Tenente General Armando Emílio Guebuza

Curso de licenciatura de Psicologia Escolar

Cadeira de Psicologia cognitiva

Tema: Atenção e consciência

2º Ano, Turma B

2º grupo oponente

Discente:

 António Orlando Mabijaia

 Alivano Carlos Tave
 Elerina David Muchanga
 Josefina Salvador Cumaio
 Sousa Almon Noge

Docente

Mestre Isabel M. Mataruca

Matola, Outubro de 2022

 1. INTRODUÇÃO: Contextualização

O presente trabalho enquadra-se no âmbito da cadeira de Psicologia Cognitiva, que de acordo

com Anderson (1995) é uma das disciplinas da Ciência Cognitiva, porém esta última engloba
também os estudos da inteligência artificial, da fisiologia, da antropologia, da linguística e da
neurociência.

Dentro do contexto da Psicologia Cognitiva, interessa-nos desenvolver um estudo sobre a

temática da atenção e consciência, que vem ganhando cada vez mais destaque nos dias actuais,
não apenas na Psicologia, mas também nas diversas esferas de nossa vida quotidiana se
manifesta um claro interesse em torno do tema. Este interesse pelo estudo de atenção e
consciência encontra ressonância nos trabalhos de uma série de autores que, mesmos a partir de
campos de abordagem distintos colocam a atenção e consciência no foco de suas discussões.

Procuramos apresentar as opiniões de alguns estudiosos que ganharam prestígio neste campo de
análise, nomeadamente quanto a questões voltadas para a definição do conceito de atenção e
consciência. Portanto, o presente trabalho apresenta conceitos e teorias sobre atenção e
consciência, utilizando-se bibliografia básica de processos cognitivos, para entender como
ocorrem estes processos em nosso organismo.

O objectivo é pesquisar em literatura para se entender basicamente os conceitos que serão

apresentados a seguir, como da consciência, da atenção, atenção espontânea e atenção activa,
processos automáticos e processos controlados, habituação e desabituação, atenção selectiva e
vigilância.

1.1. Problematização

A atenção sempre despertou grande interesse nos estudos em Psicologia, pelo seu papel na
preparação e regulação das acções sensório-motoras e pela função subjacente que exerce no
desenvolvimento de qualquer actividade cognitiva. Esse lugar privilegiado é explicado também
pelas contribuições que o tema pode trazer para várias outras áreas, como educação,
comunicação e marketing, bem como para o desenvolvimento de novas tecnologias da
informação. Além desses pontos, nos dias actuais o interesse nessa área deve-se ainda ao
crescente número de problemas de atenção detectados nas escolas, nos ambientes de trabalho,
nas clínicas e nas relações interpessoais.

Vive-se hoje numa sociedade onde, desde a infância, a exposição excessiva à informação no
quotidiano dos indivíduos impede a manutenção do foco de atenção, devido à velocidade e à
multiplicidade com que as informações invadem o curso das actividades desenvolvidas durante o
dia. Mas também, cumpre-nos ressaltar que a finalidade última da consciência é a de facultar ao
ser humano aptidões, tais como a do discernimento, que o possibilite compreender, absorvendo,
em si mesmo, a natureza real que reside em todas as coisas, inclusive e, principalmente, o valor
significativo real das relações.

1.2. Justificativa

O desenvolvimento deste trabalho com enfoque na temática “Atenção e Consciência”, justifica-

se pelo facto de constituir-se um tema bastante actual, que embora estudos sejam desenvolvidos
nesta área de interesse, importa ainda desencadear estudos sobre a atenção e consciência,
procurando explicar como o ser humano percebe o mundo e como utiliza-se do conhecimento
para desenvolver diversas funções cognitivas como: falar, raciocinar, resolver situações-
problema, memorizar, entre outras.

Este trabalho servirá de base para consulta sobre os conceitos de atenção e consciência, suas
tipologias, características e importância, para todos os leitores que se interessam com esta área de
conhecimento, sob forma a aprofundarem a sua compreensão e desenvolverem interesse em
pesquisas futuras.

