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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
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Graduanda do Curso de Pedagogia da Faculdade Aldete Maria Alves. antonia.vlb@gmail.com
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Mestre em Educação pela Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE (2012). Pós-graduada em O Processo
Ensino Aprendizagem: Uma Fundamentação Filosófico Antropológico e Técnico-Pedagógico (1993),
Psicopedagogia (2001). Psicopedagogia Clínica Complementação (2008), Docência do Ensino Superior (2011).
Graduada em Pedagogia (1990) e bacharel em Direito (2005) pela Fundação Educacional de Votuporanga. Atua
como Professora e Coordenadora do Curso de Pedagogia da Faculdade Aldete Maria Alves- FAMA Iturama –
MG e Supervisora Escolar da E. M. José Lúcio de Sampaio do Município, União de Minas-MG.
naimefama@hotmail.com
Ainda de acordo com o autor, o que qualifica uma pesquisa como sendo “pesquisa-
ação” é a presença efetiva de uma ação por parte das pessoas ou grupos implicados no
problema proposto como alvo de intervenção. Nesse tipo de pesquisa, os pesquisadores
desempenham um papel ativo na resolução dos problemas identificados, no acompanhamento
e na avaliação das ações desenvolvidas para sua realização.
Estes pressupostos da pesquisa-ação fundamentam o que aqui designamos como
projeto-intervenção, uma pesquisa centrada na realidade da Escola Municipal José Lúcio de
Sampaio, envolvendo sua comunidade, com vista a uma transformação pedagógica a partir de
fevereiro de 2014.
Assim, o projeto de intervenção pedagógica na escola pressupõe a intervenção na
realidade proporcionada por essa pesquisa. Trata-se de uma elaboração que foi feita no
primeiro e segundo semestre de 2014, que contemplou subsídios teóricos para a discussão da
problemática anunciada, apontando para uma possibilidade de produção didático-pedagógica
utilizada como uma das estratégias de implementação na escola.
Seguindo os pressupostos teórico-metodológicos, o projeto de intervenção teve como
objeto possibilitar oportunidades para que os educandos com dificuldades na aprendizagem se
desenvolvessem com criatividade, reflexão, consciência, cooperação e confiança, preparando-
os para viver e conviver, através de um ensino sério com qualidade.
Especificamente foi trabalhado a melhoria do nível de aprendizagem, enfatizando a
importância da leitura e da escrita, fazendo com que o educando aprendesse e se
Convém ainda ressaltar o fato de que a maioria dos educandos não conta com
acompanhamento por parte dos pais, em casa, que alegam não dispor de tempo para
acompanhar o desempenho escolar dos filhos.
Há ainda os que alegam não dispor de conhecimentos para acompanhar a contento o
desempenho dos filhos, no que se refere aos estudos.
Em relação aos alunos da zona rural, é importante lembrar que a maioria dos alunos
trabalham, ajudando os pais. Alguns moram a uma distância considerável da escola sede, com
condições precárias das estradas, e as tarefas “para casa” são inviáveis, pois chegam à noite e
saem muito cedo; a pedido dos pais são enviadas com pouca frequência, o que prejudica
muito o desenvolvimento.
A maior dificuldade é a indisciplina e a falta de interesse por parte dos alunos,
principalmente do turno vespertino (por cansaço), e a falta de participação da família, reflexo
de uma comunidade de baixo nível cultural, que por um motivo ou outro atingem as crianças.
Portanto, o corpo docente deve ser solidário, harmônico para conseguir um
crescimento mútuo, respeitando as diferenças sociais e culturais de toda comunidade escolar.
A escola conta com profissionais capacitados e compromissados em suas funções,
mas, apesar disso, procura melhorar com capacitações e encontros educacionais.
Mediante tal situação, os alunos escolhidos para participarem do Projeto de
Intervenção são aqueles com maior nível de dificuldade na leitura e na escrita, com defasagem
idade/série e alunos com índice de reprovação considerável no 3º ano do Ensino Fundamental.
Os profissionais da educação participantes da pesquisa são os que atuam juntamente
as salas de intervenção, ou seja, professores do ciclo inicial de alfabetização, primeiro ao
terceiro ano, num total de 07 (sete) docentes e 01 (uma) coordenadora do PIP (Programa de
Intervenção Pedagógica), capacitada pela SRE (Superintendência Regional de Ensino
Uberaba) e alocada na Secretaria Municipal de União de Minas-MG. São elas:
professora do 1º ano, Rosely Feliciano Vieira;
professora do 3º ano Anesemeiry Maria Silva Lucio;
professora do 3º ano Angina Maria de Urzedo Queiroz;
professora do 2º ano Magna Maria de Urzedo Ferreira;
professora do 2º ano Maria Bernadete de O. Souza;
professor do 3º ano Fábio da Costa Alves;
3 AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
[...] com frequência os professores procuram explicar por que o aluno não aprende,
atribuindo a culpa, apressadamente, a aspectos isolados, deficiências de natureza
biológica, psicológica e cultural, carências de diferentes tipos, em detrimento de
pesquisas mais abrangentes e de análises mais criteriosas capazes de esclarecer a
situação. (MORAIS, 1994, p. 45).
