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Tarefa de Stroop – Paradigma Victoria

Resumo escrito por: João Guilherme Midões Izidoro (201638514-4)


Professora e doutora Emmy Uehara Pires (UFRRJ/IE/DEPSI)

Objetivo: A tarefa de Stroop é um teste de domínio público que avalia as funções


executivas por meio das habilidades de atenção seletiva, monitoramento mental e
comportamento inibitório (memória de trabalho, atenção e componente inibitório). É
necessário que o indivíduo consiga inibir as informações e responder seletivamente ao
solicitado na instrução do teste. Além de avaliar as funções executivas, a aplicação do
Stroop Victoria em crianças permite a realização de inferências sobre o
desenvolvimento e a automatização dos processos de leitura.

População: A tarefa de Stroop pode ser aplicada em sujeitos de todas as faixas etárias.
Contudo, o indivíduo precisa ser alfabetizado e não pode possuir algumas alterações
visuais (como daltonismo, por exemplo).

Material: Para a aplicação e correção do Paradigma de Stroop são necessários:

 Cartão 1, 2 e 3 da tarefa de Stroop – Paradigma Victoria


 Folha de resposta da tarefa de Stroop Victoria
 Caneta esferográfica
 Cronômetro

Aplicação: A aplicação deve ser individual.


O tempo previsto de aplicação da tarefa é de cinco minutos.
O avaliado deve falar para o avaliador a ordem das cores da cartela, iniciando da
primeira linha e da esquerda para a direita. Assim, o avaliador acompanha na folha de
respostas os erros e correções do indivíduo e marca o tempo de realização da tarefa.

Instrução: Antes da distribuição do material, deve-se dizer:


“Vou lhe entregar uma cartela com alguns retângulos coloridos, me diga o
nome das cores impressas em cada retângulo o mais rápido que puder. Comece aqui
[apontar o primeiro retângulo da esquerda na primeira linha] e vá seguindo as fileiras
da esquerda para a direita. Caso você perceba que fez uma nomeação incorreta, você
pode se corrigir.”
Então, o avaliador pergunta se o avaliado entendeu qual é a tarefa. Em caso
afirmativo, entrega-se ao sujeito a cartela 1 e o avaliador aciona o cronômetro.
O avaliador acompanha o desempenho do sujeito a partir da folha de resposta da
tarefa de Stroop Victoria, anotando os erros e o tempo que o sujeito levou para citar
todas as cores.
Com o fim da primeira cartela, o árbitro pega a cartela 2 e, antes de entregar ao
indivíduo, o mesmo precisará dizer:
“Dessa vez, quero que diga o nome das cores em que as palavras estão escritas
o mais rápido que você puder. Comece aqui [apontar a primeira palavra da esquerda na
primeira linha] e vá seguindo.” Reforce a instrução, caso seja necessário.
A cartela é entregue ao avaliado e o árbitro aciona o cronômetro. Esse último
acompanha o desempenho da pessoa pela folha de respostas e anota o tempo de
aplicação.
Por fim, o avaliador prepara a terceira e última cartela. Diz-se então ao sujeito:
“De novo, nomeie as cores em que as palavras estão escritas o mais rápido que
puder. Não leia a palavra, diga a cor em que estão escritas.” A terceira cartela deverá
então ser entregue ao sujeito e o cronômetro acionado.
Como nas tarefas anteriores, o avaliador acompanha a fala do paciente a partir da
folha de resposta, anotando os seus erros e marcando o seu tempo.

Normas de Correção: No teste Stroop Victoria, os escores são dados pelo tempo de
execução e acurácia em cada cartão. Caso o participante cometa um erro, o examinador
deve anotá-lo na folha de resposta e corrigi-lo imediatamente. Todavia, correções
espontâneas feitas pelo participante não são contadas como erro.

É também possível calcular índices de interferência. No teste Stroop Victoria,


observa-se o efeito de interferência no terceiro cartão, uma vez que a leitura de palavras
é um processo mais automático que a nomeação de cores. Assim, a leitura precisa ser
inibida para que se nomeie a cor. Para o cálculo da interferência, deve-se subtrair o
tempo gasto no terceiro cartão do tempo gasto no primeiro cartão.
Tarefa de Fluência Verbal
Resumo escrito por: João Guilherme Midões Izidoro (201638514-4)
Professora e doutora Emmy Uehara Pires (UFRRJ/IE/DEPSI)

Objetivo: A tarefa de Fluência Verbal avalia a produção de palavras obedecendo a uma


determinada regra, que pode ser uma letra inicial ou categoria semântica. A boa
performance na tarefa exige recuperação do conteúdo da memória semântica, e sua
organização em grupos de palavras relacionadas fonética ou semanticamente. Portanto,
a tarefa de Fluência Verbal também possui um componente de função executiva
importante, uma vez que o sucesso depende de habilidades de monitoramento de
respostas. Nesse sentido, a palavra “fluência” no nome do teste pode levar ao erro, uma
vez que o teste não avalia a fluência discursiva, mas sim a capacidade de associação
verbal controlada.

