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Avaliação psicológica em contexto clínico

A observação comportamental é importante em consonância com a entrevista de


avaliação psicológica.
Ao recolher informação com crianças e adolescentes, temos também de recolher
informação com os docentes porque por vezes as crianças e os adolescentes não são
capazes de fornecer toda a informação necessária.

12/11/2021
Avaliação Psicológica
É um processo complexo não redutível à instrumentação diagnóstica, mas sim
algo dinâmico que ocorre ao longo do tempo e que implica uma série de fases com
objetivos e procedimentos determinados. (podemos ter varias fases do processo de
avaliação tanto no inicio, como durante o próprio processo de intervenção).

Porque é que a entrevista com crianças e adolescentes é assim tão


importante?
 Informação que entrevista nos dá sobre a pessoa
 A entrevista é um dos componentes mais importantes do processo de avaliação
 Facilita a comunicação e proporciona uma oportunidade para as observações
comportamentais.
 Recolher informação de múltiplas fontes
 Facilita a formulação de estratégias de tratamento
 Facilita uma boa relação terapêutica com crianças e com a família.

Dificuldades da entrevista em crianças e adolescentes:


- As crianças/adolescentes não são conscientes do propósito da entrevista e da
avaliação.
- A entrevista como um castigo pelo seu “mau comportamento”.
- Pode causar ansiedade e resiliência ao processo de entrevista.

1. A entrevista comportamental
Objetivos:
 Revisão dos principais componentes e temas da entrevista com
crianças/adolescentes
 Refletir sobre a importância das múltiplas fontes de informação e o papel que o
desenvolvimento desempenha no processo da entrevista
 Competências e estratégias necessárias para conduzir a entrevista (ex: métodos
não estruturados, semi-estruturados e estruturados)

2. Objetivos da entrevista
1ª reunião com os pais e com a criança ocorre durante a entrevista clínica
Objetivos:
 Recolher a informação diagnóstica importante (o que se passa na perspetiva dos
pais e na perspetiva da criança, e muitas vezes o problema não está na criança,
mas sim nos pais)
 Avaliar contingências ambientais
 Formular as estratégias de tratamento (mediante a informação que recolhermos,
é essa informação que vai dirigir as estratégias que vamos utilizar)

2.1. A informação sobre o diagnóstico


 Categorizar o comportamento problema da criança/adolescente.
 Conhecimento sobre as características das principais perturbações da
infância e adolescência.
 A identificação inicial da perturbação pode influenciar o conteúdo
das perguntas.
 A informação inicial pode ajudar a determinar a necessidade de
avaliação.
Se existir uma queixar por parte dos pais, temos de confirmar a mesma perante
outras instituições.
(rever a matéria de psicopatologia sobre as perturbações da infância e
adolescência)
 Questões gerais (começar pelas questões gerais):
- Que tipo de problemas é que está a ter com o seu filho?
 Questões especificas:
- O seu filho tem dificuldades em manter a atenção na escola?
- Está constantemente a mexer-se de um sitio para o outro?
-Recolha de informação relativa à frequência e duração dos sintomas.

2.2 As contingências ambientais


 Recolher informação relativa ao ambiente social da criança
 Fatores ambientais: conflitos conjugais, divorcio, patologia dos pais, recusa dos
pares (perceber se existe alguma patologia por parte dos pais que os invalida ou
incapacita de tomar conta da criança).
 Perguntas especificas sobre a resposta e a situação para compreender os
estímulos antecedentes e consequentes que mantêm o K.
 Avaliar variáveis ambientais e as influências que estas variáveis têm na criança.

2.3 Estratégias de tratamento


Recolher a informação relativa às competências comportamentais da
criança/adolescente.
Questões:
 Que outros comportamentos é que os pais gostariam de ver?
 Que comportamentos atuais são satisfatórios?
 Classes de estímulos de reforços e aversivos para a criança:
- o que é que o Pedro gosta de fazer aos fins de semana? Gosta de
desenhar?

3. A entrevista com múltiplas fontes: Pais


Entrevistar os Pais
 Informação médica, social, académica, antecedentes e consequentes associados
ao problema.
 Estratégias atuais de disciplina e a sua eficácia para diminuir o K.
 Informação sobre os pais e sobre a relação pais-filhos: muitos estudos têm
associado a perturbação psiquiátrica materna (como a depressão) com o K
infantil negativo.

Entrevistar os Professores (não é obrigatória)


 Fonte de informação sobre o comportamento problema. (Qual a perceção que o
professor tem sobre o problema)
 Observam as crianças num ambiente mais estruturado e medem a sua adaptação
às exigências ambientais.
 Perspetiva mais objetiva da capacidade cognitiva das crianças e do
desenvolvimento K em comparação com os seus companheiros de classe.

O contexto do Desenvolvimento
 É importante avaliar o contexto de desenvolvimento do comportamento
 Fase de desenvolvimento da criança pode ter implicações para o
prognóstico/diagnóstico e tratamento:
- DSM-V: perturbações diagnosticadas na infância e adolescência (rever)
Papel do desenvolvimento no diagnóstico:
 Critérios de diagnóstico são diferentes da idade adulta
 Algumas perturbações manifestam-se de forma diferente em
diferentes fases do desenvolvimento
Exemplo: DEP manifesta-se com irritabilidade nas crianças

Papel do desenvolvimento no tratamento:


 O desenvolvimento também influencia o curso de tratamento:
Ex: capacidade mental para realizar tarefas cognitivas complexas
é menor (diminuição do recurso a terapias verbais)

A Relação de Colaboração
 Estabelecer uma relação de colaboração com a criança e coma família.
 Entrevista com a criança considera a idade e a etapa desenvolvimento.
 A ansiedade e medo na criança: falar sobre temas que sejam familiares, temas
que interessem à criança (ex: programas de tv)
 Estabelecer uma relação com todos os que avaliamos

Escuta eficaz
 Escuta de forma atenta e empática
 Possibilidade de avaliar a comunicação não verbal da criaça/adolescente
Tom de voz, expressão facial…
 Substituir algumas expressões técnicas por expressões mais simples
 O psicólogo deve estar atento à sua comunicação não verbal

Áreas da SCICA
 Contingência ambiental
 Contexto familiar e escolar
 Fatores de risco
 Atividades, escola, emprego
 Amigos e relações familiares
 Fantasias
 Auto perceção e sentimentos
 Problemas relatados pelos pais e professores
 Testes de realização (opcional
 Para idades de 6-12: pesquisar anormalidades motoras – destreza fina e
grossa (opcional
 Para idades 13-18: queixas somáticas, álcool, droga e problemas com
lei.

