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EPILEPSIA E CRIME
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AFRANIÓ-PEIXOTO
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tll's, ]'!ina l\odl'i~ues e Julie.noJV!ol'eire.
DA -lllA
V . Oliveir a & Comp .- Edictores
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Pllblicando o pr·esenfo il'abal/10, obedecemos ao incitam ento
do E x m . Sr. Professor Nina Rodrig11es, oper oso cultor elas
Zett:raspat,·iw;, qice, em ~arta com que nos honr·ou,-fe::;
-nos delle
o m el!tol' encomio . .
Transcreven ~os abaixo treçlws d a l'qf e,,icla carta, a
melhor ,,ecomm enclação qlle podia ter o Sr. D,· . Aj)·ani o
Pe ix oto . ,
«Bahia , 20 de N ovem lwo ele 1807 -Sr s. Vi cent e ele Olioeirn
f C.-T enho insistido co,11 o Dr. P eix oto p al'a que fa ça a
publica ção da sua tliese sob a forma de llma m onog,.aphia que
possa sei' exposta á venda.
O conhecimento que tenho elos esllldos elo n,..P eix oto, do
plano de seu trabalho, ela op,portunida cl'3elo asswnpto lel'Ct-me
a gm·anti,.~lhes que essa tentativa dal'á os m elho,.es 1·fsultado s
e que ·os S 1·s. prestarão assim. um ex cellenle servi ço áa lettras
palrias. Se julgarem opportuno poderã o JJllblicar, a gui za d e
apre~enlação do livl'o, uma Ligeira apr eciação minha , que -a
lenho de escrever para a R evista de Medicina L egal.
O Dr. Peixoto relnla ,pol' ém, e se comp,· elirnde que o.faça ,
porque n(i,o hade ser elle quem /iade fa :::,e ,. o elogio de seu
tr·abalho. Tomei por- isso a libel'dad e de escl'eVP.1'-lhe s conci -
tando -os a prestar-no s esse sel'viç o, que p ode deix ar até lucl'os
· pecuniarios . Tenho alguma éxp e,·iencia destas pubti caçDes e do
meio a que ellas se dirigem. l:.'stou pois _habilitado a ga ranlil'-
lhes que apa1·te o valo r· f!.cientiflco do trabalho , que é grande ,
II
Bahia - 1808.
,J
Melhor do que nesta .formula-EPILEPSIA E CRIME-,
seria dijficil synthetisar com mais laconismo todo um pro -
gramma de tl'anséedentes problemas sociaes .
A deg eneração hllmana, con :·egaencia indifferente de
simpl es accidenles, de innam eros estados mor~idos, e ainda .o
termo f ,ital de toda ·sort e de excessos, phy sicos, intellectaaes -
.ou inol'a es, mir em elles a realisação dos mais elevados inten-
tos, a dedi caçcio ás . causas mais santa~, a abnegação _mais
altruí stas, tendam ao contrario a sati sfação dos instinctos
mai s egoi sta, a f:(lciaçcio das paixõ es mai s abjectas, ao desre-
gramento da vida mai s crapulo sa. Bem merecido e o quali-
ficativ o qne lhe dão de suprema niveladora das desigualdades
socia es.
Pag ar am-lhe o tribulo ela sua decadencia as mdis bri-
lhante s civitisações de que dá conta a his toria, a.~mais afama-
das casas r einante s, as cerebraçõ es mai s polentes e previlegia-
das ; como de continuo o está pagando a população anonyma
e desconhecida, depurada dos invalidos, clebeis e incapazes pela
continua acção select '!l'a dos hospícios e prisões .
Mas o crime,-e ssa manif estação da inadaptação ao
regímen das leis que regulam a convivencia social e por sem
duvida tribularia da degenera.ção,-pode acasos~rreduzido ao
ma.is violento e aggressi:;o dos typos· degenerativos de caracte r
patlwlogico,-CJ, epilepsia ?
