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Código de ética e

documentos psicológicos
Prof. Ms. Rebeca Carvalho de Morais
Psicóloga CRP 11/06967
Quem sou eu?
▪ Rebeca Carvalho de Morais
▪ Psicóloga (CRP 11/06967)
▪ Mestre em Psicologia
▪ Pós-Graduação em Neuropsicologia
▪ Formação em Terapia de Casal
▪ Formação em Orientação Profissional (Em conclusão)

❖EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL
▪ Clínica e Organizacional
▪ Docente de Graduação e Pós-graduação em Psicologia
Quem sou eu?
❖ ATUAÇÃO ATUAL
▪ Psicologia Clínica – Psicoterapia, Avaliação
Psicológica, Orientação Profissional e de
Carreira
▪ Projeto Psicologia e etc - Cursos &
Orientação de Carreira para psicólogas clínicas

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Vocês se sentem capacitados
para emitir documentos
psicológicos?
Por que isso ocorre?
• Professora universitária Faculdade de Psicologia – Foco em
Avaliação (AP) e Testagem Psicológica:
✓ Formação rápida e superficial (AP, testes e documentos)
✓ Cenário social (Lei 4.119/62) → Solicita que o psicólogo realize
avaliações psicológicas e emita documentos;
✓ Psicólogos – Medo e insegurança, recusa em emitir esses
documentos
O que veremos na Capacitação?
• Objetivo: Orientar psicólogos na produção dos documentos psicológicos dentro dos
parâmetros técnicos e éticos da Psicologia
• Datas: 12 e 19.02.22 (09:00 às 11:30)
• Conteúdo Programático:
-Os princípios éticos e técnicos que embasam a produção dos documentos psicológicos,
conforme a resolução 6/2019
-A linguagem técnica utilizada na produção dos documentos psicológicos
-Os objetivos, modelos e conteúdos que devem constar na produção dos seguintes
documentos: Declaração, Atestado Psicológico, Relatório Psicológico, Relatório
Multiprofissional, Laudo Psicológico e Parecer Psicológico
Histórico das Resoluções
• A elaboração dos documentos escritos tem sido pauta do CFP desde 2001
• A elaboração dos documentos psicológicos deve ser baseada nas prerrogativas do
Código e ética e das Resoluções emitidas pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP)
• Na construção histórica das normativas a respeito desta temática, tivemos as seguintes
resoluções: Res.30/2001, Res.17/2002, Res.07/2003
• A resolução atual em vigor (Fev/2022) é a Res. 06/2019 que foi concebida de modo a
ampliar o leque de documentos psicológicos para aqueles decorrentes do exercício
profissional nos mais variados campos de atuação
Res. 06/2019

“A presente Resolução tem como objetivos orientar a(o) psicóloga(o) na elaboração de documentos
escritos produzidos no exercício da sua profissão e fornecer os subsídios éticos e técnicos
necessários para a produção qualificada da comunicação escrita. Toda e qualquer comunicação por
escrito, decorrente do exercício profissional da(o) psicóloga(o), deverá seguir as diretrizes descritas
nesta Resolução”
(Res. 06/2019)
O que são considerados
documentos psicológicos?
Os documentos psicológicos
O que é um documento psicológico?
“O documento psicológico constitui instrumento de comunicação escrita resultante da prestação de
serviço psicológico à pessoa, grupo ou instituição” (Res. 06/2019).
Quando emitir?
• Solicitação do usuário do serviço de Psicologia ou de seus responsáveis legais
• Profissional específico (Ex: psiquiatras, neurologistas, pedagogos, etc)
• Equipes multidisciplinares (Ex: CREAS, CRAS, Hospitais)
• Autoridades (Ex: Juíz)
• Resultado de um processo de avaliação psicológica (AP)
• Serviço prestado à pessoa, grupo ou instituição
Os documentos psicológicos
Observações importantes
• Os envolvidos no processo possuem o direito de receber informações sobre os objetivos e
resultados do serviço prestado, bem como ter acesso ao documento produzido pela atividade
da(o) psicóloga(o).
• É dever da(o) psicóloga(o) elaborar e fornecer documentos psicológicos sempre que solicitada(o)
ou quando finalizado um processo de avaliação psicológica (AP)
Os princípios técnicos
Princípios Técnicos
1. Ao realizar seu trabalho, o que inclui a produção de documentos escritos, a(o)
psicóloga(o) deve prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho
dignas e apropriadas à natureza desses serviços, respeitando a ética e a legislação
profissional
2. Os documentos concretizam informações, portanto deve conter dados fidedignos,
buscando validar o raciocínio psicológico ali envolvido
3. A elaboração de documento deve considerar os condicionantes históricos e sociais e
seus efeitos nos fenômenos psicológicos.
4. O documento escrito deve considerar a natureza dinâmica, não definitiva e não
cristalizada do fenômeno psicológico.
Princípios Técnicos
5. A(o) psicóloga(o) deve fundamentar sua decisão, obrigatoriamente, em métodos, técnicas
e instrumentos psicológicos reconhecidos cientificamente para uso na prática profissional
6. Ao elaborar um documento em que seja necessário referenciar material teórico técnico, as
referências devem ser colocadas, preferencialmente, em nota de rodapé
7. Toda e qualquer modalidade de documento deverá ter todas as laudas numeradas,
rubricadas da primeira até a penúltima lauda, e a assinatura da(o) psicóloga(o) na última
página
8. A(o) psicóloga(o) deve resguardar os cuidados com o sigilo profissional
Princípios Técnicos
Emitir um documento escrito não fere o sigilo profissional?

