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ATENÇÃO

Atenção

WilliamJames(1952,p.260–261) dizia que:

Dos Milhões de itens[…] os quais são apresentados aos meus sentidos nunca ingressam
propriamente em minha experiência. Por quê?
Porque esses itens não são de interesse para minha pessoa. Minha experiência é aquilo que
consinto em captar… Todos sabem o que é a atenção. É o tomar posse pela mente, de modo
claro e vívido, de um entre uma diversidade enorme de objetos ou correntes de
pensamentos simultaneamente dados. Focalização, concentração da consciência são a sua
essência. Ela implica abdicar de algumas coisas para lidar eficazmente com outras.

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais — 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Atenção

Processo mental que nos permite processar uma quantidade


limitada de estímulos, concentrando nossa atividade mental
em determinados objetos.

Atenção desempenha um papel crucial em nossa capacidade de processar


informações e interagir com o ambiente ao nosso redor.

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais — 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Atenção

Interpretação Sentidos Foco


A atenção está intimamente Nossos sentidos são afetados A atenção direciona nosso
relacionada à percepção, pela atenção, modulando o foco para certos aspectos do
influenciando como que percebemos e filtrando os ambiente, permitindo que
interpretamos e estímulos que nos chegam. detalhes importantes não
compreendemos o mundo ao passem despercebidos.
nosso redor.

Davidoff 2001
Processamento de Estímulos Limitados: Sternberg 2008

Limitações Cognitivas Solução de Problemas Conexões Neurais


Nossa capacidade de processar Com a atenção direcionada, A atenção influencia a forma como
estímulos é limitada, e a atenção podemos resolver desafios de as conexões neurais são
nos ajuda a selecionar e lidar com maneira mais eficiente, focando nas estabelecidas e fortalecidas,
essas informações de maneira informações relevantes e ignorando afetando nossa capacidade de
eficaz. distrações. processar informações.
A Concentração Mental em um Objeto

1 Objetivo Centralizado
A atenção nos permite concentrar nossa atividade mental em um objeto específico,
aumentando nossa capacidade de processá-lo e compreendê-lo em detalhes.

2 Análise Profunda
Ao direcionar nossa atenção para um único objeto, podemos realizar uma análise mais
minuciosa e aprofundada, descobrindo nuances e significados ocultos.

3 Potencial Criativo
Concentrar a atenção em um objeto específico também pode estimular nossa criatividade,
permitindo-nos fazer conexões e descobrir soluções inovadoras.

Cuvillier 1937
A Atenção Voltada para a Sobrevivência

1 Seleção Adaptativa 2 Percepção de Ameaças Reação Rápida


3
A atenção é uma ferramenta
Através da atenção direcionada, podemos reagir rapidamente a eventos
de sobrevivência, pois nos Nossa atenção é
imprevistos, garantindo nossa segurança e bem-estar.
permite selecionar naturalmente atraída para
informações relevantes para estímulos ameaçadores,
evitar perigos e tomar alertando-nos para possíveis
decisões rápidas. perigos no ambiente.

Bolfer, 2014.
Natureza Seletiva da Atenção

Filtering the Noise Enhanced Concentration Brainwave Patterns

Our attention has the ability to filter With selective attention, we can Studies show that the brainwave
irrelevant information, enhancing eliminate distractions and maintain patterns associated with selective
our focus on what truly matters. a higher level of concentration for attention differ from those in a
extended periods of time. more relaxed state, highlighting its
unique nature.

Luria
Pontos Principais

A atenção é um processo fundamental A atenção tem uma função adaptativa,


para a percepção e o processamento de voltada para a sobrevivência, ajudando-
estímulos limitados, possibilitando uma nos a selecionar informações relevantes e
concentração mental eficaz em objetos reagir rapidamente a ameaças.
específicos.

A natureza seletiva da atenção nos A compreensão da atenção e sua


permite filtrar informações irrelevantes, importância nos capacita a utilizá-la de
mantendo o foco no que realmente forma mais consciente, melhorando nossa
importa e contribuindo para uma maior percepção e habilidades cognitivas.
concentração.
Exemplos atenção
Atenção Seletiva:
Exemplo: Durante uma festa barulhenta, um indivíduo consegue se concentrar na conversa de uma pessoa próxima,
ignorando a maioria dos outros ruídos ao redor. Esse é um exemplo de atenção seletiva, em que a pessoa focaliza sua
atenção em um estímulo específico, enquanto suprime informações irrelevantes.

