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DE
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PHILOSOPHIA
v
'-
NOÇÕES
DE
PHILOSOPHIA
AOCOMJ.\1l:0DADAS AO SYSTEJ.\1l:A DE KRAUSE
E
DE
G. TIBERGHIEN E AHRENS,
POR
c. M. GALVÃO
----- BUENO "'\
S. PAULO
TYP. DE JORGE SECKLER, RUA DIREITA 16
1877.
BIü 'lJHL~ 00 ~L 1100 ftu~J.L
Esl. ,,'uma aeh -s.
sob número :1.a....SIS'"_.'
do ano de _ -1.~.~ .
r -
PREFACIO
PRINCípIO GERAL,
CAPÍTULO L
NOÇAO DE SCIENCIA
I
Fórma da Sciencia
.A. f6rma da sciencia é o systema que designa um todo
composto de diversas pa1'tes ligadas comsigo mesmas,
ou dependentes umas das outras. A idea de systema
se exprime meJ!1or, nos seres organicos, porque, em um
organismo, as partes ou orgams vivificados pela mesma
força, existem pelo todo e para o todo.
O organismo reune necessariamente tres condições:
unidade, variedade e hannonia. O mechanismo não tem,
a mesma unidade, nem a mesma variedade, nem o
mesmo encadeamento das partes, como o orgamsmo.
.A. sciencia, como systema de conhecimentos, é um todo
organico, não um todo mechamco. E' o conhecim,ento
organizado ou a organização do conhecimento) com uni-
dade, variedade e harmoma. Deste modo, os nossos
conhecimentos formarão um s6 todo, um corpo, offere-
cendo entre si os mesmos contrastes,. como nas diversas
ordens da realidade; deste modo, ainda os 110SS0S conhe-
cimentos não serão exteriormente reunidos ou aggre-
gados, mas intimamente encadeados pelos laços do ra-
ciocinio e da demonstração.
Tendo assim recebido f6rma systematica, ou estando
organizada, a sciencia adquire mais o genero de belleza
que lhe convem, tornando-se obra de arte, porque o
belio não se separa do verdadeiJ..o; antes o denuncia,
é seu brilho, porque tambem se manifesta precisamente,
onde ha organização, unidade, variedade e harmonia.
.A. scicncia tem, pois, sua belleza, quando realiza as
condições da organização.
TI
Materia da Sciencia
O que constitue a matcria da sciencia é o conheci-
mento ou o sabe1'. A ignonmcia é a auséncia da scien-
cia, como' o conhecimento é o seu conteudo.
INTRODUCÇÃO. 3
m
Instrumento da Sciencia
CONDiÇÕES DA SCIENCIA
§ 1. o UNIDADE DA SCIENOrA.
§ 3. o HAl~MONIA DA SCIENCIA
Condi~ões instrumentaes
DIVISÃO DA SCIENCIA
§ 2.° NATUREZA.
§ 4. 0 UNIVEHSO E DEUS
III
Divisão da sciencia acommodada ás origens
do conhecimento
§ 4. 0 CONHECUIENTO INDETERMINADO.
NOÇAO DE PHILOSOPHIA
HISTÓRIA. PHILOSOPHIA.
PHILOSOPHJA DA HISTÓRIA.
30 CAPíTULO IV.
De:8.~ição da Philosophia
II
História
li
Philosophia da História
CONDiÇÕES DA PHILOSOPHIA
DIVISÃO DA PHILOSOPHIA
PARTE A rALYTICA
TI
Divisão da philosophia accommodada ao seu
objecto
.'
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i .
PSYCHOLOGIA
NOÇOES PRELIMINARES
CAPíTULO r.
o Homem
Espirito e corpo-Suas differen~as e rela~ões
§.1.
Noçãó e divisão da an'fhropo1ogia.
§ 2.
Um:dade da natureza humana.
§ 3.
§ 5.
União ao espirito e ao corpo.
§ 6.
Them'ias sob1'e a união- da alma e de corpo.
§ 7.
J~tizo crítico.
§ 8.
Condições ela união da alma e do corpo.
A Alma
§ 1.
Posição ao homem no unive1·so.
§ 2.
Gomo o espi?"ito se conhece, e conhece o corpo a que está 2tnido.
r
O espirito está em relação intima comsigo : tem cons-
ciencia e sentO ento dos actos proprios, sem interme-
diario algum; sabe o que é, e o que faz sem interro-
gar pessoas, nem livros; ,'ive .em si, comsigo, para
si; é ao mesmo tempo subjeito e objecto do seu pro-
pTÍo pensamento.- A psychologia não lhe deve ensi-
nar cousa alguma original, mas somente lhe indicar
o que eUe pode descobrir, conversando comsigo mesmo.