Objetivos da Entrevista
• Estabelecer a relação terapêutica
• Obter informação
• Avaliar a psicopatologia/Diagnóstico
• Dar informação ao paciente
• Conceptualizar os problemas
• Formular hipóteses
• Seleccionar e definir objectivos terapêuticos

Tipos de Entrevista
• Entrevistas estruturadas
• Entrevistas semi-estruturadas
• Entrevistas não estruturadas

Fases
• Fase de Abertura
• Fase de Reconhecimento
• Fase de Finalização

Conteúdo da Entrevista
1. Problema Presente/Razão do Pedido
Objectivo:
– Resumir o problema apresentado pelo paciente a uma ou duas
frases que identifiquem a natureza do pedido;
– Muitas vezes apresentado nos termos do paciente.
2. História do Problema
• Há quanto tempo ocorre;
• O que iniciou;
• Gravidade;
• Padrão de ocorrência e mudança;
• De que modo afeta a vida do paciente;
• Como lida com os sintomas;
• O papel que os outros têm no problema do paciente;
• Tratamentos prévios.
• Curso desenvolvimental do problema
– Recolha de informação acerca das circunstâncias presentes no
início dos sintomas e de como o paciente ou outros os notaram.
– Em que circunstâncias voltou a aparecer.
– Que mudanças notou ao longo do tempo.
• De que modo afeta a vida do paciente
– Reflete quer a gravidade do problema, o modo como o paciente
lida com ele (competências de confronto), o suporte social e o
funcionamento interpessoal.
– A gravidade do problema manifesta-se e infere-se a partir do
número de atividades como trabalho, escola, e relações interpessoais que
são afetadas.
• Modo como o paciente lida com os sintomas ou problemas
• Risco de Suicídio
– “Já alguma vez desejou não estar vivo?”
– “Tem tido pensamentos acerca da morte?”
– “Fez planos para se matar?”
• Outros problemas: “Está preocupado com mais alguma área da sua
vida neste momento?”
Áreas:
– Trabalho/escola
– Família e relações conjugais
– Amigos e vida social
– Stress interior e saúde
3. História Familiar e Social
• História social e desenvolvimental
– Estrutura das relações familiares e mudanças da mesma ao
longo do tempo.
• Amizades, problemas com autoridades, educação, trabalho, relações
íntimas.
• História sexual (relações íntimas, padrões de disfunção, abuso).
Áreas:
– Nascimento
– Desenvolvimento Pré-escolar
– Experiência Escolar, Adolescência
– História Adulta
4. História Médica
• Antecedentes
– desordens psiquiátricas
– tratamento psiquiátrico
– Hospitalizações
• Resposta à medicação
• Psicoterapia
• Revisão dos problemas médicos, tratamentos associados e medicação
(atual e anterior).
• Utilização de substâncias (álcool, tabaco, drogas ilegais).
5. Estado Mental
• Aparência
• Funcionamento cognitivo
• Afeto e humor
• Estilo interpessoal
• Comportamentos especiais
• Necessidades especiais

Relatório de Avaliação Clínica


A. Identificação
– Uma frase que inclua o nome, idade, sexo, etnia, estado civil, profissão
do paciente.
B. Problema Presente
– Relato conciso das razões para o paciente procurar ajuda; • Incluir áreas
como duração do problema, natureza dos sintomas e acontecimentos críticos.
C. Observação Comportamental
– Breve descrição do comportamento do paciente durante a entrevista.
D. Avaliação
– Resultados de avaliações, questionários, etc.

• História Pessoal
– Breve resumo da história desenvolvimental do paciente, incluir
relações com pais, outros significativos, familiares, história escolar e
profissional, principais relações afectivas, etc.
• História médica
• Diagnóstico
• Eventual sugestão de plano terapêutico

Desenho de uma família


Objetivos do instrumento
 Avaliar as condições em que se dá a adaptação da criança ao seu meio e ao seu
contexto familiar
 Através do mecanismo de projeção (não existe respostas certas nem respostas
erradas no método projetivo) a crianças dá conta do modo verdadeiro como se
sente no seu núcleo familiar e em relação aos elementos da sua família
 Primazia da subjetividade (não existe respostas certas nem erradas)
 Influencia do seu estado afetivo, sentimentos, desejos, medos, atrações e
repulsas
 Informação sobre a personalidade e conflitos íntimos
 Testes de aplicação fácil
 Temos de avaliar bem se naquele adolescente em concreto se justifica ou não
pois os adolescentes podem sentir-se infantilizados.

 1º - (desenho) Primeiramente pedimos à criança ou adolescente para fazer


um desenho de uma família
 2º (entrevista) De seguida realiza-se a entrevista sobre o desenho (definir
personagens, caracterizar em função do sexo, idade, relações)
 3º (métodos das preferências)

 É um teste que permite avaliar a inteligente através:


 Esquema corporal
 Teste de Goodenough
 Sensorial ou racional (significa que devemos analisar se o desenho da
criança é estático ou tem movimento)

 É um teste que permite também avaliar a personalidade
 Conteúdo do desenho exprime algo da personalidade total
 Revela-nos a sua vida afetiva
“o desenho da criança exprime algo mais que a sua inteligência ou o
seu nível de desenvolvimento mental: uma espécie de projeção da sua
própria existência e também dos outros ou ainda a maneira pela qual
sente a existência de si própria e dos outros”

Desenho de uma família:


“a simples observação e um estudo detalhado do desenho permitem conhecer a criança
ou adolescente, os sentimentos reais que experimenta pelos seus, a situação na qual ela
mesma se coloca perante a família; numa palavra, conhecer a família da criança, tal qual
esta a representa, é muito mais importante que saber exatamente o que ela é”

Administração
Aplica-se à criança/adolescente entre os 5 aos 12 anos
Material
 Folha de papel A4, branca
 Lápis afiado (de cores, só se a criança pedir)
 Não é permitido uso de borracha nem régua

Instruções
 “gostaria que tu me desenhasses uma família”
Caso pergunte “qual família?”:
“desenhas a família que tu quiseres”

Observações do comportamento da criança


 Anotar a maneira como a criança desenha
 O local onde inicia o desenho
 A primeira pessoa que desenha e a ordem das pessoas seguintes
 O tempo gasto para o desenho de cada pessoa e cuidado com o que é feito
 A tendência em voltar ao desenho de uma pessoa ou outros pormenores que
ressaltem

Questões sobre o desenho


 “vou agora fazer-te algumas perguntas acerca desta família que tu desenhaste”
1. Onde é que elas estão?
2. O que eles estão a fazer?
3. Diz-me quem são essas pessoas, começando pela pessoa que tu desenhaste
primeiro.
Diz-me quem ele é nessa família, que idade tem e qual é o seu
nome.
4. Diz-me quem são estas pessoas umas às outras.
5. Nessa família diz-me:
Quem é o mais simpático?
Questões adicionais:
 O pai propôs um passeio de carro, mas não há lugar para todos. Quem irá
permanecer em casa?
 Uma das crianças não se portou bem. Quem foi? Como será punida?

6. Para identificar as preferências e identificações são feitas as seguintes


questões:
- Se fizesses parte desta família, quem serias?
- Estás contente com o teu desenho
- Se fizesses uma outra vez o desenho, o que farias igual? O que
acrescentarias? O que retirarias?

Interpretação

 A interpretação do desenho é feita a dois níveis:


 Nível Gráfico
 Amplitude do traçado (se o gesto é amplo- se as pessoas são desenhadas
em pequena ou grande proporção, isto pode indicar extroversão. Caso
sejam curtas pode indicar introversão)
 Força do traço (forte (pode indicar agressividade ou mais energia) ou
fraco (menor impulso, menor intimidade, timidez, introversão))
 Zona e proporção da folha que é ocupada:
o Zona inferior da página: fadiga, neurose, astenia e depressão
o Zona superior: expansão imaginativa, própria dos sonhadores e
dos idealistas
o Zona esquerda: é a do passado, pertence aos indivíduos que
voltam à infância
o Zona da direita: refere-se ao futuro
 Orientação do traço
o Da esquerda para a direita: movimento progressivo natural
o Da direita para a esquerda: movimento regressivo

 Nível das estruturas formais


1. Avaliação desenvolvimental que se refere à aquisição do esquema corporal e
ao funcionamento cognitivo
o O desenho é também influenciado por fatores afetivos e pelo
equilíbrio total da personalidade
2. A estrutura formal do grupo de personagens figuradas, as suas intenções
mútuas e o quadro, imóvel ou animado, no qual envolvem dois tipos de
apreensão do real:
o O sensorial
o O racional

 Interpretação ao nível do conteúdo


– Princípio do prazer (o sujeito está em dificuldade com a sua família real
e transforma o real consoante as suas necessidades).
– Princípio da realidade (o sujeito desenha a sua família, tal como ela é,
pois está capaz de gerir as suas relações familiares).
 A tendência positiva para uma personagem leva à valorização, enquanto que as
tendências negativas levam à sua desvalorização no desenho, até ao seu
desaparecimento.

