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Prática Integrativa I

(Estágio Básico):

Ana França
ana.franca@unama.br
O que é Psicologia?
O que faz o/a Psicólogo/a Clínico?

Anexo II da Resolução CFP 013/2007 do


Conselho Federal de Psicologia (CFP).
VI - Psicólogo especialista
em Psicologia Clínica

O Psicólogo clínico atua na área específica da saúde, em
diferentes contextos, através de intervenções que visam reduzir o
sofrimento do homem, levando em conta a complexidade do
humano e sua subjetividade.

Desenvolve atendimentos terapêuticos, em diversas modalidades,
como psicoterapia individual, de casal, familiar ou em grupo e
outros, tanto em perspectiva preventiva, como de diagnóstico ou
curativa.

Atua no estudo, diagnóstico e prognóstico em situações de crise,
em problemas do desenvolvimento ou em quadros
psicopatológicos, utilizando, para tal, procedimentos de
diagnóstico psicológico tais como: entrevista, utilização de
técnicas de avaliação psicológica e outros.
https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2008/08/Resolucao_CFP_nx_013-2007.pdf
Dúvidas frequentes
1) Existe uma lista de técnicas reconhecidas pelo CFP?

O Código de Ética Profissional do Psicólogo (Resolução CFP Nº 10/2005) cita, em
alguns de seus artigos, que o psicólogo não pode utilizar técnicas não regulamentadas
ou reconhecidas pela profissão.

Esclarecemos, no entanto, que não há uma lista de técnicas/práticas reconhecidas
pelo Sistema Conselhos de Psicologia. Assim, quando falamos em práticas
reconhecidas, nos referimos ao reconhecimento advindo da ciência, que é
desenvolvido na academia e por meio de pesquisas.

O Conselho Federal e Conselhos Regionais de Psicologia têm o papel de verificar se
o(a) psicólogo está desenvolvendo sua função conforme determina a legislação
profissional independente da teoria adotada no trabalho de cada psicólogo. Ou seja, o
CRP precisa se certificar de que a prática profissional está sendo conduzida dentro dos
padrões éticos definidos pela legislação correlata.

Importante ressaltar que o desenvolvimento da Psicologia enquanto ciência é benéfico,
entretanto, a partir do momento em que uma técnica desenvolvida pela ciência passa a
compor o repertório profissional dos psicólogos, ela passa também a ser objeto de
orientação e fiscalização do Sistema Conselhos de Psicologia.

Assim, informamos que não adotamos o procedimento de reconhecer técnicas/práticas
psicológicas, mas cumprimos nossa função de verificar se a atuação profissional dos
psicólogos está de acordo com a ética profissional.

https://site.cfp.org.br/contato/psicoterapia/
Dúvidas frequentes
2) A psicoterapia é atividade privativa de psicólogos?

O Conselho Federal de Psicologia regulamenta a atuação do psicólogo na
psicoterapia, conforme Resolução CFP-010/2000. Entretanto, de acordo com
a legislação brasileira, a psicoterapia não é atividade privativa de psicólogos,
podendo ser praticada por outros profissionais, desde que não utilizem o título
de psicólogo.
3) O profissional pode empregar o CID-10 para avaliações diagnósticas?

A respeito da utilização da CID-10 em laudos psicológicos, verifica-se que,
conforme a parágrafo único do art. 1º da Resolução CFP nº 15/1996, que
institui e regulamenta a concessão de atestado Psicológico para tratamento
de saúde por problemas psicológicos, “fica facultado ao psicólogo o uso do
Código Internacional de Doenças - CID, ou outros Códigos de diagnóstico,
científica e socialmente reconhecidos, como fonte para enquadramento de
diagnóstico.” Uma vez que a CID-10 é uma Classificação Internacional de
Doenças e Problemas Relacionados à Saúde é publicada pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), é um manual de uso internacional e não pode ser
entendida como propriedade dos médicos. Ademais, ela foi elaborada a partir
da contribuição de várias áreas do conhecimento, não só da medicina.
Dúvidas frequentes

https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaoideia?id=93928
https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=132597
Histórico

No final do século XIX, Lightner Witmer fundou a primeira clínica
de psicologia na Universidade da Pensilvânia nos EUA, com o
objetivo de tratar de crianças com queixas escolares.

Modelo médico: cabe ao psicólogo observar e posteriormente
intervir, isto é, remediar, tratar, curar. (prática higienista, distante
das questões sociais). Buscar a patologia no indivíduo.

Concepção Clássica: objetiva “o ajustamento psicológico do
indivíduo e como princípios o psicodiagnóstico, a terapia
individual ou grupal exercida de forma autônoma em consultório
particular sob o enfoque intra-individual com ênfase nos
processos psicológicos e centrado numa relação dual na qual o
indivíduo é percebido como alguém a-histórico e abstrato.”

https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-clinica/o-que-e-psicologia-clinica
Histórico

A psicologia clínica na atualidade está vinculada a sua história e surgimento,
porém, com algumas especificidades: busca-se uma não patologização,
apoiando-se em um acolhimento e escuta ativos para ajudar o outro, através
de um processo psicoterapêutico.

O que diferencia a psicologia clínica das outras áreas de atuação do
psicólogo: a prática da escuta clínica. É um espaço em que o cliente se
apoia para expressar seus conflitos, medos, inquietações e sofrimentos a fim
de buscar alívio emocional.