Foi o problema que o Dr. A(ranio Peixoto se p1'opoi a
(!Xaminar no seu trabalho,
II
~l~na, ffi.o~Ú~ue~.
Professorde MedicinaLegal
1
1,.,-
i!
Instado pelos Srs. Oliveiras, editores deste trabalho, para
antepor mais uma ap,·esentação ao texto do mesmo, arrisquei-
me a vi; Jóra do circulq de retrahimento que me impõe o ·
serio conhecimento que tenho de mim proprío.
O distincto Professor Nina Rodrigues, apezar das pro-
fundas divergencias que o separam das opiniões aqui exaradas,
aconselhou aos 1·ejeridos editores pÚblicassem uma edição do
presente estudo, com o que, prestariam serviço aos que ainda
têm nesta terra animo para ler.
Dispensaveis, muito excusadas mesmo, eram estas linhas,
por isso que vai o liv,·o precedido da recommendação do escrip-
tor, porventura mais afanoso dos que ainda roteiam entre nós
as glebas da sciencia, e c1,jo incoercível esfo1·çose impõe á ·nossá
admit·ação, mesmo quando syntetisa sem esmerilhar até onde
devera.
Porém, se não resi.~ti á~ inslancias dos mencionados Snrs.,
foi po rque em o lrabal/10presente, vejo ideias muito accordes
com as que ell tenho con$_eguidoter sobre varias pontos do
assumpto delle. Dahi o deixar eu de criticar pequends minucias
em que divirjo do pensar do autor .
Demais, nã9 sei .qepor.foi'ça da idade, que em mim não
é ainda aquella que ele orclinario t1e sente · qem em mostra r
sentémentos postiços , em commungar com acanhadas conveni-
encias, em alardear re~peito a convenções perniciosas, em
agachar-se com dobrez q,,ando se jaz p1·eciso pôr peito á vaga
ruidosa de uma opinião mendaz, venha e-Ua embora da mais
II
Hermannus
Boerhaave.
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syphiJiticas, toxicas, ele. E' verdade que _a maioria dos auctores
a·dmilte aqui uma espeeie de epilepsia chamada idiopathica, que
_parece . contentar a alguns rebelde _s, signifi,cando os anLigos casos
de epileJJsia rera, mas que em realidade nada exprime; o nome
idiopathi ca é aqui como um rasto deposito em que se rejeitam
os casos de ppilep ':;ia duvidosa ou ignorada. E' uma porta falsa
de sahida para os momentos di.fficeis. A demonstra çã o cabal do
que vai nestes assertas sobre a epilepsia idiopathica, plfmamenle
se dá ho estreitamento progressivo do circulo de taes epilepsias,
a medida que as circumstanci~s etiologicas e pathogenicas vão
sendo melhormente elucidadas.
Já deste -modo de. ver se acoslarnm G. Marinesco e P.
Serieux a) e Fr. Hallager b) ainda ha pouco.
O modo de acção intima creou as -epilepsias directas e
reflexas.
A forma clinica fez e:alalogar epilepsias parciaes motoras
sensoriaes, psychica s, vasomotoras e), epilepsias multiplas
psycho ·-molora, psycho-sensorial, senso-moloi·as, e·pilepsia com-
pleta. . /
bj:das?
• 1
14 EPILEPSIA E CRIME
de deg enel'esce ncias, mol esl ias ce l'ebl'ae s, · intoxica ções, infe-
c<;ões, la] vez mesmo dia th eses ,> q-ue perturbavam se riam ente ao
Prof~ sso r Bombarda em ,seu e:onceito do mal sagrado. E'
pre ciso, pol'érn dispe nsa r a evas iva e a prucl encia do meio
termo e a condamação da maioria ·e proval' que, a,inda ahi, ba a
epilep sia vel'dad eil'a e unica, o estado involutivo em sua com-
plela ca ra cterisaçãó.
