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INSTITUTO PIAGET

Campus Académico de Viseu

Instituto Superior de Estudos Interculturais e Transdisciplinares (I.S.E.I.T.) / Viseu


Decreto Lei N.º 211/96 de 18 de Novembro

Cadernos de Psicologia Diferencial


Nº 01

TESTE DO DESENVOLVIMENTO DA PERCEPÇÃO VISUAL


FROSTIG

Manual de utilização

Coordenação Científico-Pedagógica: Preparação e execução:


Prof. Doutor António Vinhal Cândida Alves nº 112
Catarina Pereira nº 13

Viseu, Dezembro 2003


Nota Prévia

O uso de Provas Psicológicas como instrumento de avaliação


psicológica esta amplamente generalizado, tanto no mundo de expressão
anglo-saxónica como no expressão francófona ou mesma hispânica. E apesar
das numerosas e abalizadas opiniões a favor e contra, o seu uso é
imprescindível para emprestar rigor e cientificidade ao diagnostico.

Em Portugal, as opiniões têm sobretudo pendido, nos últimos vinte anos


para parcimónia na sua utilização. Percebem-se as razoes dos militantes do
uso parcimonioso das provas psicológicas. Em primeiro lugar, porque o uso
das provas exige preparação e estudo adequados; em segundo lugar, porque a
maioria esmagadora das provas
à disposição dos psicólogos não estão adaptadas e aferidas para a população
portuguesa. Depois ainda, porque a sua preparação criteriosa e aferição
acarretam custos mais ou menos insuportáveis para as instituições que
poderiam fazê-lo. Em quarto lugar porque, não tendo a maioria dos psicólogos
sido preparada para as utilizar, corre-se um sério risco de a sua utilização se
transformar em panaceia para iludir outros problemas.

Ultimamente, porém, vem-se reconhecendo a absoluta necessidade de


ultrapassar estes constrangimentos ideológicos, económicos e técnico-
profissionais.

Não estamos em condições de nos eximirmos a esses condicionalismos.


Simplesmente achamos conveniente introduzir os alunos do Curso de
Psicologia no conhecimento mais pormenorizado e no uso de algumas das
técnicas e provas psicométricas em contextos de avaliação psicológica.

Estes Cadernos de Psicologia Diferencial são um mero exercício


pedagógico que se justifica exclusivamente no quadro da Cadeira de Psicologia
Diferencial. São trabalhos práticos dos alunos que aceitaram estudar as Provas
com maior rigor, preparar um guião standard das normas de aplicação e fazer
um primeiro ensaio no contexto da sala de aula.

O Professor

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FROSTIG – Teste do desenvolvimento da percepção visual

Manual de aplicação da prova

1. Autores

Este teste foi elaborado por Marianne Frostig.

2. Idades de aplicação

Este teste pode ser aplicado a crianças com idades compreendidas


entre os quatro e os sete anos, inclusive.

3. Material necessário

Para a aplicação deste teste, necessitamos de:


- Manual com normas para aplicação e correcção;
- Exemplar da prova, em forma de caderno que contem os cinco sub-
testes, e cuja ultima página serve como folha de anotação.
- Lâminas de demonstração que representam: um triangulo, um
rectângulo, uma cruz, uma meia lua, um cometa, uma estrela, um ovo, um
circulo, um quadrado e duas séries de figuras esquematizadas.
- Tabela de correcção: elementos Ic, Id e Ie.
- Cinco lápis, um preto e quatro de cor (vermelho, verde, azul e
castanho), para cada sujeito. Não se recomenda o uso de canetas ou
marcadores e são proibidas as borrachas e as réguas.

É importante que cada criança disponha de um espaço amplo, plano e


com uma altura adequada para trabalhar. Se utilizasse uma carteira ou uma
mesa com superfície desigual ou com riscos, poderia ser alterada a causa de
rupturas ou de ângulos originados mais por esta superfície irregular do que
pelas dificuldades da criança.

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4. Tempo de aplicação

Não há no manual de aplicação deste teste qualquer indicação


relativamente ao tempo de aplicação. Julgamos, por isso, que este varia de
caso para caso, podendo esta variação estar relacionada com o modo de
aplicação _ individual ou colectiva.

5. Instruções de aplicação

A pessoa que vai aplicar o teste do desenvolvimento da percepção visual,


com fins de diagnóstico ou de orientação, deve estar completamente
familiarizada com as instruções de aplicação e possuir um bom conhecimento
dos elementos da prova. É igualmente necessário que domine os critérios de
correcção, visto que não é possível avaliar a importância das instruções sem
conhecer a forma como se pontua cada elemento.
A leitura das instruções é o modo mais adequado para o conhecimento
da prova, sendo igualmente importante fazer algumas aplicações experimentais
a crianças de várias idades, começando pelas mais velhas. Esta aplicação
deverá ser realizada por um psicólogo com experiência e a validade dos
resultados depende, especialmente, da capacidade que o profissional tem de
manter o interesse das crianças durante a realização da prova.
Nas classes do pré-escolar só se pode proceder à avaliação colectiva
quando os sujeitos tenham assistido às aulas, no mínimo durante duas
semanas e tenham desenvolvido o hábito de trabalhar em grupo. Pois, só
obteremos bons resultados se tivermos em conta estes elementos.
Quando se aplica a prova de forma colectiva, é necessário ter em conta
a idade dos sujeitos, para se proceder ao estabelecimento dos grupos, sendo
esse processo realizado da seguinte forma:
 Dos 3 aos 4 anos, o número máximo por grupo é de duas
crianças;
 Dos 4 aos 5 anos, o número máximo por grupo é de quatro
crianças;

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 Dos 5 aos 6 anos, o número máximo por grupo é de oito a dez
crianças;
 Dos 6 aos 7 anos, o número máximo por grupo é de dez a quinze
crianças.