Oada qual é o instituidor de si proprio, quando estão
em questão phenomenos de consciencia, como cada um
é juiz proprio nos actos da vida moral. A relação do
espirito comsigo mesmo chama-se senso íntimo.
Ja sabemos que o espirito está em relação intima ou
directa com certa parte do nosso corpo, com o systema
nervoso cel'ebl'o-espinhal, emquanto os nervos da vida
animal são modificados pela acção de um objecto. Per-
cebemo. as nossas sensações, como percebemos os nos-
sos pensamentos e sentimentos, immediatamente. Nin-
guem poderá nos instruir a respeito dos phenomcnos
94 OAPíTULO II.
§ 4.
Gorno a alma conhece o rJ1I1tmclo espi1it~'al.
§ 5.
Como a alma conhece a Deus.
§ 6.
Divisão da psychologia. Psychologia expe1·imcntal.
(1). Introducção.
PSYCHOLOGIA. 99
§ 7.
Psycholog·ia mcional.
ESSENCIA DA ALMA
14
CAPÍTULO r.
Senso Íntimo.
§ 1.
Noçcio de senso 'íllfi1ilO.
§ 2.
Seres que possuem senso 'íntimo completo.
§ 3.
Combinações elo senso íntimo.
§ 4.
§ 5.
§ 1.
§ 2.
Do facto lJri1nitivo ela consciencia.
§ 1..
Noção e dete1'minação das propriedades fundamel'ltaes da alma.
§ 2.
Essencia ela Alma: unidac7c, identidade, simplicidade.
§ 4.
Res~tltado elo eslttdo das jJ?'op?'iedacles ela ctlma.
VIDA DA ALMA
CAPÍTULO I.
§ 1.
Face eter'na e tempo1'al da alma.
§ 7.
Equ.ilibrio das far:uldades. - 01'ganização ela alma.
§ 12.
Delitino da alma.
'l'heoria do pensamento.
§ 1.
Noção ele conhecimento. Estados intellectztaes.
§ 3.
Orga1Vif'Jaçã~ ao pensamento} como faculdade de conhecer.
§ 4.
Imctginação.
§ 5.
Razão.
§ 7.
TheMia aas funcções do entendimento:
attenç.ão, percepção, aete'rminação.
§ S.
Linguag'em
§ 1.
S1'gnaes.
§ 2.
Dos gestos e elos sons.
§. 3.
Da palav1'a.
(1) Essais etc. essai VI, eh. V. 01weaux méla.nges, Faits et pen-
sées, etc.
222 CAPíTULO III.
§ 4.
Da escriptu?'a.
PSYOHOLOGIA. 225
similhantes argumentos não provam, c0lI!-promettem as
questões.
O alphabeto fora precedido de muitos modos de es-
criptura, como as linguas abstractas foram pelas linguas
pooticas, e estas pelos sons naturaes e imitativ.os das
cousas. Dos signaes abstractos, mas commodos, que
formam o que se chama escriptura ideog?'aphica, chega-se,
gradualmente, á es.criptura phonetica, que representa
os difforentes sons da voz 'ou os elementos da lingua
falada. A escriptw:a phonetica é syrtabica e alphabe-
tica, isto é, os signaes representam syllabas, como a
oscriptura japoneíla, ou sons inteiramente elementares,
simples letiras, como a m,aior parte das línguas co-
nhecidas.
Assim, tanto na palavra, como na escriptw'a, tudo
oxplica-se pela história, sem necessidade de rocorrer-se
ao sobrenatural. A linguagem, faliada ou escripta, ex-
prime a vida da alma; transforma-se, desenvolve-se,
romonta do concreto ao abstracto, do sensivel ao não
sensivel. Seu désenvolvimento é paralielo ao espn:ito
humano.
§ 5.
Origem da linguagem.
\
226 CAPíTULO III.
Theol'ia do sentimento
§ 1.
Noçâo de sentimento.
§ 3.
F'ttncções e opem,l}ões elo sent'imento.
§ 1.
Noção da vontade.
§ 2.
Estados e actividade dn vontade.
§ 4.
Div'isáo ela vontade.
Fatalismo.
§ 7.
COMBINAÇÕES DA ALMA'
34
CAPÍTULO I.
§ 1.
Oombinações das faculdades.
§ 2.
Oombinações binatias.
§ 1.
Dive1'sidade das determinações da alma.
§ 3.
Chamctel'es.
Temperamentos.
§ 5.
Aptidões on disposições natumes.
Individualidade da alma
§ 1.
Ind'ividualidacle e personaZidade.
FIM DA PSYCHOLOGIA.
