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univer "ASIOADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NoRTE Reitor: Grom Anselmo de Olivera ert Techn: Te at re he eter de Sarat: Wing ‘ecior da EOUFRN: Hermano Machade = come © (Presidente) Hermaso Machafe Marizo Vitor Pees Osvaldo Hajime Yong ass lia Rhee Sno pu ‘enata Passos Filgueira de Carva ho ae Clelimio Leite Barto ni Bee Co de Sun sania Augusto te Arecoe Ride Medes Eltora: Fatima Maria Dantes 6s Costa Copa: Fatima Dantas Coordenogio de revisdo: Risoeide Rosa Etiterasto elerbnica: xinaldo Silva de Sousa ‘Siero editorial: Alva Medeiros da Costs Sipenisdo srifca: rHfica: Francisco Qsitherme de Santana "SONS 73- 113-4 anime Toa ap so lo dchos dea EDUFRN Eaton de Ueno 8 Ssppis Unter ey ES tS Bsa Trop Nauta | a APRESENTACKO,7 A METADISCURSIVIDADE COMO RECURSO TEXTUALINTERATIVO EM [ENTREVISTA TELEVISIVA, 9 ‘Cltia Candida Abreu SpinardiJubypn ‘VARIACAO ENORMA NALINGUA FALADA ESTUDO DE DUAS GRAMATICAS, 21 Diana Bars “ACIRIA: UM CAPITULO DA HISTORIA SOCTAL DA LINGUAGEM,37 Dino Pret FORMAS METAENUNCIATIVAS NA ALA ENA ESCRITA, 4S Déris de Ammuda Carneiro da Cun FORMAS METAENUNCIATIVAS NO DISCURSO DE SUIEITOS AFASICOS, 53, ‘Bdwiges Maria Morato ‘os ESTUDOS SODREDENTIDADEE LINGUA(GEM) EM LINGUISTICA APLICADA, 63 I Signor _ARERERENCAGKO TEXTUAL COMO ESTRATEGIA COONTTIVO-INTERACIONAL, 69 Ingedore Grnfld Villaga Koch LINGUAGEME A CONSTRUGAO DA IDENTIDADE DE GENERO, 81 Judith Chambliss HofTaage! [ESTRATEOIAS INTERATIVAS EM SALA DE AULA, 93 Kaave Saito Monteiro de Barros (01000 INTERACIONAL NAS ENTREVISTAS DE TELEVISAO, 103 Leonor Lopes Févero, Mera Licia da Cunha Viet6rio de Oliveira Andrade © Zilda Guspa Oliveira de Aquino 34 > gegel. al matic tica d aceito aceito A.GiRIA: UM CAPITULO DA HISTORIA SOCIAL DA LINGUAGEM Dino Pret : sp. PUCSP (© téxico gorstiui um capo & pare, na compless discussio sobre as variagbeslinglisticas. Mais doque as varingles fnicas, mérficas te sintdticas, alexjcal €a que melhor representa adinimica dalfnga. Sua sin novagdo para testermunhaca mudangs Jo Ooo sociais, crenigase das ins que surgem. desapareeem 6 FS °° ressurgem das rorontes lugares e Epoces,expressise NO MOINES initerrupto cana plsmog earcafsmos, ns muitos sgniicados oe TS dicionérios sear dao conty de reistrar B016ico emelnorrefete 2 foras da Traligfo e da repovaco que agem sobre 0s RT sociss, dando-thes arate de propa ou vriformizando-os, em process G0 cexprinigm Bas, que parttham de caraceristicas comuns 8 se reénem momentane- sare te deatitutdas de sentimentos de orgarizaghe ‘até as mais comple- Jus, que envolvem diferengas entre ErUPYS ‘pimétios ou secundérios, eriprupos ou macrogrupos,0 conccito de BPE social apresenta uma areidade complexa, dificultando o seu uso como referencia parauma ‘andlise cientifica, i Spdefiniglo desse conceito leva bideia de que 3% significado sg algo semelhante 20 que a Logie da lingysgsm ‘chama de expressd0 we ag sto 6, um lugar vaio qu, segundo o Couette de cada oca- acaslonlnche de diferentes signiicados. Sem VCO" | sentido da palavea, podemos definir como grupo toma comunidade de interesses, Piro uma aglomeragso casual deindividuos, ‘uma comunidade unitéria campo e no espago ou, pelo contro, sper 20% comunidade ee st mesina ou apenas vinculada por algunas caractersticas Spjetivas(Horkheimer¢ Adore, 1978: 5) aeORneSS (ou met tied eves soi ‘ a io ial, de oposi, ig (camer de agresiviade conta ela) ese deaf de maces ae ee tniformiza a piemeqnecal dm carpi een we ‘ontra_uma mostra expressiva ie fm ei vorbis canter pla cidade esubtae A Biria(que, é ins a na eaete en i, no constitul uma lingua, pois ‘vocdbulo. Sua maior fonte & mip econ a a determinado momento his altace ease mec Be ist6rico, altera os sentidos foacniee ete ray ce incorpora-se a vida de: on eer. ipa ra th Semi ipa ra th Semi srupal. Nesse it a20 Iéxico comum, desi tere nec pi ge de ame grande cng baussgem pela gia de grupo, gi far vestigios semanti- wminidade, sendo possiveleneg: eeraagos 8 meméria da pow 39 ‘Agus exemplos se prers istrigo-socil dos ootinlog poidertam sex curtreurigzo (fumar maconte)» barato/baratino/ pode tga, cogao),embalo (sad