No início do exame convém ter em conta as seguintes recomendações

práticas:

1. Colocar as crianças suficientemente distanciadas, para


evitar que copiem;
2. Ler previamente os dados que estão no início do exemplar
da prova (quando se trata de crianças maiores não é necessário, pois estas
poderão fazê-lo);
3. Aplicar as provas pela ordem que se apresentam; fazer
uma pausa de cinco em cinco minutos, durante a aplicação (isto é
especialmente necessário no pré-escolar, é opcional em crianças mais velhas)

Nas aplicações colectivas as instruções deverão ser estritamente


respeitadas. Podem ser repetidas quantas vezes for necessário, principalmente
quando se trata de sujeitos mais novos, mas não se devem modificar,
completar ou comentar.
Nas aplicações individuais as instruções podem ser dadas de uma forma
mais flexível. Se o examinador observa que a criança compreendeu bem as
instruções, pode omitir as repetições e demonstrações, mas não deverá ajudar
em particular ou dar instruções complementares.
Quando se trata de crianças com deficiências físicas ou mentais, ou que
apresentam transtornos de comportamento, a aplicação da prova será
necessariamente individual.
Se for aplicada a sujeitos surdos, procede-se por meio de linguagem
gestual, podendo utilizar também exemplos complementares.
O examinador deverá estar atento, para que as crianças não comecem a
trabalhar antes do tempo e para que deixem o lápis em cima da mesa, depois
de terminarem cada elemento. Muitas vezes, as crianças que parecem ter
compreendido as instruções não as respeitam (algumas, por exemplo, pintam
os desenhos). Neste caso, o experimentador deverá recordar-lhes as

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instruções, pois se estas não se cumprem, a prova não tem validade. Esta é
uma das causas que obrigam a estabelecer grupos pequenos ou a utilizar a
ajuda de outra pessoa.
A criança deve traçar todas as linhas da esquerda à direita, regra que
deverá ser repetida quantas vezes for necessário e que é válida para todos os
sujeitos, sejam eles destros ou não.
Os lápis que se entregam aos sujeitos deverão estar afiados e, quando a
prova exige a utilização de uma determinada cor, o examinador deverá
comprovar se todos os sujeitos pegaram no lápis da cor que foi pedida.

6. Instruções especificas

Depois das crianças estarem devidamente sentadas, entrega-se a cada


uma delas um exemplar da prova e dois lápis, um preto e outro vermelho. De
seguida procede-se com as seguintes palavras:
«Todos vocês têm um livrinho como este (mostrar). Com ele vamos fazer
juntos alguns jogos. Escutem-me com atenção e façam o que eu vos digo.
Quando vos avisar, têm de abrir o livrinho, todos ao mesmo tempo, e começar
cada jogo todos de uma vez, e cada vez que terminem um jogo deixam o lápis
sobre a mesa» (1)

a) SUB-TESTE I: Coordenação visuo-motora

Durante a realização desta prova, as crianças só poderão levantar o


lápis do papel se lhes for advertido. Para evitar que isso aconteça, o
examinador deverá explicar que não se deve levantar o lápis do papel, fazendo
demonstrações. O levantamento do lápis do papel só será penalizado se o
traçado apresentar interrupções ou ângulos agudos (ver correcção da prova).
Também não se deve permitir que a criança rode o caderno para traçar
as linhas verticais, como se fossem horizontais ou o inverso. Quando a criança

(1)
Se a aplicação for individual, as instruções são adaptadas à situação.

6
insistir em fazê-lo, apesar da advertência, o examinador deverá tomar nota e
não dar pontuação pelo elemento ou elementos respondidos dessa forma.
Quando a criança recebe a indicação que não deverá traçar as linhas da
direita para a esquerda, nem de baixo para cima e mesmo depois da repetição
desta instrução continua a fazê-lo, deverá ser tomada uma nota, mas não deve
haver penalização.

1. Rato
Pegando no caderno o examinador diz:
«Abram o vosso livrinho na primeira página, como eu estou a fazer
(mostrar). Aqui há um rato (assinalar), um caminho (percorrer com o dedo da
esquerda para a direita) e uma bolacha (mostrar). Vamos traçar uma linha,
para ver como pode chegar o rato até à bolacha sem parar no caminho, nem
tocar nas paredes do caminho. Vejam como eu faço (faz-se a demonstração no
quadro). Agora vão fazer o mesmo. Peguem no vosso lápis preto (comprovar)
e marquem com ele o caminho que tem que seguir o rato para chegar à
bolacha, tendo cuidado para não tocar nas paredes. Tracem uma linha recta e
não levantem o lápis do papel».

