Você está na página 1de 84

Unidade 2

PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
Componente
Curricular:

Psicologia da Educação
e da Aprendizagem

-Edição 2-
Tutora:

Mestra
Dinara Schwarz da Silva

Professor Conteudista:
Kevin Daniel dos Santos
Leyser
TÓPICO 1 — TEORIAS
COMPORTAMENTAIS
E SOCIAIS DE
APRENDIZAGEM
A aprendizagem é geralmente
definida como uma mudança
em um indivíduo causada
pela experiência. Mayer
(2008a, p. 171) define
aprendizagem como
"mudança duradoura no
conhecimento do aluno como
resultado das experiências do
aluno".
A aprendizagem envolve
a aquisição de
habilidades que não são
inatas. A aprendizagem
depende da experiência,
incluindo feedback do
ambiente.
As primeiras pesquisas sobre aprendizagem
estudaram os efeitos dos estímulos nos
comportamentos reflexivos. Ivan Pavlov
contribuiu com a ideia do condicionamento
clássico, no qual estímulos neutros podem
adquirir a capacidade de evocar respostas
comportamentais por meio de sua associação
com estímulos não condicionados que
desencadeiam reflexos. Skinner continuou o
estudo da relação entre comportamento e
consequências. Ele descreveu o
condicionamento operante, no qual
reforçadores e punidores moldam o
comportamento.
Os reforçadores aumentam a frequência de
um comportamento e os punidores
diminuem sua frequência. O reforço pode ser
primário ou secundário, positivo ou
negativo. Os reforçadores intrínsecos são
recompensas inerentes ao próprio
comportamento. Os reforçadores extrínsecos
são elogios ou recompensas concedidas por
outras pessoas. A punição envolve o
enfraquecimento do comportamento pela
introdução de consequências aversivas ou
pela remoção de reforços. O Princípio
Premack afirma que uma maneira de
aumentar as atividades menos apreciadas é
vinculá-las a atividades mais apreciadas.
Moldar por meio de
feedback oportuno em
cada etapa de uma tarefa
é uma prática de ensino
eficaz com base na teoria
de aprendizagem
comportamental.
Extinção é o
enfraquecimento e o
desaparecimento
gradual do
comportamento à
medida que o reforço é
retirado.
Os esquemas de reforçamento são
usados para aumentar a
probabilidade, frequência ou
persistência do comportamento
desejado. Os esquemas de
reforçamento podem ser baseados
em razões ou intervalos e podem
ser fixos ou variáveis.
Os estímulos
precedentes servem
como pistas que
indicam quais
comportamentos
serão reforçados ou
punidos.
A discriminação
envolve o uso de
pistas para
detectar diferenças
entre as situações
de estímulo.
A generalização
envolve a
transferência de
comportamentos
aprendidos sob um
conjunto de
condições para
outras situações.
A teoria da aprendizagem social é baseada no reconhecimento da importância da
aprendizagem observacional e da aprendizagem autorregulada. Bandura (1997)
observou que aprender por meio da modelagem–direta ou indiretamente – envolve
quatro fases: prestar atenção, reter o comportamento modelado, reproduzir o
comportamento e ser motivado a repetir o comportamento. Bandura (1997) propôs
que os alunos fossem ensinados a ter expectativas em relação ao próprio
desempenho e a se reforçar. Meichenbaum (1977) propôs etapas para a
aprendizagem autorregulada que representam uma forma de modificação cognitiva
do comportamento.
O QUE SÃO AS TEORIAS
DA APRENDIZAGEM DO
COMPORTAMENTO?

O estudo sistemático da aprendizagem é


relativamente novo. Somente no final do século
XIX a aprendizagem foi estudada de maneira
científica. Usando técnicas emprestadas das
ciências físicas, os pesquisadores começaram a
conduzir experimentos para entender como as
pessoas e os animais aprendem. Um dos
primeiros e mais importantes pesquisadores foi
Ivan Pavlov. Entre os pesquisadores posteriores,
Skinner foi importante para seus estudos sobre
relação entre comportamento e consequências.
Pavlov:
condicionamento
clássico
Skinner:
condicionamento
operante
COMO A TEORIA DA APRENDIZAGEM SOCIAL
CONTRIBUIU PARA A NOSSA COMPREENSÃO DA
APRENDIZAGEM HUMANA?