Escola e família devem andar juntas, cada uma fazendo o seu papel. A escola no seu
processo de ensino com qualidade e a família como auxiliadora para melhor aprendizado do
aluno.
[...] muita das vezes tinha a indisciplina que a gente chamava o pai e aquele aluno
não queria nada com nada, você fazia tudo, você inventava outros tipos de aula, uma
brincadeira e ele não queria, aquele aluno que só batia, então chamava o pai muitas
vezes quase direto, o pai falava “ai eu não dou conta dele” então o que sobra pra
gente, então o que mais acontece hoje é isso a falta de interesse [...]. (VIEIRA, relato
oral, 2014).
tem seu modo de pensar e seu tempo de aprender. Gardner (1994, p. 57) afirma também: “a
teoria das inteligências múltiplas sugere abordagens de ensino que se adaptam às
‘potencialidades’ individuais de cada aluno, assim como a modalidade pela qual cada um
pode aprender melhor”.
A metodologia deverá ser alterada, se adequando às necessidades, como fez a
professora Rosely que, para atrair seus alunos utilizou o método de fundamentação,
mostrando-os que tudo o que se aprende na escola se reproduz na sociedade. Afirma
Armstrong (2006, p. 67) que “observar os alunos resolvendo problemas ou criando produtos
em contextos naturalistas fornece o melhor quadro de suas competências na variedade de
assuntos ensinados na escola”, proporcionando ao discente o deleite de aprender e vencer sua
defasagem.
O espaço escolar contribui para o déficit na aprendizagem dos alunos, pois a sala de
aula bem equipada e organizada proporciona ao aluno a comodidade para aprender,
professores motivados e bem preparados também influência.
O trabalho para sanar dificuldades na aprendizagem é complexo, porém é possível,
basta ser descoberto o quanto antes e trabalhado corretamente com o aluno.
É através das avaliações diagnósticas realizadas pelos professores que se começa a
perceber as dificuldades apresentadas pelos alunos, assim fez a professora Ângina. Ao realizar
as avaliações a professora se deparou com alunos em níveis de aprendizagem diferentes, a
exemplo tem o aluno Wydson em nível pré-silábico, Raul no nível silábico-alfabético e Felipe
no nível alfabético.
[...] materiais dirigidos aos professores como meio de capacitação, materiais para ler
este para deleite dos alunos, por meio de motivação a leitura e materiais para
alfabetizar, não sendo utilizado como cartilhas, mas como elementos que
acrescentam significados ao ensino. (FERREIRO, 1997, p. 54).
A escola quando dispõe de um currículo flexível valoriza seu aluno, pois permite
meios de adaptar o conteúdo proposto à realidade do educando. Por meio disto foi possível a
construção do projeto de intervenção, onde o corpo docente reavaliou sua metodologia e
buscou meios para solucionar a defasagem apresentada por muitos alunos.
O currículo escolar vem como um norteador ao professor, mas não como único
elemento para a aprendizagem, alguns profissionais da educação atualmente esquecem-se de
enriquecer o conteúdo, pois o enriquecimento leva à curiosidade do aluno. O aluno que não
tem curiosidade não tem interesse em aprender, assim entra o currículo flexível, onde cada
professor avaliará seu aluno e lhe proporcionará conhecimentos que os fazem levar além da
escola.
A avaliação é considerada não como classificatória, mas como reflexiva. Assim
sendo, o professor fará uma reflexão do conteúdo proposto, avaliará e refletirá sobre seu
resultado, avaliando os pontos positivos e negativos de seu ensino. Assim foi proposto às
professoras do projeto. Segundo Hoffman:
O erro não é um corpo estranho, uma falha na aprendizagem. Ele é essencial, é parte
do processo. Ninguém aprende sem errar. O homem tem uma estrutura cerebral
ligada ao erro, é intrínseco ao saber-pensar, à capacidade de avaliar e refinar, por
acerto ou erro, até chegar a uma aproximação final. Os erros e dúvidas dos alunos
são considerados episódios significativos e impulsionadores da ação educativa.
(DEMO, 2001, p. 49-51).
pois com a turma menos numerosa e equivalente os resultados são satisfatórios” (LUCIO,
relato oral, 2014).
