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FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
RESENHA UNIDADE 1 a 5

Na primeira unidade, podemos perceber que os autores buscam situar o leitor


com um entendimento do que vem a ser a filosofia, sua origem, seus precursores e
outros aspectos que vislumbram introduzir ao assunto que posteriormente vai abrir
para os temas mais comumente discutidos na disciplina. Diante do exposto, cabe-
nos ressaltar aqui os pontos mais pertinentes apontados pelos autores.
A filosofia nasce com Tales de Mileto na Grécia Antiga e inicialmente
observava o mundo e procurava dar observações razoáveis a partir do que seus
olhos viam e do empirismo, ou seja o que se observa a partir das experiências do
mundo externo. Porém, com o passar do tempo essas explicações não se
mostravam suficientes de forma que o homem desenvolve uma grande amizade
(philia) pelo sabedoria (sophia) e então nasce a filosofia, segundo registros foi
Pitágoras de Samos (Século V antes de Cristo) quem criou a palavra.
Russel(1997) cita no texto que a filosofia nasce a partir do respeito, da
admiração e da procura pelo conhecimento. Para ele é o desejo de atingir o
conhecimento real que traduz, cria a filosofia e que o mesmo só é possível após
vencermos três defeitos: o convencido, o incerto e o contraditório.
Outro aspecto relevante diz respeito aos modos como a filosofia se apresenta,
podendo ser: conteúdos ou temas tratados, função que exerce na cultura, ou a
forma como trata tais temas. O texto segue qualificando cada perspectiva desses
modos, seja pela atualidade que carregam, pela importância ou pelo cunho reflexivo
que está embuído em cada um deles e que pode se configurar como um avanço na
evolução humana enquanto sociedade.
Há nesta unidade um desfile de filósofos os quais são apontados pela
relevância que deram a cada tema discutido a luz da filosofia; Platão, Rene
Descartes, Thomas Hobbes, Kant,Johannes Hessen, Fiódor Dostoiévski, dentre
outros. Aqui não cabe-nos dizer quem estava com o pensamento mais correto ou
coerente, porque a filosofia apregoa justamente isso a não existência de uma
verdade absoluta e a abertura do campo do desconhecido, a partir do qual inúmeras
possibilidades se descortinam.
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Dentro dessas possibilidades, se discute vida, morte, a existência do homem,


da alma, de Deus, da beleza, da virtude, da moral e da ética e de outros temas dos
quais não aceitáveis mais a chamada opinião, houve então essa separação, a
opinião captada pelos órgãos sensoriais e do outro lado as ideias, onde a opinião é
refutada pela filosofia e tida como mentirosa e as ideias é aceita como verdade uma
vez que se baseia no chamado pensamento puro.
A segunda unidade, busca colocar a filosofia dentro de uma linha do tempo e
para tanto a divide entre: Antiga (do séc. VI a.C. ao séc. III d.C), baseada a partir de
Tales de Mileto e dos pensamentos de Sócrates e Platão, a filosofia Medieval (sécs.
III-XV), estudada por um viés religioso a partir das reflexões de Santo Agostinho,
Santo Anselmo (1033-1109), Abelardo (1079-1142), Tomás de Aquino e Guilherme
de Ockham. A filosofia Moderna (sécs. XVI-XVIII), onde empirismo e racionalismo se
encontravam em lados opostos e teve como grandes nomes filósofos como Hobbes,
Locke, Berkeley e Hume. Hobbes, Locke, Hume e Espinosa, assim como Voltaire
(1694-1778) e Jean Jacques Rousseau (1712-78). A filosofia Contemporânea é
aquela que abarca do séc. XIX até os dias de hoje, onde pululam ideias de alguns
filósofos alemães e franceses fundam correntes como o existencialismo, a
fenomenologia e a hermenêutica.
Conhecer as teorias e correntes filosóficas de cada um desses filósofos
proporciona uma visão e leitura de mundo muito mais ampla do que a qual estamos
acostumados é intrigante como em um período de tempo distante do nosso, ideias
antigas se mostrem tão atuais.
A unidade 3 aponta as concepções e os métodos da filosofia, a saber dentre
as concepções temos: metafísica, positivista, crítica, sendo assim a concepção
empírica é descartada, visto que para Kant “o conhecimento filosófico é o
conhecimento racional a partir de conceitos” dessa forma experiências já estariam
dentro do campo da ciência experimental e não da filosofia. Já os métodos temos a
hermeneutica, o método cartesiano, o método fenomenológico e o método socrático.
Cada um desses avalia fenômenos e conceitos de formas diferente, tendo suas
próprias características na análise dos mesmos.
A unidade 4 tratou dos objetos de estudo da filosofia, abordando os grandes
temas que vem sendo “esmiuçados” ao longo da história como a metafísica que
estuda as relações entre mente e matéria, entre o que é real, natural e o
sobrenatural. A espistemologia busca refletir sobre o pensamento e a realidade e
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segundo os autores do trabalho “à epistemologia atual não interessa discutir a


