1 piilentes c :rmigc-rs nos lnilersários. ou por. ocasiào clcr
\rtr1'1 Àr'rtonc11l rii Renzo, Lrm:r joln..rltsta iteliena. elimt:r <y-tc lir,ro é algcr
uruito pcssoel e que é ntuito inais fircil clrrr unr pt-esente in'rpcssoal, nres-
1lo qlre entrcgLrtr conr o ir-rlalír.el "c1e tem u sLul clra". De fato. a car.a cles
rn:ies clcr.'c-'ser ntuito per-ecicla pelos plesentcs cllre recebcrn... O rlue híl
c1e pessoal nunt LC ou nu1]t Nol<tr. pol crernpkri,O fitto é qlte rs pcssoes
''n:io qLre,rem c:t'fi.ll''. olt srj.r. rt:r, ) ílLrclrltl sr (\pof e flrhr clc si tttcsr-nas
ao oÍêrtzrr rLnl objcto. Ii'r-r lcr-tçrt é unr lcnço e, no nritximo, i:ila c1e r-rossa
clisposiçào eot glstar ntais oir luenos. .J:i rLnt lirrro...
I:i. contuclo, utn livlct tcnt ttnt:1s \ ilntaqens: ocLtpll lllen()s csplilÇ() clo tpc
urn \r:rso, s:io:rpcnas 23 centílctros cle altLrrl por'1ó c1c hrgura e nitcr
tn:ris <pe 2 ou 3 clc profulrrliclecle. que sc :rcouroclrrrt cnr cluel<1uer lu,
gar, sej:r na nobrc est2tnte clc rnaclcira clc lei. no crieckt rnuclo ao hclt> cla
camal oll 1Tlesl]]a) em algllll canto alo ltanheiro. Âo contrirlio clo cclrrlar-
qr:c fr1:r qll'ândo qLrer, o Lvro clieloge conosco cprancio nós qrier-emos.
t Ern vez cla TV que se atcm t LL|t.r pr( ,8r.Ltll.r(,r(, clcllnicllr por terceifos o
lnlo lr(;s comanclanos: pode sír1'liclo na c>rclem e n:r r.clocid:rcle cllie nós
cleselanros, e ter trechos chatos saltados, pcclecos interessantes repetldos
I nosso bel prazer.
Ele tcn-r restriçÕes, é cl:rro: enquanto clá pala se assistir bo\.lnamcnte Llm
progranra dc fi', c'r livro tcm um clispositivo antibovino. Com ele terrros
hnfie qlle nos lnentcr ativos, uma vez que ele nào :ie 1ê pot'si s<i, mas precisa ser
K) ro§íL. 1iclo, ser-rs cticligos clecifrados, os personagens qlre ele descreve imaginaclos.
.sqrleça ͧ E prcsentear livros é, como dizia acima, taref.r cle alto risco. Implica em
nai.rchas. fazer escolhas e ftzer escolhas é sempre se :rrrisc:rr.
C1aro que podernos entrer numa livraria (livrarias sào locais zrgradár,eis e
calorosos em que livros sào expostos e venclidos) espiar o primeiro balcãcr
e peclir um livro "cle mãe", "de namorada", "dc amigo meticlo a intelectual"
e cleixar zl arriscada missão nlrs mãos do rrencledor'. Desaconselho esta
opçào. \rocê é que conhece a pessoâ a ser pt'esenteada e o presente vai
definir uma relaçào entre o modo como você se percebe e o modo como
percebe o presenteaclo. É cr idrntr cluc r.océ porle trocar uma idera se ti\.er
cliante de si um raro exemplar cle vencleclor'-que-conhece-livros, mas nio
entre na coflveÍsa de alguém que é apenas... um vendeclor.
70 lngedore Villaça Koch . Vanda À,4aria Elias
claro que poclc,os ciar um livro cujo títlrro virnos nu, jornar .u n, revista
T
sern:rnal. rrtas cuja rescnhe não trvemos tempo cle ler. Aí a gente pode
se
enganâÍ recloncl.lraente. Raízes do Brasil, c1e Sergio Buarque clc Holancla,
apesar clo títlrlo, nà() é ,m livro cle botânrczr, C,lt,rct ê Ele,gância nt<t
ensina a sc vestir. e Rtt,lrt à Estaçàr.t Firtlâ,clía nào é olrra s.bre t.'sm.r
na liscanclinár'ia.
o lir.'ro na rnào, olhe cuiclaclosultlente ieia ,.:I
e lls SC ()
o te n1
Linra sc você ach:r
qllc elc é Lrm
picârctx, olt de Jantcs Jo1.cc, sc você o consiclerl um chxto. O presentc
cle\.e estreitar a telaçào cntre locê e o presenteackl, nào fepresentlf
Llrn
secrifício sci21 pxm o leitor, seja parl o c>fertlnte. () lir-ro e urtr:t lromen:rgcnt.