Tome- se o problem a pol' parl es . Vejam- 3e _as convulsões
infantis .
A approximação da epi lepsia e das convul sões infantis
!'.ealisou-se de ha muito clini_cam ente. Baum és, de Montpelliel',
que escl'eveu um tratado inteiro sobre as convulsões, via apenas
entre um e outra s «uma differen ça na mar cha que só o tempo _.
pod e cstabelecel'>> b) Para Feré e) a qu es tão- é resolvida.
/ '
TtValLon e Carter em 1891 estabe leceram claras rela ções
Nãq_ quero dizer que isto seja a regra, apenas nego o valor
. 1
a) Auvard-op. cit.11a[J,881.
b) Op. cit. pag. 772.
e) Op. cit. pa.g. 86 .
.d) ln Virchows Archiv-Bd., 6D,pa.g. 394.
e) Op. cit-pa.g. 160.
f) De l'a.lbmnimwiepost -parox yst(qu e Arch. ele Neurnl. t. XXV-1892
pag. 353.
gJ Op. e·it. pag . 12a.
P~* 5
26 EPILEPSIA E CRIME
a) a1·t. Épil epsie-Di c.t. Enc. eles Se. Med. 710,q, 192.
b) Bu,rlureaiix - a,·t. cit. pri,q. 192.
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AFRANIO PEIXOTO 29
* * *
* **
Não param ainda as discordancias.
Moleslia, syndroma ou estado degenerativo, sua cúacté~
ristica é baslanle eivada de conlroversias. Que se me poupe
a referencia a outros symplomas menos importantes ou jâ.
mencionados e se allente no accesso convulsivo e na perda da
consciencia .
Ainda não ha mui lo, Hallager repeliu um velho~estribilho
muito conceituado em outros tempos e ainda hoje, -graças
a alguns emperrados retarcla"larios. O ataque convulsivo, diz elle,
·«é a unica manifestação ,·erdacleiramente pathognomonica da
epilepsia,» a) Este acanhadissimo criterio que uma deploraveÍ
cegueira tem feito persistir, tem hoje a inanidade das coisas
mortas, pois é bem conhecido que afóra as manifestações
conrnlsivas, a epilepsia tem sobejas maneiras de se offe-
recer ao conhecimento clinico.
A outra questão é mais grave ainda.
E' rnz quasi geral;e auclores ainda recentes repetiram, b)
que a perda da consciencia é um phenomeno essencial e neces-
sario · da epi!P.psia. Bem comprehendo que assim dizendo,
apartam-se as convulsões parciaes em que uma metade _ do
corpo, um membro ou grupos musculares são agitados por
-~
38 EPILEPSIA E CRE\IE
,;, *
Si se lançar a vista á palhogenese da epilepsia maior será
ainda a perplexidade no j ulgamenlo, lendo de examinar factos
discordantes oriundos de urna mesma ob:;ervação, conclusões -
antagonicas da mesma experimentação, dedue~·ões lheoricas
forjadas para encher lacunas, em sumrna uma confusão de que
será ernbaraçoso sahir .
Ao bulbo rachidiano, agindo por uma excitabilidade cspon-
lanea ou reflexa, altribuiu -sc, primeiramente, a causa intima cio
ataque epi)eplico.
Procurou -se cimentar a tlieoria em dados µhysiologieos
experimenl.acs, cm inquiriçõ es analomo-palholngicas e a 'clinica
chrgou a acceilar este modo dcjulgarcomo uma verdade, mas o
ediflcio assim construido del'ia cahir por mal seguro e insulfi-
ciente, pois si d3 um lado, um dos seu, fundam enlos era a sup-
posição erronca da iriexcitabilidade da ca!:ca cernbrql, do outro
confessava-se imp.otc.nle para explicar os phenomenós psychicos
da epilepsia.
