Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Manual de Trabalho
Teste de Retenção Visual de Benton
(Normas dos 8 aos 64 Anos)
Os testes que utilizamos não permitem dar uma resposta conclusiva nem
exclusiva, pois sabemos que há lesões cerebrais que não têm efeitos detectáveis em
exames tão gerais. O diagnóstico de lesão cerebral é muito difícil pelo facto de as lesões
não produzirem todas o mesmo efeito (variam consoante a sua natureza, localização,
idade em que surgiu, etc.).
1
1. APLICAÇÃO:
Em cada uma das três formas (C, D, E) pode ser utilizada qualquer um dos tipos
de administração (A, B, C, D).
2
2. PROCEDIMENTO:
ADMINISTRAÇÃO A
Instrução: “Vou lhe mostrar um cartão no qual existe uma figura ou mais, que deverá
examinar durante 10´´: Passado esse tempo o cartão será retirado, devendo desenhar
tudo o que viu.”
“Eu sei que este desenho é fácil, mas os outros que se seguem são mais difíceis, e
gostaria que você ganhasse o hábito de observar o cartão durante todo o tempo, 10´´”.
3
Se o sujeito omitir na reprodução do cartão a figura periférica mais pequena, o
examinador deverá fazer a mesma chamada de atenção anterior à apresentação do
cartão, estando o sujeito autorizado a apagar e a fazer correcções. Não se deve fazer
nenhum elogio, mas dever-se-á acalmar o sujeito se ele se inquietar com a qualidade do
seu trabalho.
4
3. COTAÇÃO:
5
1 Omissões e Adições:
6
2 Deformação/Distorções:
7
3 Perseverações/Repetições (parte do erros orgânicos):
8
4 Rotações:
9
5 Deslocamentos (Erros de Localização):
6 Erros de Dimensão:
10
4. PRINCIPIOS E EXEMPLOS DE COTAÇÃO:
Como a cotação se faz com base em critérios específicos, não haverá usualmente
dúvidas sobre se a reprodução deve ser classificada como correcta ou não. Apesar de
tudo, ocasionalmente podem surgir dificuldades acerca da mesma; por exemplo, se uma
figura periférica está demasiado para cima, se trata-se de uma distorção do tamanho, etc.
Estas dificuldades usualmente resolvem-se fazendo medições precisas.
Por vezes, ao usar o sistema de cotação dos erros, podem-se encontrar respostas
incorrectas que admitem mais de um modo de cotação. A seguir apresentam-se duas
situações desse tipo:
11
d) Quando se cota a reprodução de uma figura de perseveração, pode-se
valorizar ao mesmo tempo como erro de tamanho ou deslocamento, mas não
se consideram erros de substituição, adição ou rotação para esta figura.
12
5. EXEMPLOS DE VALORIZAÇÃO DOS ERROS:
CORRECTO INCORRECTO
FORMA C – LÂMINA I
Qualquer paralelogramo que não seja
quadrado ou que o sujeito indique que não
é quadrado, se avalia como correcto. A
figura deve repousar sobre um lado e não
sobre um ângulo. As linhas obliquas
devem estar inclinadas na mesma direcção
que o modelo.
CORRECTO INCORRECTO
FORMA C – LÂMINA II
O sujeito deve desenhar um hexágono
com um lado como base. Não é necessário
que os lados sejam iguais.
13
CORRECTO INCORRECTO
CORRECTO INCORRECTO
FORMA C – LÂMINA IV
O triângulo deve repousar sobre um
lado e não deve ser um triângulo-
rectângulo. O quadrado pequeno deve re-
pousar sobre um lado e estar desenhado
de forma a que pelo menos uma parte dele
esteja situada na área definida pelos
limites superior e inferior das figuras
maiores.
14
CORRECTO INCORRECTO
FORMA C – LÂMINA V
O triângulo deve repousar sobre
um lado e não deve ser um triângulo-
rectângulo. O círculo pequeno deve estar
desenho de forma a que pelo menos uma
parte dele esteja situada na área definida
pela linha média e limite superior das
figuras maiores.
CORRECTO INCORRECTO
FORMA C – LÂMINA VI
As figuras maiores devem estar
se-paradas entre si. As linhas interiores de
cada uma das figuras maiores não devem
ultrapassar o centro da figura. O círculo
pequeno deve estar desenho de forma a
que pelo menos uma parte dele esteja
situada na área definida pela linha média e
limite superior das figuras maiores.