 O trabalho das crianças deverá ser vigiado, para se ter a certeza que
elas estão a fazer o que lhes é pedido e que não levantam o lápis do papel, até
ao final do percurso.
Se alguma criança, depois de realizar este primeiro elemento, pedir uma
borracha, para corrigir, deverá ser-lhe dito que não o pode fazer, e dirigindo-se
ao grupo, o examinador deverá dizer para fazerem os traços com muito
cuidado, pois não se pode corrigir.

2. Casas
O examinador, mostrando o seu caderno, dirá:
«Aqui têm uma casa (mostrar) e aqui têm outra (mostrar). Quando eu
vos disser, pegam no vosso lápis preto e traçam uma linha que vá desde uma
casa à outra, pelo centro do caminho, sem tocar nas linhas laterais, e
sobretudo sem levantar o lápis».

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 Comprova-se se os sujeitos cumprem as instruções e se no final
deixam o lápis em cima da mesa.

3. Árvores
O examinador, mostrando o seu caderno, diz:
«Agora vamos seguir por este caminho (assinalar) e percorre-lo de um
lado ao outro. Vão pelo centro do caminho e não levantem o lápis, nem voltem
atrás». (repetição dos procedimentos e )

4. Carro e garagem
O examinador, mostrando o seu caderno, diz:
«Isto é um carro (mostrar). Vocês, com o vosso lápis, têm de assinalar o
caminho que o carro tem de percorrer para chegar à garagem».
Este ponto não se aplica às crianças de 4 anos; estes só continuarão a
prova a partir do elemento 6.

5. Crianças
O examinador, mostrando o seu caderno, diz:
«Aqui temos dois amigos (mostrar). A menina vai passear com o
menino. Todos vão marcar com o lápis preto, o caminho que têm de seguir,
avançando sempre pelo centro, sem tocar nas duas linhas. (Pode-se dizer:
“Não levantem o lápis, nem voltem atrás.”)».

6. Linha curva
«Agora, vamos virar a página; façam como eu (mostrar). Este é outro
jogo, parecido com o anterior».
O examinador, mostrando o seu caderno diz:
«Isto é uma estrada, vocês com o vosso lápis vão assinalar como se
pode ir de um extremo ao outro sem tocar nas linhas. Começam aqui, na
esquerda (mostrar) e acabam no outro extremo. (Pede-se às crianças que
assinalem com o dedo onde têm que começar e onde têm que terminar).
Peguem no vosso lápis e comecem».

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7. Linha ondulada
O examinador, mostrando o seu caderno, diz:
«Vejam este caminho com curvas. Têm de percorrê-lo com o lápis,
como fizeram antes. Peguem no lápis e comecem».

8. Linha quebrada
«Agora vejam este caminho em zig-zag (mostrar). Têm que percorrê-lo
com cuidado como fizeram com os anteriores. Peguem no lápis e comecem».

9. Bolas
Começa-se por fazer a demonstração no quadro e continua-se no
caderno.
«Vejam com atenção: Vou passar esta linha branca com um traço
vermelho (mostrar e fazer). Vocês têm que fazer o mesmo nos vossos
cadernos. Peguem no vosso lápis vermelho (comprovar) e façam o mesmo
sem voltar atrás e sem levantar o lápis do papel. Comecem!».

10. Pontos
«Agora virem a página (mostrar). Este é um jogo parecido com os
outros. Vejam estes pontos (mostrar). Tracem uma linha que vá de um ponto a
outro. Vejam como eu faço (faz-se a demonstração no quadro). Tracem uma
linha direita começando neste ponto e acabando no outro. Agora vejam nos
vossos cadernos. Estão a ver estes pontos? (comprovar). Têm de traçar uma
linha de um lado ao outro como eu vos mostrei. Peguem no vosso lápis preto e
comecem».
O examinador insistirá na necessidade de começar e terminar o traçado
justamente nos pontos.

11. Estrelas
O examinador, mostrando o seu caderno diz:
«Agora vejam estas duas estrelas. Têm de traçar uma linha muito direita
que vá de uma à outra, como fizeram com os pontos. Peguem no vosso lápis e
comecem. Não se esqueçam que têm que começar exactamente numa estrela
e acabar na outra».

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12. Pêras
«Agora vejam estas duas peras (mostrar); assinalem com o dedo uma e
depois a outra. Têm de traçar uma linha muito direita que vá de uma à outra.
Não levantem o lápis do papel. Peguem no lápis e comecem».
O examinador comprovará que as crianças não giram os cadernos 90º
para fazer o traço horizontal. Se isto acontecer volta-se a colocar o caderno na
posição normal.

13. Árvores
«Aqui estão duas árvores. Tracem uma linha de uma à outra, com
cuidado. Recordem as regras do jogo. Peguem no vosso lápis e comecem».

14. Dois pontos


«Agora têm dois pontos (mostrar), toquem-lhe com o dedo. Têm de
traçar uma linha muito direita de um ponto ao outro. Tenham cuidado para
começar justamente no primeiro ponto (mostrar que ele está situado à
esquerda) e terminar justamente no segundo (mostrar que ele está situado do
lado direito) sem levantar o lápis. Peguem no vosso lápis e comecem».

