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Intervenção

Existem várias formas de tratamento da perturbação obsessiva compulsiva,


nomeadamente a terapia farmacológica que, acaba por não demonstrar muita eficácia
nas respostas ao tratamento. Um aspeto fundamental que tem vindo a ser debatido é a
importância do envolvimento das famílias nas intervenções dado que, podem assumir
um papel importante na manutenção desta perturbação. Por esse motivo, a terapia
familiar psicoeducativa foi desenvolvida por Carol Anderson e colaboradores do West
Institute of Psychiatry em Pittsburgh uma vez que, há uma necessidade de o paciente
com POC e as suas famílias se familiarizarem com a doença para que possam lidar com
a mesma da forma mais adequada. Resultados de vários estudos mostraram que esta
forma de terapia é importante na medida em que oferece informação e apoio útil para o
paciente e os seus familiares próximos. Estudos comprovam ainda que a intervenção
psicoeducativa podem ser benéficas no sentido em que ajuda numa melhoria dos
sintomas da POC. Ao obter conhecimento sobre a doença, o paciente e os familiares
ganham mais consciência sobre o problema e como este pode ser encarado, adquirindo
assim habilidades necessárias. Deste modo, esta forma de intervenção acaba por ser
importante não só para os pacientes com esta perturbação, mas também para ajudar as
famílias a melhorar o relacionamento com o paciente, uma vez que existe uma maior
consciencialização sobre o que é a doença (Mahmoodabadi et al., 2018).

Mahmoodabadi, H. Z., Sardadvar, N., & Nasirian, M. (2018). Effectiveness of psycho


educational intervention in improving symptoms of patients with obsessive compulsive
disorder and general family functioning of companions. Iranian Red Crescent Medical
Journal, 20(12), 58377.

Outra forma de terapia pode ser a reescrita de imagens (ImRs). Esta consiste numa
técnica psicoterapêutica que tem como objetivo

A reescrita de imagens (ImRs) é uma técnica psicoterapêutica que visa memórias


claramente identificadas de experiências aversivas ou traumáticas passadas que estão
relacionadas a problemas presentes, imaginando que a sequência de eventos é
modificada em uma direção mais desejada que melhor corresponda às necessidades
emocionais de um indivíduo . Arntz & Weeterman, 1999; Arntz, 2011). Os mecanismos
pelos quais os ImRs contribuem para a mudança terapêutica ainda estão sendo
investigados. Uma hipótese principal é que produz uma mudança no significado
associado a uma memória emocional e imagens associadas, modificando assim as
emoções associadas aos problemas relacionados. Isso se relaciona com o conceito
da teoria da aprendizagem de “reavaliação incondicionada do estímulo (EUA)” (Arntz,
2015). Propõe-se que novas informações sejam incorporadas à representação de uma
memória inerentemente carregada emocionalmente, o US, que neste caso é o próprio
evento traumático/aversivo. Essa nova informação pode alterar os significados
disfuncionais associados ao trauma/memória aversiva. Se essa reescrita de memória
for bem-sucedida, em ocasiões futuras, quando a memória aversiva for desencadeada,
ela não produzirá mais as mesmas respostas disfuncionais, como afeto negativo ou
expectativas de recorrência de trauma anterior.

Maloney, G., Koh, G., Roberts, S., & Pittenger, C. (2019). Imagery rescripting as an
adjunct clinical intervention for obsessive compulsive disorder. Journal of Anxiety
Disorders, 66, 102110. https://doi.org/10.1016/j.janxdis.2019.102110

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