 Valorização de um personagem: avalia-se por diversos indicadores


o É a primeira pessoa a ser desenhada
o É desenhada com mais cuidado
o É a mais rica em pormenores
o Ocupa uma posição central no desenho
o É desenhada em proporções maiores
o valorizada durante o questionário

 Desvalorização de um personagem: vê-se pelos indicadores contrários


o Desenhada menor que as demais
o A pessoa é desenhada em último lugar
o É colocada à distância dos outros
o O seu desenho é menos cuidado
o depreciada por um atributo negativo;
o pode acontecer que a pessoa seja riscada.

 Mecanismos de defesa
Quanto mais os mecanismos de defesa utilizados correspondem a mecanismos
imaturos mais perturbadora é a situação familiar do indivíduo e menos capaz ele
estará de gerir as suas relações com a família.

 As defesas do eu contra a angústia


o Se uma criança tem ciúme de um irmão, poderá suprimi-lo (negação da
existência) ou coloca-lo na posição de primogénito (inversão de papeis)
ou tomar o seu lugar (identificação com o rival (regressão).
o Cada vez que uma criança se desvaloriza (pequena e à margem da
página, pior ou menos feliz), é porque sofre de angústia de culpabilidade.

Proximidade: indica a presença ou o desejo de laços entre as pessoas envolvidas


Afastamento: indica a dificuldade em se estabelecer um relacionamento positivo
no seio da família
Pode ser um afastamento do próprio, que se sente excluído.

 Identificações
Avaliar se a criança faz uma identificação de realidade (o que indica que ela está
bem com ela própria no seio da família) ou uma identificação diversa da sua

Avaliação cognitiva e de aptidões

Avaliação individual da inteligência


“A inteligência é definida como um conjunto de competências ou capacidades
que permitem a adaptação do sujeito às exigências do meio, o que explica que os testes
de Wechsler estejam compostos por muitas tarefas”.

Nome: WISC-R: escala de inteligência de Wechsler para crianças revistas


Idade para a aplicação: 6-16 anos
Objetivo: inteligência geral segundo duas subescalas: verbal e manipulativa
Ano: 1997

Escala verbal:
 Informação
 Semelhanças
 Aritmética
 Vocabulário
 Compreensão
 Memoria de dígitos

Escala manipulativa:
 Código
 Complemento de gravuras
 Cubos
 Disposição de gravuras
 Composição de objetos
 Labirintos

“O teste da WISC possibilita a identificação do potencial intelectual, excluindo um


possível atraso mental (incompatível com a perturbação especifica da aprendizagem) e
uma análise qualitativa do rendimento em diversas áreas oferecida”

QI Classificação
130 ou mais Muito Superior
120-129 Superior
110-119 Médio Superior
90-109 Médio
80-89 Médio inferior (normal lento)
70-79 Inferior (Zona Fronteiriça)
<69 Muito Inferior (incapacidade intelectual)
50-70 Def. Mental Ligeira
35-49 Def. Mental Moderada
20-34 Def. Mental Grave
Abaixo de 20 Profunda

Testes de inteligência coletivos


Matrizes Progressivas de Raven
Autores: Raven, Court e Raven
Aplicação: individual ou coletiva
Idade de aplicação: maiores de 6 anos (três níveis de dificukdades)
Objetivo: Avaliar a Inteligência feral não verbal e raciocínio analógico
 CPM: escala de cor desenhada para crianças de 6 a 11 anos e para
adultos com capacidade intelectual baixa/deficiência/deterioração
 SPM: escala geral para adolescentes e adultos
 APM: escala superior ou avançada para adultos com um nível de
estudos superiores.

Conjuntos de escalas de avaliação da inteligência para diferentes idades


Testes de inteligência geral, percetivos, de observação, comparação e raciocínio
analógico
Permitem explorar a capacidade de completar e o comportamento exploratório
Avaliam a capacidade de deduzir relações de uma estrutura incompleta.
Desenhadas para avaliar o fator g
Bom instrumento para realizar uma estimativa rápida do nível de funcionamento
intelectual.

Descrição:
 Apresentam-se laminas que mostram conjuntos geométricos incompletos que o
sujeito deve completar
 Em cada lâmina existe um conjunto geométrico incompleto, e na parte inferior
várias figuras pequenas, uma das quais serve para completar o conjunto.
 O sujeito deve identificar a parte que o completa.

Versão CPM- Escala Colorida


Idade de aplicação: avaliação de crianças de 6 aos 11 anos e para adultos com
baixa capacidade intelectual, com deficiência mental ou deteriorados
Duração da prova: 40 a 90 minutos
Escala colorida: 36 laminas (três séries com 12 problemas cada série)
Desenvolvimentos Qualitativos no Desempenho:
 A criança num primeiro momento apenas distingue figuras idênticas de
outras diferentes.
 Mais tarde é capaz de analisar a rotação/orientação da figura em relação a si
e a outros objetos do campo percetivo.
 Finalmente, compara mudanças analógicas nos caracteres percebidos e adota
isto como um método de raciocínio lógico.
Formas do teste:
 A ordem dos problemas proporciona um treino standard para os itens
subsequentes
 O conjunto das 3 séries cobrem o leque de processo percetivo de raciocínio que
uma criança possui até aos 12 anos.

Versão SPM- Escala Geral


Escala geral: 60 laminas
- Cinco séries com 12 problemas cada série
Desenvolvimento:
- Estudo das origens genéticas e ambientais da inteligência
- Medir a capacidade de dedução de relações

Caracteristicas psicométricas
 SPM (1938-1995): Irlanda, Reino Unido, EUA
 Fidelidade:
 Entre .65 e .93 (CPM)
 Teste-reteste: .81 e .87

 Superior a .90 (SPM)


 Teste-reteste: .83 e .90

 Validade:
 Validade concorrente: SPM e WISC (.41).
 Validade concorrente: CPM e teste de Goodenough (.76).

Material
– Manual do teste, caderno das matrizes e folha de resposta.
Procedimentos
– Apresenta-se ao sujeito o caderno de matrizes e uma folha de respostas onde a
pessoa avaliada anota a resposta que seleciona para completar o conjunto geométrico
incompleto. – Não há limite de tempo para a realização da prova.

Pontuação:
– Consiste no número de acertos que posteriormente se converte numa
pontuação percentil.
CPM: dispõe de normas para crianças dos seis aos onze anos (6-11).
SPM: dispõe de normas para crianças (9-12 anos), adolescentes (12 a 18 anos) e
para adultos

Graus de Capacidade Intelectual:


 Grau I: “intelectualmente superior”, quando a pontuação percentil é igual ou
superior a 95.
 Grau II: “acima da média na capacidade intelectual” (75-94) (grau II + se 90-
94).
 Grau III: “intelectualmente médio em capacidade intelectual” (25-75).
 Grau IV: “abaixo da média na capacidade intelectual” (6-25).
 Grau V: “défice intelectual” (igual ou inferior a 5).

Técnicas projetivas na avaliação psicológica

O objetivo é perceber e caracterizar a dinâmica da personalidade


Toda a resposta significa algo

Definição:
- “Instrumentos especialmente sensíveis para revelar aspetos inconscientes da
pessoa que provocam uma ampla variedade de respostas subjetivas”.
- Multidimensionais.
- Material utilizado como estímulo apresentado ambíguo.
- Não existem respostas corretas ou incorretas e a interpretação depende de
uma análise (haverá sempre uma ligeira manobra de subjetividade).
- “Conjunto de instrumentos cujo objetivo é descrever e caracterizar a
personalidade”
Técnicas projetivas
Existem sérias dúvidas sobre o valor científico dos resultados obtidos através
destas provas
 Falta de base teórica clara.
 Psicanálise (projeção do munto interno do sujeito), Gestalt (liga a
personalidade à perceção).

