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CAJAZEIRAS - PB
2014
ADEILMA DE FRANÇA SOUSA
CAJAZEIRAS - PB
2014
UNIDERC – UNIÃO DE INSTITUIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL, RELIGIOSO E CULTURAL
NÍVEL MESTRADO
Banca Examinadora:
Presidente: _____________________________________________
Professor Dr.
1º Examinador: _____________________________________________
Professor Dr.
2º Examinador: _____________________________________________
Professor Dr.
3º Examinador: _____________________________________________
Professor Dr.
Dedico primeiramente a Deus, por me conceder mais essa
vitória e à minha família, que não mediu esforços para que
eu continuasse estudando e me estimulou a alcançar
degraus cada vez mais altos. E mais que isso, confiou em
mim e apostou comigo que tudo isso seria possível.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a DEUS, e a minha família pelo apoio dado durante a minha caminhada;
para o meu crescimento pessoal e profissional; aos mestres pela paciência e
incentivo.
“A educação parece situar-se em si com sua função de reprimir dentro
de um princípio de realidade, não seguindo nem se preocupando com
o princípio do prazer, ou seja, prazer ficaria como promessa, não como
fim em si.”
FREUD (1911-2014, p.69)
RESUMO
This research seeks to reflect the light of psychoanalysis, on issues relating to learning
difficulties presented by the students, giving voice to their feelings toward these
impasses, what they think and feel in front of their school difficulties. In this context,
presents an overview of the concepts of psychoanalysis devices according to Freud
and Lacan epistemofílica and desire to know how the engines of learning, the
relationship with the Other and with the teacher as possible elements that cause
difficulties instinct, seeking to draw a parallel with Pedagogy and their definitions for
this problem. In this sense, the objective of this topic is to analyze the concept that
children with learning difficulties have itself and its specificity in light of pedagogy by
identifying what is being developed in this area from the perspective of psychoanalysis
Freud and Lacan. The procedure for data collection was based from literature
searches, which is a methodology of qualitative approach in order to get subsidies for
the theoretical basis of this. As well as field research conducted in NAPPE (Center for
Student Support Psicopedagógico) with the completion of questionnaire interview type,
with participating children. We found that the students surveyed like school and their
teachers and feel comfortable in the school environment, but has trouble asking help
when you can not learn. In this context, it appears that the school plays a crucial role
in the lives of those who go through the trouble of learning. We pointed out that
psychoanalysis opens a new perspective on the student, a being who has subjectivity
and desire and that is often misunderstood in its manifestations. So it is important that
the educator is knowledgeable of this theory, where he meets subsidies for
understanding child behavior and better meet the needs of students.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
2 APRENDIZAGEM .................................................................................................. 14
2.1 AFETOS, EMOÇÕES NO SENTIDO PSICANALÍTICO. ................................................... 19
2.2 ABORDAGENS SOBRE APRENDIZAGEM NA TEORIA PSICANALÍTICA .................. 22
2.3 O ENSINO DE ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGENS NO CONTEXTO ESCOLAR. 25
2.4 DIFICULDADES NO PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM ................................ 28
2.4.1 RETROSPECTIVA HISTÓRICA .................................................................................... 35
2.4.2 ATRASOS MATURATIVOS E DIFICULDADES NA APRENDIZAGEM .................. 40
2.4.3 AUTOESTIMA E AUTOIMAGEM DO ALUNO COM DIFICULDADES NA
APRENDIZAGEM ....................................................................................................................... 45
2.4.4 FATORES NO DIAGNÓSTICO DE PROBLEMAS DE APRENDIZAGEM .............. 50
3 A PSICANÁLISE E A DIFICULDADE DE APRENDIZAGEM ................................ 55
3.1 A PULSÃO EPISTEMOLÓGICA E A CURIOSIDADE ....................................................... 56
3.2. A SEXUALIDADE INFANTIL E AS PULSÕES PARCIAIS ............................................. 59
3.3 O DESEJO DE SABER ........................................................................................................... 63
3.4 VÍNCULO .................................................................................................................................. 69
3.5 A TRANSFERÊNCIA NO PROCESSO EDUCACIONAL .................................................. 72
3.6 ESCUTA .................................................................................................................................... 75
3.7 SUJEITO ................................................................................................................................... 78
3.8 SABER....................................................................................................................................... 81
3.9 NEUROSE ................................................................................................................................ 82
4 METODOLOGIA .................................................................................................... 85
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA ................................................................................... 85
4.2 DESCRIÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS .................................... 86
4.3 ANOTAÇÕES DE CAMPO ..................................................................................................... 87
4.4 DESCRIÇÃO DO CAMPO DA PESQUISA ......................................................................... 87
4.6 A ESCOLHA DAS CRIANÇAS PARTICIPANTES DA PESQUISA ................................. 89
4.6 DESCRIÇÃO DOS SUJEITOS / ALUNOS PARTICIPANTES DA PESQUISA ............. 90
4.7 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS .............................................................................. 91
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 99
REFERÊNCIAS....................................................................................................... 102
ANEXOS ................................................................................................................. 109
APÊNDICE .............................................................................................................. 111
10
Pedagogia como: Freud, Lacan (1955-1956), Miller (1996), Cordié (1996), Kupfer
(2007), Millot (1996), Vygotsky (1994), Piaget (1997), Patto (1991, 2000), Bossa
(2000, 2002), e Fernandez (1999, 2001), obras examinadas no corpo deste texto,
mas a complexidade dessa problemática requer ainda pesquisas, pois poucas
abordam o problema a partir da ótica da criança-aluno na visão da psicanalise a partir
das ideias freudianas da escuta.