1.3. Relevância do trabalho

O desenvolvimento deste trabalho é revestido de extrema relevância para os estudantes do curso

de Licenciatura em Psicologia Escolar, na medida em que apresenta uma temática muito
fundamental para a cadeira de Psicologia Cognitiva, e o mesmo apresenta temáticas que vão
ajudar a compreender o funcionamento de alguns processos psicológicos. Como na atenção estão
inclusos processos conscientes e inconscientes, e a consciência tida como o estado de estar
plenamente ciente dos acontecimentos ou fatos, como esses definem, o entendimento deste
discernimento vai ajudar a compreender estes dois conceitos como processos cognitivos que
concorrem para o processo de ensino-aprendizagem nas escolas.

1.4. Objectivos

Segundo Cervo & Bervian (2002), os objectivos definem a natureza do trabalho, o tipo de
problema, o material a colectar, etc. A seguir passamos a definir os objectivos que irão nortear o
desenvolvimento deste trabalho.

1.4.1. Objectivo geral

De acordo com Lakatos & Marconi (1992), o objectivo geral refere-se a uma visão global e
abrangente do tema de pesquisa. Ele está relacionado com o conteúdo intrínseco dos fenómenos,
dos eventos ou das ideias estudadas. Para este trabalho de pesquisa delineamos como objectivo
geral o seguinte:

 Compreender os fundamentos dos conceitos de atenção e consciência na sua

generalidade.

1.4.2. Objectivos específicos

De acordo com Lakatos & Marconi (1992), os objectivos específicos apresentam um carácter
mais concreto. Para auxiliar e instrumentalizar o objectivo geral deste projecto, apresentam-se os
objectivos específicos a seguir:

 Definir os conceitos de atenção e consciência;

 Descrever as características da atenção e consciência;
 Identificar os tipos de atenção e de consciência;
 Mencionar a importância da atenção e da consciência.

1.5. Desenho metodológico

Para elaboração deste trabalho usou-se como metodologias a revisão bibliográfica, que de acordo
com Gil, (2010, p. 50), é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído
principalmente de livros e artigos científicos.
 2. REVISÃO DA LITERATURA

Nesta parte do trabalho discute-se o conceito de atenção e consciência à luz das interpretações
feitas por autores por autores que debruçaram-se em torno do tema em alusão, garantido que se
estabeleça a compreensão de algumas zonas de penumbra que submergem na tentativa de se
estudar estes conceitos.

2.1. Atenção

Preece (2005) define atenção como o processo de seleccionar coisas em que se concentrar, num
certo momento, dentre a variedade de possibilidades disponível. Segundo Sternberg (2000) a
atenção é o fenómeno pelo qual processamos activamente uma quantidade limitada de
informações do enorme montante de informações disponíveis por meio de nossos sentidos, de
nossas memórias armazenadas e de outros processos cognitivos. O fenómeno psicológico da
atenção possibilita-nos o uso criterioso de nossos limitados recursos mentais.

Segundo Kastrup (2004), atenção é a capacidade de focalizar a actividade psíquica sobre um ou

alguns dos vários estímulos que estão presentes em um determinado local. São recrutadas
simultaneamente áreas límbicas, corticais e reticulares do encéfalo.

Atenção é a posse pela mente, de forma clara e vívida, de um entre vários objectos ou sequências
de pensamentos que parecem simultaneamente possíveis. Sua essência é constituída pela
focalização, pela concentração e pela consciência.

Para a psicologia, a atenção é uma qualidade da percepção que funciona como uma espécie de
filtro dos estímulos ambientais, avaliando quais são os mais relevantes e dotando-os de
prioridade para um processamento mais profundo. Por outro lado, a atenção também é entendida
como o mecanismo que controla e regula os processos cognitivos.

2.1.1. Características de atenção

Para destacar as características de atenção, convidamos Kastrup (2004), que encontra três
características da atenção expressas por William James, que são:

 A possibilidade de se exercer um controle voluntário da atenção,

  Inabilidade em atender diversos estímulos ao mesmo tempo, ou seja, o carácter selectivo
e focalização,
 Capacidade limitada do processamento atencional.

Faz com que no cérebro surja uma zona de excitação enquanto outras estão em inibição,

Supõe uma elevação do nível da actividade sensorial, intelectual e motora.