Atenção Sustentada:
Exemplo: Um estudante está se preparando para um exame e é capaz de manter o foco em seus materiais de estudo por
várias horas consecutivas, sem se distrair. Isso representa a atenção sustentada, em que a pessoa mantém a concentração
em uma tarefa por um período prolongado.

Atenção Dividida:
Exemplo: Um motorista está dirigindo e, ao mesmo tempo, ajusta o rádio, monitora o tráfego e conversa com um
passageiro. Isso ilustra a atenção dividida, em que uma pessoa aloca sua atenção para múltiplas tarefas ou estímulos
simultaneamente.
ATENÇÃO

A atenção se refere ao conjunto de processos psicológicos que torna o ser humano capaz de
selecionar, filtrar e organizar as informações em unidades controláveis e significativas.

Os termos “consciência” e “atenção” estão estreitamente relacionados.

A determinação do nível de consciência é essencial para a avaliação da atenção.

(Cohen; Salloway; Zawacki, 2006).

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais — 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
DEFINIÇÕES CLÁSSICAS

Com relação à origem da atenção:

Atenção Ativa/Voluntária — quando controlada de forma top-down pelos objetivos ou pelas


expectativas/motivações/interesses do indivíduo.
Envolve seleção ativa do indivíduo em determinada atividade.

Atenção Passiva/involuntária — quando controlada de forma bottom-up por estímulos


externos (um ruído alto).
Não requer controle consciente.

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais — 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008
EYSENCK, Michael W.; KEANE, Mark T. Manual de Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2007.
Exemplo Atenção ativa/Voluntária

Imagine um estudante de psicologia chamado Ana que está se preparando para um exame importante. Ela está altamente
motivada para obter um bom desempenho na prova, e seus objetivos acadêmicos são prioridade máxima para ela.
Ana decide estudar em sua biblioteca local, onde ela sabe que encontrará um ambiente tranquilo e propício para a
concentração.
Enquanto Ana está na biblioteca, ela desliga o celular, fecha as redes sociais e remove outras distrações do ambiente. Ela
escolhe um tópico específico de seu currículo que é relevante para o exame e começa a ler o material do livro-texto. Conforme
ela lê, se envolve ativamente com o conteúdo, faz anotações e destaca informações essenciais. Ela está completamente
focada no material e é capaz de direcionar sua atenção de forma seletiva para o objetivo de assimilar o conhecimento
necessário.
Neste exemplo, Ana está demonstrando Atenção Ativa/Voluntária. Ela está controlando sua atenção de maneira "top-down",
orientada por seus objetivos acadêmicos e seu desejo de sucesso no exame. Sua seleção ativa de estudar na biblioteca e seu
envolvimento com o material de estudo exemplificam como a atenção pode ser direcionada pelo indivíduo em uma atividade
específica para atingir seus objetivos pessoais e acadêmicos.
Ana está ciente de que, para alcançar seus objetivos acadêmicos, precisa dedicar tempo e esforço significativos aos estudos.
Ela entende que sua atenção é um recurso valioso e limitado, e, portanto, decide aplicá-la de forma estratégica.
Exemplo Atenção Ativa/Voluntária

Aqui estão mais detalhes sobre como Ana demonstra Atenção Ativa:

Ambiente de Estudo Selecionado: Ana escolhe estudar na biblioteca, reconhecendo que este ambiente oferece menos distrações do que seu quarto em
casa. Ela entende que seu foco é importante e toma medidas para criar um espaço propício para a concentração.
Definição de Metas: Ana estabelece metas claras para sua sessão de estudo. Ela sabe exatamente o que precisa aprender e quais tópicos são mais
importantes para o exame. Essas metas orientam sua atenção para os pontos-chave do material de estudo.
Eliminação de Distrações: Ana desliga o celular e evita o acesso a sites de redes sociais enquanto está estudando. Ela reconhece que essas distrações
podem prejudicar sua capacidade de se concentrar no material.
Engajamento Ativo: Durante a leitura do material do livro-texto, Ana não apenas passa os olhos pelo texto, mas também faz anotações, destaca
informações relevantes e faz perguntas a si mesma para verificar sua compreensão. Esse nível de engajamento ativo demonstra como sua atenção está
completamente focada no conteúdo.
Monitoramento da Atenção: Ana está ciente de que sua atenção pode diminuir ao longo do tempo, então ela incorpora pausas curtas e regulares em seu
estudo para descansar e recarregar. Isso a ajuda a manter sua Atenção Ativa durante um período prolongado.

