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O PSICOPEDAGOGO EM ESCOLAS E ONGS

De acordo com Fagali e Vale (2003), o objetivo do trabalho do psicopedagogo institucional é estimular a
reflexão e a criticidade na busca de superação dos obstáculos enfrentados, assegurando que a escola atue de
forma integrada. Para isso, trabalha as questões didáticas com os professores, a relação família - escola, planeja
estratégias que possam superar as dificuldades encontradas, auxilia na revisão dos currículos, elabora projetos
pedagógicos gerais e específicos, dentre outras intervenções.
Segundo Porto (2011), a Psicopedagogia na educação tem como objetivo desenvolver projetos pedagógicos,
enriquecer os procedimentos em sala de aula, as avaliações e planejamentos na educação sistemática e
assistemática. Também poderá auxiliar na elaboração do projeto pedagógico, orientar os professores sobre a
forma de ajudar o aluno com dificuldades de aprendizagem, realizar um diagnóstico institucional para averiguar
possíveis problemas pedagógicos que possam estar prejudicando o processo de ensino-aprendizagem,
encaminhar alunos para avaliação de profissionais clínicos (psicopedagogo clínico, psicólogo, fonoaudiólogo,
etc.); orientar os pais de alunos com dificuldades de aprendizagem, dentre outras atividades.
Miranda (2008) indica a necessidade de que existam projetos voltados para a formação continuada dos docentes,
bem como de projetos voltados para o desenvolvimento do aluno, o que pode levar a uma das possibilidades de
atuação psicopedagógica escolar: a contribuição para o desenvolvimento da formação continuada dos docentes.
Segundo Soares e Sena (2019), o psicopedagogo atinge seus objetivos quando, amplia a compreensão sobre as
características e necessidades de aprendizagem de determinado aluno, abrindo espaço para que a escola viabilize
os recursos para atender as necessidades de aprendizagem e, para isso, deve-se analisar o Projeto Político
Pedagógico, as suas propostas de ensino e o que é valorizado como aprendizagem na instituição.
Segundo Teixeira (2015), a importância da Psicopedagogia Institucional na escola se consolida quando este
profissional consegue olhar e escutar com a devida atenção um grupo de pessoas que faça parte de uma
instituição/escola.
Neste sentido, a atuação deste profissional em colaboração com a equipe de Gestão Educacional contribui para
que a escola compreenda as suas dificuldades e se organize para trabalhar em conjunto, com o objetivo de
superá-las e/ou minimizá-las
O envolvimento e o comprometimento do psicopedagogo institucional, da gestão educacional e da comunidade
educacional são imprescindíveis para que isso ocorra.
Em colaboração com a equipe de gestão educacional, o psicopedagogo deverá contribuir para que a instituição
melhore o processo de ensino por meio de trabalhos envolvendo aprendizagens colaborativas e da promoção de
formação para os professores, dentre outras atividades.
A Psicopedagogia Institucional tem um papel importante no auxílio nas relações de ensino e aprendizagem, que
é influenciada pelos alunos, professores e a comunidade escolar em geral, assim como as metodologias que são
utilizadas no processo de ensino – aprendizagem.
Para compreender as diferenças e aproveitar o potencial de todos, é necessário minimizar ou até superar as
dificuldades identificadas no contexto da instituição. Dessa forma, o psicopedagogo institucional deverá
compreender a cultura da instituição e a forma como o grupo interage entre si.
No planejamento educacional, o psicopedagogo deverá auxiliar a reflexão sobre as ações pedagógicas e suas
interferências no processo de aprendizagem dos alunos.
O planejamento é uma mediação teórica metodológica para ação consciente e intencional e tem como finalidade
fazer algo vir à tona, acontecer e se concretizar, sendo necessário estabelecer condições objetivas e subjetivas
para o seu desenvolvimento.
As escolas devem traçar uma proposta de intervenção que seja capaz de contribuir para a superação dos
problemas de aprendizagem dos alunos, sendo assim importante que o psicopedagogo institucional se concentre
na observação e análise de uma situação concreta, não somente identificando as possíveis perturbações no
processo de aprendizagem, mas orientando os procedimentos didáticos e metodológicas de acordo com as
características dos indivíduos e grupos (SOARES e SENA, 2019).
A Psicopedagogia Institucional, especialmente aquela desenvolvida em organizações não governamentais (ONG
's), está fundamentada, em grande parte, nos princípios da Educação Não Formal. De acordo com Gohn (2006),
a Educação Não Formal designa um processo com várias dimensões tais como:
 A aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos; a capacitação dos indivíduos para o
trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ou desenvolvimento de potencialidades;
 A aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com objetivos
comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos cotidianos;
 A aprendizagem de conteúdos que possibilitem aos indivíduos fazerem uma leitura do mundo e terem uma
melhor compreensão do que se passa ao seu redor;
 A educação desenvolvida na mídia e pela mídia, em especial a eletrônica etc.

