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Marlito, Filosofia
QUESTÕES:
4 – O que significa afirmar que a razão e o pensamento operam obedecendo a leis, princípios e
regras universais?
3. A noção de conhecimento verdadeiro trazida pela filosofia nascente é aquilo que a razão
procura, por meio de questões e dúvidas e, assim, debates e discussões, criando provas e
então um conhecimento verdadeiro, que busca a verdade e que é compreendido de forma
racional por todos e não apenas as divindades (como se pensava antes da filosofia grega).
Busca-se a verdade daquele momento baseado no conhecimento do mesmo, mas que está em
constante mudança. A partir do desenvolvimento do conhecimento, outras verdades podem
ser descobertas. Em cada momento histórico, o conhecimento verdadeiro busca encontrar as
leis e os princípios universais e necessários do objeto conhecido. O conhecimento verdadeiro
não é algo imposto a outros e sim demostrado por meio das provas. Também o conhecimento
só é verdadeiro se é explicado de forma racional o que é conhecido, explicando como é, e por
que é.
4. Todo ser humano é dotado de razão. Por isso, sendo o conhecimento de todos, é preciso
que a razão e o pensamento operem obedecendo a leis, princípios e regras universais, e que
seja possível demostrar, por meio de provas, tal conhecimento. Estabelece-se essas leis para
que haja comunicação e coerência entre os conhecimentos, que desta forma possam ser
discutidos e comprovados. As regras universais são essenciais, significam que são validas para
todos e que são as mesmas em toda parte e em todos os tempos. Com estas leis somos
capazes de distinguir o verdadeiro e o falso, se algo faz sentido (tem lógica) ou não. Desta
forma somos capazes de conhecer a realidade, o conhecimento verdadeiro.
5. O acaso na natureza é algo que ocorre acidentalmente, como diz a própria palavra “não
caso”, casual, sem “planejamento”. Não é algo necessário, isto é, poderia ser diferente do que
é, poderia ser de outra forma, é maleável. Porém, o acaso é o encontro acidental de dois
acontecimentos necessários. Não é controlado e nem previsível, simplesmente ocorre, como é
citado no texto um exemplo: se quando uma pedra é lançada um ser humano passa e
acidentalmente é atingido pela pedra, isto aconteceu por acaso. O ato da pedra cair é
necessário e do homem andar também, mas a pedra atingir o homem não seria necessário, é
um acidente. O acaso é algo da natureza e o homem não pode impedir que aconteça. Já o
possível é de manejo e escolha do homem. Esta escolha do ser racional dotado de vontade e
de liberdade (ser humano) é que determina se ele vai fazer tal coisa ou não. O possível é o que
age além do necessário, o ato de um ser humano andar é necessário, mas a escolha para onde
andar é o possível, depende de uma escolha voluntaria e livre. O possível está no poder dos
homens, diferentemente do acaso.
6. O necessário é aquilo que não pode ser de outra forma, sendo assim o homem não tem
poder sobre, acontece independente de nossa vontade. O contingente é o que pode ou não
pode ser, ou seja, é móvel. Desta forma há o contingente de acontecimentos que podem ou
não acontecer na natureza, que é chamado de acaso, algo acidental, que assim como o
necessário, também não está em nosso poder escolher. Já o contingente entre humanos (que
pode ou não acontecer entre os homens) é chamado de possível e, este sim, é de total poder
de escolha do homem.
8. As principais diferenças entre filosofia e mito são que o mito tem como narrativa mostrar as
coisas que tinham e como era no passado, mas não um passado próximo e sim um passado
muito distante, sem memorias e fabuloso, antes das coisas serem como são no presente. Em
principal os mitos e “histórias” passadas buscam trazer ensinamentos e explicações
(inquestionáveis) aos homens do presente. Já a filosofia não estuda ou narra o passado para
entender o presente, mas ao contrário do mito, ela procura conhecer e explicar as razões pelas
quais as coisas são como são vendo o tempo como algo eterno, uma totalidade (passado,
presente e futuro), buscam compreender como as coisas eram, são e vão ser, conhecendo e
estabelecendo as leis naturais e universais que servirão para o passado, presente e o futuro.
Além disso os mitos procuram explicar a origem das coisas e do mundo por meio de uma
genealogia, guerras ou alianças entre esses deuses, que são forças divinas, supernaturais e
caracterizadas, carregam personalidades. Já a filosofia ao contrário explica as origens naturais
das coisas e do mundo, que se originam a partir de elementos anteriores como, água, fogo, ar
e terra, os 4 elementos, isso por causas naturais e “impessoais”, no sentido de gerais e sem
personalidades. Enquanto o mito narra a origem de seres pelo casamento de deuses, a filosofia
explica a surgimento destes pelos “movimentos de ações de composições, junção e separação
destes 4 elementos”. Outra grande diferença é que para o mito não havia problema a grande
presença de contradições e coisas magicas não compreensíveis, inclusive era de grande
caracteriza dos mitos esta presença, além do que por ser algo de origem divina não se
duvidava de quem contava (o narrador tinha autoridade religiosa). Porém a filosofia não
admite este tipo de coisa, tudo há de ser comprovado, explicado e coerente e é exigido que
siga uma lógica racional. O domínio da explicação não é do filosofo e sim da razão, e sendo
todo o homem um ser racional, portanto este domínio é o mesmo para todos.
10. A invenção da política foi decisiva para o nascimento da filosofia. Com ela trouxe a ideia de
lei, onde a sociedade, a coletividade humana, por meio de uma organização e estabelecendo
regras e um aspecto legislado passa a decidir por conta própria o que é melhor para eles. E
desta forma que a filosofia buscou entender e conhecer o surgimento do mundo de forma
racional por essas leis e ordens. Também trouxe o surgimento do espaço público, onde o
discurso dos homens muda, ao invés de ser narrado pelos mitos por alguém escolhido aos
deuses (poeta-vidente) para propagar as decisões feitas pelos próprios deuses, que não
deviam ser contestadas, passaram, com o surgimento da cidade, polis (cidade política) instituir
a ideia de cidadão, onde cada um tem direito de fala, de discurso político. Onde as coisas são
discutidas e argumentadas por meio de provas resultando em decisões racionais que são
compreendidas por todos. A política estimulando o e valorizando o ser humano, o
pensamento, o debate, o conhecimento racional, e entre outros, estimula e influencia na
origem da filosofia que tem como base a ideai da razão e do conhecimento verdadeiro. E o
estímulo ao pensamento, com a ideia de passar conhecimento a todos através de ensinos
transmissões e discussões públicas, partindo da ideia de que todos podem compreender e
discutir um pensamento, trazendo novamente abertura para a filosofia e a ideia de que todo
homem tem capacidade do conhecimento, já que todo ser humano é um ser racional.