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COMPARANDO PIAGET & VYGOTSKY

JEAN PIAGET - Sir Jean William Fritz Piaget foi um epistemólogo suíço, considerado um dos mais importantes
pensadores do século XX. Nascimento: 9 de agosto de 1896, Neuchâtel, Suíça / Falecimento: 16 de setembro de
1980, Genebra, Suíça / Nacionalidade: Suíço - Piaget estuda paralelamente o desenvolvimento cognitivo, o
julgamento moral e a linguagem e consegue perceber a relação entre as estruturas cognitivas e o desenvolvimento
social. Nos estádios do desenvolvimento psíquico, Piaget distinguiu aspectos diferenciados, aos quais relacionamos:
as funções de conhecimento, que são responsáveis pelo conhecimento que se tem do mundo e que incluem o
pensamento; as funções de representação, que incluem todas as funções graças as quais representamos um
significado qualquer, usando um significante determinado; e as funções afetivas, que constituem para Piaget, o motor
do desenvolvimento cognitivo. O desenvolvimento dessas funções, segundo Piaget, é marcado por períodos que
preparam o individuo para o estádio seguinte. Os estádios do desenvolvimento cognitivo são:
a) Estádio Sensório-Motor: que representa a conquista do universo pratico, através da percepção e dos
movimentos.
b) Estádio Pré-Operatório: que é uma preparação e organização das operações concretas; a criança volta-se para a
realidade e surge o aparecimento da linguagem.
c) Estádio Operatório: as ações são interiorizadas e se constituem operações, o que construía no plano da ação,
agora consegue reconstruir no campo da representação, aqui a criança é capaz de cooperar.
d) Estádio de Operações Formais: que distingue entre o real e o possível.

LEV SEMENOVICH VYGOTSKY foi um cientista bielorrusso. Pensador importante em sua área e época. Foi pioneiro
no conceito de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições
de vida. Nascimento: 17 de novembro de 1896, Orsha, Bielorrússia / Falecimento: 11 de junho de 1934, Moscou,
Rússia - Para Vygotsky, a aprendizagem sempre inclui relações entre as pessoas. Segundo a tradição marxista,
Vygotsky considera que as mudanças que ocorrem em cada um de nós têm sua raiz na sociedade e na cultura. A
relação do individuo com o mundo está sempre mediado pelo outro. Para fazer a mediação, o homem também se
utiliza de instrumentos, como, por exemplo, o machado para o lenhador. No campo psicológico, o homem também se
utiliza de instrumentos, só que agora chamados de “signos” que por sua vez também são por Vygotsky chamados de
“instrumentos psicológicos”. O signo é uma marca externa que auxilia o homem em tarefas que exigem memória ou
atenção. Ex: fazer uma lista de compras por escrito. Com o tempo, a utilização de marcas externas vai dar lugar a
processos internos de mediação, chamados de processo de internalização. As possibilidades de operação mental
não constituem uma relação direta com o mundo real fisicamente presente; a relação é mediada pelos signos
internalizados que representam os elementos do mundo, libertando o homem da necessidade de interação concreta
com os objetos de seu pensamento. Um dos instrumentos básicos que temos é a linguagem, onde Vygotsky trabalha
com duas funções básicas: intercâmbio social- criação e utilização de sistemas de linguagem: que o homem utiliza
para se comunicar com os seus semelhantes; e o pensamento generalizante, onde a linguagem ordena o real,
agrupando todas as ocorrências de uma mesma classe de objetos, sob uma mesma categoria conceitual. Antes de o
pensamento e a linguagem se associarem, existe, uma fase pré-verbal e uma fase pré-intelectual. Após, os
processos de desenvolvimento do pensamento e da linguagem se unem, surgindo assim o pensamento verbal e a
linguagem intelectual. Podemos ainda dizer que é no significado da palavra que o pensamento e a fala se unem em
pensamento verbal, mas não podemos nos esquecer que os significados continuam a ser transformados durante todo
o desenvolvimento do individuo. Deste modo é a função generalizante da linguagem que a torna um instrumento do
pensamento. Vygotsky construiu o conceito de zona de desenvolvimento proximal, que é a distancia entre o nível de
desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas pela criança, e o
nível de desenvolvimento potencial, determinado pela solução de problemas sob a orientação de um adulto, ou em
colaboração com companheiros. Concluímos assim dizendo, que para Vygotsky, as relações entre aprendizagem e
desenvolvimento são indissociáveis.

