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LEITURA E ANALISE ESTRUTURALISMO PROFESSOR

LINGUISTICA TEXTUAL ROBERTO


CONCURSANDO ______________________________________ DATA
__________________________________________ PEDAGOGIA ____ /____ / 2015
PCN O ENSINO FUNDAMENTAL I E AS AREAS DE CONHECIMENTO e espaços diversos, com a utilização de meios e tecnologias de informação
Antes de 1996, o Ensino Fundamental I seguia as normas da LDB – Lei de e comunicação. EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – Visa
Diretrizes e Bases da educação, que visavam à formação dos alunos nos preparar os estudantes a exercerem atividades produtivas, atualizar e
mais diversos âmbitos , potencializando sua autorrealização, sua aperfeiçoar conhecimentos tecnológicos e científicos. EDUCAÇÃO DE
preparação para o mercado de trabalho, bem como sua conscientização da JOVENS E ADULTOS – Atende as pessoas que não tiveram acesso a
cidadania. Da mesma forma, essas diretrizes estabeleciam um currículo educação na idade apropriada. EDUCAÇÃO INDÍGENA – Atende as
educacional, com núcleo comum a todos os níveis da educação básica , comunidades indígenas, de forma a respeitar a cultura e língua materna de
contanto que respeitasse as peculiaridades locais e as diferenças cada tribo. Além dessas determinações, a LDB 9394/96 aborda temas
individuais dos alunos. Com a elaboração do Plano Decenal de Educação como os recursos financeiros e a formação dos profissionais da educação.
para Todos, surgiu a necessidade de se elaborar parâmetros claros no RESUMO DO PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO/2012
campo curricular, que pudessem orientar as ações educativas, com base Desde 2011 está em tramitação no Congresso Nacional o Plano Nacional
nos ideais democráticos, visando melhorar a qualidade do ensino nas de Educação (PNE), que deve dimensionar as políticas públicas de
escolas brasileiras. Com esse intuito, foram formulados 10 volumes que educação para o país até 2020. Dentre as principais discussões está a
atualmente compõem os PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais , para o definição do percentual de investimento do orçamento em educação.
Ensino Fundamental I, organizados da seguinte forma: Um documento Instituições como a Campanha Nacional pela Educação defendem o
Introdução, que justifica e fundamenta as opções feitas para a elaboração percentual de 10%, mas as negociações no Congresso empurram este
dos documentos de áreas e Temas Transversais; Seis documentos percentual para próximo dos 7%. Das 20 metas propostas, três delas se
referentes às áreas de conhecimento: Língua Portuguesa, Matemática, referem especificamente à
Ciências Naturais, História, Geografia, Arte e Educação Física; Três alfabetização e a educação de jovens e adultos. Uma delas propõe a
volumes com seis documentos referentes aos Temas Transversais : o elevação da escolaridade da população de 18 a 24 anos do campo e
primeiro volume traz o documento de apresentação destes Temas, que igualar a escolaridade entre negros e brancos. Outra propõe a eliminação
explica e justifica a proposta de integrar questões sociais como Temas do analfabetismo até 2020 e terceira propõe a ampliação da educação de
Transversais e o documento Ética; no segundo, encontram-se os jovens e adultos de forma integrada à educação profissional. Até aqui,
documentos de Pluralidade Cultural e Orientação Sexual, e no terceiro, os março de 2012, o texto final não foi ainda aprovado pelo Congresso
de Meio Ambiente e Saúde. Nacional. Em 2011, milhares de emendas foram propostas pelos
Possibilidades para sua utilização dos PCN: Rever objetivos, conteúdos, deputados, muitas delas impulsionada pela sociedade civil que pressiona
formas de encaminhamento das atividades, expectativas de aprendizagem por mudanças como a ampliação do percentual de investimento na
e maneiras de avaliar; Refletir sobre a prática pedagógica, tendo em vista educação. A Campanha Nacional pela Educação criou o portal PNE Pra
uma coerência com os objetivos propostos; Preparar um planejamento que Valer! que mostra o andamento das discussões e propostas de emendas
possa de fato orientar o trabalho em sala de aula; Discutir com a equipe de para cada meta. No caso da Educação de jovens e adultos, é fundamental
trabalho as razões que levam os alunos a terem maior ou menor que os educadores se posicionem sobre cada uma das metas, pois está
participação nas atividades escolares; Identificar, produzir ou solicitar novos posto neste documento o direcionamento da política pública para a
materiais que possibilitem contextos mais significativos de aprendizagem; modalidade nos próximos anos.