Características e Tipos de Técnicas Projetivas


1. As respostas dos sujeitos às técnicas projetivas permitem a exploração da
estrutura básica e estável da personalidade
2. Distintos níveis de análise da personalidade (ex: estrutural (aqueles que são
difíceis de mudar) e periféricos (aqueles que podem ser modificados, são mais
maleáveis))
3. A análise da estrutura da personalidade permitirá a predição do comportamento
4. Toda a resposta perante o material projetivo não é casual, é significativa (tudo é
um sinal da personalidade do próprio sujeito)
5. Quanto mais ambíguas as propriedades dos estímulos de uma técnica projetiva,
mais reflete a personalidade
6. Estas técnicas podem ser consideradas como involuntárias (a pessoa não tem
consciência da relação da sua resposta com o seu mundo interno)
7. Análise das respostas deve ser fundamentalmente qualitativa e global

Classificação das técnicas projetivas


 Estruturais
o Material visual de escassa estruturação que o sujeito deve estruturar dizendo
o que vê ou lhe parece (ex: Rorschach)

 Temáticas
o Material visual com diferenças de graus de estruturação formal de conteúdo
humano ou parahumano (mistura de humano com animal) cuja tarefa é narrar
uma histótoa (ex: Roberts)

 Expressivas
o Tarefa verbal ou escrita de desenhar umas figuras (ex: desenho da figura
humana, da família).

 Construtivas
o Material concreto que o sujeito deve organizar ou construir

 Associativas
o Tarefa verbal ou escrita (consoante a faixa etária) através da qual o sujeito
deve associar ou completar verbalmente palavras, frases ou pontos (frases
incompletas, fábulas)

Roberts Appercetion Teste for Children and Adolescens


Dimensões Avaliadas
 Solicita-se à criança que elabore histórias em resposta a 16 cartões – temáticas
interpessoais.
 Histórias são codificadas de acordo com uma série de categorias pré-definidas.
 Categorias organizadas em 3 grupos:
 Presença ou ausência de 8 escalas adaptativas (avaliamos se estão abaixo
ou a cima da média)
 Presença ou ausência de 5 escalas clínicas (avaliamos se estão abaixo ou
a cima da média)
 Se existem 3 indicadores clínicos (não têm média) (um indicador clínico
indica perturbação clínica)

Escalas Adaptativas
1. Pedido de Ajuda (REL) - alguma das personagens pede algo a outra (ex: apoio,
aprovação, material)
2. Suporte-outros (SUP-O) - alguma das personagens dá algo ou interage
positivamente com outra personagem
3. Suporte-crianças (SUP-C) - alguma das personagens sente-se feliz (ou
sentimento equivalente) ou evidencia apropriado autocontrolo (ex: assertividade,
autossuficiência).
4. Limite do Comportamento (LIM) - uma personagem adulta coloca limites ao
comportamento da criança, pune-a ou aconselha-a.
5. Identificação do problema (PROB) – pode ou não haver essa identificação
6. Resolução (RES-1, RES-2, RES-3) – a história tem uma resolução. Há 3 tipos
diferentes de resolução:
 A RES-1 é codificada para histórias em que o problema deixa
subitamente de existir ou tem uma resolução mágica (6)
 Na RES-2 a história tem uma finalização adaptativa e há alguma
discriminação dos passos que conduziram à resolução (7)
 Na RED-3, para além dos requisitos da RES-2, é necessário a presença
de extrapolações ou generalizações para situações futuras. (8)

Escalas Clínicas

1. Ansiedade (AMX) – uma das personagens manifesta sentimentos de ansiedade


ou equivalentes ansiosos (ex: ferir-se, estar doente)
2. Agressão (AGG) – uma das personagens manifesta agressão aberta (ex:
agressão física), agressão coberta (ex: estar irritado) ou destrói objetos
3. Depressão (DEP) – ima das personagens manifesta sentimentos de depressão ou
equivalentes depressivos (ex: cansaço)
4. Rejeição (REJ) – uma das personagens rejeita ou não gosta de outra
5. Não-resolvido (UNR) – a história não contém uma resolução dos aspetos
comportamentais ou emocionais problemáticos

Indicadores Clínicos

 Respostas Atípicas (ATY) – resposta em que o conteúdo da imagem é


claramente distorcido, existindo processos perturbados de pensamento ou
temáticas clínicas
 Resposta Mal-adaptada (MAL) – resposta em que a finalização da história é
mal-adaptativa (resposta socialmente inaceitável/inadaptável).
 Recusa (REF) – a criança recusa-se a contar uma história
- Um equivalente à recusa é a não codificação (sem pontuação).

Respostas sem Score


Sem Score – quando a resposta não tem material codificável
- Estas respostas não são esperadas na população normativa
- Limita-se a descrever
- Incapacidade de projetar material

Escalas

 Escalas que não podem ser codificadas simultaneamente para a mesma história:

 Escala Suporte-Outros (SUP-O) e Suporte -Criança (SUP-C) (ex: uma


personagem dá algo e a outra fica feliz)
 5 formas para codificar o final de uma história:
 Resolução 1 (RES-1)
 Resolução 2 (RES-2)
 Resolução 3 (RES-3)
 Não resolvido (UNR)
 Resposta mal-adaptativa (MAL)

Análise dos dados de um protocolo


 Frequência das escalas adaptativas, clínicas e indicadores
 Analise dos conteúdos interpessoais presentes (quem é a personagem que está
associada ao conteúdo – quem agride, quem dá suporte, quem pune)
 Análise das interações – matriz interpessoal

População alvo
 Crianças/adolescentes dos 6 aos 18 anos (tentar manter até aos 15/16 anos
apenas)
 Aplicação com crianças nos extremos do intervalo etário pode ser problemático:
 Adolescentes podem sentir-se infantilizados
 Crianças mais novas podem apenas dar respostas descritivas dos cartões

História
 Roberts tentou determinar que tipo de imagens são mais adequadas para utilizar
em tarefas projetivas
 As crianças preferem desenhos pouco complexos
 É uma das provas projetivas de maior interesse no trabalho com
crianças/adolescentes:
- Recetividade
- Diversidade de indicadores clínicos e adaptativos
Fundamentação teórica:
 Técnicas de figuras de perceção temática.
 Hipótese projetiva: uma pessoa responde a um estímulo relativamente ambíguo
de forma a refletir características pessoais.
 É apresentada ao indivíduo uma série de estímulos visuais, sendo-lhe pedida a
criação de histórias.
 Análise temática dos conteúdos e estrutura da história.
 Distorções do estímulo: a projecção é mais intensa (histórias mais perturbadas).
 Apresentando desenhos ambíguos de crianças e adultos em interacção diária:
projecção dos seus pensamentos, preocupações, conflitos e estilos de coping nas
histórias que criam.

Vantagens do RATC vs outros instrumentos projetivos


o A maior parte das técnicas existentes não está desenvolvida especificamente
para crianças ou são apropriadas para uma faixa etária muito limitada
o A natureza dos estímulos das figuras de alguns testes projetivos
o Carência de um sistema estruturado para codificação dos conteúdos
temáticos e de uma rotina de interpretação

Características do RATC
 É especificamente planeado para crianças e adolescentes
 Enfatiza acontecimentos quotidianos e significativos da vida das
crianças/adolescentes
 Os estímulos são consistentes ao longo dos cartões e incluem crianças e
adultos.
 Codificação estruturada.
 Existência de dados normativos.