verdade da ciência, conceito que perdeu o sentido, mas a gênese, a formação e a
estruturação de cada ciência e os processos históricos de validação que aí
aparecem”. A ética e a moral, também foram objetos de muito estudo, sobre os quais
muitos filósofos se debruçaram. A ética seria a doutrina dos costumes,ou seja a
prática de virtudes éticas é possível através de bons costumes ou bons hábitos, já a
moral se baseia no comportamento histórico do homem em sociedade; ou, a que
coloca Deus como sua origem ou fonte. A estética e a arte, também são apontados
como um dos métodos de reflexão a partir do entendimento do que é belo e do
impacto dos fenômenos estéticos sobre as emoções.
A lógica e a linguagem, outro método dentro da filosofia, segundo os autores
é o estudo do método ideal de pensamento e pesquisa. Observação e introspecção,
dedução e indução, hipótese e experimento, análise e síntese são as formas da
atividade humana que a lógica tenta compreender e orientar. Quanto à linguagem
esta é a forma como acontece a manifestação do pensamento. O Ceticismo e outros
“ismos”, assim referidos no texto como as posições assumidas ou ideias aceitas
sobre a possibilidade do conhecimento (Cinismo, Dogmatismo, Estoicismo,
Epicurismo, Neoplatonismo, Humanismo, Iluminismo, Espiritualismo, Pragmatismo,
Racionalismo, Subjetivismo, Materialismo, Idealismo, dentre outros). O texto ainda
atribui uma extensão desse conceito ao dizer que “é uma posição filosófica ou
científica que sustenta algo sobre uma ideia, um fato, um sistema, uma política, um
programa, uma circunstância, etc. É uma ideia central a nortear o adepto perante o
mundo ou em face de determinadas coisas. É um método ou conjunto de valores, é
um princípio ou conjunto de princípios explicativos sobre alguma coisa ou algum
fato.”
A retórica e a oratória, métodos de extrema importância dentro do campo
filosófico, consiste na arte do bem falar, de mostrar eloquência diante de um público
para ganhar a sua causa. Esse método se expressa através do poder de
convencimento ou persuasão do locutor ao seu público, através da argumentação.
Não há necessariamente uma preocupação com a verdade, visto que o objetivo aqui
é o convencimento através da palavra. Finalmente temos o último método da
ontologia e cosmologia, ou seja, a Ciência do ser e a Ciência do cosmos. Neste
último, fica explícita a necessidade que tem-se enquanto humanos de se entender e
explicar quem somos, de onde viemos e para onde vamos, que embora muito
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discutido até hoje, ainda permeia grandes discussões, debates e pensamentos ao


longo de nossa história.
A última e quinta unidade procura informar sobre os ramos da filosofia que
podem ser: social e política, educação, mente, religião, analítica, hermenêutica e
maiêutica, todos esses ramos procuram explicações que vão de encontro as
perguntas, aos entraves essenciais a vida humana, como se as explicações dos
mesmos, fossem capazes de liberar um conhecimento maior, que resultaria no
entendimento de tudo, a exemplo disso temos as maldades e violências e mazelas
sociais, de forma que acreditamos que essa busca incansável e inesgotável por um
conhecimento puro e verdadeiro, vislumbre um bem maior que foge a nossa própria
compreensão.
Temos total compreensão de que apenas através de um projeto de autonomia
que fará o indivíduo interrogar, refletir e criar, para a partir de então se construir um
conhecimento único, advindo do compartilhamento de ideias entre cidadãos de uma
determinada sociedade, só assim estará verdadeiramente construindo um saber
democrático. Nesta linha de pensamento, a grande questão é que tanto o
conhecimento escolar quanto o conhecimento pertinente à formação do professor, já
são previamente formulados e acabados, o que não deixando brechas para a
construção do saber significativo a ideia de cidadania.
Neste caso, o grande risco é a aquisição de um saber que pode se tornar
instrumento de submissão e alienação. O aluno recebendo um conhecimento
escolar que acabará sabotando as suas criações e participações na sociedade
enquanto cidadão e o professor agindo como um simples aplicador de um saber que
foi construído por pessoas aparentemente mais especializadas no assunto, para
tanto é preciso que se esteja vigilante quanto a esse tipo de conhecimento que fere
o direito de igualdade, quando aceita a opinião de uns como superior a de outros. De
maneira que é preciso que se observe principalmente, os modelos de transmissão
de conhecimento existente nas escolas e na formação do professor, pois para a
filosofia, o ideal seria que o professor tivesse bem claro em sua mente que a sua
capacidade de autonomia e criação é que o conduzirá a apropriação de sua auto-
formação , fazendo com que ele exija os meios necessários para exercer de forma
digna sua profissão, pois assim, estará mudando a sua realidade e provavelmente a
de seus alunos que passarão a pensar de forma crítica e provavelmente farão a
diferença num futuro próximo.
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REFERÊNCIAS

PROMINAS; Instituto. Filosofia da Educação. Minas Gerais. Editora Prominas,2008.

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