de euforia casado Poe mente sac kon formado append grupo. divulgon se 001 yeaa gia comunn (so serido de grupo de Jovens) Ve curta permandacia ese uso, oj, pre provore i Slo, tendendo a arcaizar se Esse processo histrico da vida socal tigado a uma dsciplina que comega a gambar Tngugem comum. ous, come pata (RD 8. smalandros, ificuldades de compreen- do vocdbulo costuma ser pesquisadores, a Hist6ria are aLinguagem, qv abxigncontbuiies de véris cas C000 8 Socioingstia, a Hist6ia (em expec ist6ria Oral), aSociologiae a Sexton ase de una doqplinn ave £0 vale de tote 9 ‘Anople opmogteslingscasenalingsias prexhioa 8 on, Tingdagem de certos grupos sociais, por meio de um trabalho de we enonstigdo de seus costumes © do sua hist ria. ae ena Bure, o pring tebrica dessa linha de pesaulsa, a “poderia ser resumidacomovmnatetaive \deacrescentar uma dimen ce Pla hstea da nguagem e uma dimensio hice obra de sre lingistas eelnbgrafos.da ala" (Burke, P. 1995:17) Para ele, 20 ‘contri do estudo intro daKingus, ais formagio, 0 ob} jade sua estrutura ¢ trans aera astra de sou uso social. Para isso, seria sorao um trabalho iterdseiplinar entre lingistas, jhistoriadores, ‘socidlogos € antrop6log0s. esse: aay lembrafamos que a Sociologia daLinguagem,dis- sptina de origem frances, que t¥e 5&0 #90 procure, por geu nos anos setenta © que raat de dado ingutticos, conecer fats nfo-Tingisticos te inereseam Bs cincias humanas, se assemelha & ‘esses mesmos prinepios. ‘Um de senstebrsos falando a propésito da im do exico nessa linha de pesquise,sficma Tingisicos se reaizam no conteato vaivel sportincia doestudo que, como os fendmenos dos acontecimentos socials, Tn esr apenas os fentmenosgramatcls, ols" ‘rstineias podem ser tas que concepGoes ‘nose manifestemano serno¥ i ‘da vida social (Cohen, Mx 1971:30-3)). u fa mi tice ace E importante embrar qu as pesqusas dessa linha se fiteressém or wocabulérios marginals gis jarges, propiedad expressive dog Imicrogrupos. Alguns desses vocabulériosserevelam mais secretes de aus Outros, ou porgus a preservapio do seu sentido tignifique wine Sesto de seguranga para o grupo (como & o caso dos props igadon O estudo desses 35 paralelas de natureza sociale histrica, Porque fendmeno 96 ons contra explicag, enquantovariago lexical, na vida ehistra dos gras We idénticos aos previsos pela Kingua a que se ligam, Por 130: 8 iia nfo objeto de um estudo particular, nos quedres de Traricologia. A evolusdo desse vocabulésio, dentro de grupos soins Geos, sua emigragio, sua rnovasto e desaparecimento exige ume Aprofundamento a vida costumes do gro, no tempo ¢ espago. O (eathado dessas pesquisa quase sempre tende muito mls pare epee. {os histérico-sociais do que propiament lingifsicos, Por isso toa Pressio sob o enfoque das citncias sociais. ‘Assim, se quiséssemos explicar, na sociedade coatemportnes, 9 {rescente miimero de vocdbulosgitios advindos do vocabuldri dos to Hlefmanos, conclurfamos que existe hoje uma interaaocada ver mang alts e88e grupo restito€ a grande comunidade, © que constitu! une conclusdo histérico-socil, muito mais do que simplesmen Quer dizer, est apoiada em fatoesextemos da lingua, embors tenia Partido de uma realidadelingifstica, Ainda na sociedade atual, a compreensio de cartes fendmenos {igedos 2 vocabulitio giriodeveseassociada a uma andliseem profuse Jade de fatores histéricos esociais. No Brasil por exemplo, assste-o¢ a onttacom genrtcnn pa restritos. Presente nos mais variados tipos de! a, = = ‘creed tes is li fria comum, ni ‘se tora = bsbradead ay eee i dos interlocutores, a i ene see eeneree ates Minch EE a is ae daimprensa: : “So Francisco tem museus harbares..."(O ESP, 2718/96, capa ‘Cademo Viagens) ho- “A mulher casada havia mantido cgi tan oa is do com o mari , ‘mem, logo depois de ter transa‘ “Blecaute detona quebra-quebra.” (/T, 18/4/98) adrugada i iro Munizde Santana, elo cone ‘iti igeeantion nn pe cea paranets todo bagungate (PSP, 23725 : “"Fago qualquer coisa para nio eleger aquele babaca."(Ministro | ‘Sérgio Mota- FSP, 20/4/98) rte i “Penetras famosos acabam com humor de Zagallo.” (OESP, | 98, machete do suplemento Esportes) ““alegres ¢ excitados com a expetativa da cutisfo,jé chegam mmexendocomtedo mand. "ja 201186. 