O exemplo da Ana destaca como a Atenção Ativa é uma habilidade valiosa que envolve não apenas o foco no momento presente, mas também o
direcionamento da atenção para objetivos específicos e a eliminação de distrações.
Essa abordagem consciente e controlada à atenção é fundamental para o sucesso acadêmico e pode ser aplicada em muitos outros aspectos da vida.
Exemplo Atenção Passiva/involuntária
Atenção Passiva ao Zapear na TV

Imagine um estudante de psicologia chamado João, que está relaxando em casa assistindo televisão. Ele começa a zapear pelos
canais sem um objetivo específico em mente. Enquanto faz isso, seu controle consciente sobre a atenção diminui e, de repente,
ele se depara com um programa de culinária que está exibindo um prato delicioso sendo preparado.

Mesmo que João não estivesse procurando por um programa de culinária e não tivesse a intenção inicial de assistir a algo assim,
ele acabou parando e assistindo ao programa com interesse. Sua atenção foi direcionada de forma passiva e involuntária para o
programa devido à natureza atrativa das imagens e ao apelo do tema.

Neste exemplo, a atenção de João foi capturada de maneira não intencional e passiva pelo estímulo da televisão.
Isso ilustra como a atenção pode ser facilmente influenciada por estímulos externos, mesmo quando não estamos
propositadamente buscando ou focando em algo específico. Essa experiência é comum quando zapeamos a TV, onde nossa
atenção é atraída por conteúdos que não podem ter sido previamente planejados.
Exemplo Atenção Passiva/involuntária
Atenção Passiva ao Zapear na TV

Contexto e Situação: João está em casa, sentado no sofá, segurando o controle remoto da TV. Ele está se sentindo relaxado e
decide assistir TV para se descontrair após um longo dia de estudo. Não há um plano específico em mente, apenas o desejo de se
distrair e relaxar um pouco.

Zapeando sem Objetivo Definido: João começa a navegar pelos canais sem um objetivo claro. Ele está apenas explorando as
opções disponíveis, pressionando o controle remoto para cima e para baixo. A cada novo canal que ele muda, sua atenção é
brevemente capturada por imagens e sons diferentes.

A Captura da Atenção: Enquanto zapeia, João se depara com um programa de culinária que mostra um chef preparando um
prato delicioso. Embora não estivesse pensando em culinária antes e não estivesse buscando ativamente
ATENÇÃO

A prática voluntária pode levar à automatização que transforma processos


controlados em automáticos.

Exemplo: digitar

ATENÇÃO
INVOLUNTÁRIA
DEFINIÇÕES CLÁSSICAS

Em relação à direção da atenção, pode-se discriminar duas formas básicas:

Atenção externa: projetada para fora do mundo subjetivo do sujeito, voltada para o mundo
exterior ou para o corpo, geralmente de natureza mais sensorial, utilizando os órgãos dos
sentidos.

Atenção interna: que se volta para os processos mentais do próprio indivíduo. É uma atenção
mais reflexiva, introspectiva e meditativa.

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais — 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
DEFINIÇÕES CLÁSSICAS

Em relação à amplitude atencional:

Atenção focalizada — que se mantém concentrada sobre um campo determinado e


relativamente delimitado e restrito da consciência

Atenção dispersa — que não se concentra em um campo determinado, espalhando-se de


modo menos delimitado

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais — 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
DEFINIÇÕES CLÁSSICAS

Qualidades fundamentais segundo Bleuler (1857–1939)

Tenacidade: consiste na capacidade do indivíduo de fixar e manter sua atenção sobre determinado
estímulo, em um tema da conversa ou em um campo de atenção. Na tenacidade, a atenção se prende a
dado estímulo, fixando-se sobre ele.

Vigilância: definida como o aspecto da atenção relacionado a mudança de foco, de um objeto para outro.

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais — 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Subtipos de Atenção
Atenção concentrada: capacidade do indivíduo de manter o foco atencional em determinado
estímulo ou sequência de estímulos durante um período para desempenho de uma tarefa,
excluindo estímulos ao redor.
Ela não é constante com o passar do tempo, flutuando em função de fatores extrínsecos.

