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Irene Cadime

imcadime@braga.ucp.pt

Licenciatura em Psicologia
2018-2019
Teorias do Processamento de
Informação
 Mais do que uma teoria: é uma perspectiva teórica.

 Influenciada pelos avanços na comunicação e pela


metáfora do computador e trabalhos de E.C Tolman.
Teorias do Processamento de
Informação
E.C. Tolman: aprendizagem não pode ser explicada por
conexões E-R; mas é baseada na interiorização de um
mapa cognitivo que o organismo faz do seu meio.

Utiliza uma base empírica: analisam os efeitos


comportamentais dos acontecimentos mentais (ex.: tempo
de reação, reconhecimento verbal de estímulos…)
Teorias do Processamento de
Informação

Entrada Processamento Saída

Informação é
Informação entra nos
armazenada e
receptores sensoriais. Uso da informação
processada
armazenada
Abstracções baseadas (disponível e
nos aspectos mais acessível)
salientes.

SNC adopta uma


codificação interna para
representar o estímulo.
Teorias do Processamento de
Informação
“Humans are processors of information. The mind is an
information-processing system. Cognition is a series of
mental processes. Learning is the acquisition of mental
representations” (Mayer, 1996, 154).
Teorias do Processamento de
Informação
 Pressupostos:
 Desafiam a ideia da associação entre estímulos e respostas;
 Não rejeitam a ideia de associações mas que as associações
ajudam/facilitam a aquisição e armazenamento na
memória.
 Estão menos preocupadas com as condições externas,
focam-se nos processos mentais entre estímulos e
respostas;
 Os indivíduos procuram e processam activamente a
informação;
Teorias do Processamento de
Informação
 Pressupostos:
 O processamento da informação está envolvido em todas as
actividades cognitivas: percepção, pensamento, resolução de
problemas, memorização…
 Aumentos relacionados com a idade na velocidade, complexidade e
eficiência do processamento mental, no volume e na variedade de
material que pode ser armazenado na memória.
 Não formulam estádios, mas reconhecem que o processamento da
informação acontece em estádios qualitativamente diferentes que
modelam a forma como é feita a recepção de um estímulo e produção
de uma resposta.
Teorias do Processamento de
Informação
 Modelo Atkinson & Shiffrin (1968):

Sternberg & Sternberg, 2012, p.194


Teorias do Processamento de
Informação
 Aplicações práticas:
1. Permite estimar a futura inteligência de um indivíduo (mesmo
bebé) a partir da eficiência da perceção e do processamento
sensorial.
2. Compreendendo como as crianças obtêm, recordam e utilizam
as informações, pais e professores podem ajudá-las a melhor
conhecer seus próprios processos mentais e suas estratégias
para aperfeiçoá-los.
3. Úteis para testar, diagnosticar e tratar problemas de
aprendizagem: identificando a dificuldade no sistema de
processamento de informações (está na visão ou na audição,
atenção ou memorização da informação?).
Albert Bandura
Teoria da Aprendizagem Social
 O autor mais citado em publicações
científicas
(http://www.des.emory.edu/mfp/Bandu
raPubs.html);

 Orientação comportamentalista,
enfatiza a modificação do
comportamento na interacção social.
Albert Bandura
Teoria da Aprendizagem Social
 Condicionamento clássico: o desenvolvimento
processava-se através da manipulação dos
estímulos.

 Condicionamento operante: as consequências


são o mais processo mais importante para
moldar o desenvolvimento ou desaparecimento
de respostas.
Teoria da Aprendizagem Social
 A teoria da aprendizagem social retoma tanto elementos
comportamentalistas como cognitivistas.

 Utiliza conceitos e pressupostos:


 teorias do processamento da informação:
 centradas nos processos cognitivos de recepção, retenção e
armazenamento da informação

 teorias behavioristas:
 valorizam o papel das consequências das resposta e dão relevo
ao valor informativo e motivacional dos reforços e punições.
Teoria da Aprendizagem Social
 O comportamento, as estruturas cognitivas internas e o meio
interagem de forma indissociável uma da outra.