Considera-se a Educação Não Formal como um dos núcleos básicos de uma Pedagogia Social que, por sua vez,
é uma área científica que fornece ferramentas teóricas para a Educação Social, que é uma práxis.
Na Educação Não Formal, as metodologias operadas no processo de aprendizagem partem da cultura dos
indivíduos e dos grupos atendidos. O método nasce a partir de problematização da vida cotidiana; os conteúdos
emergem a partir dos temas que se colocam como necessidades e ações empreendedoras a serem realizadas e os
conteúdos são construídos no processo.
A Educação Não Formal tem alguns de seus objetivos próximos da Educação Formal, como a formação de um
cidadão pleno, mas nesse formato, há a possibilidade de se desenvolver alguns objetivos que são específicos,
pela forma e espaços em que se desenvolvem as suas práticas, como nos movimentos sociais contra os diversos
tipos de discriminação e a favor das diferenças culturais (GOHN, 2006).
De acordo com Barbosa e Wisniewski (2017), na atuação psicopedagógica voltada aos idosos, a Psicopedagogia
é a área do conhecimento que possui recursos capazes de tratar, prevenir e minimizar os efeitos do declínio de
capacidades cognitivas, melhorando a condição de aprendizagem do ser em envelhecimento, fortalecendo a
crença na capacidade de aprendizagem e ajudando o idoso em sua boa autoestima.
O psicopedagogo pode atuar nos ajustes a serem feitos para que o idoso seja capaz de recuperar a sua capacidade
produtiva e criadora, como nos jogos de regras, palavras cruzadas, recordação de fatos do cotidiano e na
aprendizagem de habilidades como a informática, pintura e música.
A ação psicopedagógica é importante na mediação entre o idoso e a construção e reconstrução do conhecimento;
assim como a inclusão do idoso nos grupos de convivência.

Atividade extra

Leia o artigo A psicopedagogia e a aprendizagem em idosos, realizado por Vania Maria Barboza e Miriam
Salete Wisniewski, que relata os resultados da pesquisa bibliográfica das autoras e que verificou que, além de ser
fonte de aprendizagens e reaprendizagens, de inclusão, o trabalho do psicopedagogo com idosos abrigados deve
desenvolver o bem-estar, acolhimento emocional, a promoção da dignidade e um acolhimento humanizado,
assim como o resgate da autonomia e da autoria no trabalho.

Acesse o link: http://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/156_676.pdf

Referência:
BARBOZA, V. M.; WISNIEWSKI, M. S. W. A psicopedagogia e a aprendizagem em idosos. PERSPECTIVA,
Erechim. v. 41, n.156, p. 29-38, dezembro/2017. Disponível
em http://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/156_676.pdf Acesso em 23 mar 2021.
Referências Bibliográficas

 BARBOZA, V. M.; WISNIEWSKI, M. S. W. A psicopedagogia e a aprendizagem em idosos. PERSPECTIVA,


Erechim. v. 41, n.156, p. 29-38, dezembro/2017. Disponível
em http://www.uricer.edu.br/site/pdfs/perspectiva/156_676.pdf Acessado em 24/11/2019
 FAGALI, E. Q.; VALE, Z.D. R. Psicopedagogia Institucional aplicada: aprendizagem escolar dinâmica e
construção na sala de aula. 8. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003
 GOHN, M. G. Educação Não Formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas.
Revista Ensaio: Avaliação de Políticas Públicas Educacionais. Rio de Janeiro, v.14, n.50, p. 27-38, jan./mar.
2006. Disponível em http://www.scielo.br/j/ensaio/a/s5xg9Zy7sWHxV5H54GYydfQ/abstract/?
lang=pt Acessado em 22/11/2019
 PORTO, Olivia. Psicopedagogia Institucional: teoria, prática e assessoramento psicopedagógico. Rio de Janeiro:
Wak, 2011

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