Desta forma, o objetivo geral pretende analisar o conceito que a criança com
dificuldades de aprendizagens têm de si mesma. E de forma especifica analisar as
dificuldades de aprendizagem a luz da pedagogia como também identificar o que vem
sendo desenvolvido nesta área sob o olhar da psicanalise de Freud e Lacan.
1 APRENDIZAGEM
Entretanto, nas obras do suíço Vygotsky (1984), ressalta que o apego dos
processos de aprendizagem, acontece desde o momento do nascimento da criança,
a aprendizagem se relaciona ao seu desenvolvimento e então como explicita Oliveira
(2002, p.33), a aprendizagem é “um aspecto necessário e universal do processo de
desenvolvimento das funções psicológicas culturalmente organizadas e
especificamente humanas”. É o aprendizado que consente o brotar das ações
16
disso, no início deste século existiam elucidações para a aprendizagem, mas o seu
estudo está intimamente ligado ao desenvolvimento da psicologia enquanto ciência.
No entanto, este estudo não se conferiu de forma constante.
Sabemos que, para aprender, uma pessoa deve estar com satisfação e vontade
de buscar novos horizontes ou fazer um investimento pessoal rumo a novo
conhecimento. Esse investimento também se relaciona aos recursos pessoais,
misturando-as com as possibilidades sócias afetivas. Prevalecendo o conhecimento
abordado sobre o grau que a criança atinge construindo uma série de significados
resulta na aprendizagem. Isso só é permitido partindo dos intercâmbios que ela faz e
continua fazendo em seu contexto sócio afetivo.
Não devemos deixar a criança ao seu próprio destino, devemos abrigar, dar
lugar à sua invenção singular. Isto introduz responsabilidades no mundo no qual elas
serão recebidas. Se este lugar, aquele que acolherá a criança, estiver vazio, ela corre
o risco de ter que se virar sozinha. Assim, os adultos, pais, professores, parentes e
amigos, devem estar próximos e disponíveis para a criança ajuda-la, até que ela possa
dispensá-los.
Ao analisar a criança enquanto ser, necessita-se atentar para o real valor deste
enfoque o qual se denomina Ontologia que, segundo Chauí (1996), é o estudo ou
conhecimento do ser, dos entes ou das coisas como são em si mesmas, real e
verdadeiramente.
As crianças só são ouvidas depois, que durantes anos vivem com esse
sintoma, ou seja, somente quando começam a não aprender é que se fazem ouvir .Os
21
conceitos descritos por Chauí permitem compreender que a criança é uma construção
histórica, e não apenas uma manifestação do momento.
Para Decartes (1987), por ter nascido criança, a alma humana está condenada
a uma espécie de aprisionamento. Entendem que o fato de termos sido crianças
manteve-nos, durante muito tempo, sob o governo de apetites e de preceptores, sob
o jugo do corpo e da cultura. Para este autor, a primeira e principal causa dos nossos
erros são os preconceitos de nossa infância.
Vale salientar que cada indivíduo aprende a seu modo, estilo e ritmo, o que
freneticamente não é reverenciado pela maioria das famílias, equipe pedagógica e
todos os que convivem com este indivíduo. O processo de aprendizagem deve ser
considerado tanto individual como social. Portanto, se faz importante que, a escola se
constitua num contexto social e emocional adequado para o desenvolvimento
humano.
[...] a palavra ‘estratégia’ possui estreita ligação com o ensino. Ensinar requer
arte por parte do docente, que precisa envolver o aluno e fazer com ele se
encante com o saber. O professor precisa promover a curiosidade, a
segurança e a criatividade para que o principal objetivo educacional, a
aprendizagem do aluno, seja alcançada.
Como podemos observar o planejamento para ser eficiente tem que partir da
necessidade do nosso aluno e não partir do livro didático. Só assim, é que podemos
superar essas dificuldades sempre considerando que o modo pelo qual o aluno
aprende não é um ato isolado, escolhido ao acaso, sem análise dos conteúdos
trabalhados, sem considerar as habilidades necessárias para a execução e dos
objetivos a serem alcançados.
Morais (1997, p.185) afirma que, um dos motivos pelo qual a evasão escolar
acontece, muitas vezes é devido aos problemas que a criança tem para aprender.
Sendo assim, afirma-se que, a evasão escolar é o calcanhar de Aquiles da educação,
pois a escola que se diz para todos é a mesma que exclui aqueles que não estão em
seu padrão, contribuindo para o desestímulo das crianças que se arrastam anos após
anos sem aprender ou desiste de estudar, com sua subjetividade decepcionada e seu
autoconceito arrasador.