Subsidiar as discussões de temas educacionais com os pais e METAS PROPOSTAS PELO GOVERNO FEDERAL PARA O PLANO
responsáveis. NACIONAL DE EDUCAÇÃO 2011-2020:
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA  (LDB META 1: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar da população de 4
9394/96) é a legislação que regulamenta o sistema educacional (público ou e 5 anos, e ampliar, até 2020, a oferta de educação infantil de forma a
privado) do Brasil (da educação básica ao ensino superior). Na história do atender a 50% da população de até 3 anos.
Brasil, essa é a segunda vez que a educação conta com uma Lei de META 2: Criar mecanismos para o acompanhamento individual de cada
Diretrizes e Bases da Educação, que regulamenta todos os seus níveis. A estudante do ensino fundamental.
primeira LDB foi promulgada em 1961 (LDB 4024/61). A LDB 9394/96 META 3: Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a
reafirma o direito à educação, garantido pela Constituição Federal. população de 15 a 17 anos e elevar, até 2020, a taxa líquida de matrículas
Estabelece os princípios da educação e os deveres do Estado em relação à no ensino médio para 85%, nesta faixa etária.
educação escolar pública, definindo as responsabilidades, em regime de META 4: Universalizar, para o aluno de 4 a 17 anos, o atendimento escolar
colaboração, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
Segundo a LDB 9394/96, a educação brasileira é dividida em dois níveis: a altas habilidades ou superdotação na rede regular de ensino.
educação básica e o ensino superior. META 5: Alfabetizar todas as crianças até, no máximo, os 8 anos de idade.
EDUCAÇÃO BÁSICA: EDUCAÇÃO INFANTIL – creches (de 0 a 3 anos) e META 6: Oferecer educação em tempo integral em 50% das escolas
pré-escolas (de 4 e 5 anos) – É gratuita mas não obrigatória. É de públicas de educação básica.
competência dos municípios. ENSINO FUNDAMENTAL –do 1º ao 5º ano e META 7: Atingir as médias nacionais para o Ideb já previstas no Plano de
do 6º ao 9º ano – É obrigatório e gratuito. A LDB estabelece que, Desenvolvimento da Educação (PDE)
gradativamente, os municípios serão os responsáveis por todo o ensino META 8: Elevar a escolaridade média da população de 18 a 24 anos de
fundamental. Na prática os municípios estão atendendo aos anos iniciais e modo a alcançar mínimo de 12 anos de estudo para as populações do
os Estados os anos finais. ENSINO MÉDIO – O antigo 2º grau (do 1º ao 3º campo, da região de menor escolaridade no país e dos 25% mais pobres,
ano). É de responsabilidade dos Estados. Será técnico profissionalizante, bem como igualar a escolaridade média entre negros e não negros, com
ou não. vistas à redução da desigualdade educacional.
ENSINO SUPERIOR: É de competência da União, podendo ser oferecido META 9: Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais
por Estados e Municípios, desde que estes já tenham atendido os níveis para 93,5% até 2015 e erradicar, até 2020, o analfabetismo absoluto e
pelos quais é responsável em sua totalidade. Cabe a União autorizar e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.
fiscalizar as instituições privadas de ensino superior. Conta ainda com META 10: Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens
algumas modalidades de educação, que perpassam todos os níveis da e adultos na forma integrada à educação profissional nos anos finais do
educação nacional. São elas: EDUCAÇÃO ESPECIAL – Atende aos ensino fundamental e no ensino médio.
educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular META 11: Duplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível
de ensino. EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – Atende aos estudantes em tempos médio, assegurando a qualidade da oferta.
META 12: Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% apresenta um novo projeto educacional. A educação, principalmente a
e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a pública, teve mais espaço nas preocupações do poder.
qualidade da oferta. A CRIAÇÃO DO INEP: (Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos): Foi
META 13: Elevar a qualidade da educação superior pela ampliação da com o Manifesto dos pioneiros da educação nova que houve o primeiro
atuação de mestres e doutores nas instituições de educação superior para grande resultado político e doutrinário de 10 anos de luta da ABE em favor
75%, no mínimo, do corpo docente em efetivo exercício, sendo, do total, de um Plano Nacional de Educação. Um outro grande acontecimento, foi
35% doutores. Sete estratégias. em 1938, com a fundação do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos
META 14: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação (INEP), realizando o sonho de Benjamin Constant que havia criado em
stricto sensu de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil 1890 o Pedagogium. Em 1944, 0 Inep inicia a publicação da Revista
doutores. Nove estratégias. Brasileira de Estudos Pedagógicos, que é um precioso testemunho da
META 15: Garantir, em regime de colaboração entre a União, os Estados, o história da educação no Brasil, fonte de informação e formação para
Distrito Federal e os municípios, que todos os professores da educação educadores brasileiros até hoje.