15
CORRECTO INCORRECTO
CORRECTO INCORRECTO
16
CORRECTO INCORRECTO
FORMA C – LÂMINA IX
A linha curva no quadrado
grande deve terminar nos ângulos
esquerdos do quadrado ou muito
perto deles. O lado esquerdo da
figura direita deve estar incli-nado
na mesma direcção que o modelo,
e o lado direito deve aproximar-se
da posi-ção vertical. O quadrado
pequeno deve re-pousar sobre um
lado e estar desenhado de forma a
que pelo menos uma parte dele
esteja situada na área definida pela
linha média e limite superior das
figuras maiores.
CORRECTO INCORRECTO
FORMA C – LÂMINA X
O quadrado grande deve repousar
sobre um ângulo e a linha desenhada
através do mesmo deve seguir a direcção
indicada no modelo. A linha diagonal da
figura maior direita deve originar-se no
ângulo esquerdo da figura e seguir a
direcção do modelo. O círculo pequeno
deve estar desenhado de forma a que pelo
menos uma parte dele esteja situada na
área definida pela linha média e limite
inferior das figuras maiores.
17
CORRECTO INCORRECTO
FORMA D – LÂMINA I
Considera-se correcto qualquer
rectân-gulo cujo lado superior inteiro
sirva de base a um triângulo. O
triângulo não deve ser um triângulo-
rectângulo.
CORRECTO INCORRECTO
FORMA D – LÂMINA II
O sujeito deve desenhar um hexágono
que repouse sobre um ângulo, não sobre
um lado. Não é necessário que os lados
sejam iguais.
18
CORRECTO INCORRECTO
CORRECTO INCORRECTO
FORMA D – LÂMINA IV
O triângulo deve repousar sobre um
ângulo. O quadrado pequeno deve repou-
sar sobre um lado e estar desenhado de
forma a que pelo menos uma parte dele
esteja situada na área definida pela linha
média e limite inferior das figuras
maiores.
19
CORRECTO INCORRECTO
FORMA D – LÂMINA V
O triângulo pequeno deve repousar
sobre um lado e estar desenhado de forma
a que pelo menos uma parte dele esteja
situada na área definida pela linha média e
limite inferior das figuras maiores.
CORRECTO INCORRECTO
FORMA D – LÂMINA VI
As linhas diagonais no quadrado
grande devem originar-se por volta do
centro da base e terminar nos ângulos
superiores ou muito perto deles. O círculo
pequeno deve estar desenhado de forma a
que pelo menos uma parte dele esteja
situada na área definida pelos limites
superior e inferior das figuras maiores.
20
CORRECTO INCORRECTO
CORRECTO INCORRECTO
21
CORRECTO INCORRECTO
FORMA D – LÂMINA IX
O círculo pequeno deve estar de-
senhado de forma a que pelo menos uma
parte dele esteja situada na área definida
pela linha média e limite inferior das
figuras maiores.
CORRECTO INCORRECTO
FORMA D – LÂMINA X
O semicírculo deve estar atravessado
por uma linha horizontal. O quadrado
deve repousar sobre um ângulo. O círculo
pequeno deve estar desenhado de forma a
que pelo menos uma parte dele esteja
situada na área definida pelos limites
superior e inferior das figuras maiores.
22
CORRECTO INCORRECTO
FORMA E – LÂMINA I
O sujeito deve desenhar um triângulo
truncado, como o modelo. Os ângulos
formados pelo lado superior e laterais
devem ser obtusos.
CORRECTO INCORRECTO
FORMA E – LÂMINA II
O sujeito deve desenhar um pentágono
que repouse sobre um ângulo, não sobre um
lado. Não é necessário que os lados sejam
iguais. Os ângulos formados pelo lado
superior e laterais devem ser obtusos.
23
CORRECTO INCORRECTO
CORRECTO INCORRECTO
FORMA E – LÂMINA IV
O triângulo deve repousar sobre um
ângulo. O círculo pequeno deve estar
desenhado de forma a que pelo menos
uma parte dele esteja situada na área
definida pela linha média e limite inferior
das figuras maiores.
24
CORRECTO INCORRECTO
FORMA E – LÂMINA V
As linhas de cada círculo devem
formar um ângulo reconhecível, devem
estar correctamente situadas e cada uma
deve abranger desde 1/6 a 1/3 da área do
círculo. O triângulo pequeno deve repou-
sar sobre um lado e estar desenhado de
forma a que pelo menos uma parte dele
esteja situada na área definida pela linha
média e limite inferior das figuras
maiores.
CORRECTO INCORRECTO
FORMA E – LÂMINA VI
O triângulo pequeno dentro do qua-
drado deve repousar sobre um lado. O
quadrado pequeno deve repousar sobre
um lado e estar desenhado de forma a que
pelo menos uma parte dele esteja situada
na área definida pela linha média e limite
superior das figuras maiores.
