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Psicologia Hospitalar

Função Psi
Tem sua função centrada nos âmbitos secundário e terciário de atenção à saúde,
atuando em instituições de saúde;

Realiza
● atividades como: atendimento psicoterapêutico;
● grupos psicoterapêuticos;
grupos de psicoprofilaxia;
● atendimentos em ambulatório e unidade de terapia intensiva;
● pronto atendimento;
● enfermarias em geral;
● psicomotricidade no contexto hospitalar;
● avaliação diagnóstica;
psicodiagnóstico;
● consultoria e interconsultoria.

Rodriguez-Marín (2003): Sintetiza as seis tarefas básicas do psicólogo que


trabalha em hospital:
1) função de coordenação: relativa às atividades com os funcionários do hospital;
2) função de ajuda à adaptação: em que o psicólogo intervém na qualidade do
processo de adaptação e recuperação do paciente internado;

3) função de interconsulta: atua como consultor, ajudando outros profissionais a


lidarem com o paciente;

4) função de enlace: intervenção, através do delineamento e execução de


programas junto com outros profissionais, para modificar ou instalar
comportamentos adequados dos pacientes;

5)função assistencial direta: atua diretamente com o paciente, e

6) função de gestão de recursos humanos: para aprimorar os serviços dos


profissionais da organização.

Então, qual seria a formação indicada para os psicólogos que desejam


trabalhar no âmbito da saúde? Besteiro e Barreto (2003) afirmam que a
formação do psicólogo da saúde deve contemplar conhecimentos sobre:

● bases biológicas, sociais e psicológicas da saúde e da doença;


● avaliação,assessoramento e intervenção em saúde, políticas e
organização de saúde e
● colaboração interdisciplinar;
● temas profissionais, éticos e legais
● e conhecimentos de metodologia e pesquisa em saúde.

Com relação ao psicólogo da saúde que atua especificamente em hospitais,


é indispensável um bom treinamento em três áreas básicas: clínica,pesquisa
e programação.

Com relação à a área clínica, o psicólogo deve ser capaz de realizar


avaliações e intervenções psicológicas.

Na área de pesquisa e comunicação, é necessário saber conduzir pesquisas


e comunicar informações de cunho psicológico a outros profissionais.

Por fim, quanto à área de programação, o profissional deve desenvolver


habilidades para organizar e administrar programas de saúde.

Com essa formação integrada, é possível melhorar a qualidade da atenção


prestada, garantir que as intervenções implantadas sejam as mais eficazes
para cada caso, diminuir custos e aumentar os conhecimentos sobre o
comportamento humano e suas relações com a saúde e a doença (Ulla
&Remor, 2003).

Texto : Utilização de instrumentos de avaliação psicológica no


contexto hospitalar: uma análise da produção brasileira

O trabalho do psicólogo em instituições de saúde volta-se para seis tarefas


básicas:
1) função de coordenação,
2) função de ajuda à adaptação,
3) função de interconsulta,
4)função de enlace,
5) função assistencial direta, e
6) função de gestão de recursos humanos.

Portanto, seu trabalho abarca desde intervenções junto ao paciente e família,


como também buscando alcançar as relações com a equipe
e profissionais da instituição (Rodriguez-Marín, 2003).

Assim, a essência do trabalho do psicólogo numa unidade prestadora de


serviços de saúde volta-se para uma assistência que pretende aliviar
aspectos físicos e emocionais do paciente e de sua família, inserindo-se
como colaborador da comunicação e da expressão humana por meio da
linguagem.

O psicólogo encara a prática profissional no contexto hospitalar atuando na


qualidade de facilitador do processo de elaboração das vivências dos
pacientes, fornecendo suporte psicológico de forma humanizada, com ações
pautadas no uso de técnicas e procedimentos sustentados por construtos e
metodologias da área da psicologia (Lazzaretti et al., 2007; Mosimann &
Lustosa, 2011; Santos & Sebastiani, 2013; Pinto, 2004).

O propósito da psicologia hospitalar é o acolhimento aos pacientes de


todas as faixas etárias, bem como seus familiares.

O roteiro de exame e avaliação psicológica do paciente internado propõe


as seguintes funções:
● diagnóstico,
● orientação de foco,
● fornecimento de dados sobre a estrutura psicodinâmica da
personalidade da pessoa,
● avaliação continuada do processo evolutivo da relação do paciente
com sua doença e tratamento,
● conhecimento da história da pessoa,
● diagnóstico diferencial
● e estabelecimento das condições de relação da pessoa com seu
prognóstico.

