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GRUPO EDUCACIONAL UNIEDUK

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS – APS 1

TEORIAS EM PSICOLOGIA: BEHAVIORISMO E PROCESSOS PSICOLÓGICOS


BÁSICOS

PROFESSORAS RESPONSÁVEIS: CAROLINA PORTO DE ALMEIDA E MARIA


BEATRIZ ZANARELLA

CURSO: PSICOLOGIA – 2° SEMESTRE - UNIFAJ

NOME E RA DOS AUTORES:

Amanda RizzutoSemolini - Ra: 11719152


Gabriela Souza Fontanella - Ra: 12224261
Graziela Suelen Albuquerque Santos - Ra: 11921530
Ionara De Souza Bittencourt - Ra: 11208057
Jonas Aparecido De Souza - Ra: 12224962
Laura Bueno Alvarenga - Ra: 12224418
Lívia Panizzo Alves - Ra: 12224913
Maria Sophia Marques Dos Santos – Ra 12224405
Nicoli Iara Da Silva Oliveira - Ra: 12224723
Renata Marcelle Pereira - Ra: 12224909

JAGUARIÚNA, 2022.
PROJETO "JOGOS E OUTRAS EXPRESSÕES CRIATIVAS" – TEMA: ATENÇÃO

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Perspectiva Cognitiva:
Este Projeto Integrador (PI) será desenvolvido ao longo do segundo semestre letivo de
2022, no curso de Psicologia. A proposta do PI envolve a construção inédita de um jogo
envolvendo habilidades cognitivas, mais especificamente, o construto atenção - tema este
sorteado pelas professoras responsáveis pelo desenvolvimento desta APS.
A atenção é uma função cognitiva que desempenha um papel fundamental na captação e
percepção dos estímulos do meio (Rossini & Galera, 2006). Devido a sua importância nos
últimos trinta anos o tema foi muito estudado, ocorrendo então, avanços na compreensão da
forma como selecionamos no ambiente as informações relevantes para o nosso
comportamento.
Os estudos realizados no decorrer do tempo contribuíram para o desenvolvimento da
psicologia, da neurociência cognitiva e também para outras áreas de investigação. (Rossini &
Galera, 2006).
Como precursor desses avanços temos o psicólogo experimental britânico Donald
Broadbent (1958) que desenvolveu a Teoria do Filtro Atentivo (Lachter, Forster, & Ruthruff,
2004)
De acordo com os estudos de Broadbent (1958), múltiplos canais de input sensorial
atingem um filtro atentivo que permite que apenas as informações relevantes prossigam
através do filtro até alcançar os processos de percepção (Rossini & Galera, 2006). Os outros
estímulos são descartados no nível sensorial.

Acreditava-se que os estímulos sensoriais que aportavam eram traduzidos em um


código neural, com diferentes padrões de impulsos neurais ou, talvez vias neurais
dissimilares correspondendo a tipos diferentes de estímulos sensoriais. Uma vez que
os mesmos tipos de códigos neurais estavam sendo recebidos, o sistema de atenção
não se desviaria do estímulo-alvo (STERNBERG, 2008 p. 100).

Ainda na década de 1960 surgiram algumas contradições para a Teoria do


Filtro atentivo, pois de acordo com ela apenas a informação apresentada ao ouvido atendido
deveria ser processada em níveis complexos. No entanto, outros estudos experimentais
demonstraram que em certas circunstâncias as informações anteriormente não atendidas,
podem ser processadas em níveis cognitivos superiores. (Rossini & Galera, 2006).
Não muito tempo depois, Neville Moray (1959) sugeriu que mensagens altamente
notáveis podem transpor o filtro da atenção seletiva, mas outras mensagens não podem fazer
isso, ou seja, o filtro seletivo bloqueia a maior parte da informação no nível sensorial, mas
algumas mensagens são tão poderosas que interrompem o mecanismo de filtragem,
modificando a metáfora de Broadbent (1958).
A partir da década de 1970 houve reformulações no enfoque das pesquisas nesta área.
O maior interesse passou a ser os estudos que utilizavam estímulos visuais. Permitindo a
elaboração de modelos sofisticados a respeito do processamento atentivo da informação, os
quais perduram até os dias de hoje.
As teorias mais recentes afastaram-se da noção dos filtros bloqueadores ou
atenuadores de sinais, e partiram para a Teoria dos Recursos que sugere uma explicação para
a habilidade humana de realizar mais de uma tarefa que exige atenção ao mesmo tempo
(STERNBERG, 2000).
Ao realizar múltiplas tarefas, progressivamente, algumas delas vão se tornando
automatizadas, não exigindo tanta atenção (STERNBERG, 2000). Por exemplo, é por isso que
um aluno que já avançou a fase da alfabetização consegue ouvir a explicação de seu professor
e ao mesmo tempo escrever em seu caderno, pois o ato de escrever já se tornou automatizado.