15. Três pontos


«Agora temos três pontos (mostrar). Toquem com o vosso dedo no
primeiro, no segundo e no terceiro, como eu estou a fazer (tocar nos pontos
sucessivamente da esquerda para a direita). Agora têm de traçar com o vosso
lápis uma linha muito direita que vá deste ponto a este e depois a este (mostrar
sucessivamente os três pontos sempre da esquerda para a direita), sem
levantar o lápis. Tracem as linhas muito direitas. Peguem no vosso lápis e
comecem».

16. Três pontos


«Agora também têm três pontos. Toquem com o vosso dedo em cada
ponto (mostrar partindo da esquerda para cima e da direita para baixo). Agora
traçam as linhas desde o primeiro ao segundo e depois para o terceiro, como
fizeram antes. Peguem no lápis e comecem».

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É indispensável que o examinador faça com que as crianças percebam
que têm que traçar as linhas começando sempre da esquerda para a direita,
quer os pontos estejam em cima ou em baixo.

b) SUB-TESTE II: Discriminação de figuras de fundo

No início da prova são entregues aos sujeitos quatro lápis de cor


(vermelho, verde, azul e castanho). Nesta aplicação o examinador utilizará as
lâminas de demonstração de 1 a 7.
As figuras das lâminas não se devem mostrar na mesma posição em que
aparecem na prova, são giradas ou invertidas. Em cada caso, o examinador
deverá assegurar-se de que os sujeitos estão com o lápis da cor que lhes é
indicada, pedindo, se for necessário, que lhes sejam mostrados antes do início
da prova.
Depois de mostrar cada uma das lâminas, serão colocadas de modo a
que não fiquem visíveis.

1. Triângulo
«Agora vamos jogar outra coisa. Vamos descobrir um desenho. Sabem o
que é um triângulo? É assim (mostrar a lâmina do triângulo, com o vértice
virado para baixo. Depois desenhar no quadro um triângulo na mesma
posição). Agora eu vou recalcar este triângulo com um giz azul. Sabem o que
quer dizer recalcar? É desenhar outra vez no desenho que já está feito, sem
pintar por dentro, mas contornando bem as linhas. Vejam como eu faço
(recalca-se lentamente o contorno do triângulo com o giz azul e apaga-se o
desenho antes que os sujeitos comecem a trabalhar)».
É indispensável que as crianças compreendam bem o significado da
palavra “recalcar”. Para que isso aconteça deverá ser-lhes explicado as vezes
necessárias.
«Viram como foi recalcado o triângulo no quadro. Tive cuidado e não
levantei o giz até ao final. Agora vejam: estão a ver um triângulo aqui? (mostrar
o elemento 1 no caderno do examinador)».

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O examinador deverá evitar assinalar a figura com um lápis ou com o
dedo; o mais apropriado é fazer um gesto com a mão que abranja todo o
desenho, para evitar que a criança o tome como uma indicação.
«Peguem no vosso lápis azul (comprovar) e recalquem o triângulo como
eu fiz antes. Quando terminarem, deixem o lápis sobre a mesa.
Compreenderam?».
É conveniente vigiar para que as crianças deixem o lápis sobre a mesa
quando terminarem, evitando assim que pintem o desenho.

2. Rectângulo
«Agora vejam este desenho: é como uma caixa, chama-se um rectângulo
(mostrar a lâmina colocando o rectângulo em posição horizontal). Neste
desenho (mostrar com a mão o elemento 2) está uma caixa (um rectângulo) e
um triângulo. Todos têm que pegar no vosso lápis vermelho e recalcar, com ele
a caixa (rectângulo); mas somente a caixa (deixa-se a lâmina de
demonstração). Têm que procurar a caixa e recalcá-la com o lápis vermelho.
Comecem!».
Se o examinador está seguro que as crianças conhecem a palavra
rectângulo, utiliza esta palavra em vez de “caixa”.

3. Cruz
Aplica-se da mesma forma que o elemento 2, trocando a palavra
“rectângulo” por “cruz”. Utiliza-se também o lápis vermelho.

4. Meia lua
Aplica-se da mesma forma que os elementos anteriores, utilizando as
palavras “lua” ou “meia-lua” e utiliza-se um lápis castanho.

5. Duas estrelas
«Agora viram a página como eu (mostrar).»
Na aplicação dos elementos 5 e 6, o examinador deve comprovar que
todos os sujeitos trabalham com o elemento adequado. Utilizará o caderno
para assinalar o elemento que tem que resolver e deverá assegurar-se que
todos deixam o lápis sobre a mesa até que lhes indique que passem ao

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seguinte. É necessário comprovar sempre que as crianças utilizam o lápis da
cor que lhes é indicada. Não se deve alterar a ordem de apresentação das
cores, pois este dado poderia interferir na correcção.
Começa-se a aplicação do elemento 5, apresentando a lâmina de
demonstração dizendo:
«Isto é uma estrela (mostrar). Aqui temos mais duas estrelas (mostrar o
elemento 5 com a mão). Peguem no vosso lápis verde (comprovar) e
recalquem uma das estrelas». (Se a criança perguntar qual das estrelas é para
recalcar, o examinador responde: «A que tu quiseres»).
Quando as crianças terminarem diz-se:
«Agora põem o lápis verde sobre a mesa. Peguem no lápis vermelho e
recalquem a outra estrela».