Limitações do RATC
 Hiper-interpretação dos conteúdos presentes nas respostas
Sugestão: triangular com outro tipo de informações e de informadores

Material:
 27 cartões
 5 comuns a ambos os sexos
 11 com versão masculino/feminino
 Total de cartões administrados: 16 cartões

Codificação

ESCALAS ADAPTATIVAS:
1. Depender dos outros (REL)
 Procura assistência ao lidar com conflito – intrapsíquico ou problema
externo;
 Procura ajuda para completar uma tarefa;
 Pede permissão;
 Solicita aprovação, interação ou pede algo material.
Perceção do sistema de suporte como responsivo e disponível (elevação pode
indicar dependência exagerada).
Cartões – 4, 7, 11, 16
2. Suporte-Outros (SUP-O)
 Dá um objecto a alguém ou faz algo pedido.
 Compreende, aceita, conforta, ama ou outro tipo de interacção
positiva.
 Acredita ou está orgulhoso de alguém.
 Dá conselhos, explica algo ou encoraja.
Ajuda ou toma conta de alguém.
Complementa a escala anterior dado que reflete a perceção da criança do seu sistema de
suporte.
Cartões – 2, 5, 10/ noutros cartões (projeção que não é óbvia)

3. Suporte-criança (SUP-C)
 Mostra apropriada auto-confiança, assertividade, perseveração,
adiamento de gratificação ou coloca limites auto-impostos.
 Experiência sentimentos positivos.
(se esta escala e a anterior surgirem na mesma resposta só uma deve ser
codificada)
Cartões 3, 7, 9, 11 (1ª sub-escala)/ 5, 7, 10 e 16 (2ª sub-escala)

4. Limite setting (LIM)


 Discussão ou limitação de setting apropriada.
 Restrição de uma necessidade da criança ou prazer.
 Disciplina física ou verbal.
 Punição geral indefinida.
Colocação de limites razoáveis por parte dos pais e de outras figuras de
autoridade, em resposta à violação de regras ou de expectativas.
Cartões - 1, 8, 13, 14

5. Identificação de Problemas (PROB)


 Articula um problema específico.
 Confronta um obstáculo.
 Experiência ou exibe sentimentos ou comportamentos contraditórios.
 Tem dificuldades em conformar-se com as expectativas.
 Experiências de desastre ambiental.
Requer capacidade verbal, reduzida defensividade e capacidade de
conceptualizar os outros em interacções dinâmicas.
Reduzido score pode indicar ansiedade, negação dos conflitos ou reduzida
capacidade verbal.

6. Resolução 1
 Salta do problema para a conclusão sem etapas intermédias.
 Inclui satisfação de desejos não-realistas.
 Inclui um problema que subitamente deixa de existir.
Tendência para procurar soluções irrealistas de carácter mágico.
Nas crianças mais velhas o aparecimento destas respostas pode significar elevada
defensividade, ingenuidade, denegação ou incapacidade para se envolver em
resoluções de problemas complexos.
7. Resolução 2
 Resolução construtiva de sentimentos internos.
 Resolução construtiva de problema externo.
 Solução harmoniosa de problemas interpessoais.
Reflete a capacidade de resolver problemas de forma construtiva.

8. Resolução 3
 Deve ser codificado se o processo de resolução de problemas é totalmente
explicado e se inclui:
 Identificação de sentimentos ou problemas.
 Procura de ajuda ou entendimento.
 Auto-confiança ou ajuda de outros.
 Expressão de atitudes positivas.
 Novo insight ou capacidade.
 Um novo princípio que possa ser aplicado a futuras situações.
(a partir dos 13 anos)
 Implica uma capacidade de resolução de problemas que transcende o problema
actual.
 Exige que a criança tenha maturidade emocional, auto-consciência, capacidade
de raciocinar abstractamente e resolver problemas complexos.
 É muito raro que uma criança de qualquer amostra clínica tenha respostas desta
natureza.
(tipicamente estas respostas são também sup-o ou supc)

ESCALAS CLÍNICAS

1. Ansiedade
 Medo, apreensão, surpresa.
 Dúvida acerca de si próprio ao lidar com dificuldades internas ou
externas.
 Culpa, arrependimento, embaraço.
 Doença, morte, acidentes.
Cartões 2 e 12; tb 4, 7, 14.

2. Agressão
 Raiva.
 Ataque verbal ou físico.
 Destruição de objectos.
 Acting out com comportamento mal-adaptativo.
Cartões 9, 13, 14 (se nestes cartões não surgir agressão deve-se cotar ATY).
Respostas agressivas nos cartões 3, 6, 8, 11 e 12.

3. Depressão
 Tristeza, infelicidade, pena ou choro.
 Resignação, falta de esperança ou incapacidade de funcionar
adequadamente.
 Manifestações físicas de depressão (fadiga, apatia, excesso de sono).
Cartões 2 e 12.
4. Rejeição
 Separação prolongada dos outros, divórcio.
 Auto-rejeição, rejeição por outros, ser ignorado ou deixado de parte.
 Ciúmes.
 Discriminação racial.
 Não gostar ou não aceitar outra pessoa.
Não se codifica se no cartão 15 a rapariga pede para o rapaz sair. Codifica-se
MAL se a personagem rejeitada foge.
Cartões 5, 6, 10 e 16.

5. Não resolvido
 Codifica-se sempre que a criança não resolve problemas ou sentimentos
relacionados com a história.
 Há 5 possibilidades de resolução: Não resolvido, Res 1, 2, 3 e MAL.

INDICADORES CLINICOS

Para crianças com mais de 7 anos mais do que um score em ATY, MAL
ou Recusa é clinicamente significativo.

1. Resposta atípica (ATY)


 Distorção percetiva de uma figura.
 Distorção de um tema ou emoção sugerido.
 Negação clara de um asecto óbvio da figura.
 Pensamento ilógico.
 Ideação ou ação homicida ou suicida, violência física.
 Morte de personagem presente no estímulo.
 Abuso ou negligência infantil, conteúdo sexual.
 Material clínico (abuso de drogas, comportamento inadaptativo).
 Conteúdo irrealista (monstros, fantasmas).

2. Resultado mal-adaptativo
 Isolamento ou outra forma de inibir resolução de conflito.
 Ação inapropriada ou inaceitável.
 Negação, reação fóbica ou histérica.
 Enganar ou manipular outros.
 Fisicamente destrutivo ou a figura principal morre.

3. Recusa
 Recusa verbal ou não-verbal em elaborar história
 É atípico em crianças bem-adaptadas com mais de 6 anos

 Desenvolvimento cognitivo insuficiente


 Bloqueio emocional
 Comportamento desafiante ou oposicional

4. Sem score
 Incapacidade de projetar material – semelhante em termos
interpretativos à anterior.
 Em termos de nível de projeção é 1 se descreve uma situação ou
objetos, é 2 se descreve uma ação.
 Em crianças com menos de 6 anos pode dever-se a insuficientes
capacidades cognitivas.

Procedimentos Interpretativos
1. Indicadores Clínicos
Frequência e conteúdo
• (e.g., respostas agressivas – quem são os agressores? Quem são
as vítimas?)

2. Escalas Clínicas
Frequência e conteúdo

3. Escalas Adaptativas
Depender dos outros: da utilização do sistema de suporte à
hiperdependência. Verificar tb a quem a criança pede ajuda e se utiliza os
recursos internos da família

 Suporte-outros: grau com que a criança percebe o sistema de suporte como


positivo. Verificar quem auxilia e quem não o é. O evitamento destes scores nos
cartões 2, 5 e 10 é significativo.
 Suporte-criança: esta escala representa a autoestima e a auto-suficiência.
 Limite setting: perceção da disciplina em casa e na escola. Reflete também o
entendimento que a criança tem das consequências do comportamento
inadequado. Combinações destas respostas com ATY identifica punição abusiva.