Ltn'ta pro\.:r cle que \.ocê conhcce aqr-rerle qlle vlli rccebô lo.
O ternp<> que
r.ocê plssa escolhenrlo o l1\'ro é Llor telrpo eln que r.ocê cstlr pensanclo
no amigo, cr()mo lcitol-.
Pense nlt algr-rns lirros tirrcr:rr-rr na sllll r,.icla. pcnse na
OS
qLte
1no. No colega que clei-r clc an1\'erstrto
Holrsltrn,rn. lrutor clue mnclou a sr-ra licla. O clia dos trr-
rnouclos estir cll(,ganclo. eLte tel clal a e1a (ou a ele) urn irom livro sobre
o ilrlror', rnais hereto c1o qrrer unr born buqr,rô cle floresi,E se ele(a) gostar
cle política. n:-io serizr ma irleia r ÍIistórin da cícktclanict. ()ue
honte negt n.r
mâior a utr político clo cpe achar cluc- elc ler,e e ciclaclani:r a sér'ioi'
Texro 2
S Xa / i.v c 11 *1
a-tív U al c 1,
"l*1 tt L1
,t5 Lor4 v1 lial
z9 c lg lcjtaAo, uru jago1, Lriant {cb*1 t aqilo ui.1
eürclc uail4 tí?iai, ru;l^Í büiu1 c * 1rc1cq+
,l* lagLt lc rcpt*ti1t*y Cajt c C*!t**La.
ffi
brs.**rss.q"o.rrÊr
Lru
sue
EscrrrRncntrNT()s socroptrr-r(irAIS
blic
TTá troprs r-: htt elitt': lLs priureit'lLs poclcrtrri s('r nLrlrcl'()sls. nlrs lr or-rtlr scli lon
lu rníninr:L ltossí tl eh
\rs{Nrx) LL\IB1r\R O nír'el rncligesto clo clcltatc seuclitvcl, r-inrOs pr>r il-rcicr her
clcsta elittcntel e cxplicaçlio. cxpiec:-Lo ou cor-riirsào... E infbr-rner qnr: Urn
aeàr
I [r tropes t' l'r'r clitc.
sua
já9
A-t I
clistribuir olr
trop
lllits l1
nlcx
Emr
Ind<
r.as I
elire
poÍ(
ma5.
verg
Lma
só el
Uma
cârnr
seLi.
Oes
Fonte: BoNAsg, I
Cadag
sequência
conto ou Í
L-'ma tr<,rp:r cle elite cleverá ser iclentific:tcla por farcl:r, equrpada conr responsáv
coletes à prova cle ba1a, fuzis cle lJrosso calibre e viarulas blincla- descritivas
clas, enqulnto e trop2l cla elitc há clc prefer-rr g:lrantir seus interes- (intromissr
sc's àL pais:rn21, cntre ccrc:rs cletrificaclas, coltl segLlrenÇ?1 ctontratada
contestas
luo rnimigo e de c:rnetas pret..rs erl punho, colno arrt:is branczts
rlr-rc :rssinarrr clecrctos err carros cle rlcl'unto "clescar,.rcterizaclos'. expositiva
pelo men<
Ler e escrever 73
O uniforme de uma tropa cle elite deve ser ftlncion:rl, fomral ou can-rufl:rc1o, cie
acorclo corn cada ocorrência l-ripotética, enquanto o traje cla fropa da elite po-
clerá até ser inf'om-ral, cosmético ou espalhafatoso, prcparado num cofie char-
moso pelos estilistas elitistas clc plantão (em terrpo: âs costureiras lrolivianas
SCUS
mas OS ICCUTSOS
natufezâ
com o mas
tlleslno
CASOS C u1ÍlA
em cofilum esses
SCUS
oLltros sel11
ser LrlTr
encontraremos entre os
contar
lnas a mesmo
a sua
Fonte: Bouss, Fernando. Esclarec mentos soclopo iciais. Folha de S.paulo,30 out. 2007
caclzr gênero vai eleÉler uma olr, o que é mais comum, alglrmas ciessas
sequências ou tipos pàtl a sua constituição. Assirn, por exelrplo, num
conto ou nlrm rolriance, vamos encontrar, a per das sequências narrativas,
responsáveis pela ação propriamente dita (enreclo, trama), sequências
descritiv:rs (clescrições de situaçôes, zrmbientes. personalaens). expositir :rs
(intromissÕes do narrador); peç2rs juríclicas como a petiÇão inici:rl ou :r
contestzrção vào conter, normalmente, sequências narrativas, descritivas,
expositir.as e argumentatir-:rs; nuln lranual de instruçÕes encontrar-se-ão.
pelo menos, sequências injuntivas e clescritivas, e assim por diante.
74 lngedore Villaça Koch r Vanda lVana Elias
Fonte: O Estao
Nas nl
context{
contexto
Tambr
beltrano:
Ya. PaÍa t