A teoria da aprendizagem social é uma consequência importante da


tradição da teoria da aprendizagem comportamental. Desenvolvida
por Albert Bandura (1997, 2006), a teoria da aprendizagem social
aceita a maioria dos princípios das teorias comportamentais, mas se
concentra em um grau muito maior nos efeitos das pistas sobre o
comportamento e nos processos mentais internos, enfatizando os
efeitos do pensamento sobre a ação e os efeitos da ação sobre o
pensamento.
TÓPICO 2 — TEORIAS COGNITIVAS DE
APRENDIZAGEM

A mente humana é uma criadora de


significado. Desde o primeiro
microssegundo que você vê, ouve, prova
ou sente algo, você inicia um processo de
decidir o que é, como se relaciona com o
que você já sabe e se é importante manter
em sua mente ou deve ser descartado.
Todo esse processo pode ocorrer de forma
consciente, inconsciente ou ambos.
O QUE É UM MODELO DE
PROCESSAMENTO DE
INFORMAÇÕES?

A informação entra constantemente em nossas mentes por meio de nossos sentidos. Muitas dessas
informações são descartadas quase que imediatamente e podemos nem mesmo estar cientes de
muitas delas. Algumas ficam guardadas em nossas memórias por um curto período e depois são
esquecidas.
Por exemplo, podemos lembrar o número do assento em um ingresso de teatro até encontrarmos
nossos assentos, momento em que esqueceremos deste número. No entanto, algumas informações
são retidas por muito mais tempo, talvez para o resto de nossas vidas. Qual é o processo pelo qual as
informações são absorvidas e como os professores podem tirar proveito desse processo para ajudar
os alunos a reter informações e habilidades críticas? Essas questões foram abordadas por teóricos da
aprendizagem cognitiva e levaram à teoria do processamento de informações, uma teoria dominante
da aprendizagem e da memória desde meados da década de 1970.
Existem várias maneiras de chamar a
atenção dos alunos, todas as quais se
enquadram no título geral de despertar o
interesse dos alunos (GREGORY;
KAUFELDT, 2015). Uma maneira é usar
pistas que indicam "Isso é importante".
Alguns professores levantam ou abaixam a
voz para sinalizar que estão prestes a
transmitir informações críticas. Outros usam
gestos, repetição ou posição corporal para
comunicar a mesma mensagem.
A memória de longo prazo é a parte do sistema de
memória na qual uma grande quantidade de
informações é armazenada por um período
indefinido. As teorias cognitivas da aprendizagem
enfatizam a importância de ajudar os alunos a
relacionar as informações aprendidas com as
informações existentes na memória de longo
prazo.
As três partes da
memória de longo
prazo são a memória
episódica, que
armazena nossas
memórias de
experiências pessoais;
memória semântica,
que armazena fatos e
conhecimentos
generalizados na forma
de esquemas; e a
memória procedural,
que armazena o
conhecimento de como
fazer as coisas.
A teoria dos níveis de
processamento sugere
que os alunos se
lembrem apenas do
que processam. Os
alunos estão
processando
informações quando
as manipulam, olham
para elas de diferentes
perspectivas e as
analisam.
A teoria da interferência afirma que
duas situações causam esquecimento:
inibição retroativa, quando aprender
uma segunda tarefa faz a pessoa
esquecer algo que foi aprendido
anteriormente, e inibição proativa,
quando aprender uma coisa interfere na
retenção de coisas aprendidas
posteriormente.
De acordo com os
efeitos de primazia e
recenticidade, as
pessoas lembram
melhor as informações
apresentadas primeiro
e por último em uma
série.
A prática fortalece associações de
informações recém-aprendidas na
memória. A prática distribuída, que
envolve a prática de partes de uma
tarefa durante um período,
geralmente é mais eficaz do que a
prática maciça. A enação também
ajuda os alunos a se lembrarem das
informações.
Os professores podem ajudar os alunos a se
lembrarem de fatos apresentando as aulas de
maneira organizada e ensinando os alunos a
usar estratégias de memória chamadas
mnemônicas.
Informações que fazem