• Identificação de Problema – nível de entendimento dos seus conflitos e dos


sentimentos; importância terapêutica.
Nível de resolução:
 Nível 1 – típica dos 6 aos 7 anos
 Nível 2 – típica dos 8 aos 12 anos
 Nível 3 – dos 13 aos 18

Sintomatologia Psicológica

Inventário de Sintomas Psicopatológicos (Canavarro, 1999)


 Brief Symptom Inventory (BSI; Derogatis, 1975, 1982):
• É um inventário de auto-resposta de 53 itens que avalia os sintomas
psicológicos em populações médicas e psiquiátricas mas também em indivíduos
que não se encontram perturbados emocionalmente;
• Forma reduzida do SCL-90 (Symptom Check-List).

Avalia 9 dimensões que têm a ver com sintomas primários:


1. Somatização (SOM): esta dimensão reflecte distress psicológico associado a
disfunções corporais, reflecte o mal estar resultante da percepção do
funcionamento somático (7 itens);
2. Obsessivo-Compulsivo (O-C): foco desta dimensão é em pensamentos ou
acções que são experienciadas como irresistíveis pelo doente e do qual ele não
tem controlo (6 itens);
3. Sensibilidade Interpessoal (I-S): foco desta dimensão é em sentimentos de
inferioridade ou de inadequação pessoal, desconforto em relações interpessoais
(4 itens);
4. Depressão (DEP): esta dimensão reflecte sintomas de depressão tais como
humor e afecto disfórico, sentimentos negativos em relação ao futuro, falta de
motivação e de energia vital, etc. (6 itens);
5. Ansiedade (ANX): esta dimensão reflecte os sintomas clínicos normalmente
associados com ansiedade elevada como o nervosismo, tensão, pânico,
ansiedade generalizada, componentes cognitivos como apreensão e correlatos
somáticos da anx (6 itens);
6. Hostilidade (HOS): esta dimensão está organizada em 3 categorias de
comportamento hostil, pensamentos, sentimentos e acções como irritação,
aborrecimento, vontade de quebrar coisas e acessos de cólera (5 itens);
7. Ansiedade Fóbica (PHOB): resposta de medo persistente e evitamento; os
sintomas que fazem parte desta dimensão são aqueles que normalmente estão
associados à ansiedade típica das fobias ou agorafobia como medo intenso em
viajar, de espaços abertos, de multidões, etc. (5 itens);
8. Ideação Paranóide (PAR): esta dimensão parte do pressuposto que o
comportamento paranóide é um modo de pensar. As principais caracteristicas do
comportamento paranóide são: projecção, hostilidade, egocentrismo, medo de
perder autonomia, delírios e suspeição (5 itens);
9. Psicoticismo (PSY): itens indicadores de isolamento e de estilo de vida
esquizóide, alienado, sintomas primários de esquizofrenia estão representados
nesta dimensão. Em populações não psiquiátricas esta dimensão mede
normalmente a alienação social (5 itens);

Itens adicionais: são 4 (11, 25, 39, 52) e não pertencem a nenhuma das dimensões
primárias porque estão presentes em várias. Fazem parte do teste porque representam
indicadores clínicos e vegetativos importantes.

Cotação - Há 3 Índices Globais de Distress no BSI:


• Índice Geral de Sintomas (IGS): melhor indicador do nível de distress do
indivíduo e deve ser usado sempre que uma medida sumária é exigida; Dá informações
sobre o número de sintomas e intensidade do distress;
• Total de Sintomas Positivos (TSP): representa a contagem dos sintomas que o
indivíduo experiencia;
• Índice de Sintomas Positivos (ISP): medida pura da intensidade “corrigida”;
permite saber se o indivíduo aumentou ou atenuou o distress na forma como respondeu
ao inventário;

Como obter os índices?


1. IGS - Soma-se as pontuações de todos os itens e divide-se pelo número
total de respostas (53);
2. TSP - Contagem dos itens assinalados com uma resposta positiva (i.e.,
maior que zero);
3. ISP - Calcula-se dividindo a soma de todos os itens pelo TSP.

Populações – alvo
– Doentes do foro psiquiátrico
– Indivíduos perturbados emocionalmente
– Outros doentes
– População em geral
– Com adolescentes (a partir dos 13 anos, com presença do psicólogo)

Fundamentação Teórica
 Nove dimensões de psico-sintomatologia avaliadas pelo instrumento constituem
importantes elementos da psicopatologia.
 São considerados pelos manuais (e.g., DSM-IV) como sendo importantes para a
elaboração de diagnósticos (e.g., para as perturbações do eixo I).

Adaptação Portuguesa:
 Canavarro (1999);
 Inclui a população em geral (amostra 1) e a população clínica (amostra
2).
Fidelidade:
• Boa fidelidade;
• Escalas de ansiedade fóbica e psicoticismo são as que têm menor
consistência interna quando comparadas com as restantes;
• Boa estabilidade temporal.

Validade:
• Boa validade discriminativa (população em geral versus
população psiquiátrica);
• Correlação elevada com o MMPI.

Conclusão:
Bom indicador de sintomas de foro psicopatológico e um bom
discriminador de saúde mental permitindo distinguir os indivíduos que apresentam
perturbações emocionais daqueles que não as apresentam.

Administração:
• 8 a 10 minutos.
• Interpretação:
A interpretação é feita a 3 níveis:
1. Deve focar o score global que representa o distress global;
2. Deve ter em atenção as 9 dimensões primárias que permitem um perfil
do indivíduo em termos psicopatológicos, informando sobre a
sintomatologia que mais o perturba;
3. Ao nível dos sintomas discretos que fornecem informação
pormenorizada importante para decisões clínicas.
Distribuição dos itens pelas escalas:
• Somatização: 2, 7, 23, 29, 30, 33, 37
• Depressão: 9, 16, 17, 18, 35, 50
• Hostilidade: 6, 13, 40, 41, 46
• Ansiedade: 1, 12, 19, 38, 45, 49
• Ansiedade fóbica: 8, 28, 31, 43, 47
• Psicoticismo: 3, 14, 34, 44, 53
• Ideação paranóide: 4, 10, 24, 48, 51
• Obsessivo-Compulsivo: 5, 15, 26, 27, 32, 36
• Sensibilidade Interpessoal: 20, 21, 22, 42

Normas:
 O grau de escolaridade, sexo e idade interferem com os resultados obtidos no
BSI;
 Estudos revelaram que as mulheres apresentam um maior índice de
sintomatologia nas escalas de somatização e de obsessões-compulsões;
 As dimensões de Somatização e Depressão são sensíveis à idade dos indivíduos;
 Os indivíduos com grau de instrução primário ou obrigatório apresentam um
maior índice de somatização do que os indivíduos pertencentes a outros grupos;
 Paranóia é sensível à influência do grau de instrução mas apenas os indivíduos
com escolaridade obrigatória apresentam maior índice de sintomatologia quando
comparados com os indivíduos com grau de instrução superior;

Pontos de corte entre indivíduos perturbados emocionalmente e indivíduos da população


em geral:
• Os pontos de corte entre os dois grupos foram estabelecidos utilizando o índice de
sintomas positivos;
• Com uma nota no ISP ≥ 1.7 é provável encontrarmos pessoas perturbadas a nível
emocional e abaixo desse valor, indivíduos da população em geral;

Avaliação da personalidade

MMPI-2: Minnesota Multiphasic Personality Inventory


• Autores: Hathaway e McKinley (Universidade de Minnesota, Minneapolis)
• Aplicação: Individual/colectiva.
• Idade de aplicação: adultos dos 19 aos 65 anos e capacidade de leitura.
• Duração da prova: 1h - 2h (567 itens).