Segundo o autor supracitado [...] a criança que tem dificuldades para aprender,
pode se recusar a ir para a escola e a fazer as lições, mas estes comportamentos são
apenas uma reação ao fracasso que ela não consegue superar. Para ele à medida
que a criança supera estes problemas ela volta a ter interesse pelas atividades
escolares.
A família tem um papel muito importante na vida destas, pois ela é a base, o
apoio para estas crianças nas atividades fora da escola. Segundo Del Prette (1999)
se consideramos a filosofia geral da Educação, a qual propõe a construção da
cidadania, o desenvolvimento das potencialidades do educando, seus valores,
atitudes, autonomia, pensamento crítico, fica claro que o conhecimento psicológico
sobre essa programação e avaliação de ensino constitui uma importante ferramenta.
Para Bossa, no entanto, não é suficiente ter uma grande inteligência para
fazer uma boa aprendizagem escolar. Patto (2000, p. 59) quando discute isso, afirma
o seguinte: “Da Psicologia e da Pedagogia na passagem do século herdou uma
39
Verifica-se que o fracasso escolar pode ser visto como uma patologia, ou
como um sintoma escolar. Este segundo é abordado mais especificamente pela ótica
Psicanalítica. Com a incorporação dos conceitos psicanalíticos na área médica,
houve uma modificação na concepção a respeito das causas das dificuldades de
aprendizagem. Então, foram incorporados às explicações para as possíveis causas do
insucesso escolar os fatores de ordem afetiva e de personalidade.
Será que isso significa que tal aprendizagem depende única e exclusivamente
desses desenvolvimentos, sem que a mediação educativa desempenhe nenhum
papel? Por outro lado, quando se utiliza esse tipo de expressões, será que se está
querendo dizer que essa aprendizagem só pode ocorrer em um momento determinado
– um período crítico -, antes ou depois do qual é impossível realiza-la com êxito?
Poderíamos fazer mais perguntas, mas, em última análise a questão principal é o que
se entende por maturação quando se afirma que alguém não está maduro para
realizar com êxito uma aprendizagem
PESSOA
TEORIA NEUROLÓGICAS
• Herança
• Dano cerebral
• Disfunção cerebral mínima
• Neurológicos:
- Do hemisfério direito e esquerdo
• Psicológicos
-Da atenção
-No processamento ativo e espontâneo da informação
TEORIAS INTEGRADAS
De acordo com Barone (1993), tais crianças são capazes de relatar ressalvas
e perspectivas a respeito de si, feitas pela escola, mas raramente são capazes de se
posicionarem a respeito destas expectativas, causando a impressão de que sua fala
está a serviço da demanda social.
dos fracassos, uma redução de interesse que pode chegar por efeito cumulativo, à
apreensão e ao ato de evitar as atividades desencadeadoras do fracasso.
O indivíduo que já tem seu objeto de desejo definido em sua subjetividade terá
um maior desenvolvimento na aprendizagem do que aquele que ainda está em busca
desde objeto. Nesta perspectiva, a aprendizagem expõe à criança questões
particular a respeito de seu papel social no mundo. Diretamente, os papéis do
professor e do aluno, bem como suas condutas, estão intensamente relacionados à
concepção de aprendizagem. Esses papéis indicam expectativas de comportamento
integradas com a cátedra que ocupa uma pessoa em um sistema social determinado.
Somos produtos do nosso meio, as palavras das pessoas que nos rodeiam tem
peso para as crianças e esse valor é imensurável. Assim, a criança constrói sua
identidade a partir da fala do outro. A posição que ele ocupa no cotidiano escolar é
determinada por sua posição histórico-social. De acordo com Orlandi (1999), o dizer
não é propriedade particular, quando nascemos, os discursos já estão em processo e
nós é que entramos nesse processo. Para a compreensão da formação discursiva do
aluno, muitas vezes envolvida em silêncios, é essencial trazer a tona à discussão das
ideias de Orlandi (1999), pela posição que esta autora toma quando afirma que a
análise do discurso consiste em considerar o que é dito em um discurso e o que é
dito de outro, procurando escutar o não dito como uma presença de uma ausência
necessária.
48
Enquanto que, no contexto escolar um dos principais fatores que pode denegrir
a autoimagem do aluno em situação de fracasso escolar, repelindo desta forma sua
autoestima para aprender, é o processo de avaliação. Este pode auxiliar o professor
a refletir sobre suas condições de aprendizagem, permitindo o ajustamento de sua
prática às necessidades colocadas pelo educando.
Bakhtin (2002, p. 95) afirma que, “não são palavras o que pronunciamos ou
escutamos, mas verdades ou mentiras, coisas boas ou más, importantes ou triviais,
agradáveis ou desagradáveis”. Em determinadas situações, os alunos podem se
tornar alvos de deboche por parte dos colegas, talvez, por não conseguirem realizar
as atividades no tempo determinado pelo professor ou realizarem de maneira
inadequada, segundo a escola, deve-se considerar alguns fatores em que esse aluno
está inserido.