Segundo essa metáfora, à medida que cada uma das tarefas complexas se torna
progressivamente automatizada, a execução de cada tarefa faz menos exigências aos
recursos de atenção de capacidade limitada (STERNBERG, 2008 p. 103).

Embora a Teoria dos Recursos não explique sozinha todos os aspectos da atenção, ela
complementa muito bem as Teorias dos Filtros e nos esclarece que as funções executivas,
como a atenção, são habilidades cognitivas que permitem ao ser humano controlar e regular
seus comportamentos a fim de se engajar em metas, realizar planejamentos e realizar
comportamentos intencionais com objetivos. Permitindo, portanto, ter um bom
relacionamento interpessoal e a realização de atividades de forma regular (PASHLER, 1994,
APUD STERNBERG, 2000, p.103).
Portanto, as principais funções executivas utilizadas durante o jogo serão: a atenção
seletiva; atenção sustentada; atenção alternada e atenção dividida. A atenção seletiva é aquela
que permite a inibição de distratores para que o foco atencional esteja no estimulo relevante.
A atenção alternada permite a execução de mais de uma tarefa ao mesmo tempo, devido a
capacidade de parar uma, executar a outra e retornar para a primeira. E a atenção dividida
requer que se divida, ao mesmo tempo, a atenção entre estímulos, desde que uma seja
executada mais automaticamente do que a outra (Bolfer, 2014).

Perspectiva Behaviorista Radical:


Após a captação dos estímulos por meio dos órgãos dos sentidos, devido ao
comportamento privado atenção, é possível responder aos estímulos de forma pública ou
privada apresentando comportamentos reflexos e operantes.
Todos os seres humanos respondem a muitos estímulos de forma padrão, devido à
herança genética (seleção filogenética). Como por exemplo, piscar os olhos ao sentir um
cisco. E, em outros casos, além da influência filogenética, há a seleção ontogenética, em que o
sentido do estímulo recebido é construído a partir da experiência individual com o mundo.
(Andery, Sério, & Micheletto 2009).
Desta forma, o Modo Causal de Seleção por Consequência, busca por relações causais,
ou seja, relação entre causa e efeito para explicar os determinantes do comportamento
humano. (Andery, Sério, & Micheletto 2009).
Skinner a partir das preposições de Charles Darwin (1809-1882) e Alfred Wallace
(1823-1913), explica que o comportamento humano é produto de três níveis de variação, tais
como: condições biológicas (selecionando o comportamento dos indivíduos através de
dotações genéticas, características inatas), condições ontogenéticas (o comportamento de cada
indivíduo se molda por meio das experiências de aprendizagem ao longo da vida e a interação
com o ambiente) e condições culturais (o comportamento do indivíduo é influenciado pelo
ambiente social o qual pertence, sendo ele cultural e ambiental, e aplicando-se apenas aos
seres humanos) (Andery, Sério, & Micheletto 2009).

O comportamento humano é o produto conjunto (1) das contingências


de sobrevivência responsáveis pela seleção natural das espécies e (2)
das contingências de reforçamento responsáveis pelos repertórios
adquiridos por seus membros, incluindo (3) as contingências especiais
mantidas por um ambiente social que evoluiu (Skinner, 1981/1987, p.
55).
Neste sentido, o construto atenção pode ser definido como comportamento operante,
pois ao agir sobre o mundo o homem o transforma e a partir das consequências positivas que
o ato de prestar atenção trás, torna-se um reforçador para sua repetição e aperfeiçoamento. Ao
longo das experiências pessoais e do contato com a cultura, o comportamento atenção tende a
ser aperfeiçoado, levando em consideração que se um comportamento pode ser aprendido,
logo ele pode ser ensinado. (Dittrich, 2011)
Vale ressaltar nesse trabalho a importante definição de dois tipos de atenção estudada
por Skinner: “atenção atraída” e o “prestar atenção”. Como no cotidiano é comum o uso dos
termos “atenção”, é necessário distingui-las, pois, a “atenção atraída” é captura por estímulos
atrativos, enquanto a “atenção prestada” vem do verbo “prestar”, que supõe o entendimento
de atenção no modo ativo, que foi aprendido, voluntário e que é fortalecida por reforçamento.
(Skinner, 1961/1999).
Contanto, o jogo de cartas elaborado tem por objetivo trabalhar com as habilidades de
atenção atraída dos participantes, bem como mensurar e estimular a atenção presta durante a
leitura das cartas e realizações das dinâmicas. Abaixo descreveremos as atividades.
MANUAL DE INSTRUÇÕES DO JOGO