MMPI-2: Objectivos
• É um teste de amplo espectro desenhado para avaliar um grande número de
padrões de personalidade e perturbações emocionais.
• Inventário criado no âmbito da aplicação clínica.
• Verificar a semelhança entre o doente diagnosticado com diferentes
perturbações e a pessoa em estudo.
MMPI-2: Descrição
• Frases de carácter afirmativo com duas opções de resposta: verdadeiro/falso. –
“Tenho bom apetite”...
• Através dos itens é possível chegar a um total de 10 escalas clínicas e quatro de
validade e um total de 15 de conteúdo.
• Correção informatizada: 18 escalas suplementares e 31 sub-escalas.

• Escalas de Validade:
– ? (dúvida)
– L (mentira)
– F (score de validade)
– K (score de correção)

• Escalas Clínicas
1. Hs (hipocondria)
2. D (depressão)
3. Hy (histeria)
4. Pd (psicopatia)
5. Mf (masculinidade - feminilidade)
6. Pa (paranóia)
7. Pt (psicastenia)
8. Sc (esquizofrenia)
9. Ma (hipomania)
10. Si (introversão social)

• Limitações:
– Fidelidade das escalas é variável (.58 - .92).
– Problemas culturais na interpretação dos itens.
– As escalas de validade reduzem os problemas inerentes às medidas de
auto-relato mas não os anulam.

Procedimentos e Material do Teste


1. Administração – Caderno com questões reutilizado (567 itens) e uma folha de
resposta separada.
2. Contagem das respostas para cada escala (utiliza-se uma grelha de leitura em
acetatos).
3. Cálculo do valor de cada escala.
Correção:
– Manual: sistema clássico de aplicar os acetatos para determinar
as escalas de validade, 10 básicas e 15 de conteúdo.
– Informática (programa TEA edições).
– Mecanizada: leitura automática das folhas de resposta.
4. Correção a partir de K.
5. Construção do perfil.

(Continuação descrição)
• Escalas de Validade:
 ? (Dúvida - itens não respondidos)
– Superior a 30 RESPOSTAS OMISSAS indica uma ausência de
cooperação do sujeito na tarefa e levanta dúvidas acerca da validade dos
resultados.
 L (Mentira)
– Baseado num grupo de itens cuja negação fazem o sujeito
aparecer de forma favorável; informa se o doente tenta dar uma imagem
falsa de si próprio.
 F (score de validade - medida de incoerência)
– Indivíduos que não desejam colaborar e respondem ao acaso,
possuem baixa capacidade de leitura, simulam ou têm pouco contacto
com a realidade.
 K (score de correção)
– Trata-se de uma nota de correção. Um K elevado pode traduzir
alta defensividade ou uma tentativa de “parecer bem”. Um K baixo pode
indicar auto crítica severa ou uma tentativa de “parecer mal”.

Escala 1 - Hs (Hipocondria, 32 itens)


 Itens: com queixas inespecíficas e vagas acerca do funcionamento corporal.
 Elevação: Preocupação neurótica com o funcionamento corporal, interesse
exagerado com as funções corporais, queixas somáticas.
 Resultados elevados estão frequentemente associados com preocupações com a
saúde.

Escala 2 - Dp (Depressão, 57 itens)


 Itens: avaliam falta de interesse (apatia), sintomas físicos (sono), e queixas
gastro-intestinais, sensibilidade excessiva e falta de competências sociais.
 Avalia características da personalidade associadas: hiper-responsabilização, altas
exigências, intra-punitividade.
 Elevação pode traduzir depressão: falta de optimismo, sentimentos de
incapacidade, desesperança, inibição e ansiedade.

Escala 3 - Hy (Histeria, 60 itens)


 Itens: que refletem queixas somáticas específicas e que mostram que a pessoa se
considera ajustada e socializada.
 Elevação indica a possibilidade de existirem sintomas conversivos ou de se
tratar de uma personalidade histriónica.
 Tendem a somatizar os seus estados de tensão interna.
 Scores elevados: auto-centração excessiva, imaturidade, exigência de atenção
constante e manipulação das relações interpessoais.

Escala 4 - Pd (Psicopatia, 50 itens)


 Itens: avaliam mau ajustamento social e ausência de experiências gratificantes.
– 5 factores: timidez, hipersensibilidade, delinquência, controlo do
impulso e neuroticismo.
 Elevações: irritabilidade, impulsividade e ausência de previsibilidade, não
conformistas e desrespeitam as normas sociais.
 Scores muito baixos: conformistas, submissas e com interesses reduzidos.
Escala 5 - Mf (Masculinidade -Feminilidade)
 Itens heterogéneos: Mede atitudes e interesses sexuais, vocações e hobbies,
preferências estéticas e religiosas, atividade-passividade e sensibilidade pessoal.
 Mostram problemas na altura de se identificarem com o próprio papel sexual.
 Uma elevação traduz dificuldades sexuais, enquanto que um resultado muito
baixo está associado a conformidade aos estereótipos sociais.

Escala 6 - Pa (Paranóia, 40 itens)


 Personalidade paranóide (desconfiança, rigidez, tendências interpretativas) ou
mesmo paranóia (delírio).
 Sensibilidade interpessoal, tendências interpretativas, suspeição, ideias de
referência ou delírios de persecução.
 Scores elevados: descritos como desconfiados, hostis, argumentativos,
habitualmente culpando os outros.

Escala 7 - Pt (Psicastenia, 48 itens)


 Quadro associado a fadiga física ou intelectual.
 Incapacidade para resistir a pensamentos e ações específicas de natureza
inadaptativa.
 Itens que avaliam: medos invulgares, auto crítica, dificuldades de concentração e
sentimentos de culpa.
 Reflete ansiedade generalizada ou emocionalidade negativa.

Escala 8 - Sc (Esquizofrenia, 78 itens)


 Itens: Pensamentos/K bizarros, percepções peculiares, alienação social, relações
familiares desajustadas, dificuldades de concentração e de controlo do impulso,
falta de interesses, problemas de identidade e dificuldades sexuais.
 Resultados elevados: stress prolongado e severo, processo esquizofrénico ou
problema esquizóide de ajustamento.

Escala 9 - Ma (Hipomania, 46 itens)


 Itens avaliam: ativação, energia, hiperatividade comportamental e cognitiva,
grandiosidade, egocentricidade e irritabilidade.
 Elevação: hipomania e mania, catalogados como maníaco-depressivos,
encontrando-se no início de uma fase maníaca.
 Hiperatividade de pensamento e da ação, instabilidade de humor, excitação,
extroversão...

Escala 10 - Si (introversão social, 69 itens)


 Itens: desconforto pessoal, isolamento, desajustamento geral, auto-depreciação.
 Scores elevados traduzem introversão, isolamento das relações sociais e
ausência de bem-estar nas interações. Tendem a comportar-se de forma
introvertida nas suas relações pessoais e sociais.
 Scores baixos: indivíduos gregários e extrovertidos.
– As escalas não podem ser interpretadas linearmente, nem traduzidas em termos de
diagnóstico:
• Exemplo: uma elevação na SC não significa que estejamos em presença de um
esquizofrénico; poderá tratar-se de outra desordem ou até de uma pessoa normal com
peculiaridades ao nível do seu pensamento.
– As escalas não têm sido utilizadas para identificar grupos com psicopatologia mas são
interpretadas como medidas de personalidade:
• Exemplo: uma elevação na paranóia pode indiciar desconfiança mas, mais
positivamente, pode traduzir preocupação com a defesa dos próprios direitos ou até
sensibilidade interpessoal.