Enquanto que os fatores ambientais faz necessário que a pessoa que ensina
conceda para a criança a possibilidade de “ser a pessoa que aprende” e a coloque no
lugar do sujeito pensante. Mais do que ser uma pessoa que ensina conteúdos, a
pessoa que ensina abre um espaço para o saber, um espaço para a construção dos
conhecimentos e um espaço para construir a si mesma como um objeto criativo e
pensante.
o crescimento dos alunos, por isso, é importante auxiliá-las “a conhecer seus pontos
fortes e a compreender suas dificuldades, buscando estratégicas que sejam úteis nos
processos de ensino aprendizagem”. Entretanto, reforça, quando surgir dificuldades
nesse processo não deve ser vistas isoladamente. Apesar de ser manifestadas nas
áreas emocional, orgânica, intelectual ou social.
Para Freud (1915), pulsão é um processo dinâmico que consiste numa pressão
ou força que faz o organismo tender para um objetivo. Segundo o autor, uma pulsão
tem a sua fonte numa excitação corporal. A sua finalidade é suprimir o estado de
tensão que impera na fonte pulsional. É no objeto que a pulsão pode atingir a sua
meta.
Enquanto Lacan (1998) diz que: A pulsão, tal como é construída por Freud a
partir da experiência do inconsciente, proíbe ao pensamento psicologizante esse
recurso ao instinto com ele mascara sua ignorância, através de uma suposição de
uma moral na natureza. (Lacan, 1998, pág.865). Para Lacan a catexia constitui uma
energia, e não é qualquer energia, é uma energia potencial, Freud dirá que a pulsão
é então uma constante, não é outra coisa que uma forma viva, uma força cinética e
na pulsão não se trata de uma força cinética, a descarga é de outro tipo, está situada
num outro plano. Fundamentalmente não é de natureza biológica. Se pensarmos na
descarga sem dúvida veremos que esta tem a ver com a satisfação da pulsão. Freud
é bem explicito e diz que a sublimação é também a satisfação da pulsão quando é
inibida em seu fim, ou seja, quando não o alcança.
significado em sua relação com a “fonte”, que inscreve na economia da pulsão a sua
estrutura de borda, o “objeto” indeterminado e o “fim”. Há um ponto individual na
pulsão e é o que Freud denomina de excitação, que é distinto de toda excitação
exterior, é uma excitação interior, então na pulsão, não se trata em absoluto de uma
pressão interior, de uma necessidade tal como a fome, ou a sede. O autor ainda
acrescenta que é por excitação da pulsão que certos elementos desse campo são
catexiados pulsionalmente e que esse campo está constituído pelo “real ich “ que está
sustentado pelo sistema nervoso.
Nos seus textos “Sobre as teorias sexuais infantis” (1908), Sigmund Freud
produziu intensamente as seguintes teorias sexuais das crianças: a atribuição de um
pênis para todos os seres vivos, até para as mulheres; a teoria cloacal que elucidaria
o nascimento do bebê por meio da evacuação pelo ânus como um excremento; e a
concepção sádica do coito, em que a criança entende o ato sexual como uma forma
de violência imposta do mais forte para como mais fraco.
Surge então pela primeira vez, na obra de Freud, no texto “Três ensaios sobre
uma teoria da sexualidade” (1905), a pulsão de saber ou epistemofílica, sob o nome
em alemão de Wisstrieb
“Ao mesmo tempo em que a vida sexual da criança chega a sua primeira
florescência, entre os três e os cinco anos, também se inicia nela a atividade
que se inscreve na pulsão de saber ou de investigar (Wisstrieb). Essa pulsão
não pode ser computada entre os componentes pulsionais elementares, nem
exclusivamente subordinada á sexualidade. Sua atividade corresponde, de
um lado, a uma forma sublimada de dominação e, de outro, trabalha coma
energia escopifílica. Suas relações com a vida sexual entretanto, são
particularmente significativas, já que constatamos pela psicanálise que, na
criança, a pulsão de saber é atraída, de maneira insuspeita da mente precoce
e inesperadamente intensa, pelos problemas sexuais, e talvez seja até
despertadapor eles” (Freud, 1905:183).
sexo se põe como uma dificuldade ou seria um enigma para nós e, de um modo muito
mais evidente nas crianças. Esse enigma, segundo Freud, apresenta-se para as
crianças a partir da dúvida “De onde vêm os bebês?”, inserida dentro do contexto
maior do complexo de Édipo. Segundo Quinet (2002 p. 255), ela nada mais é do que
o enigma do desejo do Outro com o qual a criança se confronta não é precisamente
uma questão sobre a diferença entre os sexos, mas sobre a origem sexual de cada
um, inserida no desejo do Outro que o gerou como auxiliar da sublimação sexual uma
vez que seus argumentos afirmam que a curiosidade intelectual é derivada da
curiosidade sexual.
Nos “Três ensaios sobre uma teoria da sexualidade” é na segunda parte que
se dar maior evidência para a sexualidade infantil, em que Freud previne que as
pulsões sexuais estão presentes desde o recém-nascido. Acreditamos que esse texto
seja produto da clínica de Freud, que por meio de sua experiência com as suas
pacientes histéricas se via diante de uma questão recorrente - por que razão a
maioria de suas pacientes se referia a uma experiência de sedução atribuída a um
adulto, que teria ocorrido em algum momento da infância delas?