6. Quatro estrelas
O examinador mostra este elemento no seu caderno dizendo:
«Agora temos quatro estrelas; é mais difícil, têm que ter muita atenção.
Têm que recalcar uma estrela com o lápis verde (comprovar). (Se algum sujeito
perguntar qual; diz-se “A que tu quiseres”). Comecem!».
Continua-se a aplicar como se fez no elemento anterior, utilizando as cores
pela ordem seguinte: verde, castanho, azul e vermelho. O examinador
comprovará cada cor, que os sujeitos vão utilizar.

7. Cometas
Mostra-se o elemento 7 do caderno e diz-se:
«Isto é um anel (ou um circulo) que tem lá dentro cometas como este
(mostrar a lâmina de demonstração na posição vertical). Peguem no vosso
lápis azul e recalquem todos os cometas. Tenham cuidado: recalquem só os
cometas e não as outras coisas. Comecem!».

8. Ovos
Aplica-se da mesma forma que o elemento anterior, substituindo “cometas”
por “ovos”. Utiliza-se o lápis verde.

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c) SUB-TESTE III: Constância de forma

Na aplicação desta parte da prova, só se deixam com as crianças os


lápis verde e castanho.

III (a) 1. Círculos


Depois de virar a página e de comprovar que todos os sujeitos o fizeram,
o examinador diz:
«Isto é outro jogo».
Mostrando a lâmina de demonstração correspondente dirá:
«Isto é uma bola». (Com as crianças maiores pode-se empregar a
palavra “anel” ou “circulo”).
Depois, pegando na outra lâmina dirá:
«Isto é um ovo». Nesta página (mostra-se o caderno) existem círculos;
tentem encontrá-los e recalquem-nos com o vosso lápis verde (comprovar);
não têm de os colorir, só precisam de os recalcar no desenho. Tenham muito
cuidado e recalquem somente desenhos de círculos, como este (mostrar a
lâmina). Comecem! Lembrem-se que não têm que recalcar os ovos, mas sim
os círculos».
É possível que algumas crianças parem depois de encontrarem um ou
dois desenhos. Nesse caso dir-se-à:
«Vejam bem quantos círculos podem encontrar».
Sem os pressionar demasiado para que encontrem o resto dos
desenhos e sem demonstrar que não fizeram bem. Quando faltar pouco para
terminar diz-se:
«Quando terminarem, deixem o lápis sobre a mesa».
Se alguma criança necessitar de muito mais tempo que os outros, é
interrompida e prossegue-se com a prova.

III (a) 2. Quadrados


O examinador, apresentando as lâminas de demonstração QUADRADO
e RECTÂNGULO, dirá:
«Isto é um quadrado (mostrar). Fixem-no: todos os lados são iguais. Isto
é um rectângulo (mostrar). Nesta página há quadrados e rectângulos e vocês

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têm de encontrar todos os quadrados que conseguirem e recalcá-los com o
vosso lápis castanho. Não recalquem nada além dos quadrados. Vejam
quantos quadrados podem encontrar».
Se alguma criança for demasiado rápida, procede-se como no elemento
anterior. Quando quase todos tiverem terminado diz-se:
«Quando terminarem, ponham o lápis sobre a mesa».

III (b) 1. Círculos


«Agora virem a página como eu (mostrar). De seguida, vamos procurar
círculos e quadrados. Peguem no lápis vede (comprovar). Têm de recalcar
todos os círculos. Desenhem somente à volta, como antes. Comecem!»

III (b) 2. Quadrados


As mesmas instruções que foram dados no III (b)1., mas substituindo
“círculo” por “quadrado” e utilizando o lápis castanho. Neste elemento III (b),
não se apresentam lâminas de demonstração. Convém comprovar que o
exercício dos círculos e quadrados foi realizado em ambas as partes a e b.

d) SUB-TESTE IV: Posições no espaço

Para aplicar esta parte da prova, dá-se ao sujeito só o lápis preto.


«Vamos virar a página (mostrar)».
O examinador mostrará a lâmina de demonstração com setas e dirá:
«Vejam esta fila de setas. Há uma que é diferente das outras, porque
está virada para o outro lado (mostrá-la). Temos que marcar a que é diferente,
desta forma (faz-se uma cruz no quadro e depois mostra-se a lâmina para
mostrar a seta traçada).»
Quando a prova é aplicada em grupo é preferível que os sujeitos
localizem a seta diferente e expliquem porquê. Este sub-teste deve ser
aplicado o mais rapidamente possível.

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1. Mesas
«Vejam a primeira fila de desenhos, são mesas. Todas estão bem
colocadas, menos uma que está de pernas para cima. Marquem com uma cruz
a que está de pernas para cima».

2. Cadeiras
«Agora vejam a segunda fila de desenhos. Estão todas colocadas no
mesmo sentido, mas há uma que está ao contrário. Marquem com uma cruz a
que está em sentido contrário».

