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14) Processos Investigativos: Em geral, os grandes hospitais e serviços possuem sua própria
Comissão de Ética em Pesquisas, alguns chegam a possuir grupos de pesquisas registrados no
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), havendo mesmo
algum incentivo para publicação dos trabalhos ali realizados. As investigações científicas
com seres humanos estão atreladas a normativas próprias e exigem registro na Plataforma
Brasil.
Na realização de uma pesquisa científica em Psicologia é necessário primeiramente a
escolha de um tema (um problema de pesquisa) e um meio pelo qual essa pesquisa será
executada na prática. Compreende-se, então, que para definir o tipo de pesquisa científica
mais apropriada é importante que vários pontos sejam observados quanto a sua execução,
investigação e propostas, além da amostra ou população que farão parte desse processo. Cabe
ao(à) pesquisador(a) decidir a metodologia de análise, se quantitativas e/ou qualitativas, que
seja mais apropriada para o estudo do fenômeno que deseja investigar.
“O cuidado paliativo (CP) é uma abordagem que melhora a qualidade de vida dos pacientes
(adultos e crianças) e suas famílias que enfrentam problemas associados a doenças que
ameaçam a vida. Previne e alivia o sofrimento através da identificação precoce, avaliação
correta e tratamento da dor e outros problemas, físicos, psicossociais e espirituais. O CP é
uma parte crucial dos serviços de saúde integrados e centrados nas pessoas, em todos os
níveis de cuidados: visa a aliviar o sofrimento seja qual for a causa (WHO, 2017, tradução
nossa)”.
Trabalhar com doenças crônicas que evoluem para terminalidade demanda dos
profissionais cuidadores expertise, boa articulação interdisciplinar, o que ainda é difícil pela
desconstrução do instituído que é sair do paradigma da saúde fragmentada (SANTOS, 2009).
Na gestão em saúde podemos nos deparar com modelos e estratégias tradicionais, pautadas na
teoria clássica da administração. Dessa maneira, pensar em um tipo de gestão em saúde que
utiliza como recursos a participação, as práticas integrativas e interdisciplinares, de modo a
possibilitar que trabalhadores e usuários sejam colocados como sujeitos ativos durante o
processo, ainda se configura como um desafio (LORENZETTI et al., 2014).
Segundo Lorenzetti et al. (2014), o hospital, de todas as instituições contemporâneas,
é concebido como um dos mais inviáveis a modificação, isso se dá por conta do pouco nível
de interação entre profissões e departamentos; da fragmentação da prática clínica; da alta
sujeição do usuário aos serviços; e, por último, do baixo domínio dos gestores em lidar sobre
as organizações. A partir disso, é de extrema importância abordar a discussão sobre os modos
de organização e gerenciamento do processo de trabalho no âmbito hospitalar, e também as
consequências geradas com base nisso. Considerando estas fragilidades do hospital, os
processos de trabalho e modos de gerenciamento da gestão podem intensificar ou não esses
fatores apontados.
Para Littike e Sodré (2015), o processo de trabalho nos serviços de saúde atinge
formas particulares, sendo a prática do profissional fator que solidifica a forma que será
modificado o objeto de trabalho. O Hospital, mesmo que destinado ao cuidado, ainda se
engloba dentro de uma lógica capitalística e um modelo de gestão que apresenta como
objetivo o aumento da produtividade a partir da execução de maior controle sobre a produção
do trabalho e do trabalhador. A organização dos processos de trabalho focado em segregações
de práticas clínicas compromete o cuidado, produzindo desordens na comunicação entre áreas
e profissionais, conflitos e dificuldades na resolução de demandas (LITTIKE; SODRÉ, 2015,
p. 3052/3054).
Posto isto, as(os) profissionais da psicologia devem ter um posicionamento crítico
diante do modo de funcionamento da instituição de saúde, para não subverter a prática
psicológica a essa lógica. A(o) psicóloga(o) hospitalar que se faça crítica dentro dessa lógica
(onde há atendimentos em larga escala, que visa a quantidade de pacientes atendidos por
setor e não a qualidade do atendimento) compromete esse processo de trabalho. É inviável
pensar em metas de atendimentos como sinônimo de competência, conduta está aliada à
lógica do capital de mais produtividade, em contraposição ao trabalho em saúde que é um
trabalho vivo que acontece na relação com outro.
Ambulatório: Uma vez observado pelo médico algum problema emocional a ser cuidado, o
paciente chega ao ambulatório de Psicologia trazendo, além da queixa da doença, problemas
pessoais adjacentes, familiares e profissionais. A aceitação da doença muitas vezes é difícil,
sendo comum observar comportamentos de revolta ou conformismo, que são mecanismos de
defesa para preservar o ego de situações que ameaçam sua integridade. Outros mecanismos
comuns são a negação, a regressão e a racionalização. (Ismael, 2005).
Nesse sentido, o principal desafio do profissional é tentar fazer o paciente aceitar a
doença e não lutar contra ela, além de ajudá-lo a conviver com ela sem sofrimento adicional.
Essas são tarefas que, de acordo com os critérios de indicação de Psicoterapia Breve, se
encaixam na prática da mesma, tendo um foco delimitado e objetivos definidos. Mesmo que o
acompanhamento psicoterapêutico não esteja relacionado a uma doença física, mas a
transtornos neuróticos, e respeitando-se os critérios de indicação e limitando-se os objetivos
da psicoterapia, o ambulatório é o ambiente que mais se adequa a uma prática de psicoterapia
breve. A possibilidade de um setting adequado, com disposição face-a-face e disponibilidade
de tempo de consulta sem interrupções, e a limitação da duração da terapia por questões
sociais, indicam que a modalidade de psicoterapia abordada neste trabalho pode ser uma das
mais adequadas para o tratamento em ambulatório clínico hospitalar.
Emergência: Na emergência ou pronto-socorro de um hospital, o paciente chega para ser
atendido prontamente por uma equipe a fim de restabelecer sua saúde. Nessa unidade
hospitalar, todos os sentimentos e reflexões comuns a uma internação, como a realidade de
morte, incapacidade de cuidar de si mesmo, medo de invalidez, entre outros, são
multiplicados, variando de acordo com cada paciente e com sua história pessoal. (Romano,
1999).
O psicólogo na unidade de emergência precisa de habilidades que envolvam rapidez
de raciocínio, perícia em ações e contar com o apoio de recursos da comunidade para os
devidos encaminhamentos, visto que na emergência nem sempre o paciente ficará internado,
impossibilitando um efetivo acompanhamento psicoterapêutico. Diante da agilidade do
atendimento, o atendimento do psicólogo visa à expressão do paciente, possibilitando que
este externalize fantasias e sentimentos em relação à doença ou hospitalização. Dessa forma,
a intervenção psicoterapêutica é breve, mas não se objetiva realizar uma psicoterapia, apenas
uma intervenção de emergência.