Texto : Psicólogo da Saúde no Hospital Geral: um Estudo sobre a Atividade e


a Formação do Psicólogo Hospitalar no Brasil
A intervenção em centros de saúde e hospitais deve abranger a tríade
paciente - familiares - profissionais de saúde.

Texto :Segredos e impasses na gestão de um hospital público

A superlotação das urgências é um problema comum a muitos prontos-


socorros. As causas dessa superlotação são a facilidade de acesso
geográfico e baixa resolutividade da atenção básica.

A idéia do hospital como centro de cuidados faz parte do passado, ainda


que seja comum a dificuldade para “desospitalizar” moradores de rua,
idosos solitários, portadores de necessidades especiais, entre outros.

Não é possível, atualmente, pensar um hospital como definidor de sua


própria missão, seja por questões de mercado, seja pela idéia de
integração em redes. Na lógica da integralidade em redes, o hospital torna-
se referência para unidades de menor complexidade ou interage com
outros hospitais para potencializar a capacidade dessa rede.
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O paciente é avaliado cada dia por um médico, um enfermeiro e técnicos
diferentes e, até em um mesmo plantão, é comum que diferentes médicos o
avaliem. Se considerarmos um hospital de maior porte,com diferentes
especialidades, essa situação pode ser ainda mais crítica. A indefinição de
responsabilidades e vínculos dos pacientes com os profissionais propicia o
retrabalho, o aumento de solicitações de exames e de solicitações de
interconsultas que pela forma burocrática e desvinculada entre os
profissionais que as solicitam e aqueles que as realizam só atrasam o
diagnóstico e a terapêutica.

Um serviço de saúde organizado exclusivamente no poder dos profissionais


e sem estabelecimento de vínculos tende a gerar descompromisso,
fragmentação do trabalho, insatisfação dos trabalhadores e não são
potentes para enxergar a singularidade dos
sujeitos e estabelecer a integralidade da assistência.
Essa organização do trabalho em hospitais de urgência nem sempre
possibilita assegurar a reabilitação da saúde do usuário e provoca
alienação aos profissionais da saúde que não vislumbram os resultados do
seu trabalho.
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A Política Nacional de Humanização (PNH) do Ministério da Saúde (MS) tem
por objetivo a valorização dos diferentes sujeitos implicados no processo
de produção de saúde, norteados por valores como:
● a autonomia, o protagonismo dos sujeitos e a
● co-responsabilidade entre eles,
● o estabelecimento de vínculos solidários,
● a participação coletiva no processo de gestão
● e a indissociabilidade entre atenção e gestão.

Em geral, organizações estruturadas por função apresentam dificuldades


para atender às necessidades dos usuários. Já a abordagem de construção
do trabalho por processos, permeados pelos apoios administrativos e
logísticos, potencializam resultados mais eficientes, no caso, a promoção à
saúde.

A co-gestão:
● privilegia a organizações horizontais com Unidades de Produção e
definição clara de responsabilidades das equipes de referência e de
apoio matricial.

● amplia a capacidade de análise e de intervenção dos sujeitos → co-produção →

estabelecimento de novas relações com contratos de metas →contratos de gestão.

Unidade de Produção é o espaço onde o processo de trabalho é construído


e desenvolvido por equipes multiprofissionais e não mais por um
agrupamento de profissionais e pode mudar positivamente os resultados
para os usuários e melhorar a satisfação dos trabalhadores que passam a
enxergar os frutos do seu trabalho.

A estruturação dessas e o estabelecimento de equipes de referência


facilitam a reorganização dos processos de trabalho, da lógica gerencial e
a pactuação pelos diferentes atores.

Equipes de referências:
● passam a se responsabilizar pelo cuidado integral ao doente,
cuidando de todos os aspectos de sua saúde,
● elaborando projetos terapêuticos onde o olhar de cada membro da
equipe possibilita ampliar as visões do sujeito e seu projeto
terapêutico.
● Ou seja, todo usuário passa a ter um profissional (ou
equipe) de referência a quem se dirigir, ante suas demandas, como afirma
Onocko.
● contam com o suporte das equipes de apoio matriciais, também
organizadas em jornadas diárias, responsáveis pelo suporte técnico-
pedagógico.

Segundo Campos, o apoio matricial tem um núcleo distinto daquele dos


profissionais de referência; deve agregar conhecimentos e aumentar a
capacidade da equipe em resolver problemas de saúde.

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