LOGICA
PRIMEIRA PARTE.
Theoria do Conhecimento
LOGICA
NOÇOES PRELIMINARES
9 1.
NoÇão de Lor;icct
§ 2.
Relações da Logica.
§ 3.
Utilidade da Logica.
§ 4.
Divisão da Logica.
CAPÍTULO L
§ 1.
§ 2.
Pet'manencia do conhecimento.
39
CAPÍTULO II.
Objecto do conhecimento
§ 1.
§ 2.
Essentia, essenCla;
Quantitas, quantidade;
Qualitas, quaijdacle;
Relatio, relaçã9;
Ubi, espaço;
Quando, tempo;
Situs, situação;
Habitus, modo de ser;
Adio, acção;
Passio, paixão.
3. RELAQÃO. 4. MODALIDADE.
1. QUANTIDADE. 2. QUALIDADE.
Unidade, Affu'mação,
Pluralidade, Negação,
Totalidade. Limitação.
3. RELAQÃO. 4. MODALIDADE.
§ 1.
§ 2.
Oonc7ições sMbject-ivas elo conhecimento.
§ 3.
Condições object'ivas do conhecimenJo.
§ 4.
Intuição sensivel. I-ntuição intellectual
Orig'ens do conhecimento
CAPÍTULO L
Oonhecimento sensivel
Esthotica logica.
§ 1.
Objecto d<J conhec:immúo sensiveZ.
§ 3.
§ 4.
Terceira condição: a reflexão.
§ 5.
Qua1·ta condição: ..A 1'azão.
Conhecimento abstracto
AnalyticlL logiclL.
'§ 1.
§ 2.
Conhecimento racional
Dialectica [agiaa.
§ 1.
Objecto elo conhecimento racional.
Leis do conhecimento.
As leis do conhecimento, bem que muito controver-
tidas pelos systemas, merecem severo exame, pela luz
que espalham na theoria do conheoimento. Elias exis-
tem, apezar das pretensões do sensualismo e do positi-
vismo, que querem encerrar a sciencia nos limites dos
phenomenos. Examinemos, pois, quaes são os elemen-
tos a priori elo conhecimento humano.
CAPÍTULO I.
§ 1.
Leis natu?'aes, leis hztmanas.
§ 2.
Leis elo conhecimento.
§ 1.
Leis dct vida 1:ntellect2tal.
§ 1.
Uso e utilidade das categorias.
§ 2.
Lei do Se'I'.
§ 3.
Lei da these.
Lei da antitllese.
§ 5.
Lei da synthese.
Leg'itiIuidade do conhecimento
Examinemos agora a legitimidade do conhecimento.
Attinge o conhecimento o seu objecto tem o pensa-
mento valor objectivo? E, como se vê a questão da
verdade e da certeza ou a questão da sclencia. De um
lado, o dogmatismo a:ffirma que o espirito humano é
capaz de verdade e de certeza, sob condições que a
sciencia tem de determinar; de outro lado o scepti-
cismo o condemna ao erro e á dúvida.
a poncto preciso do debate, affastados os vãos cla-
mores contra a fraqueza do espirito humano, é este:
Um conhecimento legítimo é um conhecimento verda-
deiro e certo, um conhecimento scientífico. Pergtmtar
si os conhecimentos humanos são legitimos, é, pois.,
perguntar si o homem sabe que as cousas são em si
mesmas, taes como elle as conhece. Si procedermo
com methodo~ não ha dúvida, que as podemos conhecer.
a methodo philosophico compõe-se de anályse e de
synthese. Pela nnályse, verificamos como as cousas nos
apparecem, ou nos são dadas na intuição; pela syn-
these, verificamos como ellas devem ser, em virtude
de seu principio. Si a' cousas no apparecem na
observação tae como deyem ser, para a razão, a questão
da certeza fica decidida. A yerdade é garantida contra
a dúvida pela independencia recíproca elos' dous pro-
cessos, da intuição e da deelucção, que servem ao co-
nhecimento, e que verificam-se mutuamente. .A. amí-
lyse vê, observa, contempla o objeoto; a synthese el -
422 LOGIOA.
CAPÍTULO L
ConheciJV.ento immanente
§ 1.
o pensamento EU é o ponelo de partida da· sciencia.
Conhecimento transcendente
§ 1.
Passagem do conhecimento immanente pam o transcendente.
§ 2.
Deus é o princípio da sciencia.
(1) Leibnitz. Nouv. Essais sur l'entend. humain. liv. IV. eh. xvm
et XIX.
· LIVRO QUARTO, OAPíTULO II. 437
§ 4.
Solução da questão da existencia de Deus pelo 17rocesso
dJialectico de Krause.