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Por uma pedagogia da variação linguística - Carlos Alberto Faraco

 Segundo Faraco, no livro "Por uma pedagogia na variação linguista", os linguistas trouxeram
contribuições importantes para a construção de uma pedagogia da língua materna, apesar da área
estar contagiada de alguns equívocos. O texto de Aryon Rodrigues, nos auxilia a identificar alguns
desses equívocos que têm resistido durante quatro décadas. Trata-se de equívocos referentes a
compreensão dos fenômenos da variação linguística, e justamente à esses fenômenos que os
falantes apresentam estar mais sensíveis.
 Uma das curiosidades do autor Ayron, é o contraste fundacional entre língua falada e língua
escrita e o reconhecimento da existência de diferentes modalidades de escrita.
 Como sintetiza Britto (2004: 134), "o aspecto mais significativo do desenvolvimento da escrita,
foi a expansão da possibilidade de memória registrada e de formas de organização intelectual mais
sistemáticas e monitoradas." A principal diferença entre o texto escrito e a oralidade é a
possibilidade de novas performances cognitivas, destacando-se certos processos de formalização
de pensamentos. Ainda acrescenta que: quanto maior o letramento, maior será a leitura autônoma,
consequentemente, as oportunidades do sujeito de realizar tarefas que exijam monitoração e
ajustamento constante. Logo, o letramento, além da alfabetização ou o domínio das regras de
escrita, é uma condição de se envolver em variadas práticas sociais da leitura e da escrita.
Jean Piaget
De acordo com Sobrenome (ANO) A teoria do biólogo Jean Piaget sobre a
aquisição da linguagem é centrada na capacidade cognitiva, e tem como objetivo
entender o desenvolvimento natural da criança. Piaget definiu a inteligência como um
processo de adaptação, sendo a ação a maneira de interação do ser humano com o
mundo externo. Este desenvolvimento é contínuo, um processo de assimilação, que o
sujeito vai lentamente sistematizando suas ações num nível de complexidade estrutural
cada vez mais elevado.

Segundo Piaget, há quatro estágios do desenvolvimento cognitivo, enfatizando


características sobre a aquisição da linguagem especialmente nos dois primeiros, são
eles: O primeiro é o estágio sensório-motor, que vai de zero a dois anos, nesse
período, os bebês adquirem a capacidade de administrar seus reflexos básicos
(audição, visão, sucção...), consequentemente, conseguem alcançar progressivamente
um entendimento coerente de percepções sucessivas e movimentos que permitem
gerar ações prazerosas ou vantajosas (bater, agitar, etc.) sem ter necessariamente um
objetivo prévio, lhes permitindo a interação com o mundo. Trata-se de um momento
anterior à linguagem, no qual o bebê desenvolve a percepção de si mesmo em relação
ao mundo exterior no qual está vivendo. O segundo estágio é o pré-operacional, que vai
dos dois anos aos sete anos, e se define através do aparecimento da capacidade de
dominar a linguagem e a interpretação do mundo por meio de símbolos.

As capacidades representativas apresentam sua aparição através da imitação,


que inicia nos primeiros meses de vida. A criança passa por diversas fases de imitação:
inicialmente reproduz gestos do adulto, e progressivamente os movimentos vão
tornando-se atos de inteligência representativa e em jogos simbólicos, acompanhados
de vocalizações ou palavras. De modo geral, a comunicação é um processo evolutivo.
A linguagem no desenvolvimento cognitivo foi discutida por vários teóricos, e dentro
dessas linhas, as propostas consideram uma abordagem racionalista, ou seja, presume
certa capacidade inata 1(a pessoa já nasceu com determinada qualidade). Considera-se
que o interacionismo reconhece a linguagem como forma de representação, porque

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permite ao indivíduo emanar verbalmente acontecimentos, assim, as crianças
constroem a linguagem, sendo considerada um instrumento.

Segundo a teoria Piagetiana, o surgimento da linguagem aparenta relações com


os aspectos cognitivos. Propõe que o desenvolvimento da linguagem depende da
ampliação da intelectualidade, e um dos fatores indispensáveis para execução do
processo é a constância. Esta proposta valoriza o aspecto motor, tendo em vista que o
autor presume a aparição do simbolismo após a passagem pelos estágios do período
Sensório-motor (SOBRENOME, ANO).