Neste sentido, Catherine Millot (1996) assegura que Freud poderia ser
visivelmente comparado a um pedagogo clássico que vê na criança um mal originário,
ideia identificada aos educadores religiosos. Deixa de ser identificado com o
pedagogo clássico a partir do momento em que não mais preconiza o
desenraizamento do “mal” que vive na criança, mas sugere a sua canalização em
direção a valores superiores, aos bens culturais e de socialmente produtivos, sem
perversão não há sublimação e sem esta não há cultura.
Deste modo, Freud afirma que os docentes devem ser informados de que a
tentativa de supressão das pulsões parciais na infância é inútil e pode gerar efeitos
nocivos como a neurose, conceito abordado logo mais adiante. Os educadores
poderiam amortizar assim a coerção e dirigir de forma mais proveitosa a energia que
move as pulsões, pulsão escópica (ligada ao olhar) pode ser modificada em
curiosidade intelectual já que esta tem um papel importante no desenvolvimento do
desejo de saber. Mas Freud nunca se preocupou em criar métodos para a aplicação
efetiva de suas ideias esperava que os próprios educadores se ocupassem disto.
dos lábios proveniente da alimentação, mas não só à isso. Existe uma meta muito
particular nessa fase, que é a incorporação, e é ela que vai dar as significações
específicas das modalidades de satisfação pulsional ativa e passiva: comer e ser
comido.
Enquanto que na quarta fase genital, é nesse momento que as pulsões parciais
se organizam, se juntam e se hierarquizam sob o primado da zona genital, ou seja,
sob o primado do falo, que passa a ser o código para a significação da sexualidade.
uma síntese das pulsões parciais, mas toda a parcialidade característica da infância.
De um jeito ou de outro, é esta “fase” que trará, à teoria freudiana, toda a
importância do complexo de Édipo.
Consideremos aqui o desejo de sujeitos que estão nas escolas, mas não se
apropriam do que a escola está oferecendo ou poderá oferecer, e que não permitem
ser ensinados, ou não compreendem sua ação educativa como objeto para sua vida.
Mas, afinal o que vem a ser o desejo de saber das crianças? Segundo Freud esse
conceito se refere a uma energia pulsional, algo que fica no limite entre o corpo e
psíquico, uma tensão que transcorre no organismo exige constante satisfação.
Enquanto que Lacan (1949) opta situar o impulso de saber não do lado da
pulsão, mas do lado do desejo. Assim, ele não fala de pulsão de saber, mas de
desejo de saber. Pare ele, o desejo de saber é constitutivo do desejo do sujeito, e
se apresenta tanto ao nível do imaginário, quanto ao nível do simbólico. Essa relação
como o imaginário fica evidente non texto “O estádio do espelho” (1949), onde ele
pronuncia que a constituição do eu faz “todo saber humano bascular para a
mediatização pelo desejo do outro” (Lacan, 1949, p.101).
O que advém, porém, é que o traço mnêmico é reativado sem a presença real
do objeto, gerando o que chamamos de “alucinação”. Como a criança, neste período,
ainda não é capaz de diferenciar o objeto real do objeto alucinado, ela tenta apoderar-
se do segundo, e o que ocorre é a frustração.
Salientamos ainda, que não existe satisfação do desejo para além da realidade
psíquica. Essa incoerência de satisfação plena, que é estrutural, apresenta-se na
fantasia como histórias de perda ou interdição do objeto. Apesar das
acomodações discursivas que levam a evocar a satisfação ou a insatisfação do
desejo, a dimensão do desejo não tem outra realidade que não uma realidade
psíquica. O desejo só tem objeto na realidade psíquica e a satisfação é sempre
parcial.
Não temos como gerar motivação no ensinante, nem fazê-lo se interessar por
algo se este algo como objeto, não estiver satisfatoriamente erotizado, aqui erotizado
no significado de que este objeto possa conter algo de valor. Então como podemos
pensar a questão do desejo nas situações vividas no interior da escola? Para que
uma criança “aprenda”, é necessário que ela tenha o desejo de aprender.
3.4 VÍNCULO
Neste tópico falaremos da relação vincular, que como o próprio nome indica, é
a conexão entre pessoas, aqui no caso, será constituída entre o aluno, professor e a
relação familiar como base para uma vida cognitiva saudável.
Eu te amo. Não é por acaso que muitas pessoas têm enorme dificuldade em
pronunciar estas três palavras, assim juntinhas, diretas. “De tudo o que eu sei ou sinto,
nem tudo foi permitido” (cancioneiro popular brasileiro). A singeleza do amor, do afeto,
curiosamente de tempos em tempos, por vários fatores, parece sair de moda, caindo
num esquecimento cujas consequências, porém, são sempre profundamente danosas
para o sensível espírito humano.
“Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que fez tua rosa tão importante”. (SAINT-
EXUPÉRY, 1960). “Não se sabe o que tem esse menino” (– diz a mãe ao psicanalista
experiente.) “Minha senhora, eu sei: ele nunca foi beijado”. (MICHELET, 1798-1874).