Estas idéas foram cm mais de um ponto soffrendo pequenas
AFRANIO PEIXOTO 43
al Op. cit.
b) Op. cit. pag. 48.
e) Op. cit. pa.g. 18l.
i
i EPILEPSIA E CRIME
ria _ser o erí'eito de uma descarga dirigida para cima, cio mesmo
modo que o espasmo muscular é o effeitu de uma descai ga diri-
gindo-se para bai?<-o,• o que é ba~tante com modo e satisfaclorio.
Paginas adiante a), complica-se de uma contradicção manifesta
e assim já não õão os gangli1Jns da base que gozam da prep01:-
derancia, mas « Qs centi:os corlieaes que cm realidade desem-
penham um papel preponderante na elaboração da excitação
inicial-» · não se de1·endo esquec 0 r «o conjunclo dos outros
tenitorios susceplive1s de engendrar a crise epileptica.» Toda a
theoria é i;1,sim construida de expressões vagas, pretendendo
exprimir muilas cnisas, de dados physiologicos que não receberam
sancção alguma da experimentação.
E' Clll'ióso indagar o porque destas idéas e as bases em
que se assenta. Foram duas experirncias do Prof. Hege1· b ),
varias rnzes repetidas, as determinantes da theoria dos glan-
glions da base. O Prof. Heger liga as caro tidas de um e:oelho,
determina-lhes a epilepsia e provoca ataques regularmente após
golpes de cureta no cerebro na união do lobo parietal e do
lobo occiplal. Para que não se objeclasse que a propagação da
irritação á zona psycho-molora fóra a causa de taes crises, na
segunda experiencia, If eger exci ,:;a_Jargamente as zonas corlicacs
e · os ataques se reproduzem .uma vez prol'ocados como na
primeira experiencia.
Realmente não 1•alia a pena exhumar doutrinas l'elhas de
a) Op.cit.pag. 327.
b) Qp. cit. pag. 8 Jã , 316.
AFRANIO PEIXOTO 49
io ·Tanzi- I li111
11~ EttgP.n it i clellci vsicologiu 1896-7, 1·cs. por J11les
e, _ ••
=un - Ann . .J1ed. Psych. s s. t. õ- 1897 p11g. '173 ci 48/?.
AFRANIO PEIXOTO 53
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5G EPILEPSIA E CRIME
:j:
* *'
· n) Sería ilesco11h"cer cts e-x p eri ~ncias tle ·westpltal qu e epilqilisou po1·co,9
da bulici tramhalis a.11do·lltes repetidament e o crrm~o, ele Rro11,n ·Seqnltrd que
obteve o m esmo nsullaclo, após lesões rla m eclulla 11ra.tica tla.s experime11tnl-
me11te.·Mas , aq!li pam provar be,,na iv,,ntida .de rla epilepsia nos dois c·asos
tfilá o ji1cto clr~transmissão aos filhos que api·escntara,n convulsõ es.
Péi-é citu ofacto . de wn doente qu e adq«iriii a P-pilepsir1 após ,11ntra,i ,
1i1atis1110P que (eve depois 1111w. jillw epil(11tica aos cinco an11os-( ÉpilP11sie
1892..:_Pai-is pag. 91.
)>) FPançoís Fmn ck - O_p.cif . Pnris 1887, pag. 122.
AFRANIO PEIXOTO 59
toxidez ant es e dur a"nte a crise, só lia vendo elel'ação ela toxielez
após o accesso, mas sempre interpretando os factos como dépen-
dentes ela elevação toxica dos liquidas organi càs, condií;ão · que
determinaria a produ cc;ão do acce.,so convulsivo, sendo assim
esta manifestação epilrpUca o resultado de úma a11to-intoxicação.