Em contraposição, o psicólogo Lev Semenovich Vygotsky realizou estudos em


psicologia, filosofia e literatura, e considera que as funções psicológicas nascem de
atividade cerebral, mas, se aprimoram devido às relações que o indivíduo mantém com
as pessoas de sua cultura ao longo da vida, mediadas por sistemas simbólicos.
Diferentemente de Piaget, relacionou-se especialmente pelas funções psicológicas
superiores2, caracterizadas pelas influências entre o sujeito e o ambiente. Vygotsky
reitera que é no contato com os elementos da cultura de um grupo social determinado
que o bebê, considerado sujeito biológico, transforma-se gradativamente em sujeito
sócio-histórico.

Para Vygotsky, o processo de aquisição da linguagem ocorrem em três fases,


são elas: 1º) A criança entra em comunicação com o ambiente social, processo que
acontece de modo exterior, ao nível interpessoal através da sociabilidade e da
interação social; 2º) A criança entra em contato com ela própria, num nível intrapessoal,
ela passa a se guiar por ligações subjetivas que lhe são dadas na sua percepção; 3º) A
criança utiliza ao sistema de signos e aos instrumentos de cultura e da história,
desenvolvendo as funções mentais superiores. REFERENCIAR
https://1library.org/article/processo-de-aquisi%C3%A7%C3%A3o-linguagem-vygotsky-
constru%C3%A7%C3%A3o-social-inf%C3%A2ncia.zwv4750q. O autor mencionou o
“instrumento” como processo fundamental para aquisição da linguagem, anterior de
mediador, a ideia é como um intermediário entre o trabalhador e o objeto de seu

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Segundo Vygotsky, as funções psicológicas superiores (FPS), tais como a atenção, memória, imaginação,
pensamento e linguagem são organizadas em sistemas funcionais, cuja finalidade é organizar adequadamente a vida
mental de um indivíduo em seu meio.
trabalho, através dos instrumentos que os seres humanos estabelecem medicação
simbólica.

Apesar de percorrer como caminhos independentes, por volta dois anos, a


inteligência prática e a fala englobam-se, estabelecendo o pensamento verbal e a
linguagem racional. À fase que a criança se ocupa da linguagem na interação com o
outro, ela adquire a capacidade de controlar o ambiente, e estruturando seu
comportamento mentalmente. Nesse estágio, a criança passa a apropriar-se dos
signos3, isto é, dos significados atribuídos pelo outro as suas ações indeterminadas
dirigidas aos objetos, para entendê-los é necessário a reconstrução da situação
internamente, passando a significar suas ações, para em seguida, utilizá-las
intencionalmente.

Esse processo de significação irá alcançar o surgimento das palavras disponíveis


na língua falada na comunidade em que vive, no entanto, o sistema de relações e
generalizações dominadas numa palavra sofrerá alterações ao longo do aprimoramento
da língua. Deste modo, uma palavra compreende um significado socialmente
combinado e compartilhado, considerado relativamente estável, por outro ângulo, em
efeito das experiências sócio históricas vividas pelo sujeito, a significação individual da
palavra vai assumindo de acordo com a interação e as dificuldades surgidas a partir das
complexidades obtidas. Levando a crer que até cerca de dois anos de idade, a criança
compreende a palavra como uma propriedade do objeto, não tendo a capacidade de
relacionar ainda à sua função simbólica. Gradualmente, a criança conseguirá
internalizar a palavra e entender, sendo possível completar nos estágios mais
desenvolvidos do processo de aquisição da linguagem, sendo possível tornar o
pensamento definitivamente consciente.

Os estudos sobre a aquisição da linguagem vêm sendo desenvolvidos há cerca de


quatro décadas e continuam em constante evolução, a partir de diversos teóricos que
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Signo linguístico: é a relação que se estabelece entre um significante e um significado, exemplo: Ao ouvir a palavra
“casa”, você pensará nas letras que a compõem (c-a-s-a) e nos fonemas que a representam (/k/ /a/ /z/ /a/). Isso é
o significante. Ao mesmo tempo, a palavra “casa” permite que você recrie o conceito na sua memória sobre o que
você sabe acerca de uma casa, ou seja, uma construção com portas e janelas, com cômodos diferentes. Isso é
o significado. PARAFRASEAR
estudam conceitos de sujeito e linguagem, Piaget e Vygotsky foram dois linguistas
significativos para as teses apontadas até o momento, apesar de haver contradições
entre suas teorias, mas como já afirmava Faraco, em seu livro "Por uma pedagogia na
variação linguista", os linguistas trouxeram contribuições importantes para a construção
de uma pedagogia da língua materna, apesar da área estar contagiada de alguns
equívocos. O texto de Aryon Rodrigues, nos auxilia a identificar alguns desses
equívocos que têm resistido durante quatro décadas. Trata-se de equívocos referentes
a compreensão dos fenômenos da variação linguística, e justamente à esses
fenômenos que os falantes apresentam estar mais sensíveis.

Enquanto

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