DIFERENÇAS TEÓRICAS ENTRE PIAGET E VYGOTSKY - Comparando a teoria de Piaget e a de Vygotsky,


poderemos notar as diferenças existentes entre elas. Entre estas diferenças podemos destacar que a teoria de Piaget
é construtivista, com ênfase no papel estruturante do sujeito, e também que Piaget reformou em bases funcionais as
questões sobre pensamentos e linguagem. Por ser ao mesmo tempo pensador e cientista experimental, a Piaget
interessava uma visão transformadora da epistemologia. Apesar de a teoria de Vygotsky também apresentar um
aspecto construtivista, seria na medida em que busca explicar o aparecimento de inovações e mudanças no
desenvolvimento a partir do mecanismo de internalização. Por outro lado, Vygotsky enfatiza o aspecto interacionista,
pois considera que é no plano intersubjetivo, isto é, na troca entre as pessoas, que tem origem as funções mentais
superiores, que são mecanismos psicológicos complexos, que envolvem controle consciente de comportamento,
ação intencional e liberdade do individuo em relação às características do presente momento. A teoria de Piaget
também apresenta a dimensão interacionista, mas sua ênfase é colocada na interação do sujeito com o objeto físico,
onde a criança observando este objeto ela vai aprender a afirmar unicamente o que ela percebe, a distinguir o que é
real do que é produto da imaginação e conseqüência da afetividade, que influencia seu juízo; e, além disso, não está
clara em sua teoria a função da interação social no processo de conhecimento. Para Piaget, a criança se apodera de
um conhecimento se “agir” sobre ele, pois aprender é modificar, descobrir, inventar. Para Vygotsky, a aprendizagem
sempre inclui relações entre as pessoas. A relação do individuo com o mundo está sempre mediado pelo outro. Este
processo de mediação ou melhor dizendo os mediadores sempre vai estar entre o homem e o mundo real, estes
mediadores são: Instrumentos e Signos. Os estudos de Vygotsky sobre a aquisição de linguagem como fator histórico
e social enfatizam a importância da interação e da informação lingüística para a construção do conhecimento. O
centro do trabalho passa a ser, então, o uso e a funcionalidade da linguagem, o discurso e as condições de produção.
Já para Piaget o desenvolvimento cognitivo se dá pela assimilação do objeto de conhecimento a estruturas anteriores
presentes no sujeito e pela acomodação dessas estruturas em função do que vai ser assimilado. A adaptação – que
envolve a assimilação e a acomodação numa relação indissociável – é o mecanismo que permite ao homem não só
transformar os elementos assimilados, tornando-os parte da estrutura do organismo, como possibilitar o ajuste e a
acomodação deste organismo aos elementos incorporados. Quando o campo afetivo está afetado a adaptação não
acontece, à criança assimila, pode até acomodar, mas a adaptação vai estar cortada. Outro fator desenvolvido na
teoria de Piaget é a maturação, onde se acreditava que o desenvolvimento estivesse predeterminado e, o seu
afloramento, vinculado apenas a uma questão de tempo. Por sua vez Vygotsky criticou severamente este fator, pois
acreditava que o desenvolvimento tinha sua origem nas capacidades humanas. Outra divergência que notamos
claramente é a respeito da fala egocêntrica. Enquanto que para Piaget é uma transição entre estados mentais
individuais não verbais, de um lado, e o discurso socializado e o pensamento lógico de outro. Para Vygotsky está
claramente associada ao pensamento e indica que a trajetória da criança vai dos processos socializados para os
processos internos. Desta forma, podemos dizer que para Vygotsky, o desenvolvimento é um processo que se da de
fora para dentro, já para Piaget, o desenvolvimento se da de dentro para fora.

IN·TER·NA·LI·ZA·ÇÃO - (internalizar + -ção) - substantivo feminino - 1. .Ato ou efeito de internalizar (ex.:


internalização de costumes culturais). 2. [Psicanálise]  Passagem para o ego de .objetos e de qualidades
desses .objetos. 3. [Psicanálise]  .Ato de tornar seus valores ou .ideias de outros. Sinônimo Geral: INTERIORIZAÇÃO
[in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013]

SIG·NO - (latim signum, -i, sinal, marca) - substantivo masculino - 1. Sinal ou símbolo de algo. 5. Área de influência.
6. [Linguística]  Unidade .linguística que contém um significante (forma ou imagem acústica) e um significado
(conceito) [in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa]

CONS·TRU·TI·VIS·MO - (construtivo + -ismo) - substantivo masculino - Doutrina estética formulada em 1920 para
opor à escultura tradicional de massa uma escultura de vazio cercado pelo arranjo de linhas e de planos. [in
Dicionário Priberam da Língua Portuguesa]

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