Nel~on T eeter, ten90 prati cado rrg ularmente exame ·das
urinas de dois epileplicos, achou que a tÚea era constantemente
excretada abnixo da media normal e esta ret nf;ão de urea no'
0
~* * *
nem fazei-as chamar falsas epileps_ias. Elias não são, tão pouco,
epilepsias agudas, pois não são allerações morbidas accidenl.aes
e se assentam corno as outras sobre um fundo l1ercditario dr.g,i-
nerativo .
Surprehendido '
talvez pela exislencia da ep ilepsia em in~i -
riduos de intellectualidade elevada, não sendo esta sensirnl-
mente ferida pela moles!ia, Christian suppoz a existencia de.
casos defferindo ao;; ordinarios por este fa'!lo, julgando-se na
carencia de crear um agrupamento a parle.
--~
i
Cri1ne
La lorzab la primalegge della
natura,lndestrutlblle,lnabollbele,
Gabrlele d'Annunzlo-Vlrgene
delle Rocce- Milano-o 1896, p, 12;
codigos.
.'
t.FRAXIO PEIXOTO Si
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90 EP ILE PSIA E C1HME
n) Actes clu lI Cong. d,'A nthrop. O,·im .-Pciris , L yon, I R90 pag . 39G.
1.,) L oc. cif. pag. 12;;.
é) Archives cfo l' Anthrop. Criin.- JBR7, t. II ,pn g . 336.
d) Sessão 26 de Jl aio 1889 rlo X l V Cong. elos New· . e .4./ien , ela
Ali em. do Sncloeste-An h. Neurol, 1890 pa g, 3 õ 9 .
e ) in X avier F, ·ana1J/te- L ' Ant hrop. Crim. , P,wis, 189 1 pag. 250.
f) R evue ,l'A n /1wopologie-Pr wis, 188i s . 3, t. II pa g . 080.
AFRANIO PEIXOTO 91
'
96 EPILEP.J'HA E CRIME
/,'
ÁF~<\"NIO PEIXOTO 91,
n}
b)
Spence1·-0p. cit. t. I pag. f8 a. 109,
Cit. J!01'pencer-Op. cit. t. I pa.g. 96.
. ,
1'
·~.
AFRANIO PEIXOTO 99
a/ Corre-C 1-i111
e et sui cide, Pmris , 1891, p ag. 61.
b) irpttà R ené Domn ic - L ~s E crivains à 'cmjoiml' hui, Paris 1896
pa.g . 76.
C) Sp e11cer - loc. cit. pag. 101.
d) Ar chivio de Psi chiatr ia-1 896, pag :' 312 a. 3/l .
e) L a So ciologia Cri11ii11çile._ Cata-1ti a, 1889. rn(. I pag . .449 .a 506.
102 EPILEPSIA E CRIME
a) Tarde-L' ,1tavism e llforal in Étltdes pen. et soe. cif.. pag. 117 a 141
Fen·i-La Sociol. C1·'inf.cit. pag: 69.
b) O atavismo não é já uma parada de clesenvolvimeiitu?
e) llfaranclon, De la críminalité et de la dégénéresce.nce18911,pag. 3. etc.
c1) Nina Rodrigues-As .-a.ças humanas e a 1·esponsabilidade penal
no Bmzil . Bahia, 1894 pag. 84 e seg.-Nagres C,·iminelsau Bresil-A.rchivio
de Psic7viatria, 189õ v. 16 pag. · 362.
e J L'ho1mr}i cri1n-i11el-cit.pag. 99 e segiiint es.
AFRANIO PEIXOTO ' 103
• 1 •
AFRA.XIO PEIXOTO lo5
n) Marro-I Garatteri clei clelinqtt enfi Torino, 1s97, pag. 446 a 449.
b ) 1/eneclikl·- Des 1·apports exislanf enfrn la .foi ie et la crimiwrlité,
Gancl 1RR6pag. 9 e seg.-A.ctes clu I Gong. cl'A.nthrop. Grün . C'it. Pª .'l·
142 a. 143 .
<!'