Limiares de Significação
• Critérios:
T <= 40 - pontuação baixa
41 <= T <=55 - pontuação normal
56 <= T <= 65 - pontuação moderada
66 <= T <= 75 - pontuação alta
T >= 76 - pontuação muito alta

Pontuação
 Contar o número de itens pertencentes a cada escala.
 Converter as pontuações directas obtidas em pontuações T.
 As pontuações T têm uma distribuição normal fixa com média de 50 e desvio
típico de 10.

Passos na Pontuação
 Identificar o número de omissões para obter a pontuação de ?.
 Obter a pontuação direta das outras escalas.
 Selecionar o modelo de perfil correspondente ao sexo do sujeito.
 Anotar os dados de identificação nos espaços previstos na folha de perfil.
 Transcrever as pontuações directas, incluindo a da escala (?) nos locais
correspondentes.
 Converter as pontuações directas em pontuações T.
 Traçar os perfis das pontuações T das escalas.
 Preparar uma lista de itens críticos.

MMPI-2: Descrição
 15 Escalas de Conteúdo:
• Válidas para descrever e predizer variáveis de personalidade.

 ANX (ansiedade):
• Sintomas gerais de ansiedade, tensão, problemas somáticos,
insónia, preocupações e escassa concentração;
• Medo de perder o juízo e dificuldades em tomar decisões;
• Conscientes dos sintomas e problemas e admitem-nos.
 FRS (medos):
• Pontuação alta - muitos medos específicos (e.g., sangue, lugares
altos, animais, sair de casa, água, etc.);
• Tendência a cumular medos.
 OBS (obsessões):
• Pontuação alta - dificuldades para tomar decisões e tendência
para ruminar sobre as preocupações e problemas;
• Comportamentos compulsivos;
• Asfixiados pelos seus próprios pensamentos.
 DEP (depressão):
• Pontuação alta - pensamentos depressivos;
• Sentem-se melancólicos, com incerteza do futuro e sem
interesse pela vida;
• Tristes, choram facilmente e sentem desesperança e vazio;
• Pensamentos de suicídio ou de estar mortos.
 HEA (preocupações com a saúde):
• Apresentam muitos sintomas físicos em vários sistemas
orgânicos (e.g., gastro-intestinais, neurológicos, sensoriais,
dermatológicos, etc.);
• Preocupação com a sua saúde e doença acima da média.
 BIZ (pensamento extravagante):
• Pontuação alta - processos de pensamento psicótico;
• Alucinações auditivas, visuais ou olfactivas e podem reconhecer
que os pensamentos são estranhos;
• Ideação paranóide;
• Podem sentir que têm uma missão especial ou que possuem
poderes especiais.
 ANG (hostilidade):
• Pontuação alta - problemas com o controlo da ira.
• Sentem-se irritados, impacientes, exaltados, etc;
• Podem perder o controlo de si próprios e dizem ter abusado
fisicamente de pessoas e objectos.
 CYN (cinismo):
• Pontuação alta - esperam motivações negativas ocultas nos actos
dos outros (e.g., acreditam que a maioria das pessoas é honesta porque
teme a prisão);
• Problemas no relacionamento com os semelhantes devido a
dupla intenção nas suas acções (e.g., amizade por razões egoístas) e de
esperar actos negativos dos outros.
 ASP (comportamentos anti-sociais):
• Informa de comportamentos problemáticos durante os anos de
escolarização e práticas anti-sociais (e.g., roubo);
• É um complemento da escala anterior; são pessoas que
consideram normal funcionar nos limites da lei.
 TPA (comportamento tipo A)
• Pontuação alta - os sujeitos trabalham duramente, movem-se
rapidamente, orientados para o trabalho, impacientes, irritáveis...
• Não gosta de esperar e ser interrompido;
• Não há horas suficientes no dia para as tarefas.
 LSE (baixa auto-estima):
• Pontuação alta - má opinião de si próprio;
• Atitudes negativas face a si próprio, pensamentos de que não são
atractivos;
• Carência de auto-confiança e dificuldade em aceitar elogios.
 SOD (mal-estar social):
• Pontuação alta - sentem-se sem tranquilidade quando estão
rodeados de gente e preferem estar sós
• Sentam-se sozinhos em situações sociais;
• Vêm-se a si próprios como tímidos e não gostam de festas e
actos sociais.
 FAM (problemas familiares):
• Pontuação alta - história vasta de desavenças no âmbito familiar;
• Famílias descritas como carentes de amor, com constantes
discussões. Podem sentir ódio.
• Infância descrita como humilhante e matrimónio infeliz, carente
de afecto.
 WRK (interferência laboral):
• Pontuação alta - comportamentos ou atitudes que contribuem
para uma deficiente execução do trabalho.
• Problemas relacionados com baixa auto-confiança, dificuldades
de concentração, tensão, pressão...
• Dificuldades laborais provocadas por baixo rendimento como
resultado de problemática pessoal, falta de interesse ou motivação.
 TRT (indicadores negativos de tratamento):
• Pontuação alta - atitudes negativas face aos médicos e ao
tratamento de saúde mental;
• Acreditam que ninguém os pode atender ou ajudar.

Adaptação espanhola:
– 1.906 pessoas saudáveis estratificadas por idade, sexo e zona geográfica e uma
amostra clínica de 525 doentes.
Fidelidade:
– .91 (37 escalas).
– .78 (10 escalas).

Características Psicométricas
• Validade:
– Factor 1 (psicótico)
– Factor 2 (inibição)
– Factor 3 (somatoforme)
– Factor 4 (género)

Administração
• Ausência de dificuldades na leitura e na compreensão de textos escritos.
• Capacidade de uma análise realista dos próprios comportamentos e
pensamentos.
• Recomenda-se o preenchimento num só dia, sem levar para casa.
Correção
 Correção mista: folhas de correção e programa informático.
 Separar as folhas de correção da escala Mf para o respetivo género.
 Itens omitidos ou marcados duplamente devem ser rodeados e constituem a
escala de dúvida (?).
 Usar as folhas de correção para obter as pontuações dos 3 indicadores adicionais
de validade, das 10 escalas clínicas e das 15 de conteúdo.
 Pontuações diretas (brutas) que são colocadas num perfil gráfico: permite uma
localização rápida dos níveis de normalidade e uma conversão direta em
pontuações T.
 Fracção K é adicionada nas escalas Hs, Pd, Pt, Sc e Ma.
 Anota-se o total corrigido das pontuações directas.
 Aspectos na elaboração do perfil básico:
– Deve utilizar-se o perfil adequado ao sexo do sujeito;
– As pontuações directas anotam-se na base da folha de perfil e marcam-
se no corpo do perfil; as colunas à direita e à esquerda proporcionam as
pontuações T;
– As pontuações directas corrigidas devem utilizar-se naquelas escalas
corrigidas com o factor K;
– Devem colocar-se pontos nas pontuações directas de cada escala sobre
o perfil e unir as escalas de validade, clínicas e as de conteúdo.

Interpretação
1. Considerar a validade do perfil.
– Rever cada escala de validade e inte-relacioná-las.
2. Analisar cada escala (Média é T=50; desvio padrão=10).
3. Analisar a configuração das várias escalas.

Tópicos de Análise
– Dados de identificação do doente.
– Grau de validade do perfil: estudo pormenorizado das escalas L, F e K.
– Padrões sintomáticos: escalas.
– Relações pessoais: descrição e análise.
– Estabilidade comportamental.
– Considerações diagnósticas.
– Considerações sobre o tratamento.
– Análise das pontuações de algumas escalas.

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