básica possuam formação específica de nível superior, obtida em curso de
licenciatura na área de conhecimento em que atuam. GETÚLIO VARGAS: Depois da ditadura de Getúlio Vargas (1937-1945),
META 16: Formar 50% dos professores da educação básica em nível de começa um período de redemocratização no país que é interrompido com o
pós-graduação lato e stricto sensu, garantir a todos formação continuada golpe militar de 1964. Neste intervalo de tempo, em que as liberdades
em sua área de atuação. democráticas foram respeitadas, o movimento educacional teve um novo
META 17: Valorizar o magistério público da educação básica a fim de impulso, distinguindo-se por dois movimentos: o movimento por uma
aproximar o rendimento médio do profissional do magistério com mais de educação popular e o movimento em defesa da educação pública.
onze anos de escolaridade do rendimento médio dos demais profissionais OBSERVAÇÃO: Em ambos os movimentos existem posições
com escolaridade equivalente. conservadoras e progressistas. O ideal seria unir os defensores da
META 18: Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de educação popular que se encontravam nos dois movimentos, os que
carreira para os profissionais do magistério em todos os sistemas de defendiam uma escola com nova função social, formando a solidariedade
ensino. de classe e lutando por um Sistema Nacional Unificado de Educação
META 19: Garantir, mediante lei específica aprovada no âmbito dos Pública. Esta passou a ser mais concreta a partir de 1988, com o
estados, do Distrito Federal e dos municípios, a nomeação comissionada movimento da educação pública popular, sustentado pelos partidos
de diretores de escola vinculada a critérios técnicos de mérito e políticos mais engajados na luta pela educação do povo.
desempenho e à participação da comunidade escolar.
META 20: Ampliar progressivamente o investimento público em educação PAULO FREIRE: A maior contribuição de Paulo Freire deu-se no campo da
até atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do alfabetização de jovens e adultos. Seu trabalho de formação da consciência
país. crítica passa por três etapas que podem ser descrita da seguinte forma: a)
etapa da investigação, na qual se descobre o universo vocabular, as
HISTÓRIA DO PENSAMENTO PEDAGÓGICO BRASILEIRO: TEORIA DA palavras e temas geradores da vida cotidiana dos alfabetizando; b) etapa
EDUCAÇÃO, AS DIFERENTES CORRENTES DO PENSAMENTO de tematização, em que são codificados os temas levantados na fase
PEDAGÓGICO BRASILEIRO por: Jeorge Cardozo* anterior de tomada de consciência; c) etapa de problematização, na qual se
ESCOLA NOVA: O pensamento pedagógico brasileiro passa a ter mais descobrem os limites, as possibilidades e os desafios das situações
autonomia com o desenvolvimento das teorias da Escola Nova. Até o final concretas, para se tornar na práxis transformadora. O objetivo final de seu
do século XIX, nossa pedagogia reproduzia o pensamento religioso método é a conscientização. Sua pedagogia é para a libertação na qual o
medieval. Com o pensamento iluminista a teoria da educação brasileira educador tem um papel diretivo, mas não o bancário, é problematizador, é
pôde dar alguns passos a frente. ao mesmo tempo educador e educando, é coerente com sua prática.
ABE: (Associação Brasileira de Educação) - Em 1924, com a criação da A PEDAGOGIA HUMANISTA DE PAULO FREIRE: No pensamento
Associação Brasileira de Educação (ABE) nosso maior objetivo era o de pedagógico contemporâneo, Paulo Freire situa-se entre os pedagogos
reconstruir a sociedade através da educação. Na década de 20, reformas humanistas e críticos que deram contribuição decisiva à concepção
importantes impulsionaram o debate intelectual, superando a educação dialética da educação. Não se cansa de repetir que a história é a
jesuíta tradicional que dominava o pensamento pedagógico brasileiro possibilidade e o problema que se coloca ao educador e a todos os homens
desde os primórdios. é saber o que fazer com ela.
OS JESUÍTAS: Com os jesuítas, tivemos um ensino de caráter verbalista, FLORESTAN FERNANDES 1920-1998: Com sua sociologia, criou um novo
retórico, repetitivo, que estimulava a competição através de prêmios e estilo de pensar a realidade social, por meio da qual se torna possível
castigos. Era uma educação que reproduzia uma sociedade perversa, reinterpretar a sociedade e a história, como também a sociologia anterior
dividida entre analfabetos e doutores. produzida no Brasil.