) Fen ·i--Op . cit :pag. 70.
c1) Golaja11ni---Op. cil. t·ol. I pag. 427.
Paixolo )5
í06 EPtU:PSIA E CRli\lE
I
AFilANIO PEIXOTO 11ó
a ) T opi11arcl- R P-t •u.e d'A nlh rop . P m·is, 18S7- Ma no iivr ier , A roh . de
l' A 11th1'op. Ori m . LIJ01i, 1886- ap,ul 'l'arde, L ctOr iminalo. 'Jie, R et'. il' .4.nfhrol .
1888 s . a.• t. li I p il,g. õ2I a õ3:J,
.. ..
AFRANIO PEIXOTO 119
a) Ite-111,,pag.214. ·
bJ Il delitto e la questione social 1-Milano , 1883.
<') La clintimica del delitto-Napoli, 1886.
d) Actes cb III C'ong. Anthrop. Crim. cit. paga. 366 e 371.
e) Vaccaro-Genesi e fm1zio11e delle lef!Í penale , Ronw, 1899, pag.
119 r, seq.·
AFJ3.ANIO PEIXOTO 121
\•
126 EPILEPSIA E CRIME
*
* *
Lanç·anilo um olhar relrospeclivo sobrn as lheoria s da
crimin!j.lidade que se foram snccedendo, vê-se q1ie em cada
uma, a par de fracções da verdade, ei:icontra -se um pertinaz
exclusivismo, uma generalisação ab,urda, qu ::itêm contribuído
para o $eu descrPdilo, ás vezes quasi inteiro.
Desla ful'ia pela conquista da verdade nasce lucla renhida,
em que domina sobretudo uma inlransigenc:ia e uma inlolerancia
sero limites ;,.cada qual, julgando ler acertado, manlem-se em
sua posição, aggride aos advers'1rios, não cede uma linha de seu
terreno, !)inão quando, balido de todos os lados, é forçado a
procura1· ,um ponto n;iai;; vantajoso. E o que mais espanta é que,
homens todos de sciencia, esquecem-lhe porventura a historia
das conquistas; , deslembram-se que nunca uma gr.ande verdade
sahiu inteira dA um cerebro c permaneceu immulavel, perpetua.
N!!,o, esle produclo ·vem necec;sariamel')le .~arado de um 1 vicio
original, de uma congPnita imperfeição. E' üm bloco de bronze,
lançad~ ainda quasi sem. for11as dblinclas, feiçoado grosseira-
***
A sociedade, por viciosas condições de sua organisélção,
pode p~r si, exclusirnmenle, determinar o plienomeno do' crimC:.
(-J.uelelef,
com profundo senso, dis se t:a, que rn sociedade
arma o bra ço do criminoso» a),
·O prof. Lacassagne, repelindo sua conherida e luminosa ·
plira se «a sociedade tem os criminosos que merece i, referindo -se
a propliylaxia do delicio, fizera rer qne si as sociedades se
aperfeiçoassem, melhora sse m a sorte dos Lumildes e dos pe•
queno s fariam diminuir o crime b).
M anoucrie,· reconhece a exislencia de crimes produzidos ·
«sob a influPn cia de- condições sociologicas más ou motivos
suscepliveis de agir regularmenle sobre homens perfeitamente
sifos e norma es » e).
Dalemagne com grande lucidez nu que ha crimes que
traduzem uni came nte instinclos normaes ,·iolenlados pelo
meio d).
A degeneiação incid indo sobre a organisaç ,ão individual
'
crêa uma outra o!·dem de faclores-os factores biologico s.