Graças a atenção a nossa actividade tem uma orientação definida e selectiva.

De acordo com Lewkowicz (2005), a atenção é quase sempre caracterizada com uma orientação
selectiva da consciência para uma determinada coisa.

 Estabilidade da atenção- o facto de alguém se concentrar por muito tempo num conteúdo.
Determina se pelo tempo durante o qual se pode manter a atenção. Manifesta se na
concentração da energia nervosa exigida num determinado período do tempo mais ou
menos prolongado.
 Distribuição da atenção- e a capacidade do sujeito de aperceber-se de vários objectos
simultaneamente,
 Orientalidade - consiste na escolha voluntária, nas necessidades correspondentes, nos
objectivos e tarefas da sua actividade,
 Mudança- consiste na capacidade de variar rapidamente de uma determinada atitude nova
para uma outra que corresponde as alterações efectuadas. Requer a agilidade de actuação
que e uma característica muito necessária quando a atenção passa de uma actividade para
outra ou de uma acção para outra.
 Flutuação- são as mudanças involuntárias periódicas de curta duração do nível de
concentração (tensão) da atenção.
 Distracção da atenção- e o desvio involuntário da atenção, que ocorre pela mudança de
um objecto de concentração para outros objectos. Esses objectos estranhos influem
negativamente no cumprimento da fácil distracção da atenção.
 Mobilidade - a atenção tem uma característica dinâmica e móvel, em função das
mudanças dos objectos da atenção (Lewkowicz, 2005).
 2.1.2. Tipos de atenção

2.1.3. Importância de atenção

2.2. Consciência

Searle, a consciência é um fenómeno biológico e devemos conceber como parte de nossa história
biológica, assim como a digestão, o crescimento, a mitose e a meiose. Entretanto Searle
demonstra que a consciência tem algumas particularidades que não são observadas em outros
fenómenos biológicos (SEARLE, 2010, p. 1-2).

Características da consciência

Tipos de consciência

Não é o objectivo deste trabalho mapear todas as tentativas de classificação conhecidas,

Importância da consciência
Conclusão

O trabalho aqui desenvolvido seguiu com a ideia de apresentar conceitos básicos de processos
cognitivos, mais especificamente os processos de atenção e consciência, atingiu-se o objectivo de
pesquisar em literatura básica sobre tais conceitos.

Pode-se dizer que a atenção é o modo pelo qual nosso organismo nos ajuda a concentrar-nos em
determinada tarefa, sem nos ater a outros estímulos. Em suas várias formas, a atenção é o
processo que organiza nosso foco para as tarefas, ela puxa informação para a consciência,
principalmente quando é algo novo, que necessitamos ter mais atenção, pois não conseguimos
realizar automaticamente.

Para tarefas mais fáceis e conhecidas os processos automáticos são muito úteis, pois exige menos
esforço da consciência para sua realização, e consequentemente, menos tempo é exigido. Bem
como a habituação, que nos desvia de estímulos conhecidos, para nos ater a novos estímulos.

Consideramos que a atenção se relaciona estreitamente com o estado de consciência, consistindo

num dos principais elementos de observação clínica para a determinação do nível desta.
Referências bibliográficas

ANDERSON, J.R. Psicologia Cognitiva e suas implicações experimentais. Rio de Janeiro: LTC,
2004.

CASTRO. de E. S., Funções psíquicas: “Consciência, Atenção e Orientação”. Florianópolis:

UFSC, 2002

CERVO, A. L. BERVIAN, P. A. Metodologia científica. 5.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

FERRAZ, C. G. Consciência e Atenção: algumas considerações acerca das abordagens de

William James e Aron Gurwitsch. Rio de Janeiro, 2005.

GIL, António Carlos. Como elaborar projectos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

KASTRUP. Virgínia. A Aprendizagem da Atenção Na Cognição Inventiva. Rio de Janeiro:

UFRJ, 2004.

LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho científico. 4.ed. São Paulo:

Atlas, 1992.

STERNBERG Robert. J. Psicologia Cognitiva. 4. ed. Artmed: Porto Alegre, 2008

SEARLE, J. Consciência e linguagem. Trad: Plínio Junqueira Smith. São Paulo. Ed: Martins
Fontes, 2010.