RUI BARBOSA: Fez um balanço da educação até o final do Império em LUIZ PEREIRA 1933-1985: Para Luiz Pereira a solução dos problemas
dois pareceres: o primeiro sobre o ensino secundário e superior e o enfrentados dentro da escola depende da solução dos problemas externos
segundo sobre o ensino primário. Neles Rui Barbosa prega a liberdade de a ela, que envolvem aspectos econômicos e sociais. Ele criticou a maioria
ensino, a laicidade da escola pública e a instrução obrigatória. O balanço dos pedagogos que desconsideravam esses aspectos extra-escolares e
mostrava o nosso atraso educacional, a fragmentação do ensino e o que acreditavam que a escola, por si só, transformaria a sociedade. No
descaso pela educação popular, que predominaram até o Império. inicio da década de 90, o discurso pedagógico foi enriquecido pela
OS ANARQUISTAS: O movimento anarquista também teve interesse na discussão da educação como cultura. Temas como diversidade cultural,
educação no início do século. Para os anarquistas, a educação não era o diferenças étnicas e de gênero começaram a ganhar espaço no
principal agente desencadeador do processo revolucionário, mas pensamento pedagógico brasileiro e universal.
precisariam acontecer mudanças na mentalidade das pessoas para que a A EDUCAÇÃO LIBERAL: Os educadores e pedagogos da educação liberal
revolução social fosse alcançada. defendem a liberdade de ensino, de pensamento e de pesquisa, os
A PEDAGOGIA LIBERTÁRIA: O pensamento pedagógico libertário teve métodos novos baseados na natureza da criança. Segundo eles, o Estado
como principal difusora Maria Lacerda de Moura (1887-1944) que propôs deve intervir o mínimo possível na vida de cada cidadão particular. Os
uma educação que incluísse educação física, educação dos sentidos e o católicos também podem ser incluídos no pensamento liberal, embora
estudo do crescimento físico. Moura afirmava que, além das noções de existem alguns mais conservadores. Nossas tendências existem
cálculo, leitura, língua prática e história, seria preciso estimular associações defensores da escola pública e defensores da escola privada. Mas têm em
e despertar a vida interior da criança para que houvesse uma auto- comum uma filosofia do consenso, isto é, não reconhecem o papel da
educação. escola ao pedagógico somente.
A BURGUESIA: Em 1930, a burguesia urbano-industrial chega ao poder e A EDUCAÇÃO PROGRESSISTA: Os seguidores da educação progressista
defendem o envolvimento da escola na formação de um cidadão crítico e
participante da mudança social. Dentro deste pensamento encontramos Segundo ele, o falante passa por pensamento autístico, fala egocêntrica
correntes que defendem várias posições para a escola: para uns, a para atingir o pensamento lógico, sendo o egocentrismo o elo de ligação
formação da consciência crítica passa pela assimilação do saber das operações lógicas da criança. No processo de egocentrismo, a criança
elaborado; para outros, o técnico - cientifico deve ter por objetivo o vê o mundo a partir da perspectiva pessoal, assimilando tudo para si e ao
compromisso político. seu próprio ponto de vista, estando o pensamento e a linguagem centrados
PROTAGONISMO: O pensamento pedagógico brasileiro é rico e está em na criança. Para Piaget, o desenvolvimento mental dá-se espontaneamente
movimento, e tentar reduzi-lo a esquemas fechados seria uma forma de a partir de suas potencialidades e da sua interação com o meio. O processo
esconder essa riqueza e essa dinâmica. [Postado por Jeorge Cardozo] de desenvolvimento mental é lento, ocorrendo por meio de graduações
sucessivas através de estágios: período da inteligência sensório-motora;
2. TEORIA DO DESENVOLVIMENTO DE JEAN PIAGET - Formado em período da inteligência pré-operatória; período da inteligência operatória-
Biologia, Piaget especializou-se nos estudos do conhecimento humano, concreta; e período da inteligência operatório-formal.