Nos grãos allenuados, quando ainda não se alling ·iu ao
desequilíbrio profun _do da organisa ção, estas condições mor bida s,
farorecPm apenas a explosão dos sentimentos de revolta, creados
n \ Apiul Denis -Actes dtt JII Co11g.ii'Anfhrop. Orim. cit. pag. 3i1.
b) Acfes d1; •JI Cong. ,l'.4.nfhrop. Crim., c-it. pag. 165 ci 167.
e l Acfes dii II Cong. cl'.4.nthrop. Orim. cit, pag. ,10.
d) Compfe Rendu dn IY (!ong. d' An~h,·op._Críni. çit, pag. Wi.
El'ILEPSIA E cnt:ME
!\) JJ. Uall - L eço11ssw· lcs il:Ialadies Me11tales, Paris, 1890, p. 82,~.
Peixoto 18
t32 ' EPILEPSIA E CRIME
'l
\
L\c .
'.
Epilepticos criminosos
.. . der .Eplleptlker nicht bloss
ln selnen Anfallen krank, sondem
dauernd leldend , , ,
R. von Kraflt -Eblng = Lehrbuch
der Psychlatrle--Suttgart = 1888=
pag. 539.
. 1
134 EPILEPSIA E CRIME
nl Lo1í;1,.,-oso
--L' Uomo debinqurnt e- :l.'01·i110, 1897, i-ol. sec. 1wr;. 60
li ) I,01núrr1so- OJ!-r-it. 1:ol. SlC. pag. ·18/J,
,
,1
\l
AFRANIO PEIXOTO 13'5
aJ Lq111broso
- 0JJ.cit,, Pª!I· ·1_1a e 114,
114:2 EPILEPSIA E CRl~fE
Entr" o~ crimino sos são epi lepl icos para Lombroso 60 °/0 ,
para R_ossi 32 °/0 , para Atfarro 13,G 0 / 0 , para Balcer 17,7 ¼,
para Sommer, Kn echt, e 1'irgilio 5 °lo, par~ Baer 3 a 5 º/ o, a).
As itléas do Prof. Lombr oso despe rtaram, especialmente
na Italia; vivissimas aclhesões. No Congresso de Roma Luigi
/
AFRANIO PEIXOTO f-i3
s.eu amigo, que errou por «concluir genorali sando muito >l,.
::: * *
.,~.
145 EPILEPSIA E CRIME
\
111 LombrosO-· L' homme cri1ni11el,cit., png. 616.
b) Tai·de~loc. cit .. png. 4õii,
A.FB.AN10 ~EIXOfo ..
São duas .interrogaç ·ões qn8 aqui deixo e que espero nâfr
ver respondidas.
Quanto a sua du1·ida de, eliminados a prrguiç .a, o o,rgull10,
o oclio, a vingança bastar o accesso ele epilepsia para o com-
mett iinento de uma se1·ie de crimes, é destituida de base. Certa-
mente a comprovação indubita1·el do facto será clifflciJ, uma ve,,:
impossil'el e chimerica a dessociação do lypo epileplico pois a
epi·lepsia na~ce na grande maioria dos casos com o individu0.
Impossibilidade é que não existe; eu do~1 aqui a Tarde uma
ob.,ervnção sobre que meditará e colherá os proveito, do
en,inamento q1ie só os factos dão.
*
* *
Calculem-se · as mais disparatadas incoherencias, succe-
dendo-se de um extremo a outro com uma rapidt>z ás vezes
admiravel; ·imaginc-:-;c um mixto prodigioso de incongrnencias
baral11ando-se nas mais div ersas mutações e ler-se-í1 feito um
:i-) Étu.ile ,né:J. lég. sw· les épile11,, Pari&, 1877, pa,q. lll2.
Ti) ln The Journal ~f'mental 8cieiiceJulho, 1888,
AFRANIO PEIXOTO - 140
,:n, abrnçados -a uma ictéa, guiados por um -filo, ace nados por-
um longínquo sonl10, proscguirem com u~a tenacidade incrível
no meio de 'seus tlesfallecimentos a rola que os conduzirá á
..