25
CORRECTO INCORRECTO
CORRECTO INCORRECTO
26
CORRECTO INCORRECTO
FORMA E – LÂMINA IX
A reprodução da figura maior direita
deve incluir os mesmos detalhes essen-
ciais do modelo. O quadrado pequeno de-
ve repousar sobre um lado e estar dese-
nhado de forma a que pelo menos uma
parte dele esteja situada na área definida
pela linha média e limite superior das
figuras maiores.
CORRECTO INCORRECTO
FORMA E – LÂMINA X
O triângulo deve repousar sobre um
ângulo e incluir uma linha vertical dese-
nhada pelo centro. As linhas no círculo
devem formar um ângulo reconhecível,
devem estar colocadas correctamente e
abranger desde 1/6 a 1/3 da área do círcu-
lo. O quadrado pequeno deve repousar
sobre um lado e estar desenhado de forma
a que pelo menos uma parte dele esteja
situada na área definida pela linha média e
limite inferior das figuras maiores.
27
6. NORMAS INTERPRETATIVAS:
ADMINISTRAÇÃO A
28
Tabela 1
Normas para a Administração A: Adultos
Número de reproduções correctas esperadas em função do QI pré- mórbido e da idade
29
A tabela 2 apresenta as normas de adultos para valorização de erros na
Administração A. O mesmo que sucede no caso das “reproduções correctas”, a
interpretação dos resultados dos sujeitos faz-se com base na pontuação esperada
apropriada à idade e ao suposto nível intelectual original ou pré-mórbido.
Tabela 2
Normas para a Administração A: Adultos
Avaliação dos erros esperados em função do QI pré- mórbido e da idade
30
A tabela 3 apresenta normas para crianças no que se refere ao Número de
Reproduções Correctas da Administração A (exposição de 10 segundos com
reprodução imediata). Contem os níveis esperados para a execução de crianças de
diferentes idades e níveis de inteligência. A interpretação baseia-se na comparação dos
níveis obtidos e “esperados”.
Tabela 3
Normas para a Administração A: Crianças
Número de reproduções correctas esperadas em função do QI estimado e da idade
QI Estimado 8 9 10 11 12 13-14
31
A tabela 4 apresenta normas para crianças referentes à pontuação de erro para a
Administração A:
Tabela 4
Normas para a Administração A: Crianças
Pontuação de erros estimada em função do QI e da idade
QI Estimado 8 9 10 11 12 13-14
32
7. INTERPRETAÇÃO E DIAGNÓSTICO:
c) Incapacidade dos pacientes afectados por uma incapacidade física séria, para
completar as reproduções, particularmente dos desenhos mais complexos;
33
É particularmente importante que os factores a), b) e c), que se referem às
variáveis de esforço e nível energético, recebam uma consideração ponderada. O factor
d) que se manifesta em reproduções irrelevantes, elaboradas e estranhas, dificilmente
escaparão à atenção do examinador.
34
Tabela 5
Distribuição das pontuações de desvio, derivadas da pontuação correcta, em sujeitos
com lesão cerebral e sujeitos controlo
Administração A
Pontuação de desvio (*) Sujeitos com Sujeitos
lesão cerebral controlo
35
10. RESULTADO DA PROVA EM CRIANÇAS:
Tabela 6
Distribuição das pontuações de desvio, derivadas da pontuação correcta, em crianças
com lesão cerebral e crianças com perturbações emocionais
Administração A
Pontuação de desvio (a) Crianças com Crianças com
lesão cerebral perturbações
(N= 25) emocionais
(N= 25)
36
11. DISLEXIA EVOLUTIVA:
O TRVB tem sido utilizado em diferentes estudos para avaliar a importância das
perturbações da percepção visual e da memória visual como determinantes da
incapacidade específica de leitura em crianças.
Por execução autista entende-se uma reprodução que não se baseia claramente
no modelo ou no qual o paciente desenha objectos, símbolos ou figuras de forma
despropositada.
37
maior número de erros de distorção e menos erros de omissão, perseveração e dimensão
do que os pacientes orgânicos.
Tabela 7
Médias de pontuação correcta obtida por uma amostra de 504 sujeito normais, de
acordo com a sua idade e nível intelectual
Administração A
15. CONCLUSÃO:
Deve-se ter em conta que TRVB é uma prova não verbal somente no sentido de
que, os estímulos que se apresentam e as respostas observáveis que se devem dar, não
são de natureza linguística.
Fica no entanto uma pequena dúvida de que a codificação verbal e a
descodificação podem facilitar a reprodução dos desenhos de memória. Esta é uma das
38
razões porque a Administração C (Cópia de Desenhos), evidencia uma relação mais
estreita com a integridade do hemisfério direito do que as Administrações A, B e D
(reprodução dos desenhos de memória).
39