3. Luas
As mesmas instruções, substituindo a palavra “cadeiras” pela palavra “luas”.

4. Escadas
As mesmas instruções, empregando a palavra “escadas”.
Para crianças de quatro anos, não se aplica este elemento da prova e
continua-se no sub-teste V.

5. Flores
«Agora viram a página».
Apresenta-se a lâmina de demonstração “meninas” e diz-se:
«Vejam a primeira menina: a que está antes da barra (mostrar a menina
mais à esquerda). Agora fixem-se na fila de meninas: há uma exactamente
igual à primeira, virada para o mesmo lado. Procurem-na. Quando a
encontrarem ponham uma cruz sobre ela, precisamente sobre a que está
virada para o mesmo lado que a primeira (virar a lâmina e mostrá-la), assim».
«Agora, vejam no vosso caderno. Têm aqui uma fila de flores (mostrar).
Assinalem com o dedo a que está na casinha da esquerda (comprovar) e
depois procurem outra flor que seja exactamente igual a esta e marquem-na
com uma cruz».

6. Bonecos de neve
As mesmas instruções.

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7. Bolas
«Estas são umas bolas com desenhos. Ponham o dedo sobre a primeira.
Agora, procurem outra bola que seja exactamente igual à primeira e marquem
com um cruz com o vosso lápis.»

8. Caixas
«Aqui temos umas caixas. Ponham o dedo sobre a primeira e procurem
outra que seja exactamente igual a ela. Tracem sobre ela uma cruz com o
vosso lápis.»

e) SUB-TESTE V: Relações espaciais

Elemento 1
«Vamos virar a página (mostrar). Vejam o desenho deste lado da página
(mostrar) tem pontos e uma linha. Sigam a linha com o vosso dedo… Agora,
vejam este outro lado da página: nele há pontos, mas não há linha. Peguem no
vosso lápis e desenhem uma linha para que o desenho desta página seja
exactamente igual ao desenho do outro lado. Compreenderam? Têm de fazer
uma linha no desenho deste lado (mostrar) para que fique igual ao outro
(mostrar)».

Elemento 2
«Agora, vejam este outro desenho (mostrar). Vão traçar uma linha deste
lado (mostrar), de modo a que fiquem dois desenhos exactamente iguais».
Quando terminarem diz-se:
«Passem à página seguinte».

Elementos 3, 4, 5 e 6
«Deste lado, vão fazer com o vosso lápis um desenho exactamente
igual ao que está no outro lado (mostrar)».
Para as crianças de quatro anos, suspende-se a aplicação depois do
elemento número 4. Só podem continuar crianças de cinco ou mais anos, se
lhes for pedido que passem à página seguinte no final dos elementos 4 e 6.

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Elemento 7
«Como vêem nesta página só há um desenho deste lado. Vocês têm
que fazer outro exactamente igual a este do outro lado (assinalar)».
Finaliza-se aqui a prova para crianças de cinco anos.

Elemento 8
Seguem-se as mesmas instruções que no elemento anterior.

7. Normas de correcção e pontuação


7.1. Correcção

A correcção da prova deve ser feita, com um alto grau de objectividade.


Para isso, é necessário ter em conta várias instruções.
Em geral, a tarefa de pontuar é mais fácil, quando a prova é aplicada
por uma pessoa com experiência, mas não é necessário que a correcção seja
feita pela mesma pessoa que a aplicou. O tempo necessário para a correcção
é aproximadamente 10 minutos.
As pontuações registam-se na última página do exemplar. As
pontuações de cada um dos sub-testes, obtêm-se, somando os pontos
atribuídos em todos os elementos que os integram e anotam-se na coluna
correspondente do quadro para este fim.
A correcção do sub-teste III precisa de instruções específicas que se
devem consultar atentamente.

a) SUB-TESTE I

Elementos de 1 a 4

Pontuação máxima de cada elemento: 2 pontos

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Pontuação 2

 Linha recta, sem interrupções,


traçada de um lado ao outro.

 O sujeito levantou o lápis,


mas logo de seguida continuou
a desenhar, continuando a linha
inicial.

 Traços com as características


anteriores, ondulados, ou com algum ângulo.

Pontuação 1

 A linha traçada toca nas linhas limite,


uma ou várias vezes, sem as ultrapassar
e sem que se veja espaço em branco entre elas.

 A linha traçada prolonga-se além do desenho,


mais de 11 milímetros.

Pontuações 0

 O traço ultrapassa as linhas limite


(existe um espaço branco, entre ambas as linhas,
pelo lado exterior).

 O traço apresenta uma interrupção,


uma ramificação, ou um ângulo agudo.

 O traço ultrapassa o desenho,mais de 11 milímetros.

19
 O traço começa, ou termina,
mais ou menos 3 milímetros, do inicio,
ou final das linhas limite.

 Traço apenas esboçado, acidentado,


ou interrompido.

Elemento 5

Pontuação máxima = 1 ponto.


Concede-se 1 ponto, se o traço não tocar, ou se lhes toca sem as
ultrapassar.

Pontuação 1

 Traço que toca nas linhas,


mas que não as ultrapassa.

