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É de extrema importância que fique bem esclarecido que ao fazer referência da palavra
imagem a primeira coisa que vem em mente são as imagens, porém não se restringe aos
modelos visuais, considera-se também as auditivas, somestésicas, cinestésicas, etc
A evolução nos diz que um dia o homem começou a falar e essa é a grande
diferença entre o humano e os animais. O desenvolvimento de áreas nervosas
e tecidos nervosos do cérebro capazes de preparar o que nós chamamos de
ideia, e a transferência dessas idéias para a forma da palavra oral, é o
momento crucial […] (1985, p. 101).
Vygotsky afirma que, por volta dos dois anos de idade ocorre o encontro entre
o pensamento e a fala, surgindo um novo tipo de organização linguístico-
cognitivo. A partir desse encontro, o pensamento se torna verbal e a linguagem
racional. A criança passa, então, a entender o propósito da fala e ao sentir a
necessidade das palavras, busca apreender os signos, descobrindo a função
simbólica da palavra.
Para ele, a relação entre pensamento e linguagem deve ser visto como um
processo vivo, pois o pensamento surge a partir das palavras. Além disso, essa
relação não é algo já formado e constante, mas nasce ao longo do
desenvolvimento e se modifica.
A fala interior vista dessa forma, não é exatamente uma fala, mas uma
atividade intelectual e afetivo-volativa, que possui formação específica, leis
próprias e que mantêm conexões com outros tipos de atividades de fala.
Caracteriza-se por ser uma fala para si mesmo. Uma fala que se interioriza em
pensamento.
Observe agora, outro enunciado, produzido por uma criança, em uma clínica
veterinária: “Doutor, pode dar uma olhada no meu gato? Ele está doente”. Aqui,
o significado que se pode atribuir a gato é o de animal, pois obviamente,
veterinários não atendem pessoas.
Além disso, é através dessa interação social, promovida pela linguagem que a
criança, de acordo com Vygotsky, constrói sua própria individualidade.
Assegurando que toda experiência é influenciada pela língua que se fala, Sapir
levanta algumas observações interessantes. A afirmação de Sapir avança, com
Whorf (1956), na direção do Determinismo Linguístico, cujo postulado é o de
que a língua pode determinar a cognição, e da Relatividade Linguística, que
afirma ser o determinismo relativo à língua que se fala.
Luria por sua vez, propõe que “a percepção é uma atividade cognitiva bastante
complexa e mediada […], (Carvalho, 2000, p.2), afirmando existir uma relação
muito estreita entre os fenômenos linguísticos e perceptuais, salientando ser a
linguagem mediadora da percepção”.
Complementando sua posição, Luria (1987, p.201) afirma que “as origens do
pensamento abstrato e do comportamento categorial. Em que provocam um
salto do sensorial ao racional, devem ser buscadas nem dentro da consciência
nem dentro do cérebro, mas sim fora, nas formas sociais da experiência
histórica do homem”.