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AVALIAÇÃO DE ADULTOS MAIS VELHOS (AMV)

CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS

1. Avaliar se há défices sensoriais (visão e audição). Pode ser necessário usar


versões ampliadas dos testes. Assegurar que o ambiente/sala no qual se aplica
o teste é tranquilo, sem ruídos/barulhos distratores. No caso de existirem
défices sensoriais graves e não controláveis, devem ser usados testes para
avaliar as modalidades sem prejuízo. Com AMV surdos, as instruções escritas
podem ser úteis. Com tarefas práticas, deve-se avaliar se há tremores ou
dores nas articulações, por forma a não tornar a tarefa penosa para a pessoa;
quaisquer efeitos no desempenho devem ser registados. Quando a língua
materna da pessoa não for o português, deve usar-se um tradutor,
preferencialmente com conhecimento prévio sobre o teste. Nestes casos o
resultado nas tarefas verbais deve ser interpretado com cautela.
2. Deve ser estabelecida uma atmosfera de cooperação e de confiança com o
AMV antes deste ser colocado numa situação de teste, e deve ser estabelecido
o propósito da avaliação e os seus benefícios.
3. Os AMV devem receber encorajamentos à medida que a avaliação progride. É
igualmente útil explicar que todas as pessoas falham em alguns itens. As
pessoas habitualmente subestimam o seu nível de desempenho; fazer uma
apreciação realista é fundamental.
4. A sessão deve decorrer com calma – uma sessão apressada pode inflacionar o
nível de prejuízo aparente. É preferível fazer várias sessões curtas do que
uma sessão longa, minimizando assim os efeitos da fadiga. Terminar cada
sessão com uma nota de sucesso/reforço ajudará a manter a cooperação
futura.
5. O nível de dificuldade de alguns testes deve ser cuidadosamente revisto. Os
testes que expõem o AMV a fracasso repetido são stressantes, reduzem a
cooperação e devem ser usados com cautela. Há autores que sugerem que as
situações de teste se devem aproximar o mais possível das situações reais, o
que ajudará também a predizer o nível de ajustamento do AMV fora das
sessões. Paradoxalmente, testes que são muito semelhantes a situações reais
podem ser mais stressores, enquanto testes sob a forma de jogos podem ser
mais adequados.
6. É aconselhável começar a avaliação com testes breves, fornecendo feedback
sobre as potencialidade e sobre os resultados menos bons.
7. Devem ser usados testes validados para adultos mais velhos, ou cujas normas
estejam adaptadas a esta população.
Adaptado de Woods, R.T. (2005). Psychological assessment of older people. In R.T.
Woods (Ed.). Psychological Problems of Ageing. Assessment, Treatment and Care. (5th
ed.), pp. 236-237. John Wiley & Sons, Ltd.

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