Pontuação 0
 Igual aos elementos anteriores.

Elementos de 6 a 8

Pontuação máxima de cada elemento: 2 pontos.


Pontuação máxima da prova: 30 pontos.

Pontuação 1, 2 e 0
Utilizam-se os mesmos critérios dos pontos 1 a 4.

20
Elemento 9

Pontuação máxima: 1 ponto.

Pontuação 1

 Quando o traço coincide com a linha impressa,


sem deixar nenhum espaço branco, visível,
entre elas e quando se começa e acaba, onde
é pedido.

Pontuação 0

 Quando há um espaço branco, visível,


entre o traço de lápis e a linha impressa.

 Quando as distâncias permitidas,


para começar e terminar, são ultrapassadas.

Elementos de 10 a 16

Pontuação máxima de cada elemento: 2 pontos.

Pontuação 2

 Seguem-se os mesmos critérios dos elementos


de 1 a 4 e de 6 a 8, com a diferença de que se
pontua, sempre com 0, sempre que as linhas
forem ultrapassadas.

21
Pontuação 1 e 0

 Estes elementos são corrigidos por umas folhas,


transparentes, que mostram ao examinador,
as linhas limite.

b) SUB-TESTE II

O objectivo deste teste é determinar se o sujeito é capaz de determinar


figuras geométricas, embaralhadas. Para a obtenção de pontuação, não é
exigida a perfeição do traçado, visto que não se trata de uma prova de
coordenação visuo-motora. Basta que o contorno se adapte aproximadamente
ao das figuras que se pretendem encontrar. Se o traçado se desviar claramente
para outra figura, a pontuação é 0.

Elementos de 1 a 4

Pontuação máxima de cada elemento: 1 ponto.

Pontuação 1

 A figura está claramente visível, sem interrupções,


nem desvios importantes no traçado.

 A figura está claramente visível,


com pequenas interrupções,
e têm pontos de intercepção com outras figuras.

22
Pontuação 0

 Traço, claramente desviado,


para cima de outras figuras.

 Traço interrompido numa porção da linha,


compreendida entre os pontos de intercepção,
e outra figura que teria de contornar.

Elementos 5 e 6

Pontua-se separadamente cada


estrela recalcada, seguindo os critérios
expostos para os elementos anteriores

Pontuação máxima para o elemento 5: 2 pontos;


Para o elemento 6: 4 pontos.

Elementos 7 e 8

Por cada cometa ou ovo recalcado: 1 ponto;


Por traços incompletos ou desviados
claramente para cima de outra figura: 0 pontos.

Na pontuação total do elemento desconta-se


1 ponto por cada figura que esteja recalcada
que não corresponde ao pedido (cometas e ovos).
Não pode haver pontuação negativa nos
pontos 7 e 8. quando isto acontece, anota-se a
pontuação 0.
Pontuação máxima em cada um dos elementos: 5 pontos.
Pontuação máxima do sub-teste II: 20 pontos.

23
c) SUB-TESTE III (a e b)

A correcção desta prova deve ser feita com especial atenção,


recordando que a tarefa consiste em traçar uma linha sobre os círculos e
quadrados que existem nos desenhos apresentados (4 círculos e 5 quadrados
na parte IIIa e 2 círculos e 6 quadrados na parte IIIb). Os números que
aparecem junto das figuras têm como finalidade facilitar o registo de
pontuações no quadro destinado a isso e que se encontra no próprio caderno.
Os critérios de correcção são os seguintes:
1º) Concede-se um ponto a cada figura que esteja recalcada correcta e
totalmente; ou seja, as que correspondem aos números 1, 2, 3, 4, 5, 10, 11, 13
e 14 do teste IIIa, e também às figuras 2, 5, 9, 12, 14, 15, 17 e 18 do teste IIIb.
2º) Deixa-se um ponto por cada uma das figuras não identificadas com os
números anteriormente indicados, sobre as quais se tenha feito algum traço.
3º) Não se tem em conta (pontuaria-se como 0) os traços incorrectos ou
incompletos sobre as figuras que deveriam ser demarcadas ou em partes das
mesmas que não tenham numeração.

Exemplos

1 PONTO (1a)
Se deixar em branco a 1 PONTO (3a)
parte 2, porque o traço Não se pontua, nem
ficou incompleto se penaliza o traçado
exterior incorrecto.

0 PONTOS 1 PONTO (5a)


O traço deveria ser feito Não se penalizam
sobre o quadrado da os traços internos in-
parte exterior. Corectos.

1 PONTO (7b) 1 PONTO (9a)


Traço sobre uma figura onde Conta-se um erro por
não existem círculos nem um traço em cada
quadrados. figura indevida.

24
d) SUB-TESTE IV

Elementos de 1 a 8 (pontuação possível: 1 ou 0)

Atribui-se um ponto por cada elemento bem respondido. Qualquer


resposta incorrecta pontua-se com 0, a não ser que o sujeito rectifique
posteriormente o seu erro.