sentido e são significativas
para os alunos são mais
significativas do que o
conhecimento inerte e as
informações aprendidas
mecanicamente. De acordo
com a teoria do esquema,
o conhecimento
significativo dos
indivíduos é construído de
redes e hierarquias de
esquemas.
Os três principais componentes da
memória são o registro sensorial, a
memória de curto prazo ou de trabalho e a
memória de longo prazo. Os registros
sensoriais são memórias de curtíssimo
prazo ligadas aos sentidos. As informações
recebidas pelos sentidos, mas não
atendidas, são rapidamente esquecidas.
Uma vez que a informação é recebida, ela
é processada pela mente de acordo com
nossas experiências e estados mentais.
Essa atividade é chamada de percepção.
A memória de curto prazo ou de trabalho é um sistema de
armazenamento que armazena de cinco a nove porções de informação a
qualquer momento. A informação entra na memória de trabalho tanto
do registro sensorial quanto da memória de longo prazo. Ensaio é o
processo de repetir informações para mantê-las na memória de
trabalho.
A metacognição
ajuda os alunos a
aprender pensando,
controlando e
usando
efetivamente seus
próprios processos
de pensamento.
Fazer anotações, sublinhar, resumir, escrever
para aprender, delinear e mapear podem
efetivamente promover a aprendizagem.
Os organizadores avançados ajudam os alunos a
processar novas informações ativando o
conhecimento prévio. Analogias, elaboração de
informações, esquemas organizacionais, técnicas
de questionamento e modelos conceituais são
outros exemplos de estratégias de ensino
baseadas em teorias de aprendizagem cognitiva.
Tópico 3
ABORDAGENS DE ENSINO-APRENDIZAGEM
CONSTRUTIVISTAS E CENTRADAS NO ALUNO
As abordagens
construtivistas também
enfatizam a
aprendizagem
cooperativa,
estratégias de
questionamento ou
investigação e outras
habilidades
metacognitivas.
Aprendizagem por
descoberta e andaimes são
métodos de aprendizagem
construtivistas baseados
em teorias de
aprendizagem cognitiva.
A aprendizagem de
descoberta de Bruner
(1966) destaca a
autoaprendizagem ativa, a
curiosidade e a resolução
criativa de problemas dos
alunos.
O andaime, com base
nas visões de
Vygotsky, exige que os
professores ajudem os
alunos em pontos
críticos de seu
aprendizado.
Na teoria de Vygotsky Andaime é o
‘lugar’ onde as crianças trabalham juntas
para completar uma tarefa, como as
crianças mais avançados ajudando as
menos avançadas a aprender a fazer a
tarefa.
No entanto, Vygotsky nunca usou o termo
“andaimes”; ao invés disso ele usou a frase
“zona de desenvolvimento proximal (ZDP).”
Na aprendizagem
cooperativa,
pequenos grupos
de alunos
trabalham juntos
para ajudar uns
aos outros a
aprender.
Os grupos de
aprendizagem
cooperativa são
usados na
aprendizagem
por descoberta,
discussão e
estudo para
avaliação.
As habilidades de resolução
de problemas são ensinadas
por meio de uma série de
etapas, incluindo, por
exemplo, análise de meios-
fins e representação de
problemas.
A solução criativa de
problemas requer tempo de
incubação, suspensão de
julgamento, ambientes
propícios, análise de
problemas, aplicação de
habilidades de pensamento e
feedback.
Habilidades de pensamento incluem, por
exemplo, planejamento, classificação,
pensamento divergente, identificação de
suposições, reconhecimento de
informações enganosas e geração de
perguntas. Habilidades de pensamento
podem ser ensinadas por meio de
programas estruturados; criar uma
cultura de pensamento na sala de aula é
outra técnica útil.
BANDURA:
MODELAGEM E
APRENDIZAGEM
OBSERVACIONAL
MODELO DE
APRENDIZAGEM
AUTORREGULADA
DE MEICHENBAUM
TEORIAS COGNITIVAS DE
APRENDIZAGEM
Link compartilhável com o
Gabarito das Autoatividades:

https://drive.google.com/file/d/1H8R3Nsyjo6f7Ql
C103xxGUQr9uIoLH18/view?usp=sharing
Aprendizagem é muito mais
do que a memória. Para que
os alunos realmente
entendam e sejam capazes de
aplicar o conhecimento, eles
devem trabalhar para
resolver problemas, descobrir
coisas por si mesmos,
trabalhar com ideias.
Bons estudos!

Você também pode gostar