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- Filosofia (Marlito e Leo) -

Unidade 6 - Capítulo 2 – A metafísica de Aristóteles – Convite à


Filosofia (Marilena Chaui)
Lia Kilsztajn, Nº23 – 1B

1. Quais as diferenças entre o pensamento de Aristóteles e os seus


predecessores ?
2. Como Aristóteles explica o movimento?

1. Uma das principais diferenças entre o pensamento de Aristóteles e de seus


predecessores (Parmênides e Platão), é que para Platão e Parmênides o mundo
sensível não é um mundo “confiável” nem verdadeiro, pode ser enganoso e, portanto,
é ilusório. Já para Aristóteles este é um mundo real e verdadeiro, tendo como essência
a multiplicidade dos seres, variedade destes e não apenas um único Ser universal, e a
constante mudança, um mundo que está sempre mudando e nunca parado. Assim
diferente do que pensava Platão, de que esta variedade de seres do mundo sensível é
ilusória e falsa e que é apenas uma “cópia imperfeita” do único e verdadeiro Ser,
Aristóteles diz que estes existem, e existem na mudança, e isso não os deixa menos
reais e verdadeiros. Outra grande diferença é que para Aristóteles não existe essa
separação entre o mundo Inteligível e o mundo Sensível, não são dois mundos
separados, como pensava seus predecessores. Desta forma, Aristóteles diz que a
essência verdadeira dos seres e das coisas não estão separadas destes, ou seja, não
estão no mundo inteligível e sim no mundo em que vivemos. A essência está nas
próprias coisas e nos próprios seres, que sem ela não seriam quem são. Assim a
metafisica ou Filosofia Primeira tem como objetivo conhecê-las, isso através das
sensações até chegar ao intelecto, sendo conhecidas pelo pensamento. Então
podemos dizer que Aristóteles coloca o mundo das ideias (inteligível) dentro do mundo
sensível, procurando conhecer a essência das coisas nas próprias coisas e não fora
destas. A última principal diferença é que para Aristóteles há diversas variedades de
seres, justamente por terem essências diferentes. Já para Parmênides só havia um
único Ser, que não muda e é verdadeiro. Para Platão os seres do mundo sensível são
ilusórios e imitações imperfeitas do ser real do mundo inteligível. Os três, para
diferenciar os seres utilizam o conceito de mudança, porém Platão e Parmênides
usam a presença de mudança ou a falta desta para diferenciar o que é verdadeiro do
que é ilusão, em quando Aristóteles tem outra função e significado para o conceito de
mudança.

2. Aristóteles usa o movimento para diferenciar os tipos de seres. Para Aristóteles o


movimento é qualquer mudança que um ser sofra ou realize, assim classifica- se em :
movimentos quantitativos e qualitativos; movimentos de locomoção, de mudança de
lugar; movimentos de alteração dos seres que saem da posição de passivos para se
tornarem ativos e movimentos de vir a ser e de deixar de ser, o nascimento e a morte.
Para se referir ao movimento utilizasse o termo devir. Aristóteles vê o movimento
como parte da essência de certos tipos de seres, diferente do que pensava Platão e
Parmênides, estes diziam que o movimento (que é característica do mundo sensível)
não podia fazer parte da essência de seres e que este estava ligado a coisas irreais e
ilusórias, já que não seriam perfeitos e verdadeiros. Assim Aristóteles passa a
classificar os diferentes tipos de seres, com suas diferentes essências, por estarem ou
não em movimento. Ele então denomina 4 essências de seres diferentes , e estes são:
A essência dos seres físicos e naturais (como animais e humanos) que são e estão
em movimento, em constante mudança, existem no devir, pois nascem, vivem,
mudam com o tempo e morrem; A essência dos seres matemáticos que são seres
imóveis e que não existem em si mesmos, existem como forma das coisas naturais,
também existem na abstração, no pensamento onde se tem a essência destes; Seres
de essência imutável, que são os chamados astros, que concluem um movimento
circular perfeito e eterno, onde não há começo nem fim; e por último a essência do ser
divino, que não muda, não se movimenta, um ser eterno e perfeito, idêntico a si
mesmo, um ser imaterial e superior a todos e a tudo, que apenas existe em nosso
intelecto. Aristóteles também diz que os seres e coisas se transformam para encontrar
sua essência perfeita, completa e imutável, semelhante a essência do ser divino
(Primeiro Motor Imóvel do mundo), assim ele diz que os seres mudam para um dia
deixarem de mudar, porém isso não acontece, pois nunca irão ser imóveis. Além disso
para explicar o movimento natural dos seres físicos Aristóteles usa o conceito de
potência e matéria e ato e forma. Sendo a potência uma capacidade interna que um
ser ou matéria pode vir a ser, mas que não necessariamente irá existir, essa só vem a
existir com atuação de causas externas que realizem esta potência, sendo atualizada
por alguma causa. E o ato é justamente esta atualização que ocorre numa matéria,
aquilo que atualiza a potência que está contida em uma matéria, recebendo uma nova
forma. Assim o movimento de seres físicos, o devir, é justamente o movimento em que
a potência por causas externas se atualiza, vindo a existir de forma física.

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