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Revisão Filosofia UEM – 2014

1. MITO E FILOSOFIA  Mundo Inteligível – Mundo constituído por idéias


eternas, onde algo é imutável e igual a si mesmo
1.1 UTILIDADE DA FILOSOFIA.  Mundo Sensível - são realidades dependentes, mutáveis
 É movido pelo desejo de observar, contemplar, julgar e e são imagens das realidades inteligíveis
avaliar as coisas, as ações, a vida: pelo desejo de saber.
1.6 ARISTÓTELES: METAFÍSICA E CAUSALIDADE.
1.2 DO MITO AO SABER FILOSÓFICO.
 Mito: Nasce do desejo de entender o mundo Aristóteles definia as coisas em termos das finalidades
para afugentar o medo e a insegurança. É um relato de que elas tinham. Assim, não existe algo como a árvore
algo fabuloso que se supõe ter acontecido num passado ideal, distinta daquelas que crescem à nossa volta. As
remoto e quase sempre impreciso. coisas ou "substâncias" consistem não só em matéria
 Filosofia: Tendência à racionalidade; Tendência física bruta, mas também na forma que assumem. O que
a oferecer respostas conclusivas para os problemas; torna uma planta ou animal o que ele é não é a matéria
Exigência de que o pensamento apresente suas regras de de que é composto, mas o modo como esta se organiza.
funcionamento; Recusa de Explicações preestabelecidas; Diferentes árvores são a mesma coisa não por se
assemelharem a ideia de árvore como pensava Platão,
1.3 SÓCRATES E OS SOFISTAS. mas por possuírem uma estrutura comum.
 Sócrates não nos deixou nenhum texto. Assim sendo, o
que nos é transmitido sobre sua atividade filosófica Aristóteles deu quatro definições para Metafísica: 01. A
provém de informações de terceiros, tais como ciência que indaga causas e princípios; 02. A ciência que
Xenofonte, Platão, Aristófanes e Aristóteles. As indaga o ser enquanto ser; 03. A ciência que investiga a
informações desses autores não apenas são diferentes, substância; 04. A ciência que investiga a substância
mas também, numerosas vezes, contraditórias. supra-sensível.
Prevalece, na cultura filosófica ocidental, o Sócrates que
nos é legado por Platão. 2. TEORIA DO CONHECIMENTO
 “No início do séc. V a.C. o termo "Sofista" passa a ser
utilizado com o sentido de "homem sábio". É atribuído a No SENSO comum não é necessário que haja um
poetas, como Homero e Hesíodo, a músicos e rapsodos, parecer científico para que se comprove o que é dito, é
a deuses e mestres, aos Sete Sábios, aos filósofos pré- um saber informal que se origina de opiniões de um
socráticos e a figuras com poderes superiores, como determinado indivíduo ou grupo que é avaliado
Prometeu. Pelo final do século, o termo "sofista" era conforme o efeito que produz nas pessoas
aplicado a quem escrevia ou ensinava e que era visto
como tendo uma especial capacidade ou conhecimento a A terceira filosofia helenistica importante, depois do
transmitir. A sophia era fundamentalmente prática e estoicismo e do epicurismo, é o CETICISMO. Os
sobretudo direccionada para a política ou para a arte.” céticos acreditavam que não podemos conhecer a
verdade. Tudo o que temos são idéias que podem ou não
1.4 A FILOSOFIA HELENISTA. ser verdadeiras.
 O Helenismo foi marcado pelo rompimento de
fronteiras entre países e culturas. Quanto à religião O RACIONALISMO é a doutrina que afirma que tudo
houve uma espécie de sincretismo; na ciência, a mistura existente em nosso redor tem uma causa inteligível,
de diferentes experiências culturais; e a filosofia dos pré- mesmo que não possa ser demonstrado de fato como a
socráticos e de Sócrates, Platão e Aristóteles serviu origem do universo. Privilegia a razão como via de
como fonte de inspiração para diferentes correntes acesso ao conhecimento em detrimento da experiência
filosóficas as quais veremos algumas agora. do mundo sensível. Considera a dedução como método
superior de investigação filosófica tendo como a única
1.5 PLATÃO: MUNDO SENSÍVEL / MUNDO INTELIGÍVEL. autoridade: a razão.
 Mundo das Ideias
 Mito da Caverna: O Mito da Caverna, ou Alegoria da EMPIRISMO é uma doutrina filosófica que defende a
Caverna, foi escrito pelo filósofo Platão e está contido idéia de que somente as experiências são capazes de
em “A República”, no livro VII. Na alegoria narra-se o gerar idéias e conhecimentos.
diálogo de Sócrates com Glauco e Adimato. Com essa
alegoria, Platão divide o mundo em duas realidades: a O CRITICISMO é o estudo metódico prévio do ato de
sensível, que se percebe pelos sentidos, e a inteligível (o conhecer e dos modos de conhecimento, ou seja, uma
mundo das ideias). O primeiro é o mundo da disposição metódica do espírito no sentido de situar,
imperfeição e o segundo encontraria toda a verdade preliminarmente o problema do conhecimento em
possível para o homem. função da relação sujeito-objeto, indagando as suas
 O mundo que captamos pelos sentidos é apenas um condições e pressupostos.
reflexo imperfeito daquelas estruturas;
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3. Lógica e pensamento
O conteúdo dessa filosofia consiste em transformar a
Lógica é uma parte da filosofia que estuda o realidade numa subjetividade banal; em negar as leis
fundamento, a estrutura e as expressões humanas do objetivas que dirigem a atividade dos homens; em negar
conhecimento. A Lógica ao mesmo tempo em que define toda a moral comum; em negar o papel da consciência e
as leis ideais do pensamento, estabelece as regras do dos sentimentos como motivos que incitam os homens a
pensamento correto, cujo conjunto constitui uma arte de adotar determinada linha de conduta.
pensar. E como o raciocínio é a operação intelectual que
implica todas as outras operações do espírito, define-se 5. Filosofia política
muitas vezes a lógica como a ciência do raciocínio
correto. A filosofia política tem sido praticada por quanto tempo
os seres humanos não têm considerado os acordos
4. Ética coletivos como imutáveis e parte da ordem natural, mas
como potencialmente abertos à mudança e, portanto,
Ética e moral. como estando na necessidade de justificação filosófica.