Vale salientar que a família é a base mais elementar que seja, por isto tendo
nascido em um ambiente paupérrimo, numa favela, por exemplo, mas tendo recebido
afeto, um sujeito humano se identifica como pessoa humana repleta de possibilidades
e segue acreditando na vida, enquanto o ser concebido em berço de ouro, porém
rechaçado no seio familiar, sem receber a qualidade suficiente de amor e carinho,
mais cedo ou mais tarde definhará num mar de tristezas e desesperanças quase
intratáveis por especialistas poucos afetos às investigações afetivas, cármicas,
carmáticas, espirituais, da mente (alma) mais profunda formadora e denunciadora do
destino (de ser feliz ou de ser infeliz na proporção do amor que recebe) de cada
indivíduo humano.
Sabemos que não seria o dinheiro, os bens materiais, que nos fazem afinal
pessoas felizes, porém sem afeto e sem educação afetiva, os laços que nos unem a
nós mesmos e aos nossos entes mais próximos se esgarçam facilmente porque
perdemos em algum momento da caminhada (logo nos primeiros passos!) a
esperança nas virtudes e na força, única força verdadeira, do amor.
Não é possível que uma definição como esta, inteiramente fria, seja aceita
como verdade absoluta não sujeita a “emendas” ou, melhor dizendo, a complementos,
que à luz da ciência da Psicanálise, por exemplo, possam suscitar ao debate sobre
os diferentes transtornos de aprendizagem, a compreensão sobre a relevância do
afeto, dos laços de confiança familiar, enfim dos estímulos que todos nós precisamos
quanto mais às crianças e os jovens, para assumir responsabilidades, ter iniciativas
na direção da criatividade e da valorização do amor-próprio.
Nos dois casos de transferência tanto positiva quanto negativa existe algo em
comum que nos interessa. Para que aconteça qualquer uma das duas é necessário
que tenhamos um vínculo afetivo, é ele que garantirá a ocorrência dessa situação.
Nossos pais substitutos. Foi por isso que, embora ainda bastante jovens,
impressionaram-nos como tão maduros e tão inatingivelmente adultos.
Transferimos para eles o respeito e as expectativas ligadas ao pai onisciente
de nossa infância e depois começamos a tratá-los como tratávamos nossos
pais em casa. Confrontamo-los com a ambivalência que tínhamos adquirido
em nossas próprias famílias, e, ajudados por ela, lutamos como tínhamos o
hábito de lutar com nossos pais em carne e osso.
3.6 ESCUTA
Para estar em coerência com esta regra, os analistas devem se desligar das
influências conscientes e permitir a atenção uniformemente suspensa, sem se fixar a
um ponto qualquer. Freud diz: “Ver-se-á que a regra de prestar igual reparo a tudo
76
Nesse período em que Freud produziu este artigo, os médicos pensavam ter
o saber sobre os sintomas de seus pacientes e, desta forma, só competiria a estes
últimos escutá-los.
Deste forma, quando nos queixamos, na maioria das vezes estamos culpando
alguém por nossa insatisfação, aplicando ao outro a causa de nossos fracassos,
sofrimentos etc. A queixa escamoteia o sofrimento real de nos depararmos com nós
77
3.7 SUJEITO
Entendemos que é por isso que na fórmula "sujeito suposto saber", não há
referência nominal ao Outro, já que o termo "sujeito" comporta essa dimensão. S (este
s é o sujeito, Lacan está ligado ao objeto a(o objeto a está ligado ao desejo, que está
ligado à falta, recalque , repressão ) nunca satisfaça o desejo de alguém por completo,
deixe sempre querendo mais, é o imaginário, o desejo de querer algo, está no
inconsciente.
A estrutura do ego está ligado ao outro, que pode ser a escola, a família, depois
sai e depois volta, Conte foi citado. a polícia ou até dependendo da situação. Quando
entendemos a psicanálise devemos ser “o outro” ninguém é metade de ninguém, de
80
Freud vai o pensamento da teoria para Lacan, onde a escolha está relacionada ao
acolhimento, amor está relacionado a colher. (LACAN, 1993, p.56).
O sujeito, apontado por Lacan (1985, p.18), não é uma substância, como é o
cartesiano, é o que ocorre ao longo da cadeia significante e o que surge por um lapso,
por um esquecimento, pelo sonho ou por um chiste, é o sujeito do inconsciente.
Descarte, em sua pesquisa, nada propõe e nada sustenta. O que ele faz é pesquisar
81
aquilo que pudesse ser determinado com toda a segurança e que pudesse adquirir a
função de fundamento e de suporte.
3.8 SABER
Em escritos de Porge (1996, pp. 554) nos esclarece que a fórmula gramatical
"sujeito suposto saber" é interpretada por Lacan em vários sentidos possíveis, desde
seu estabelecimento, em 1964. A expressão saber, que aí figura, retomando o cogita
cartesiano, pode ser entendido no sentido transitivo (que implica num sujeito ativo e
num complemento do objeto) ou num sentido intransitivo (que não aceita um
complemento ao objeto).