Imagine que uma aluna de psicologia chamada Maria esteja em sua sala de aula durante uma palestra sobre psicologia cognitiva. A
palestra é extremamente interessante, e o professor está explicando um conceito complexo relacionado à memória de longo prazo.
Maria está completamente imersa na palestra. Ela está ouvindo atentamente cada palavra do professor, fazendo anotações
detalhadas em seu caderno e mantendo o olhar fixo no quadro-negro para acompanhar os gráficos e diagramas que estão sendo
apresentados. Ela não está pensando em suas preocupações pessoais, em outros cursos ou no que vai fazer depois da aula. Sua
atenção é totalmente especializada na compreensão do conteúdo e na compreensão do conhecimento compartilhado durante a
palestra.
Neste exemplo, a Maria está demonstrando uma Atenção Concentrada.

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais — 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Subtipos de Atenção

Atenção seletiva: processos que permitem ou facilitam a seleção de estímulos e informações


relevantes para o sujeito e seu processamento cognitivo.
A atenção seletiva diz respeito, portanto, à manutenção da atenção apesar da presença de
estímulos distratores e/ou concorrentes.

Quando a atenção elege certos estímulos, a capacidade de responder a outros diminui


proporcionalmente. Um indivíduo que lê um livro em um ônibus lotado de pessoas, com mil ruídos
no ambiente, está exercendo exitosamente sua capacidade de atenção seletiva.

Há certa sobreposição entre os conceitos de atenção seletiva e atenção concentrada.

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais — 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Subtipos de Atenção

Exemplo Atenção seletiva:

Imagine que você é uma estudante de psicologia chamada Carla e está em uma cafeteria com um amigo. Vocês
estão tendo uma conversa animada sobre um filme que assistiram recentemente. Enquanto conversa, você
percebe que, apesar do ruído de fundo da cafeteria, você é capaz de se concentrar completamente na conversa
com seu amigo.
No entanto, de repente, alguém em uma mesa próxima menciona o nome de um ator que você admira muito.
Instantaneamente, sua atenção se desloca da conversa com seu amigo para a conversa da outra mesa, onde estão
discutindo o filme com o ator. Você começa a ouvir atentamente o que eles estão contando sobre o filme e o
desempenho do ator, ignorando temporariamente uma conversa com seu amigo.
Neste exemplo, a Atenção Seletiva de Carla está em ação. Ela está direcionando sua atenção para uma conversa
com seu amigo, mas quando ouve algo que desperta seu interesse pessoal, sua atenção é seletivamente desviada
para essa nova fonte de estímulo. Isso ilustra como a atenção seletiva nos permite focar em um estímulo
específico, enquanto outros estímulos concorrentes são temporariamente ignorados.
Subtipos de Atenção
Atenção Dividida: acionada quando duas ou mais tarefas, ou estímulos concorrentes se
apresentam ao sistema atencional.

Ocorre o processamento simultâneo e paralelo de dois ou mais estímulos captados pela atenção
ao mesmo tempo. Quando estamos dirigindo um carro e ouvindo música ao mesmo tempo,
estamos utilizando a atenção dividida.
Exemplo: Vamos supor que você é um aluno de psicologia chamado André e está em sua cozinha preparando o jantar. Você está fazendo
uma receita que envolve várias etapas e ingredientes. Para terminar a refeição, você precisa ferver a massa, cortar os vegetais para o
molho e também grelhar um pedaço de frango.
Enquanto você está na cozinha, você precisa dividir sua atenção entre essas três tarefas diferentes. Você coloca uma panela de água no
fogão e uma acesa para ferver a massa. Enquanto a água esquenta, você pega os vegetais e começa a cortá-los na tábua de cortar. Ao
mesmo tempo, mantém um olho no frango na grelha para garantir que não queime.
Neste exemplo, você está demonstrando Atenção Dividida. Sua atenção está sendo dividida entre três tarefas distintas e simultâneas:
ferver a massa, cortar os vegetais e grelhar o frango. Você precisa alternar sua atenção conforme necessário, garantindo que todas as
etapas da refeição sejam concluídas com sucesso. A capacidade de executar várias tarefas ao mesmo tempo é um exemplo de atenção
dividida em ação, uma habilidade que é fundamental em muitas situações da vida cotidiana.

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais — 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Subtipos de Atenção

Atenção Alternada: diz respeito à capacidade de mudança do foco de atenção (set-shifting),


alternando voluntariamente o foco atencional de um estímulo a outro durante a execução de
tarefas.