População: Não há informações sobre faixa etária para a aplicação da tarefa.


Entretanto, sabe-se que o desempenho no teste pode estar relacionado com a idade e
com a escolaridade do indivíduo.

Material: O teste de Fluência Verbal é simples e não exige um material especial. Basta
ter em mãos os seguintes materiais:

 Folha de resposta
 Caneta esferográfica
 Cronômetro

Observação: Pode ser utilizado um gravador caso o aplicador considere necessário.

Aplicação: A aplicação deve ser individual.


Na versão da tarefa de Fluência Verbal existem seis estímulos, divididos em dois
grupos. Cada grupo possui uma regra para a produção de palavras, a qual direciona a
produção para determinada letra ou categoria semântica. Há um tempo para cada
estímulo da tarefa de Fluência Verbal, sendo 60 segundos de aplicação tanto para cada
um dos três estímulos da primeira parte (Tarefa: Letras) quanto para os três estímulos da
segunda parte (Tarefa: Categorias).
Fluência Fonológica: A tarefa desse grupo consiste em falar o máximo de palavras
que puder iniciados com uma determinada letra. Utilizamos as letras F, A e M.
Fluência Semântica: A tarefa desse grupo consiste em falar o máximo de
palavras possíveis sobre determinada categoria. Utilizamos as categorias animais,
frutas e roupas.

A tarefa deve ser ditada pelo sujeito de acordo com o estímulo dado pelo
avaliador e a folha de resposta deve ser preenchida por esse último.

Instrução: Para a aplicação dos itens da fluência verbal fonêmica, o examinador deve
ser instruído da seguinte forma:
Parte 1: Fluência Fonológica por letra inicial (F – A – M)
 O exemplo
“Eu vou dizer uma letra do alfabeto. Logo em seguida, quero que você me diga
a maior quantidade que puder de palavras iniciadas com essa letra, o mais rápido que
conseguir. Se eu disser ’b’, por exemplo, você pode me dizer: ‘bola, batalha, boca...’
Não vale dizer nomes próprios, como Brasil ou Beatriz e palavras parecidas com
terminações diferentes, como bater, batendo, batido. Alguma pergunta?
 A prática:
“Vamos tentar outro exemplo. Se eu falar a letra R, que palavras você poderia
falar?” [Aguarde o avaliado mencionar algumas palavras]. Se as respostas estiverem
corretas, passa-se para o teste propriamente dito; se não estiverem corretas, reforce a
instrução.
 O teste propriamente dito:
“Agora eu vou falar outra letra e você vai dizer todas as palavras de que se
lembra que comecem com essa letra. Não pode dizer nome de pessoas e nem de
lugares. Fale o máximo possível de palavras que comecem com a letra F. Pode
começar!” Então você deve acionar o cronômetro e marcar 60 segundos.
Se o sujeito produzir as primeiras duas palavras iniciadas com outra letra,
relembrar as instruções e reiniciar o cronômetro. Se, durante o teste o sujeito falar nome
próprio ou mesma palavra com terminações diferentes, ou palavra iniciada por outra
letra, não diga nada e apenas circule a palavra. Se o sujeito ficar 10 segundos sem falar
nada, diga “Pense em mais palavras que comecem com a letra...”
Nas letras A e M diga apenas: “Agora você poderia me dizer palavras que
comecem com a letra A” e “Agora você poderia me dizer palavras que comecem com a
letra M”.
Na folha de resposta há espaço para que o examinador possa anotar as respostas
do sujeito. Grave as aplicações; alguns sujeitos falam muito rápido e o aplicador pode
perder informações se não gravar. Todas as respostas corretas ou incorretas devem ser
escritas literalmente.
As dúvidas a respeito das palavras produzidas devem ser tiradas ao final de cada
uma das 3 tarefas de fluência por letra inicial.

Parte 2: Fluência Semântica por categorias (Animais, frutas e roupas)


“Agora você vai falar nomes de animais, o máximo possível de nomes. Pode ser
qualquer animal que comece com qualquer letra. Fale o mais rápido que puder. Pode
começar.” Acione o cronômetro imediatamente.
“Por favor, fale o maior número possível de frutas. Fale o mais rápido que
puder. Pode começar.” Acione o cronômetro imediatamente.
“Agora fale o maior número possível de nomes de roupas de vestir. Pode ser
qualquer roupa que se possa vestir que comece com qualquer letra. Fale o mais rápido
que puder. Pode começar.” Acione o cronômetro imediatamente.

Normas de Correção: Somam-se as respostas corretas após cada 10 segundos e o total


após 60 segundos.