concluindo que, assim como os organismos vivos podem adaptar-se
geneticamente a um novo meio, existe também uma relação evolutiva 3. TEORIA DO DESENVOLVIMENTO DE HENRY WALLON - A criança,
entre o sujeito e o seu meio, ou seja, a criança reconstrói suas ações e para Wallon, é essencialmente emocional e gradualmente vai constituindo-
idéias quando se relaciona com novas experiências ambientais. Para ele, a se em um ser sócio-cognitivo. O autor estudou a criança contextualizada,
criança constrói sua realidade como um ser humano singular, situação em como uma realidade viva e total no conjunto de seus comportamentos, suas
que o cognitivo está em supremacia em relação ao social e o afetivo. Na condições de existência. Segundo GALVÃO (2000), Wallon argumenta que
perspectiva construtivista de Piaget, o começo do conhecimento é a ação as trocas relacionais da criança com os outros são fundamentais para o
do sujeito sobre o objeto, ou seja, o conhecimento humano se constrói na desenvolvimento da pessoa. As crianças nascem imersas em um mundo
interação homem-meio, sujeito-objeto. Conhecer consiste em operar sobre cultural e simbólico, no qual ficarão envolvidas em um "sincretismo
o real e transformá-lo a fim de compreendê-lo, é algo que se dá a partir da subjetivo", por pelo menos três anos. Durante esse período, de completa
ação do sujeito sobre o objeto de conhecimento. As formas de conhecer indiferenciação entre a criança e o ambiente humano, sua compreensão
são construídas nas trocas com os objetos, tendo uma melhor organização das coisas dependerá dos outros, que darão às suas ações e movimentos
em momentos sucessivos de adaptação ao objeto. A adaptação ocorre formato e expressão. Antes do surgimento da linguagem falada, as crianças
através da organização, sendo que o organismo discrimina entre estímulos comunicam-se e constituem-se como sujeitos com significado, através da
e sensações, selecionando aqueles que irá organizar em alguma forma de ação e interpretação do meio entre humanos, construindo suas próprias
estrutura. A adaptação possui dois mecanismos opostos, mas emoções, que é seu primeiro sistema de comunicação expressiva. Estes
complementares, que garantem o processo de desenvolvimento: a processos comunicativos-expressivos acontecem em trocas sociais como a
assimilação e a acomodação. Segundo Piaget, o conhecimento é a imitação. Imitando, a criança desdobra, lentamente, a nova capacidade que
equilibração/reequilibração entre assimilação e acomodação, ou seja, entre está a construir (pela participação do outro ela se diferenciará dos outros)
os indivíduos e os objetos do mundo. A assimilação é a incorporação dos formando sua subjetividade. Pela imitação, a criança expressa seus
dados da realidade nos esquemas disponíveis no sujeito, é o processo pelo desejos de participar e se diferenciar dos outros constituindo-se em sujeito
qual as idéias, pessoas, costumes são incorporadas à atividade do sujeito. próprio. Wallon propõe estágios de desenvolvimento, assim como Piaget,
A criança aprende a língua e assimila tudo o que ouve, transformando isso porém, ele não é adepto da idéia de que a criança cresce de maneira
em conhecimento seu. A acomodação é a modificação dos esquemas para linear. O desenvolvimento humano tem momentos de crise, isto é, uma
assimilar os elementos novos, ou seja, a criança que ouve e começa a criança ou um adulto não são capazes de se desenvolver sem conflitos. A
balbuciar em resposta à conversa ao seu redor gradualmente acomoda os criança se desenvolve com seus conflitos internos e, para ele, cada estágio
sons que emite àqueles que ouve, passando a falar de forma estabelece uma forma específica de interação com o outro, é um
compreensível. Segundo FARIA (1998), os esquemas são uma desenvolvimento conflituoso. No início do desenvolvimento existe uma
necessidade interna do indivíduo. Os esquemas afetivos levam à preponderância do biológico e após o social adquire maior força. Assim
construção do caráter, são modos de sentir que se adquire juntamente às como Vygotsky, Wallon acredita que o social é imprescindível. A cultura e a
ações exercidas pelo sujeito sobre pessoas ou objetos. Os esquemas linguagem fornecem ao pensamento os elementos para evoluir, sofisticar. A
cognitivos conduzem à formação da inteligência, tendo a necessidade de parte cognitiva social é muito flexível, não existindo linearidade no
serem repetidos (a criança pega várias vezes o mesmo objeto). Outra desenvolvimento, sendo este descontínuo e, por isso, sofre crises, rupturas,
propriedade do esquema é a ampliação do campo de aplicação, também conflitos, retrocessos, como um movimento que tende ao crescimento. De
chamada de assimilação generalizadora (a criança não pega apenas um acordo com GALVÃO (op.cit.), no primeiro ano de vida, a criança interage
objeto, pega outros que estão por perto). Através da discriminação com o meio regida pela afetividade, isto é, o estágio impulsivo-emocional,