Quando estamos assistindo a uma série na televisão e recebemos uma chamada telefônica,
atendemos o telefone e respondemos a algumas perguntas rápidas do interlocutor, depois
voltamos ao enredo da série, estamos exercendo nossa capacidade para a atenção alternada.

Trata-se de uma capacidade atencional, em certa medida, sobreposta conceitualmente à atenção


dividida.

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais — 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Subtipos de Atenção
Exemplo Atenção alternada

Suponha que você seja um estudante de psicologia chamado Luís e fique em casa organizando seu quarto. Você
tem uma variedade de itens para ordenar, incluindo roupas, livros e objetos pessoais. Ao abordar uma tarefa de uma
só vez, você decide usar uma técnica de Atenção Alternada.

Primeiro, você começa organizando suas roupas. Você dobra as roupas limpas e as coloca no armário, enquanto
separa as peças sujas para lavar mais tarde. Depois de algum tempo, muda seu foco para os livros. Você seleciona
alguns livros da prateleira, os organiza em ordem alfabética e limpa o pó das capas. Por fim, decida lidar com seus
objetos pessoais, como fotografias e lembranças, organizando-os em caixas marcadas.

Todas as tarefas de uma só vez, você está alternando sua atenção entre diferentes aspectos da organização do
quarto, focando em uma de cada vez. Isso permite que você mantenha uma abordagem mais focada e eficaz para
cada subtarefa.

A Atenção Alternada é útil em situações em que você precisa lidar com múltiplas tarefas ou aspectos diferentes de
uma tarefa maior. Ela permite que você divida seu tempo e atenção de maneira eficiente, garantindo que cada parte
da tarefa seja tratada de maneira adequada.
Subtipos de Atenção

Atenção Sustentada: diz respeito à capacidade de manter a atenção ao longo do


tempo, geralmente durante uma atividade contínua e repetitiva. Quando um estudante
consegue manter sua atenção em uma aula por uma ou duas horas, seguindo o
raciocínio e a exposição do professor, sem se distrair com outros estímulos do
ambiente, está utilizando a atenção sustentada.

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais — 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
Exemplo atenção sustentada

Suponha que um aluno de psicologia esteja participando de um estudo de pesquisa sobre a atenção sustentada. O pesquisador pede ao aluno para realizar uma tarefa de leitura
contínua por um período de tempo. O aluno é instruído a ler um texto longo e complexo, sem interrupções, por 30 minutos.
No início da tarefa, o aluno está completamente focado na leitura, absorvendo o conteúdo e mantendo a atenção na compreensão do texto.
Todas as tarefas de uma só vez, você está alternando sua atenção entre diferentes aspectos da organização do quarto, focando em uma de cada vez. Isso permite que você
mantenha uma abordagem mais focada e eficaz para cada subtarefa.
A Atenção Alternada é útil em situações em que você precisa lidar com múltiplas tarefas ou aspectos diferentes de uma tarefa maior. Ela permite que você divida seu tempo e
atenção de maneira eficiente, garantindo que cada parte da tarefa seja tratada de maneira adequada. Esse exemplo demonstra como a Atenção Alternada pode ser aplicada em
tarefas práticas do dia a dia para melhorar
Ele escuta os sons ambientais, como o zumbido do ar-condicionado ou pessoas conversando no corredor. No entanto, o aluno se lembra da importância de manter a atenção na
tarefa e fazer um esforço consciente para retomar a leitura e se concentrar no texto.
Conforme o tempo avançando, o aluno percebe que sua capacidade de manter a atenção na tarefa completa, mas ele continua a se esforçar para manter sua atenção na leitura,
mesmo quando se sente tentado a se distrair. Observar como a atenção sustentada é um desafio que requer esforço mental constante para manter o foco em uma única
atividade por um período prolongado.
Este exemplo ilustra como a atenção sustentada envolve a capacidade de manter o foco em uma tarefa específica ao longo do tempo, apesar das distrações e do cansaço mental
que podem surgir. É um conceito fundamental em psicologia que ajuda a entender como as pessoas podem manter a concentração em atividades prolongadas e como a
qualidade da atenção pode mudar ao longo do tempo.
Conforme o aluno continua a tarefa de leitura ao longo dos 30 minutos, ele percebe que, mesmo com os desafios, sua capacidade de manter a atenção começa a melhorar
novamente. Isso ocorre porque ele desenvolve estratégias de autorregulação, como focar na relevância do conteúdo do texto e ignorar as distrações externas.
No final dos 30 minutos, o aluno reflete sobre a experiência e compreende que a atenção sustentada é uma habilidade que pode ser treinada e aprimorada com a prática. Ele
também aprende sobre os limites naturais da atenção humana e como o cansaço mental pode afetar sua capacidade de concentração ao longo do tempo.
Esse exemplo simples de atenção sustentada demonstra como essa habilidade é essencial em várias situações da vida cotidiana, desde estudar para um exame até realizar tarefas
no trabalho que excluem concentração prolongada. Ele também ressalta a importância de técnicas de autorregulação para melhorar a atenção sustentada.
DEFINIÇÕES CONTEMPORÂNEAS