Emissões contadas como erro:

1. Intrusões: Palavras não iniciadas com a letra apropriada.


2. Perseverações: Repetição de uma palavra correta produzida pelo sujeito
na mesma tarefa.
3. Nomes próprios: Nome de pessoas, países, cidades, marcas (de carro, por
exemplo), estados, etc.
4. Outros: Palavras não encontradas no dicionário da língua portuguesa.
5. Derivações: É considerado derivações as palavras que modificam uma
mesma palavra:
a. Derivação de número: palavras ditas no singular e no plural
b. Derivação de tamanho: palavras ditas no aumentativo e/ou no
diminutivo e/ou superlativo
c. Derivação de gênero: palavras ditas no feminino e no masculino
d. Conjugações verbais
e. Outros: Palavras (verbos, substantivos e adjetivos) que possuem
sua origem na mesma raiz. Mas, não são considerados erros
palavras de mesma raiz, mas com significados diferentes (por
exemplo: faca e faqueiro.)

Em relação às categorias, são considerados ERROS:

Roupas: botão, cadarço, carteira, bolsa, guarda-chuva e bengala.

Animais: Animais míticos (como unicórnio, por exemplo). Porém, caso o


sujeito diga animais extintos é considerado como um acerto (Por exemplo,
falar a palavra “dinossauro” ou nomes de dinossauros.)
Tarefa de Cubos de Corsi
Resumo escrito por: João Guilherme Midões Izidoro (201638514-4)
Professora e doutora Emmy Uehara Pires (UFRRJ/IE/DEPSI)

Objetivo: A tarefa de Cubos de Corsi é uma medida de memória de trabalho


visuoespacial amplamente utilizada. A capacidade de armazenamento da memória de
trabalho visuoespacial corresponde ao alcance máximo de sequências que o examinando
pode reproduzir corretamente.

População: Não consta. Não foi determinado um fator limitante para a aplicação da
tarefa. Entretanto, sabe-se que a idade é um fator determinante para o desempenho do
examinando na tarefa.

Material: Plataforma de aplicação e Folha de Estímulos.

Aplicação: O teste de Cubos de Corsi consiste de nove cubos pretos (30 x 30 x 30 mm)
fixados em uma placa também preta (225 x 205 mm). Os cubos são numerados, de um
dos lados, com algarismos de 1 a 9, de modo que são visíveis apenas ao examinador.
O aplicador toca nos blocos com o dedo indicador a 90º, formando uma
sequência, e o paciente deve reproduzir a sequência indicada. A quantidade de itens
aumenta progressivamente. Cada sequência é apresentada duas vezes consecutivas, mas
com itens diferentes.
O participante deve estar sentado de frente para o examinador. É importante que
o examinador não tenha nenhum distrator (por exemplo, anéis) na mão utilizada para
tocar os cubos. Se pelo menos uma das sequências for repetida corretamente, os dois
ensaios do item seguinte devem ser administrados. O teste é interrompido quando o
participante erra dois ensaios de um mesmo item com a mesma quantidade de blocos,
em outras palavras, com o mesmo alcance. Os cubos são tocados um por vez, em uma
velocidade constante. Somente após o examinador finalizar a sequência de toques, o
examinando poderá realizar a sequência.
Instrução: A tarefa de Cubos de Corsi pode ser aplicado em ordem direta e em ordem
inversa.
Ordem direta: A seguinte instrução é fornecida: “Eu vou tocar uma sequência
de blocos neste tabuleiro. Quando eu terminar de tocar, quero que você toque nestes
blocos na mesma ordem que eu toquei. Depois disso, vou tocar outra sequência. As
sequências irão gradualmente aumentar o número de blocos. ”
Ordem inversa: Para a versão inversa é dada a seguinte instrução: “Eu vou tocar
uma sequência de blocos nesta placa. Quando eu terminar de tocar, quero que você
toque nestes blocos na ordem inversa a que eu toquei”. Caso seja necessário, a palavra
“contrário” pode ser utilizada como sinônimo de inverso.
Se o participante começar a tarefa enquanto o examinador ainda está tocando os
blocos, o seguinte aviso é dado: “Aguarde até que eu tenha terminado”. Para a
aplicação da ordem inversa em crianças, são realizados dois ensaios de treino, com o
intuito de verificar se houver um entendimento da instrução.

Normas de Correção: Autocorreções são permitidas. Todavia, somente é considerada


correta uma sequência reproduzida na ordem apropriada. Um ponto é dado para cada
ensaio respondido corretamente. Tradicionalmente, o escore do examinando
corresponde ao alcance dos itens, ou seja, à quantidade de itens da maior sequência
corretamente repetida. Outra possibilidade é calcular o escore total, que é o produto da
multiplicação entre o alcance e o total de alternativas corretas. Há uma escassez de
dados normativos da tarefa com a população brasileira, tendo sido encontrado apenas
um estudo normativo para crianças brasileiras.

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