Ética: A ética ou filosofia moral é a parte da filosofia Os principais teóricos contratualistas: os ingleses
que se ocupa com a reflexão a respeito das noções e Thomas Hobbes e John Locke e o francês Jean-Jacques
princípios que fundamentam a vida moral. Rousseau.

Moral: é sistema regulador da vida coletiva por meio de Hobbes indica que o estado de natureza se apresenta
mores, isto é, dos costumes e dos valores de uma como um estado em que todos os homens desejam
sociedade, numa época determinada exercer todos os seus direitos, quando isso ocorre é
estabelecida uma guerra de todos contra todos. Já
A moralidade em Kant: o imperativo categórico. quando os homens se unem e concedem a um próximo a
condição de soberano, firmando assim um contrato
Na moral, o ponto de partida de Kant é o de que o único social, tal estado é controlado.
bem irrestrito é uma vontade boa. Talento, caráter,
autodomínio e fortuna podem ser usados para alcançar John Locke publica em sua obra principal, “Dois
maus fins; até mesmo a felicidade pode corromper. O Tratados sobre o Governo”, o estado de natureza se
que constitui o bem de uma vontade boa não é o que esta define por ser um estado onde a liberdade é extrema,
alcança; a vontade boa é um bem em si e por si. porém há uma lei natural que aplica a cada cidadão um
dever para cada direito que o mesmo deseja exercer.
O imperativo categórico em Kant é uma forma a priori, Para Locke o contrato social se firma a partir de duas
pura, independente do útil ou prejudicial. É uma escolha características: a confiança e o consentimento. Cabe ao
voluntária racional, por finalidade e não causalidade. governante garantir aos seus subordinados seus direitos
Superam-se os interesses e impõe-se o ser moral, o individuais.
dever. O dever é o princípio supremo de toda a
moralidade (moral deontológica). Dessa forma uma ação Rousseau que nos deixou duas obras: “Discurso sobre a
é certa quando realizada por um sentimento de dever. A origem da desigualdade entre os homens” e “O Contrato
razão é a condição a priori da vontade, por isso social”, baseados em pontos completamente teóricos,
independe da experiência. como os princípios onde os homens podiam se organizar
em um pequeno Estado poderoso e próspero e viver suas
O utilitarismo baseia-se na compreensão empírica de vidas pastorais tranquilamente, o que consiste para o
que os homens regulam suas ações de acordo com o autor o estado de natureza do ser humano.
prazer e a dor, perpetuamente tentando alcançar o
primeiro e escapar à segunda. Deste modo, uma moral Socialismo / liberalismo.
que possa abarcar efetivamente a natureza humana A doutrina socialista tem origem no século XVIII, logo
precisa voltar-se para este fato, conduzindo-o às suas que consolidaram-se os efeitos da revolução industrial
últimas conseqüências. Nesta perspectiva, a utilidade, sobre as sociedades modernas. É uma ideologia que
entendida como capacidade de proporcionar prazer e critica o liberalismo econômico, e vai contra as noções
evitar a dor, deve constituir o primeiro princípio moral, de que o mercado é o princípio organizador da atividade
isto é, seu valor supremo. econômica, devendo portanto ser preservado a todo
custo. Surge principalmente como forma de protesto
O existencialismo é ao mesmo tempo uma corrente contra as desigualdades provocadas pelo intenso
filosófica e uma corrente da estética burguesa moderna; processo de industrialização, e contra as péssimas
sua peculiaridade consiste justamente no fato de condições de vida dos trabalhadores.
encarnar as idéias filosóficas sob uma forma artística.
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Desde suas primeiras formulações, no século 18, o É na primeira delas que Comte formulou a "lei dos três
liberalismo é uma filosofia ou um conjunto de filosofias estados" da evolução humana:
que defendeu a existência de um Estado laico e não-
intervencionista. Laico, porque não está vinculado a  O estado teológico, em que a humanidade vê o
nenhuma crença religiosa, nem admite interferência de mundo e se organiza a partir dos mitos e das crenças
qualquer Igreja nos assuntos políticos. Em contrapartida, religiosas;
esse Estado também não deve interferir nas crenças  O estado metafísico, baseado na descrença em um
pessoais, fazendo prevalecer o ideal de tolerância Deus todo-poderoso, mas também em conhecimentos
religiosa. sem fundamentação científica;
 O estado positivo, marcado pelo triunfo da ciência,
Segundo a síntese de Marilena Chauí: "Uma escola que seria capaz de compreender toda e qualquer
alemã de Filosofia, a Escola de Frankfurt, elaborou manifestação natural e humana.
uma concepção conhecida como Teoria Crítica, na qual
distingue duas formas da razão: a razão instrumental e 7. Fenomenologia
a razão crítica.
Fenomenologia é um termo surgido na filosofia,
Razão instrumental é a razão técnico-científica, que faz fundado por Edmund Husserl. Formado em matemática
das ciências e das técnicas não um meio de liberação dos e lógica, ele trabalhou com conceitos numéricos de
seres humanos, mas um meio de intimidação, medo, acordo com o neokantismo, explicando as regras da
terror e desespero lógica com os princípios do pensamento.