 As pessoas são actores activos na construção do seu percurso


de vida: são produtos e produtores do seu meio.
Teoria da Aprendizagem Social
 Aprendizagem de novas respostas:
 Não ocorre apenas por reforços ou consequências;
 Indivíduos podem aprender novas respostas por
observação (modelagem).

 Os indivíduos são motivados para conseguir o máximo de


recompensa e o mínimo de punição, contudo, os
comportamentos não são regulados apenas pelas
contingências imediatas.
Teoria da Aprendizagem Social
 Uma parte significativa do que o indivíduo aprende ocorre
por imitação ou modelagem,
 mesmo que a cópia da acção seja diferida (ap. sem realização),
 mesmo sem receber reforço ou ver o modelo ser reforçado.

 A imitação pode envolver uma resposta que já se conhece


(aprende: a resposta deve ou não ser realizada?)

 Um outro factor importante é a capacidade de aprendizagem


vicariante:
 aprender de acordo com os comportamentos dos outros, e
as suas consequências, e a partir daí estabelecer
expectativas de eficácia.
Experiência da Bobo Doll
 Criança assiste a um vídeo em que um
adulto bate num boneco de plástico.
 Depois de ver o filme, as crianças são
colocadas num quarto com
brinquedos, mas não é permitido
brincar com eles.
 Depois são levadas para uma outra sala
onde há bonecos semelhantes ao
Bobo.
 90% das crianças manifestam
comportamento agressivo.
Aprendizagem por modelagem
 Modelagem:
 Com base na observação dos modelos sociais - o seu
comportamento tem uma função informativa para o
sujeito que observa.
 Ao perceber as consequências dos comportamentos dos
modelos significativos, o indivíduo desenvolve
representações simbólicas das actividades modeladas que
irão guiar o seu comportamento futuro em situações
semelhantes.
Teoria da Aprendizagem Social
 Modelos: pais, irmãos, colegas, professores, actores de tv,
cinema, etc.

 Os atributos do modelo são importantes para que a imitação


possa ocorrer, ex.: prestígio social, estatuto, competência,
poder, idade ou sexo.
 Pessoas que gostam, respeitam, consideram competentes
 Imitação também depende das consequências que acontecem
ao modelo.
 Experiência boneco: (1) adulto sem consequências; (2) outro adulto
entra e ameaça;
 Crianças que observaram a punição tinham melhor comportamento
com o boneco.
Teoria da Aprendizagem Social
 Condições que facilitam a imitação do comportamento:
 expectativas sobre a acção/resultados – expectativa de que o indivíduo
acredita que uma determinada acção tem um valor particular, em
função da sua perigosidade ou não, ou da sua capacidade para reduzir
os malefícios para o estado de saúde ou não;
 expectativas de auto-eficácia – expectativa do indivíduo em si mesmo
ou na sua capacidade para actuar com êxito o comportamento
desejado.

 As crenças relativas aos resultados alcançados e as crenças de


auto-eficácia influenciam de modo determinante os
comportamentos.
Fatores ou capacidades responsáveis pelas expectativas de autoeficácia,
em função do seu grau de influência

Autoeficácia
Experiências diretas
Aprendizagens vicariantes
Sensações fisiológicas
Persuasão verbal
+ influente -
influente

❑ O desenvolvimento de crenças de autoeficácia constitui um fenómeno complexo que contempla


diversas fontes de informação que serão depois interpretados pelo sujeito. Uma vez estabelecida a
crença, esta servirá de orientação para a ação, passando a influenciar desempenhos futuros.
Modelagem em contexto educativo
 Professores podem ser o modelo mais importante em sala de
aula
 Preferência por determinadas matérias/conteúdos
 Gritos e críticas por parte do professor → reprodução do
comportamento pelos alunos
Bibliografia recomendada
 Coll, C., Palacios, J., & Marchesi, A.(1995).
Desenvolvimento psicológico e educação (Vol. 2). Porto
Alegre: Artes Médicas. (capítulo 4)
 Schunk, D. H. (2011). Learning Theories: An
Educational Perspective (6a ed.). Upper Saddle River:
Pearson. (capítulos 4 e 5)

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