Para compreender o indivíduo em estudo, o psicólogo clínico deve aliar a
atividade prática a um conjunto de teorias e métodos, da sua abordagem
psicológica. Daí a necessidade de “ciência e profissão”.

Independente da abordagem, todas elas demarcam os contornos de um
domínio particular de investigação: o território do conflito subjetivo.
Demarcam, ainda, um domínio específico de intervenção: o das práticas
psicoterápicas.

https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-clinica/o-que-e-psicologia-clinica
Práticas psicoterápicas

Psicologia clínica como intervenção, além da aplicação de
conhecimentos básicos ou como uma mera área de atuação, ou
defini-la pela sua intenção curativa. Para além da individualização:

“É importante refletir sobre a impossibilidade de se pensar um
psicólogo clínico que não seja social, pois toda e qualquer ação
deste profissional, mesmo que seja executada sobre um único
sujeito, será uma intervenção social. Isto porque este sujeito é
constituído histórico-socialmente, ele existe em suas relações e
por suas relações. Todas as máscaras que ele utiliza para
representar a si mesmo são inventadas dentro de uma
processualidade do vir a ser como possibilidades para sua
atuação.”

https://psicologado.com.br/atuacao/psicologia-clinica/introducao-a-psicologia-clinica
Sub-divisões da Psi Clínica

Com o intuito de especificar de forma mais minuciosa a definição de
Psicologia Clínica realiza-se sub-divisões em relação a prática
psicoterapêutica. Essas sub-divisões são caracterizadas por ambiente e
terapia. Psicologia Clínica Hospitalar, Psicologia Clínica em consultórios e a
Psicologia Clínica aplicada à instituições (CAPS – Centro de
atendimento/atenção psicossocial).

Psicologia Clínica em consultórios – Clássica: A clínica "tradicional" é um
sistema voltado ao indivíduo, herança da postura médica e em uma
clientela "elitizada", o que vem sendo modificado gradativamente em uma
psicologia clássica popular.

Psicologia Clínica Hospitalar: com a tarefa profissional de proporcionar
bem-estar aos que neste local estão, surge o profissional da Psicologia
Hospitalar da vertente Clínica.

Psicologia Clínica aplicada às Instituições (CAPS - Centro de atendimento/
atenção psicossocial): surge contra as condições amorais das clínicas
psiquiátricas, bem como a necessidade de uma higienização moral, o que
veio a ser conhecida como higienização Mental.

http://www.redepsi.com.br/2010/07/16/psicologia-cl-nica-uma-introdu-o/
Relação Terapêutica

A relação terapêutica é a base de uma “boa terapia”, que se desenrola na
partir de um vínculo que favoreça esse processo terapêutico entre
terapeuta e cliente.

Um aspecto importante da relação terapêutica é o vínculo. Esforço
colaborativo entre terapeuta e paciente. No início da terapia, a prioridade
é cuidar do alicerce que se pauta em confiança, segurança e
confidencialidade, a fim de estabelecer o vínculo terapêutico para que o
cliente se sinta a vontade em relatar informações necessárias, de
maneira que possa facilitar a intervenção do terapeuta.

Essa definição de boa relação terapêutica deixa implícito algo bastante
interessante: a importância da participação do cliente na terapia. O
profissional deixa de ser pensado como alguém com conhecimento
superior que ajudará alguém com problemas e ambos passam a ser
iguais em uma relação.
Relação Terapêutica

Entre as características pessoais do terapeuta, que são apontadas como
facilitadoras dessa relação estão: Postura empática; Compreensão;
Aceitação desprovida de julgamentos; Autenticidade; Autoconfiança;
Flexibilidade na aplicação das técnicas; comprometimento, tolerância e
interesse.

Com relação aos comportamentos terapêuticos específicos, os mais
funcionais são: altas taxas de comportamentos gestuais, manutenção do
contato visual, verbalizações acerca de pensamentos e sentimentos, postura
não-diretiva e orientações ocasionais. (BANDEIRA et al. 2006)

Terapeutas avaliados como calorosos, amigáveis, comprometidos, tolerantes
e interessados são aqueles que têm maior sucesso nos resultados do
tratamento.

A relação terapeuta-cliente é uma condição necessária no processo da
terapia, entretanto, não é suficiente.

Bandeira, M.; Quaglia, M. A. C.; Freitas, L. C.; de Sousa, A. M.; Costa, A. L. P.; Gomides, M.M. P. & Lima, P. B. . Habilidades
interpessoais na atuação do psicólogo. Interação, 2006, 10(1), 139-149.
A importância da escuta
clínica

Arantes (2012) afirma que para escutar é preciso “uma
economia dos gestos e palavras, um silêncio ativo e um certo
recolhimento”.

A escuta terapêutica ou clínica demonstra uma postura de
acolhimento por parte do psicólogo para com as reais
necessidades do outro. Dela derivam a análise para as
intervenções necessárias.

Necessidade do psicólogo clínico utilizar esse instrumento não
só uma forma de leitura das falas, mas dos comportamentos
não verbais, do local de onde partem as demandas e de todos
os elementos que estão à sua volta: aprender a perceber além
do que foi dito.
ARANTES, E. M. M. Escutar. In: FONSECA, T. M. G.; NASCIMENTO, M. L.; MARASCHINI, C. (orgs.) Pesquisar na
diferença: um abecedário. Porto Alegre: Sulina, 2012, p. 91-94

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