Nome do Jogo: Play Atenttion (Preste atenção)


Público-alvo: A partir de 11 anos.
Objetivos: Estimular por meio do jogo a atenção, socialização, flexibilidade cognitiva,
suscetibilidade a interferência e relacionamento interpessoal e/ou testar de forma lúdica as
funções executivas dos participantes. Para tanto, os participantes deverão ler e ouvir os
comandos atentamente para pontuar, aquele que obtiver maior pontuação, ou seja, aquele que
tiver prestado mais atenção, será o vencedor.
Materiais: 40 Cartas do jogo “Play Atenttion” em que constará perguntas do tipo “que cor é a
carta? ”, sendo que a carta poderá ser azul, enquanto estará escrito no centro dela a palavra
amarelo, por exemplo; fichas coloridas para colar nas bancadas e rádio portátil.
Regras do Jogo:
O pré-requisito para a participação no jogo é que os participantes sejam devidamente
alfabetizados e letrados, já que se trata de um jogo de cartas com a realização de leituras para
a sua execução e conhecimento numérico. Sem a habilidade de leitura a participação no jogo
torna-se inviável.
O jogo se inicia com um aquecimento, em que os participantes realizarão a brincadeira
“morto e vivo”. Aquele que não errar nada já inicia a próxima rodada do jogo com 2 pontos.
Quando houver o primeiro erro, os dois participantes serão dirigidos para o jogo de cartas.
Para a realização do jogo de cartas é necessário posicionar os dois participantes em
uma bancada, instruí-los para manterem uma mão atrás da orelha e a outra atrás das costas.
Nesta bancada estarão dispostas fichas coloridas, tais como: amarelo, azul, verde, vermelho,
preto e roxo. Ao ouvir o instrutor dizendo o nome de uma cor, o participante deverá
rapidamente bater sobre a cor mencionada. O participante deverá bater na ficha em que estiver
escrito o nome da cor mencionada e não apenas a imagem da cor. Inicia o jogo aquele que
bater primeiro.
O participante que for mais rápido e bater na cor correta, escolherá uma ficha e terá 5
segundos para ler em voz alta e responder. Se responder corretamente ganha um ponto, se
errar, a leitura e resposta é realizada pelo outro participante, podendo ele pontuar ou não. Em
cada rodada repete-se a dinâmica inicial.
Durante a leitura de cartas algumas músicas aleatórias estarão tocando no ambiente, é
este o estímulo coringa, que pode virar o placar do jogo, pois ao finalizar a leitura das cartas e
as pontuações já estiverem pré-estabelecidas, o instrutor poderá perguntar “qual foi a primeira
música que tocou quando vocês começaram a jogar? ” e o participante que acertar, somará
mais 5 pontos.

Reforçadores: Para atrair o público pipocas sendo estouradas na hora. Reforçadores durante
o jogo serão os pontos em placar visível a todos e as palmas toda vez que houver um acerto.
Critérios para encerramento do jogo: O jogo se encerrará após um dos participantes ter
obtido pelo menos 15 pontos.
Critérios para ser o jogador vencedor: Vence o jogo aquele atingir 15 pontos primeiro.
ANEXOS

Anexo 1- Prévia das cartas


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDERY, Maria; SÉRIO, Tereza; MICHELETTO, Nilza. Comportamento e Causalidade,


2009, Laboratório de Psicologia Experimental.

BOLFER, C. P. M. (2014). Avaliação neuropsicológica das funções executivas e da atenção


antes e depois do uso do metilfenidato em crianças com transtorno do déficit de
atenção/hiperatividade[Tese de Doutorado, Faculdade de Medicina de São Paulo. ].
Biblioteca Digital da USP 10.11606/T.5.2014.tde-24022015-115036

BOCK, A. M. B., GONÇALVES M.G.M. et al. A Psicologia sócio-histórica, 1996, mimeo.

Skinner, B. F. (1987). Uponfurtherreflection. EnglewoodCliffs, NJ: Prentice Hall.

Skinner, B. F. (1969). Contingencies ofreinforcement. New York, NY: Appleton-Century

Crofts.

Skinner, B. F. (1974). Aboutbehaviorism. New York, NY: Alfred A. Knopf.

STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. Porto Alegre: ARTMED, 2000

!https://www.scielo.br/j/epsic/a/SRnpfRDy8SB4NSBZQCWwy7d/?lang=pt

Texto o conceito de liberdade e suas implicações para a clinica

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