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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


CURSO DE FILOSOFIA
DISCIPLINA: ÉTICA I
PROF.: ANGELO VITORIO CENCI
ACADÊMICO: LUCAS CASTRO QUOOS

Síntese sobre livro VI da Ética a Nicômacos (p.113-119)

O homem deve escolher o meio termo e este é sempre conforme a reta razão.
Neste livro, Aristóteles fala acerca do que é a reta razão. Quando escolhemos adotar o meio
termo, temos de certa forma um objetivo em foco. A escolha é deliberada, ou seja, racional.
Mas como o ser humano é composto pelo logos, a parte da alma que diz respeito à
racionalidade, sendo a outra a irracional (desejo) é preciso que ambas estejam em acordo para
que haja um desejo deliberado, ou seja, uma acordo entre logos e o querer.

A homem moralmente virtuoso é aquele que tem a disposição para a escolha.


Ela, por sua vez, composta por um desejo deliberativo que mira um fim e a razão, que é a
ferramenta que ajuda a calcular e escolher por qual caminho seguir para alcançar este fim. O
objeto da virtude intelectual é a combinação de desejo e intelecto que resultam numa escolha.

Porém, existem duas racionalidades: uma que contemplar as coisas cujos


princípios são invariáveis e outra que nos permite contemplar as coisas passíveis da variação. A
primeira é sobre a capacidade de adquirir e demonstrar conhecimento científico, que é
imutável e que não é sujeito a variações, que pode ser demonstrado e cujo homem que possui
tais conhecimentos tem uma convicção do ponto de partida e da conclusão de seus
conhecimentos.

Já a arte está relacionada com a criação e não com a ação. A capacidade


racional ligada ao agir não é a mesma ligada ao fazer. À esta última existe uma capacidade de
raciocínio que envolve um método e traz coisas ao mundo.

Quanto ao discernimento, ele não é conhecimento científico porque se refere


às ações que, por sua vez, admitem variações. E nem arte, porque o agir não é a mesma coisa
que o fazer.
A capacidade de atuar com os meios é a Phrónesis. Aquele que é dotado da
capacidade de discernimento e sabe ver o que é bom para si e os outros é o phrónimos. Ele
opera através da deliberação do que diz respeito à escolha dos meios possíveis para alcançar
um fim. Sendo estes meios seus objetos, a phrónesis busca refletir sobre realidades que
podem ser diferentes do que são, por isso ela demanda sensibilidade ao contexto e
experiência de vida pois, por ser uma sabedoria de ordem prática (segundo Aristóteles (EN VI
2, 1139b/p.114) o “pensamento por si mesmo, todavia, não move coisa alguma, mas somente
o pensamento que se dirige a um fim e é prático”), ela precisa de conhecimentos de casos
individuais além de conhecimento universal para aplicar a cada caso particular.

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