2:72) “No tivr, ela conta com detalhes como descobriu que Allen tra: | ava sua ithaadotiva Soon-Yi" (Veja 1/287, p-65) “ACM dé bronea piblica em colega."(OESP, 15/3/97) “Gile Gugelmin nfo eréem emurucubaca.” (QESP, 10/7197) ecentemente nfo fol-comodizem os mais afoitose iberar geral, um ‘franga no que diz aaa aa Malan, SP, 918) “0 que foi feito agodados de sempre - um I Tepe sebras dastas Beonaecel qu mati ticas aceit accit a2 Hote‘ que, nos exemplos, encontramoscitaglo direta de entre- vistas u masa jomalistica em que a gfria nfo aparece entre aspas, 0. ue deencia que 0 falane ou redator podem nio ter conhecimento de {ue stata de um votbulo marcado, Por outro lado, também pode ‘velar despreocupagio no uso de formas populares, talvez até com obj de uma maior aproximagfo com o ouvinte ou leitor, Exquanio educadores buscam explicagées féceis para o fentme- ‘no da lgagio da gira comum (a Escola nko funciona bem; o esti. dante pouen; a televisio subverte os padrBes culturais; ete) seria Prechinsonera rabeshistrico-poltico-sociais mais profundss, para ‘entender porque um pals como o Brasil, cujas ratzes histéicas estio ‘mergllads numa sociedade de fundo rurale, prtanto, eminentemente consenadra, omega aceitaralinguagem popular em especial a gira, € ste cébulo obsceno - como elementos naturais no processo de itera Fimciramenteé preciso lembrar que nahist6tia recente denosso stoulo oats viveulongas fases poltcas ditatoriis,caracterizadae por ‘um esto profundamentereacionério na lingua, Na década de setenta, ‘or exeaplo, uma potara oficial proibiu a giana linguagem dos meios ‘de commicazi de massa, em particular do rédio e da elevisto, Depois,a volta do regime democrético, permitindo o livre exerct- io da tara para proteso,revtalizou as formas populares da lingua. em, eae as quais 0 vocabuldrio giro. A liberagio dos costumes, a veda e tabs em conseqiéncia das grandes transformagses morais comida todo o mundo, mais partcularmente na América, efletu-se a sociedad brasileira, com conseqncias na linguagem. Deum lado, imino do preconcito contra linguagem popula, a giia,o vocdbu {o inj; e, de outro, a possbilidade de transformar esses recursos lingisins em meio de protesto contra as desigualdades socials, exe ‘ressando mais intensamente a revolta ea luta de elasses. (CE. DIAS, ARE: 108-165), ‘Ap priaitensficagdo do cmprego da gia da linguagem obs- ‘cona samidia fete essa situagto social. Eno, temos a fatores de ordem politico-soctais, associados 3 ‘eagloaun ftoreultural (a nossa formagio rural tradicionalisa) que Poderiamexplicar, neste momento, aexpansio crescente da priana soci, dade bran Maspoderfamosiralém. Vivendo numa época de wansformagées constants: impulsionades por uma filosafia de valorzagao do “hoje™ 8 gore sow davaiioamenetaotneanou magia um oer Goo “passou a refletir, na alteragéo constante de easiest teeapernline stoi ae a veloz de seus valores, pela seeSidade(PetD. 1996243). A indfan emp atng er ac tad ad grt pi com © ee aes também sua fang exresia, Renovéla equiva a reno Tetie nade apauribn —s ees we dag umferesa fn eee Ay nada, ators histic- sols quereeem Scena nee 7 smo fenmeno. Estamos, portanto,tratjlhando o fato lingilfstico - tuo douma perspectiva da Hist6a Social gta ieee ims cont , ai nee sd onan anomte dpes do vost sv ecme paste eeneseampescine Biome ected pes eto con smog pad es enana da palace min nee gt a ae app Exo) rae cesta re is pin wm ee SESE dtp canon steno oben ‘empregando vocabulos girios, conforme demonstram os programas. ee cias eas entevistas(natelevsio, nordic), num plano diverso, na Se Ce Oa amnae peje eorsclenparaen Referénclas Bibliogrificas BURKE, Pte, (1985 A aed comes, So Pal: Eto a iversidade Estadual Pauli : CCOMEN, M1971 ari: pour Une Soccloge cd Langage. Pts: Maspero. : DIAS, AIL (199 0 cra da volta, Bo Pasl:EDUCICone HORKHEIMER, M.© ADORNO, LW, org) (1978) Temas bse Sociologia. er Avaya Sto Past: Cols, HORTON, HB, eHUNT.CL (90 Seog Tad. de AutpeboB. i ld pRETLD. 990) liana clings pane Revita da Biotec ro de Andrade, S80 Paulo, v.54, janrdez.

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