3.9 NEUROSE
4 METODOLOGIA
Esta pesquisa visa explorar o imaginário das crianças sobre a sua própria
escola e de como a criança rotulada com dificuldades de aprendizagem se insere
neste contexto. Desta forma, o objetivo geral pretende analisar o conceito que a
criança com dificuldades de aprendizagens têm de si mesma. E de forma especifica
analisar as dificuldades de aprendizagem a luz da pedagogia como também identificar
o que vem sendo desenvolvido nesta área sob o olhar da psicanalise de Freud, Lacan.
86
No início uma das crianças pesquisada ficou tímida com o fato de estar sendo
gravando, mas com algumas explicações da pesquisadora ela relaxou. As demais
crianças queriam manusear o aparelho ver e ouvir as gravações. As atividades tinham
um roteiro previamente elaborado pela pesquisadora, no entanto variavam conforme
a necessidade de tornar o ambiente mais favorável para as expressões dos alunos.
Então, se dividiu em dois grupos, sendo composto por 20 crianças cada, entre
meninos e meninas, com idade de onze a quatorze anos. As crianças residem em
bairros diferentes. A s crianças do grupo “A” estudam no período da manhã, e em
sua maioria falam e brincam livremente, afirmando gostarem da escola, dos estudos,
dos desenhos, da professora, de histórias, entre outros. Mas também há casos de
alunos com comportamentos agitados, impacientes e quando sentados não param de
91
Sim Não
100%
Constata-se que todos têm uma preocupação, cuidado e respeito pela a sua
escola, colegas e professores, já que se faz necessário manter este equilíbrio com o
próximo e como o meio e assim vivam em harmonia.
Sim Não
41%
59%
Neste contexto, percebe-se que a maioria dos alunos se sente bem na escola,
deixando claro que a experiência escolar tem um papel crucial na formação da
percepção das crianças. No entanto, se faz necessário levar em conta os efeitos
emocionais da criança a fim de criar uma ação conjunta e integrada favorecendo e
estimulando a cooperação, o diálogo, a democracia e a autonomia do indivíduo, onde
o prazer de estar na escola seja comum a todos.
Gráfico 3- Você procura ajuda quando não consegue aprender o que o professor
ensina?
9%
47%
44%
Partindo desta visão, este problema não se traduz somente como um problema
inerente ao sujeito aprendiz no sentido de competências e potencialidades, mas sim
em uma constelação de fatores e de sua inter-relação, que envolvem direta ou
indiretamente esta complexidade.
como missão criar um ambiente saudável de confiança, pois é na família que deveria
se perceber as primeiras dificuldades de uma criança, é nela que a criança forma o
mapa cognitivo. Pois, no momento em que a criança começa a frequentar a escola,
seus colegas e professores fazem parte de sua família e é nesta fase da vida da
criança que se pode perceber se ela tem algum tipo de dificuldade de aprendizagem.
É neste período que ela começa a ter novos desafios.
34%
47%
19%
Ha escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são
gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros
engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode leva-
los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre tem um dono. Deixaram
de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros e o voo. Escolas que são
asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em
voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso
elas não podem fazer, porque o voo ja nasce dentro dos pássaros. O voo não
pode ser ensinado. Só pode ser encorajado. (Rubem Alves ANO P /?)
Sim Não
25%
75%
Diante deste quadro verifica-se que, a maior parte dos alunos afirma que tem
dificuldades de aprendizagem reconhecendo sua limitação frente a aprendizagem.
Então é importantíssimo ressaltar toda contribuição do contexto escolar e familiar,
promovendo uma análise mais aprofundada da questão que envolva a aprendizagem
como uma reestruturação e reinterpretação do verdadeiro fator que leva às
dificuldades de aprendizagem, reconhecendo que essas dificuldades fazem parte de
um sistema bio-psico-social que envolve a criança, a família, a escola e o meio social
em que vive.
CONCLUSÃO
que o professor ensina não fique inibido ou com medo de serem rotulados pelos seus
mestres.
REFERÊNCIAS
DELORS, Jacques et al. Educação um tesouro a descobrir. 10. ed. São Paulo:
Cortez; Brasília: MEC; UNESCO, 2006.
DA SILVA A.L. & Sá, L. Saber estudar e estudar para saber. Coleção Ciências da
Educação. Porto, Portugal: Porto Editora, 1997.
DEL PRETTE, Z.A.P. Psicologia, educação e LDB: novos desafios para velhas
questões? Em GUZZO, R.S.L (org.). Psicologia escolar: LDB e educação hoje.
Campinas – SP, Ed. Alínea, 1977.
FORBES, Jorge. Você quer o que deseja? São Paulo: Best Seller, 2003.
FREUD, Sigmund (1910). Leonardo da Vinci e uma lembrança de sua infância. In:
E.S.B vol. XI Rio de Janeiro: Imago, 1996, p.72-141.
______. Algumas reflexões sobre a psicologia escolar [1914], vol. XIII, in ESB. op.
cit.
LACAN, Jacques Marie-Emilie. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998
Como se desarolla la mente del niño. In: PIAGET, Jean et al. Los
años postergados: la primera infancia. Paris: UNICEF, 1975.