progressiva dos objetos, da capacidade chamada de assimilação definido pela simbiose afetiva da criança em seu meio social. A criança
recognitiva ou reconhecedora, a criança identifica os objetos que pode ou começa a negociar, com seu mundo sócio-afetivo, os significados próprios,
não pegar, que podem ou não dar algum prazer à ela. FARIA (op.cit.) via expressões tônicas. As emoções intermediam sua relação com o
salienta que os fatores responsáveis pelo desenvolvimento, segundo mundo. Do estágio sensório-motor ao projetivo (1 a 3 anos), predominam
Piaget, são: maturação; experiência física e lógico-matemática; as atividades de investigação, exploração e conhecimento do mundo social
transmissão ou experiência social; equilibração; motivação; interesses e e físico. No estágio sensório-motor, permanece a subordinação a um
valores; valores e sentimentos. A aprendizagem é sempre provocada por sincretismo subjetivo (a lógica da criança ainda não está presente). Neste
situações externas ao sujeito, supondo a atuação do sujeito sobre o meio, estágio predominam as relações cognitivas da criança com o meio. Wallon
mediante experiências. A aprendizagem será a aquisição que ocorre em identifica o sincretismo como sendo a principal característica do
função da experiência e que terá caráter imediato. Ela poderá ser: pensamento infantil. Os fenômenos típicos do pensamento sincrético são:
experiência física - comporta ações diferentes em função dos objetos e fabulação, contradição, tautologia e elisão. Na gênese da representação,
consiste no desenvolvimento de ações sobre esses objetos para descobrir que emerge da imitação motora-gestual ou motricidade emocional, as
as propriedades que são abstraídas deles próprios, é o produto das ações ações da criança não mais precisarão ter origem na ação do outro, ela vai
do sujeito sobre o objeto; e experiência lógico-matemática – o sujeito age “desprender-se” do outro, podendo voltar-se para a imitação de cenas e
sobre os objetos de modo a descobrir propriedades e relações que são acontecimentos, tornando-se habilitada à representação da realidade. Este
abstraídas de suas próprias ações, ou seja, resulta da coordenação das salto qualitativo da passagem do ato imitativo concreto e a representação é
ações que o sujeito exerce sobre os objetos e da tomada de consciência chamado de simulacro. No simulacro, que é a imitação em ato, forma-se
dessa coordenação. Essas duas experiências estão inter-relacionadas, uma ponte entre formas concretas de significar e representar e níveis
uma é condição para o surgimento da outra. Para que ocorra uma semióticos de representação. Essa é a forma pela qual a criança se
adaptação ao seu ambiente, o indivíduo deverá equilibrar uma descoberta, desloca da inteligência prática ou das situações para a inteligência verbal
uma ação com outras ações. A base do processo de equilibração está na ou representativa. Dos 3 aos 6 anos, no estágio personalístico, aparece a
assimilação e na acomodação, isto é, promove a reversibilidade do imitação inteligente, a qual constrói os significados diferenciados que a
pensamento, é um processo ativo de auto-regulação. Piaget afirma que, criança dá para a própria ação. Nessa fase, a criança está voltada
para a criança adquirir pensamento e linguagem, deve passar por várias novamente para si própria. Para isso, a criança coloca-se em oposição ao
fases de desenvolvimento psicológico, partindo do individual para o social. outro num mecanismo de diferenciar-se. A criança, mediada pela fala e
pelo domínio do “meu/minha”, faz com que as idéias atinjam o sentimento 4. TEORIA DO DESENVOLVIMENTO DE LEV S. VYGOTSKY - Para
de propriedade das coisas. A tarefa central é o processo de formação da Vygotsky, a criança nasce inserida num meio social, que é a família, e é
personalidade. Aos 6 anos a criança passa ao estágio categorial trazendo nela que estabelece as primeiras relações com a linguagem na interação
avanços na inteligência. No estágio da adolescência, a criança volta-se a com os outros. Nas interações cotidianas, a mediação (necessária
questões pessoais, morais, predominando a afetividade. Ainda conforme intervenção de outro entre duas coisas para que uma relação se
GALVÃO, é nesse estágio que se intensifica a realização das estabeleça) com o adulto acontece espontaneamente no processo de
diferenciações necessárias à redução do sincretismo do pensamento. Esta utilização da linguagem, no contexto das situações imediatas. Essa teoria
redução do sincretismo e o estabelecimento da função categorial apóia-se na concepção de um sujeito interativo que elabora seus
dependem do meio cultural no qual está inserida a criança. conhecimentos sobre os objetos, em um processo mediado pelo outro. O
conhecimento tem gênese nas relações sociais, sendo produzido na
intersubjetividade e marcado por condições culturais, sociais e históricas.
