3.Constituição da psicoterapia. 1.2 Psicoterapeuta Psicoterapeuta
Formação do Psicoterapeuta
O psicólogo que opta pela área clínica precisa trilhar um
importante caminho para formar-se psicoterapeuta.
Cinco anos de faculdade – formação generalista.
Formação específica do psicoterapeuta – Inicia após a
graduação, apesar de a conclusão do curso o habilitar legalmente para o exercício da profissão em qualquer campo da psicologia, o que inclui a clínica. “As habilidades específicas aos terapeutas em sua relação com o cliente são denominadas de habilidades terapêuticas” (ULIAN, 2002 apud BARRETO; BARLETTA, 2010, p. 159).
O aprendizado da psicoterapia ultrapassa a assimilação
do conjunto dessas habilidades, tem na pessoa do psicoterapeuta o próprio instrumento de trabalho e isso, às vezes, pode apresentar-se falho. HABILIDADES
Na formação em determinada abordagem teórica.
Na supervisão de casos clínicos.
Na psicoterapia pessoal do profissional da área
clínica. Abordagem teoria/técnica
O psicólogo escolherá a teoria que dialoga com suas
percepções acerca do sujeito e da coerência que o conjunto de técnicas mostra ter em relação à sua visão de psicoterapia e de sujeito.
Importância desta capacitação – Reside em adquirir um
referencial teórico que amplie a capacidade de perceber e compreender as questões que o paciente apresenta durante o processo psicoterápico. Supervisão de Casos Clínicos
Oferece um “espaço de reflexão, transformação e
construção do conhecimento” e estimula o desenvolvimento, a iniciativa e a autoconfiança no exercício da prática clínica.
O supervisor tem o papel de apontar outros aspectos da
sessão, além dos percebidos pelo jovem psicoterapeuta, e mostrar a relação entre a teoria, a técnica e os conteúdos da sessão. Psicoterapia Pessoal
Permite conhecer as principais dificuldades que
cerceiam sua personalidade e seu comportamento.
O psicoterapeuta passará a compreender como tais
dificuldades foram elaboradas, o que leva a entender como ocorre na prática a transformação psíquica durante a psicoterapia. Aos resultados que se pode obter no processo psicoterápico são proporcionais à formação do psicoterapeuta.
Destaca-se aqui a competência técnica, a experiência
clínica e o estilo pessoal do profissional, o que inclui características como autenticidade e empatia, como elementos que compõem a formação clínica. Aspectos legais do exercício da profissão – Código de Ética Profissional (2005)
O Código de Ética Profissional do Psicólogo é um
código que visa alinhar as regras éticas e princípios que norteiam a prática profissional do psicólogo em todo o território nacional, estabelecendo padrões quanto às práticas da respectiva categoria profissional e pela sociedade. Aspectos legais do exercício da profissão – Código de Ética Profissional (2005)
Seu principal objetivo é de formar e manter um padrão
de condutas de práticas que viabilizem o reconhecimento social da atuação do psicólogo norteando-se pelo respeito à idiossincrasia do sujeito humano e respeitando seus direitos fundamentais, baseados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, seguindo as modificações que ocorrem na sociedade. Aspectos legais do exercício da psicoterapia
Art. 1º - Deveres fundamentais dos psicólogos
“Estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os direitos do usuário ou beneficiário de serviços em psicologia”. “Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos justificáveis, não puderem ser continuados pelo profissional que os assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informações necessárias à continuidade do trabalho”. Aspectos legais do exercício da psicoterapia
Art. 2º - Ao psicólogo é vedado
“Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão”. “Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais”. “Induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus serviços”. Aspectos legais do exercício da psicoterapia
Art. 2º - Ao psicólogo é vedado
“Ser conivente com erros, faltas éticas, violação de direitos, crimes ou contravenções penais praticadas por psicólogos na prestação de serviços profissionais”. “Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado”. “Prolongar, desnecessariamente, a prestação de serviços profissionais”. Aspectos legais do exercício da psicoterapia
Art. 6º - O psicólogo, no relacionamento com profissionais
não psicólogos “Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que extrapolem seu campo de atuação”. “Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o serviço prestado, resguardando o caráter confidencial das comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo”. Aspectos legais do exercício da psicoterapia
Art. 8º - Para realizar atendimento não eventual de criança,
adolescente ou interdito, o psicólogo deverá obter autorização de ao menos um de seus responsáveis, observadas as determinações da legislação vigente §1º - No caso de não se apresentar um responsável legal, o atendimento deverá ser efetuado e comunicado às autoridades competentes. §2º - O psicólogo responsabilizar-se-á pelos encaminhamentos que se fizerem necessários para garantir a proteção integral do atendido. Aspectos legais do exercício da psicoterapia
Art. 9º - É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim
de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional”. Há poucas pesquisas que apontam o perfil do psicoterapeuta no Brasil.
2001 (CFP) – Realizou uma pesquisa para conhecer o perfil
do psicólogo. Resultado – Predominância de mulheres, jovens, com baixa remuneração e atuando na área clínica.
2004 (Outra pesquisa) – As especializações ou pós-
graduações realizadas pelos psicólogos concentram-se na área clínica (45%). Do total de entrevistados, mais da metade (55%) atua na área clínica. Alusão ao psicoterapeuta de abordagem psicanalítica Associação Brasileira de Psicoterapia (ABRAP) – 2004
Objetivo de reunir e promover troca entre psicoterapeutas dos
diversos modelos de psicoterapia.
Entidade de supra abordagens, portanto, abraça todas as linhas
Oferece apoio ao exercício da psicoterapia em um ambiente de
trocas sobre as práticas clínicas e questões éticas próprias desse contexto. OBJETIVOS
Apoiar o desenvolvimento das bases conceituais e
científicas da psicoterapia geral e enfatizar a reflexão sobre os fatores terapêuticos comuns a todas as abordagens. Servir como um centro de recursos e informações sobre assuntos relativos à psicoterapia para quem a ela recorrer. Promover regularmente eventos científicos na área da psicoterapia, brasileiros e internacionais. OBJETIVOS
Promover a integração de profissionais de diversas
áreas. Divulgar a psicoterapia e favorecer sua presença nos processos de transformações sociais e organizacionais em que seja relevante. Criar parcerias com entidades nacionais e internacionais e governamentais. Premiar trabalhos individuais e de organizações que se destacarem na área. Psicoterapeuta durante uma sessão Referências
1. BENJAMIN, A. A entrevista de ajuda. São Paulo:
Martins Fontes, 1991.
2. DIAS, H. M.; BERLINCK, M. T. Contratransferência e
enquadre psicanalítico em Pierre Fédida. Psicologia Clínica, Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, 2011.
3. MEIRA, C.; NUNES, M. L. Psicologia clínica,
psicoterapia e o estudante de psicologia. Paidéia, v. 15, n. 32, p. 339-343, 2005.
Qual a importância de pensar o fazer psicológico a partir de um pensamento ético? De que maneira nossa postura profissional pode influenciar no andamento dos processos terapêuticos?