Para obtenção de informações relativas aos alunos realizaram-se sondagens e/ou
avaliações diagnósticas. Como relata a professora Magna Maria de Urzedo Ferreira, ao
informar o que percebeu de sua turma do 2º ano A: “Percebi que a maioria se encontrava na
fase alfabética inicial. Porém, alguns alunos já liam sílabas simples e complexas e outros não
dominavam nem mesmo a escrita cursiva e as sílabas simples” (FERREIRA, relato oral,
2014).
A atuação do professor nesse projeto de intervenção foi primordial, pois todos se
adequaram às situações que eram submetidos, buscaram meios de ensinar o aluno com
dificuldade, participaram de capacitações realizadas pelo PACTO (Programa Nacional pela
Alfabetização na Idade Certa) e pela escola, chamaram a família para auxiliar no processo. Ao
final do ano todos se sentiram com suas metas cumpridas e os alunos se mostraram aptos a
prosseguirem para a próxima série.
A gente trabalhou muito em cima das sessenta lições, trabalhou muito também de
acordo com o PACTO, usando os deleites, experimentei de tudo um pouco, um
pouco do tradicional, aquela da cartilha, o “b” “a” “ba”, alguns jogos porque a gente
tinha muitos jogos na sala, uns jogos do Projeto Trilha, outros do curso mesmo do
PACTO, que a gente estava fazendo, experimentei de tudo um pouquinho. (SOUZA,
relato oral).
PACTO se apoia através de quatro eixos fundamentais, sendo eles, formação continuada,
material didático, avaliação e gestão (BRASIL, 2015).
A realização da classificação dos alunos por níveis de aprendizagem facilitou na
elaboração de métodos e conteúdos a serem trabalhados com os discentes e proporcionou-lhes
melhor compreensão do conteúdo, pois o professor focou em sanar as dificuldades
apresentadas e não em passar o conteúdo que é obrigatório de cada série, sem auxiliar aqueles
cuja aprendizagem se dá de forma mais lenta. Segundo relatos de professores o que dificulta
em muito o ensino é quando o professor se encontra com salas cheias e com os alunos em
fases de aprendizagem diferentes, tendo que passar os conteúdos propostos pelo currículo
formal, impossibilitando de atender diretamente o aluno e ocasionando a defasagem no
ensino.
Foram realizadas várias adaptações para atender as necessidades educacionais
apresentadas pelos discentes, tais como agrupamento por níveis de aprendizagem,
reformulação das metodologias, adequação da quantidade de alunos por sala de aula (algumas
salas tinham de 6 a 14 alunos), aperfeiçoamento do material didático, dentre outros, como
meios facilitadores utilizados para a aprendizagem das crianças. Os professores inseriram
recursos pedagógicos diversificados para aproximar o aluno do conteúdo ensinado, de forma
clara, possibilitando melhor compreensão do ensino, aumentando a autoestima desse aluno,
como revela o professor Fábio da Costa Alves, do 3º ano de Intervenção, em seu registro
reflexivo ao final do ano:
Ao falarmos da prática docente nos deparamos com vários dilemas que são
combatidos diariamente. Como o uso da internet em sala de aula, para uns uma auxiliadora no
processo de aprendizagem, outros como vilã do ensino. O que acontece é que muitos
Durante esse ano procurei a melhor forma de elaborar, propor e realizar diversas
atividades que pudessem atrair a concentração. [...] Sempre motivei os mesmos a
romperem as dificuldades que iam apresentando. Ao final do ano a maioria dos
alunos está no nível de escrita alfabética. (SILVA, relato oral, 2014).
É notório como uma boa prática docente conduz a uma qualidade de ensino com
qualidade, proporcionando aos discentes meios de aprendizagem adequados às suas
necessidades.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
ABSTRACT
The present term paper is an intervention project deployed in the Escola Municipal José Lúcio
de Sampaio, located in the city of União de Minas – MG, which was with low learning
efficiency, showed by the students in reading and writing. The project was developed trying
to help those students that in a moment have not learned a certain subject enough developing
their skills with creativity, observation, consciousness, cooperation and credit, preparing them
to live and have a high quality education. Using a quality method with the study of the
situation,where there will be an investigation of a particular subject and the research – action
whose function is to study the literacy environment, remedying found failures.. From these
good results the school felt itself more confident to help students with difficulties in learning
and there will be other interventions if necessary , intensifying what worked out and
correcting what was wrong because it’s the students’ right to obtain in their education the
skills and abilities due in the matrix of curriculum education.
REFERÊNCIAS
DEMO, P. É errando que a gente aprende. Revista Nova Escola. São Paulo: Editora Abril,
ano XVI, nº 144, p.49-51, ago. 2001.
FERREIRO, E. Com todas as letras. 6. ed.. São Paulo - SP: Cortez, V. 2. 1997. (v. 2)