As respostas correctas são as seguintes:

Sub-teste IVa Sub-teste IVb


1ª Fila … … Desenho nº 2 5ª Fila … … Desenho nº 3 (depois do modelo)
2ª Fila … … Desenho nº 3 6ª Fila … … Desenho nº 2 (depois do modelo)
3ª Fila … … Desenho nº 4 7ª Fila … … Desenho nº 4 (depois do modelo)
4ª Fila … … Desenho nº 5 8ª Fila … … Desenho nº 3 (depois do modelo)

Pontuação máxima do sub-teste: 8 pontos

e) SUB-TESTE V

Pontuação possível para cada elemento: 1 ou 0 pontos.

Pontuação 1

 O sujeito reproduz na parte direita da folha


o desenho que está na esquerda.
No elemento 1, não se penaliza o sujeito
se compreendeu mal, se traçar uma linha
na parte esquerda da página e depois a traça
correctamente. Um erro semelhante nos
elementos seguintes deverá ser penalizado.

25
 O traço não começa nem termina nos pontos,
Está interrompido e as linhas não são completa-
mente rectas. Apesar disto, o desenho em
conjunto é igual ao modelo.

Pontuação 0

 A linha traçada não une os pontos indicados


no desenho da esquerda, se corrigiu um traço
mal (excepto no elemento nº 1).

 Não se vê claramente para que ponto


é que o sujeito dirige o traço.

26
7.2. Registo dos resultados

A última página do caderno foi desenhada de modo a que sirva para


recolher as informações disponíveis sobre a criança examinada.
Na parte central anotar-se-ão os dados de identificação (tendo especial
cuidado em calcular exactamente a idade), assim como informações de que
eventualmente se possa dispor sobre a sua inteligência, grau de adaptação,
rendimento escolar, etc. A coluna da esquerda poderá ser utilizada para fazer
as observações que se julguem importantes. Finalmente, no quadro da direita
registam-se as pontuações obtidas: cada uma das colunas encabeçadas por
um número romano corresponde a um dos sub-testes e em baixo aparecem os
quadros onde se irá anotando a pontuação de cada um dos elementos que o
integram. Nas de linha mais grossa escreve-se o total, que se mudará logo
para o quadro inferior, uma vez acumuladas as pontuações da parte a e b no
caso do sub-teste III.

8. Apreciação quantitativa

As pontuações directas podem transformar-se em:


 Idade perceptiva – Para se calcular esta pontuação deve-se ter em
conta a realização média das crianças em cada grupo de idade: considera-se
independentemente a pontuação de cada sub-teste. Por exemplo, a partir da
tabela 1 pode-se observar que a idade perceptiva corresponde à pontuação
directa de 10, no sub-teste 1, é cinco anos e três meses.
 Pontuação típica – Obtém-se dividindo a idade perceptiva pela idade
cronológica e multiplica-se por 10 o resultado. O resultado obtido arredonda-se
ao número inteiro mais próximo: PT = EP x 10
EC

27
A tabela 2, oferece, para intervalos de idade de três em três meses, a
pontuação típica que corresponde, em cada sub-teste, aos valores directos
alcançados.

 Quociente perceptivo – Obtém-se a partir da soma das pontuações


típicas, da mesma forma como se calculam os quocientes de desvio das
Escalas de Wechsler.

À direita de cada nível de idade (tabela 2), os quocientes perceptivos


que correspondem à soma de pontuações típicas, estão dispostos em duas
colunas. Na primeira aparecem os valores abaixo da média, na segunda os que
estão acima da média.
Depois de pontuados todos os elementos, obtêm-se as pontuações
directas de cada sub-teste, somando as que estão nas casas correspondentes
a cada um dele. O resultado obtido anota-se no quadro previsto para este fim.
Estas pontuações passarão depois para o resumo dos resultados, e transfor-
mam-se em idades perceptivas que serão comparadas com a tabela 1, na qual
estão representados os anos e os meses.
Em seguida, calcula-se a pontuação típica de cada sub-teste
consultando a tabela 2, no nível a que corresponda a idade cronológica real do
sujeito. Somam-se estas pontuações típicas, para obter o total e a partir dele
obtém-se o quociente perceptivo.
Se as crianças tiverem idade inferior a cinco anos, a pontuação total
será obtida a partir da soma dos quatro primeiros sub-testes e acrescenta-se o
valor constante 10, sem considerar a pontuação real obtida no teste V.
Se as crianças forem menores de quatro anos, procede-se da mesma
forma e o resultado final multiplica-se por dois, obtendo-se, deste modo, um
indicador aproximado da amplitude perceptivo-visual da criança.
O mesmo acontece com crianças com mais de sete anos, pontuando-se
neste caso da mesma forma.
Se a criança de idade superior a oito anos não obtiver em algum sub-
teste a pontuação máxima em idade perceptiva, pode-se supor que tem alguma
dificuldade na área avaliada neste sub-teste.

28
Tabelas

29
Tabela 1

Conversão das pontuações directas em pontuações de Idade Perceptiva

Pont. TESTE I TESTE II TESTE III TESTE IV TESTE V Pont.


directa ano-mês ano-mês ano-mês ano-mês ano-mês directa

30
31
32
33
34
35
36
Bibliografia

FROSTIG, M. (1988), Teste de desenvolvimento da percepção


visual, Tea Ediciones, Madrid.

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