POZO, J.J. Estratégias de Aprendizagem. In: COLL, C.; PALÁCIOS J. & MARCHESI,
A. (Orgs). Desenvolvimento psicológico e educação: Psicologia da educação (pp.
176-197). Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
ROZA, Luiz Alfredo Garcia. Freud e o Inconsciente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.,
2005.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
ANEXOS
1º encontro: 20/05/2014.
1º dia: Interação dos grupos A e B
2º encontro: 26 e 27/05/2014
2º dia: Desenhando a escola - Grupo A
3º dia: Desenhando a escola - Grupo B
3º encontro: 28/05/2014
GRUPO A: Manhã
GRUPO B: Tarde
110
( ) Sim ( ) Não
( ) sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
APÊNDICE
RESUMO
1
Pedagoga, especialista em psicopedagogia mestranda em psicanalise aplicada à educação e tutora
presencial do curso de pedagogia da UFPB Virtual.
112
ABSTRACT
This research seeks to reflect the light of psychoanalysis, on issues relating to learning
difficulties presented by the students, giving voice to their feelings toward these
impasses, what they think and feel in front of their school difficulties. In this context,
presents an overview of the concepts of psychoanalysis devices according to Freud
and Lacan epistemofílica and desire to know how the engines of learning, the
relationship with the Other and with the teacher as possible elements that cause
difficulties instinct, seeking to draw a parallel with Pedagogy and their definitions for
this problem. In this sense, the objective of this topic is to analyze the concept that
children with learning difficulties have itself and its specificity in light of pedagogy by
identifying what is being developed in this area from the perspective of psychoanalysis
Freud and Lacan. The procedure for data collection was based from literature
searches, which is a methodology of qualitative approach in order to get subsidies for
the theoretical basis of this. As well as field research conducted in NAPPE (Center for
Student Support Psicopedagógico) with the completion of questionnaire interview type,
with participating children. We found that the students surveyed like school and their
teachers and feel comfortable in the school environment, but has trouble asking help
when you can not learn. In this context, it appears that the school plays a crucial role
in the lives of those who go through the trouble of learning. We pointed out that
psychoanalysis opens a new perspective on the student, a being who has subjectivity
and desire and that is often misunderstood in its manifestations. So it is important that
the educator is knowledgeable of this theory, where he meets subsidies for
understanding child behavior and better meet the needs of students.
1 INTRODUÇÃO
2 APRENDIZAGEM
3 DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
4 A PSICANÁLISE
Enquanto que em seus escritos, Lacan (1998) diz que: A pulsão, tal como é
construída por Freud a partir da experiência do inconsciente, proíbe ao pensamento
psicologizante esse recurso ao instinto com ele mascara sua ignorância, através de
uma suposição de uma moral na natureza. (Lacan, 1998, pág.865). Para Lacan a
catexia constitui uma energia , e não é qualquer energia, é uma energia potencial,
Freud dirá que a pulsão é então uma constante, não é outra coisa que uma forma viva,
118
uma força cinética e na pulsão não se trata de uma força cinética, a descarga é de
outro tipo, está situada num outro plano.
Em seu artigo publicado em 1915 intitulado “As vicissitudes da pulsão”, diz que
há que se destacar quatro momentos da pulsão a saber: o “impulso”, força constante
que tem o significado em sua relação com a “fonte”, que inscreve na economia da
pulsão a sua estrutura de borda, o “objeto” indeterminado e o “fim”. Há um ponto
individual na pulsão e é o que Freud denomina de excitação, que é distinto de toda
excitação exterior, é uma excitação interior, então na pulsão, não se trata em absoluto
de uma pressão interior, de uma necessidade tal como a fome, ou a sede.
pais. Assim, podemos falar que a figura dos pais se transfere para a do educador e
esse ato pode derivar em uma transferência.
Desta forma (FREUD, 1914, p. 287) expõe que
Nos dois casos de transferência tanto positiva quanto negativa existe algo em
comum que nos interessa. Para que aconteça qualquer uma das duas é necessário
que tenhamos um vínculo afetivo, é ele que garantirá a ocorrência dessa situação.
Consideremos aqui o desejo de sujeitos que estão nas escolas, mas não se
apropriam do que a escola está oferecendo ou poderá oferecer, e que não permitem
ser ensinados, ou não compreendem sua ação educativa como objeto para sua vida.
Mas afinal o que vem a ser o desejo de saber das crianças? Segundo Freud esse
conceito se refere a uma energia pulsional, algo que fica no limite entre o corpo e
psíquico, uma tensão que transcorre no organismo exige constante satisfação.
Enquanto que Lacan opta situar o impulso de saber não do lado da pulsão,
122
mas do lado do desejo. Assim, ele não fala de pulsão de saber, mas de desejo de
saber. Pare ele, o desejo de saber é constitutivo do desejo do sujeito, e se apresenta
tanto ao nível do imaginário, quanto ao nível do simbólico. Essa relação como o
imaginário fica evidente non texto “O estádio do espelho” (1949), onde ele pronuncia
que a constituição do eu faz “todo saber humano bascular para a mediatização
pelo desejo do outro” (Lacan, 1949, p.101).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
LACAN, Jacques Marie-Emilie. Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998.
ROTTA, N.T. (et al,) Transtornos da Aprendizagem, Porto Alegre: Artmed. 2006:
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.