Razão crítica é aquela que analisa e interpreta os limites 8. Estética


e os perigos do pensamento instrumental e afirma que as
mudanças sociais, políticas e culturais só se realizarão Estética é a área da filosofia que estuda racionalmente o
verdadeiramente se tiverem como finalidade a belo - aquilo que desperta a emoção estética por meio da
emancipação do gênero humano e não as ideias de contemplação - e o sentimento que ele suscita nos
controle e domínio técnico-científico sobre a Natureza, a homens.
sociedade e a cultura.
Uma perspectiva fenomenológica, não existe mais a
6. Filosofia da Ciência idéia de um único valor estético (o belo) a partir do qual
julgamos todas as obras de arte. Cada objeto artístico
Sobre CIÊNCIA, MITO E FILOSOFIA; mostrando as estabelece seu próprio tipo de beleza, ou seja, o tipo de
suas diferenças, características próprias e como cada valor pelo qual será julgado. Os objetos artísticos são
uma das funções trabalham juntas proporcionado o belos porque são autênticos segundo seu modo de ser
mesmo objetivo, sendo mencionado uma diferença entre singular, sensível, carregando significados que só podem
o pensamento de filósofos e cientistas: Sartes escreveu ser percebidos por meio da experiência estética.
que a essência vem após a existência. A idéia de
totalidade onde a filosofia abandonou a investigação de A indústria cultural.
um dos elementos que constituíam até então a sua
essência, o que foi o momento de Hegel onde a idéia de “Os homens fazem a História, mas o fazem em
estabilidade foi substituída pela idéia de movimento condições determinadas”, isto é, que não foram
universal. O hegelianismo comete o erro de querer escolhidas por eles. Os homens fazem a História, mas
explicar todas as coisas. As coisas não devem ser não sabem que a fazem” (Karl Marx).
explicadas, mas vividas. Não pode existir sistema da
existência. A verdade objetiva tal como Hegel, é a morte Termo Industria Cultural cunhado pelos filósofos e
da existência. sociólogos alemães Theodor Adorno (1903-1969) e Max
Horkheimer (1895-1973), membros da Escola de
A FILOSOFIA POSITIVA de Auguste Comte nega Frankfurt. O termo aparece na obra Dialética do
que a explicação dos fenômenos naturais, assim como Esclarecimento), de 1947. conceito de Indústria Cultural
sociais, provenha de um só princípio. A visão positiva para definir a conversão da cultura em mercadoria. O
dos fatos abandona a consideração das causas dos conceito não se refere aos veículos (televisão, jornais,
fenômenos (Deus ou natureza) e torna-se pesquisa de rádio...), mas ao uso dessas tecnologias por parte da
suas leis, vistas como relações constantes entre classe dominante. A produção cultural e intelectual
fenômenos observáveis. passa a ser guiada pela possibilidade de consumo
A obra fundamental de Comte é o "Curso de Filosofia mercadológico.
Positiva", livro escrito entre 1830 e 1842, a partir de 60
aulas dadas publicamente pelo filósofo, a partir de 1826.

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