Segundo Vygotsky, o homem se produz na e pela linguagem, isto é, é na
interação com outros sujeitos que formas de pensar são construídas por
meio da apropriação do saber da comunidade em que está inserido o
sujeito. A relação entre homem e mundo é uma relação mediada, na qual,
entre o homem e o mundo existem elementos que auxiliam a atividade
humana. Estes elementos de mediação são os signos e os instrumentos. O
trabalho humano, que une a natureza ao homem e cria, então, a cultura e a
história do homem, desenvolve a atividade coletiva, as relações sociais e a
utilização de instrumentos. Os instrumentos são utilizados pelo trabalhador,
ampliando as possibilidades de transformar a natureza, sendo assim, um
objeto social. Os signos também auxiliam nas ações concretas e nos
processos psicológicos, assim como os instrumentos. A capacidade
humana para a linguagem faz com que as crianças providenciem
instrumentos que auxiliem na solução de tarefas difíceis, planejem uma
solução para um problema e controlem seu comportamento. Signos e
palavras são para as crianças um meio de contato social com outras
pessoas. Para Vygotsky, signos são meios que auxiliam/facilitam uma
função psicológica superior (atenção voluntária, memória lógica, formação
de conceitos, etc.), sendo capazes de transformar o funcionamento mental.
Desta maneira, as formas de mediação permitem ao sujeito realizar
operações cada vez mais complexas sobre os objetos. Segundo Vygotsky,
ocorrem duas mudanças qualitativas no uso dos signos: o processo de
internalização e a utilização de sistemas simbólicos. A internalização é
relacionada ao recurso da repetição onde a criança apropria-se da fala do
outro, tornando-a sua. Os sistemas simbólicos organizam os signos em
estruturas, estas são complexas e articuladas. Essas duas mudanças são
essenciais e evidenciam o quanto são importantes as relações sociais entre
os sujeitos na construção de processos psicológicos e no desenvolvimento
dos processos mentais superiores. Os signos internalizados são
compartilhados pelo grupo social, permitindo o aprimoramento da interação
social e a comunicação entre os sujeitos. As funções psicológicas
superiores aparecem, no desenvolvimento da criança, duas vezes:
primeiro, no nível social (entre pessoas, no nível interpsicológico) e, depois,
no nível individual (no interior da criança, no nível intrapsicológico). Sendo
assim, o desenvolvimento caminha do nível social para o individual. Como
visto, exige-se a utilização de instrumentos para transformar a natureza e,
da mesma forma, exige-se o planejamento, a ação coletiva, a comunicação
social. Pensamento e linguagem associam-se devido à necessidade de
intercâmbio durante a realização do trabalho. Porém, antes dessa
associação, a criança tem a capacidade de resolver problemas práticos
(inteligência prática), de fazer uso de determinados instrumentos para
alcançar determinados objetivos. Vygotsky chama isto de fase pré-verbal
do desenvolvimento do pensamento e uma fase pré-intelectual no
desenvolvimento da linguagem. Por volta dos 2 anos de idade, a fala da
criança torna-se intelectual, generalizante, com função simbólica, e o
pensamento torna-se verbal, sempre mediado por significados fornecidos
pela linguagem. Esse impulso é dado pela inserção da criança no meio
cultural, ou seja, na interação com adultos mais capazes da cultura que já
dispõe da linguagem estruturada. Vygotsky destaca a importância da
cultura; para ele, o grupo cultural fornece ao indivíduo um ambiente
estruturado onde os elementos são carregados de significado cultural. Os
significados das palavras fornecem a mediação simbólica entre o indivíduo
e o mundo, ou seja, como diz VYGOTSKY (1987), é no significado da
palavra que a fala e o pensamento se unem em pensamento verbal. Para
ele, o pensamento e a linguagem iniciam-se pela fala social, passando pela
fala egocêntrica, atingindo a fala interior que é pensamento reflexivo. A fala
egocêntrica emerge quando a criança transfere formas sociais e
cooperativas de comportamento para a esfera das funções psíquicas
interiores e pessoais. No início do desenvolvimento, a fala do outro dirige a
ação e a atenção da criança. Esta vai usando a fala de forma a afetar a
ação do outro. Durante esse processo, ao mesmo tempo que a criança
passa a entender a fala do outro e a usar essa fala para regulação do Costumam ser ótimos líderes e atuam com facilidade em trabalhos em
outro, ela começa a falar para si mesma. A fala para si mesma assume a equipe. Espacial – habilidade na interpretação e reconhecimento de
função auto-reguladora e, assim, a criança torna-se capaz de atuar sobre fenômenos que envolvem movimentos e posicionamento de objetos. Um
suas próprias ações por meio da fala. Para Vygotsky, o surgimento da fala jogador de futebol habilidoso possui esta inteligência, pois consegue
egocêntrica indica a trajetória da criança: o pensamento vai dos processos facilmente observar, analisar e atuar com relação ao movimento da bola.
socializados para os processos internos. A fala interior, ou discurso interior, Musical – inteligência voltada para a interpretação e produção de sons com
é a forma de linguagem interna, que é dirigida ao sujeito e não a um a utilização de instrumentos musicais.