AFUANIO PEIXOTO 159
:j: :::
.
hom·e ahi uma tenclencia criminal
.
homicida. i\las dir-se -á, depois da simples narração
alheia a rµilepsia
d?facl.o,
o mani-
que
festiíndo-se isoladamente ?
* * :::
*
* ~ *
A falta de premedita ção acha-se negada no caso do e!Ji•
leptico ass ,assino do Dr . Geojfroy a qne já me referi, como em
observações de Le;1rand da Saulle, Desmaison, Jvf agna11.
_
Um facto me é c_onh .ecido em que se acha infir-madaedesmen- .
tid·a a ausenda de premeditação como a instanta'ueidade na
determinação ..:riminal, outro caracle;· apontado.
AFllANIO PEIXOTO 171
_. n) Aindci em dirrn lleste a11110o Prnf . 1llarcio Nfl'y, do Rio, .,ahf. se com
eafa velharia: < N11ncn se percn de 1ne11101·ia qw um do.9 ca,·,z1·feresfu11da .
'llienfaes rl11selesor1le11s
z,ost-epilP.pficasé a cnmpleta ji,ltn de r11curdaçàoelo~
factos qi,e se 11ass111·,i71 dumnt e o pei'iorlo Ct"itico• -- D,·. 11:la,·cioN;e1·y-A
epilépsict sob o vonto de viste, m ecli co-legal - Archivos de J11,rispruclenciu
Medica e Anthrop .-Rio - ]89i-t . 111. 111.
b) Ann. d 'H ygienePubliqueetmeel. l,g.1875- 2 s. t. XLIV-p. 410.
e) Élude ,n e..l. leg. sur /e.• épileptiqttes - Pa ris-1877 z,. 170. ·
rl) Jlatf os-o p . cit. png. 177 e seg. :
AFRANIO PEIXOTO 175
dade, fazendo notar que seria mesmo injusto faser pezar sobre
estes doentes Ioda a responsabilidade das ac·~:ões que nllos
podem commoltor immodialarnenlo antes destes nlaqncs ou
immedialamente após a) .
.Mais justo e mais consc,iencioso, nm velho anctor romano
y
Paulus Zacchias, poderia dar ao~ francezes lir,·õi➔ s dri liberali-
./
AFRANIO PEIXOTO 179
..
180 EPILEPSIA E CRIME
. '
184 EPILEPSIA E CRIME
:J: **
a) Etwipitl cs-H ercul e f ÍH·ie11x, A ct. V . Se. I pa_q. 4-11 a 449- fra ct .
ele Pre vost in Th eatre eles Grecs-Pa ris 1826,
a) E iiripid es=Iphig enie en Ta1wi cle ac/. I1 sr.. I - tra cl. cle T'. Brwnoy,
:['hea,t•re cle., Grecs Pa,·is - 1826 t. 8 e p. 316 a 318.
b) • Et enim f ertttr Cambys es aú ipsis nafolibus granrli quoclcun labo -
rasse morbo, qu em quidain sa cruin nominant : ttl hattd ab fid e.fiierit quit1n
corpus ntagnct i·11fir1nitate correptmn ess et, eju s n cc 111
e11tem -sri11a111f11iiss e-
1Jerodof1ts H11licetrnassensis - Historia ., 'l'halia 3 . 0 , 33 p. 76 ea:ertition e
,laco/Ji Gronovii Glasgiute lí61. ,
AFRANIO PEIXOTO 193
r
194 E.P!LEPSJA. I!: CRIME'
.,
;AFRA~IO PEIXOTO 195
'·
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196 EP!Ll:.P31.\ E CRIME
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ERRATA
.As fnlhns typograpbícas, a pr ecipit ttção com qu e foram impr0 ssa s,
é so bl'etudo tt incap11cid11de do revi sor inçaram e~tas notas de impe1~
fei<;õeR var iHF. Pnra não abusar da indul gencia do leitor, aqui se for.em
11lgumna con·igcndas ·:
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