ESTUDOS ESCUTA DICÓTICA — Colin Cherry, 1953

Como conseguimos acompanhar apenas uma conversa quando várias pessoas estão falando ao mesmo
tempo?

Estudo da tarefa de escuta dicótica, na qual uma mensagem auditiva diferente é apresentada a cada ouvido,
de modo que o ouvinte normalmente presta atenção a apenas uma.

EYSENCK, Michael W.; KEANE, Mark T. Manual de Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2007.
TEORIAS DA ATENÇÃO

ESTUDOS ESCUTA DICÓTICA — Colin Cherry, 1953

Normalmente solicita-se aos participantes para sombrear a mensagem de um dos ouvidos, ou seja, para
ouvirem a mensagem deste ouvido e a repitam em voz alta na medida que é apresentada.

Cherry (1953) descobriu a interferência das diferenças entre as características físicas dos inputs auditivos (p.
ex. sexo de quem está falando, a intensidade de sua voz, sua localização).

Quando Cherry apresentou duas mensagens na mesma voz a ambos os ouvidos de uma só vez (eliminando,
assim, as diferenças físicas), os ouvintes acharam muito difícil separar as duas mensagens com base somente
nas diferenças de significado.

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais — 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.
TEORIAS DA ATENÇÃO

TEORIA DO FILTRO/GARGALO — MODELO DE DOLNAD BROADBENT

Segundo Broadbent (1958), no início do processamento permite a entrada de informações de um estímulo


ou mensagem com base em suas características físicas. O outro estímulo permanece por pouco tempo em
um buffer sensório e depois é descartado, exceto se seja rapidamente dada atenção a ele.

Em suma, Broadbent defendeu que existe uma seleção inicial.

EYSENCK, Michael W.; KEANE, Mark T. Manual de Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2007.
TEORIAS DA ATENÇÃO
TEORIA DO FILTRO/GARGALO — MORAY (1959)

Relatou que as pessoas notam o próprio nome se ele for inserido na mensagem não atendida.

Você deve ter reparado nesse fenômeno que denominamos efeito coquetel porque costuma ocorrer
durante festas, ou outras reuniões sociais, quando estamos rodeados de muitas conversas simultâneas.

O efeito coquetel, designa que apesar de estarmos prestando muita atenção a uma conversa, em geral
notamos quando nosso nome é mencionado em uma conversa próxima.

EYSENCK, Michael W.; KEANE, Mark T. Manual de Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2007.
TEORIAS DA ATENÇÃO

MODELO DE ATENUAÇÃO DE ANNE TREISMAN (1964)

Propôs a teoria da atenuação (sobre a atenção seletiva). É a redução e não a eliminação completa da entrada
de informações no ouvido, em que algo disso chega ao processo perceptual.

O processamento como base em pistas físicas, padrão silábico e palavras específicas, prosseguindo com
processos fundamentados na estrutura gramatical e no significado.

A dificuldade da tarefa pode ser afetada pelo momento em que a filtragem ocorre e pelo tempo de duração.

EYSENCK, Michael W.; KEANE, Mark T. Manual de Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2007.
TEORIAS DA ATENÇÃO

TEORIA DE DEUTSCH E DEUTSCH

Eles defenderam que todos os estímulos são totalmente analisados, com o estímulo mais importante ou
relevante determinando a resposta. Essa teoria coloca o processamento em gargalo muito mais próximo do
fim da resposta do sistema de processamento do que a teoria de Broadbent (ver Fig. 5.1).
Em suma, eles argumentaram a favor da seleção tardia.

EYSENCK, Michael W.; KEANE, Mark T. Manual de Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2007.

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