interlocutor externo. Esta fala interior, se desenvolve mediante um lento
acúmulo de mudanças estruturais, fazendo com que as estruturas de fala
que a criança já domina, tornem-se estruturas básicas de seu próprio
pensamento. A fala interior não tem a finalidade de comunicação com
outros, portanto, constitui-se como uma espécie de “dialeto pessoal”, sendo
fragmentada, abreviada. A relação entre pensamento e palavra acontece
em forma de processo, constituindo-se em um movimento contínuo de
vaivém do pensamento para a palavra e vice-versa. Esse processo passa
por transformações que, em si mesmas, podem ser consideradas um
desenvolvimento no sentido funcional. VYGOTSKY (op.cit.) diz que o
pensamento nasce através das palavras. É apenas pela relação da criança
com a fala do outro em situações de interlocução, que a criança se apropria
das palavras, que, no início, são sempre palavras do outro. Por isso, é -
fundamental que as práticas pedagógicas trabalhem no sentido de
esclarecer a importância da fala no processo de interação com o outro.
Segundo VYGOTSKY (1989), a aprendizagem tem um papel fundamental
para o desenvolvimento do saber, do conhecimento. Todo e qualquer
processo de aprendizagem é ensino-aprendizagem, incluindo aquele que
aprende, aquele que ensina e a relação entre eles. Ele explica esta
conexão entre desenvolvimento e aprendizagem através da zona de
desenvolvimento proximal (distância entre os níveis de desenvolvimento
potencial e nível de desenvolvimento real), um “espaço dinâmico” entre os
problemas que uma criança pode resolver sozinha (nível de
desenvolvimento real) e os que deverá resolver com a ajuda de outro
sujeito mais capaz no momento, para em seguida, chegar a dominá-los por
si mesma (nível de desenvolvimento potencial).
O QUE É ORIGEM DA TEORIA - A teoria das inteligências múltiplas foi
desenvolvida pelo psicólogo norte-americano Howard Gardner. Depois de
muitos anos de pesquisas com a inteligência humana, o psicólogo concluiu
que o cérebro do homem possui oito tipos de inteligência. Porém, a maioria
das pessoas possui uma ou duas inteligências desenvolvidas. Isto explica
porque um indivíduo é muito bom com cálculos matemáticos, porém não
tem muita habilidade com expressão artística. De acordo com Gardner, são
raríssimos os casos em que uma pessoa possui diversas inteligências
desenvolvidas. Podemos citar Leonardo da Vinci como um destes casos
raros de genialidade. Ele foi um excelente pintor, botânico, matemático,
anatomista e inventor. Por outro lado, o psicólogo afirma que são raros
também os casos em que uma pessoa não possui nenhuma inteligência.
Gardner ainda afirma que estas inteligências apresentam-se de duas
formas. Algumas pessoas já nascem com determinadas inteligências, ou
seja, a genética contribui. Porém, as experiências vividas também
contribuem para o desenvolvimento de determinadas inteligências. Os
estímulos e o ambiente social são importantes no desenvolvimento de
determinadas inteligências. Se uma pessoa, por exemplo, nasce com uma
inteligência musical, porém as condições ambientais (escola, família, região
onde mora) não oferecem estímulos para o desenvolvimento das
capacitades musicais, dificilmente este indivíduo será um músico. AS
INTELIGÊNCIAS SÃO: Lógica – voltada para conclusões baseadas em
dados numéricos e na razão. As pessoas com esta inteligência possuem
facilidade em explicar as coisas utilizando-se de fórmulas e números.
Costumam fazer contas de cabeça rapidamente. Lingüística – capacidade
elevada de utilizar a língua para comunicação e expressão. Os indivíduos
com esta inteligência desenvolvida são ótimos oradores e comunicadores,
além de possuírem grande capacidade de aprendizado de idiomas.
Corporal – grande capacidade de utilizar o corpo para se expressar ou em
atividades artísticas e esportivas. Um campeão de ginástica olímpica ou um
dançarino famoso, com certeza, possuem esta inteligência bem
desenvolvida. Naturalista – voltada para a análise e compreensão dos
fenômenos da natureza (físicos, climáticos, astronômicos, químicos).
Intrapessoal – pessoas com esta inteligência possuem a capacidade de se
autoconhecem, tomando atitudes capazes de melhorar a vida com base
nestes conhecimentos. Interpessoal – facilidade em estabelecer
relacionamentos com outras pessoas. Indivíduos com esta inteligência
conseguem facilmente identicar a personalidade das outras pessoas.

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