• Artigos do código de ética


Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da
confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no
exercício profissional.
Art. 10 – Nas situações em que se configure conflito entre as exigências decorrentes do disposto no
Art. 9º e as afirmações dos princípios fundamentais deste Código, excetuando-se os casos previstos
em lei, o psicólogo poderá decidir pela quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do
menor prejuízo.

*Atenção – “Expor” somente o necessário e pertinente


Os princípios da linguagem
técnica
Princípios da Linguagem
• O documento psicológico é um instrumento de comunicação
1. A(o) psicóloga(o) deve expressar-se de maneira precisa, expondo o raciocínio psicológico
resultante da sua atuação profissional.
2. O texto do documento deve ser construído com frases e parágrafos que resultem de uma
articulação de ideias, caracterizando uma sequência lógica de posicionamentos que representem
o nexo causal resultante de seu raciocínio.
3. A linguagem escrita deve basear-se nas normas cultas da língua portuguesa,
4. Os documentos psicológicos devem ser escritos de forma impessoal, na terceira pessoa,
5. Os documentos psicológicos não devem apresentar descrições literais dos atendimentos
realizados, salvo quando tais descrições se justifiquem tecnicamente.
Os princípios éticos
Princípios éticos
• De modo especial, para elaboração de documentos, deverão ser observados os seguintes artigos do
Código de Ética:
Art. 1º - São deveres fundamentais dos psicólogos
b) Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal,
teórica e tecnicamente;
c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza
desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na
ciência psicológica, na ética e na legislação profissional;
f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações concernentes ao trabalho
a ser realizado e ao seu objetivo profissional;
g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos, transmitindo
somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário;
Princípios éticos
h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da prestação de serviços
psicológicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho;
i) Zelar para que a comercialização, aquisição, doação, empréstimo, guarda e forma de divulgação do material
privativo do psicólogo sejam feitas conforme os princípios deste Código
Artigo 2º - Ao psicólogo é vedado:
f) Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de atendimento psicológico cujos procedimentos,
técnicas e meios não estejam regulamentados ou reconhecidos pela profissão;
g) Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico-científica;
h) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer
declarações falsas
j) Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação que possa
interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado;
Princípios éticos
k) Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas quais seus vínculos pessoais ou profissionais, atuais
ou anteriores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da
avaliação;
q) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços psicológicos em
meios de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos ou organizações.
Art. 11 – Quando requisitado a depor em juízo, o psicólogo poderá prestar informações, considerando
o previsto neste Código.
Art. 12 – Nos documentos que embasam as atividades em equipe multiprofissional, o psicólogo
registrará apenas as informações necessárias para o cumprimento dos objetivos do trabalho.
Art. 18 – O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a leigos instrumentos e
técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício ilegal da profissão.
As infrações éticas
Infrações éticas
• Conforme pesquisa realizada por entre 1994 e 2003, a maioria (46,15%) das infrações
denunciadas ao Conselho refere-se ao exercício da avaliação psicológica (cf. Frizzo
apud Anache e Reppold, 2010)
• Os motivos das denúncias: uso dos testes aplicados, a elaboração da análise das
informações e a motivação que levou o psicólogo a conduzir uma avaliação
psicológica;
• Vale considerar que a maior incidência de processos éticos ligados à atividade deve-
se ao fato de que essa tem forte expressão em situações que podem impactar a vida
dos sujeitos
Infrações Éticas

• Pesquisa de Anache e Reppold (2010)


realizada no Conselho Federal de
Psicologia no período de 2006 a 2008;
• Neste período, foram julgados 66
processos éticos.
A Avaliação Psicológica

Aspectos a serem observados:


- Ambiente da avaliação e testagem
psicológica Produção de
Documentos com
- A escolha das técnicas avaliativas qualidade ética e
técnica resguardada
- A fundamentação na produção dos Res. 6/2019
documentos
- A devolutiva das informações
Infrações Éticas
“Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos: [...]
c) prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e
apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e
técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na
legislação profissional [...]”

• Este foi o artigo que se destacou no conjunto das infrações, estando citado em 29
processos, os quais representam 43% do conjunto delas.
• O ambiente deve ser livre de distratores ambientais (som, iluminação, mobília)
• O profissional deve ter para utilizar técnicas de avaliação reconhecidas pela Psicologia
(SATEPSI – Psicólogo pode usar)
Infrações Éticas
Art. 2º Ao psicólogo é vedado:
“[...] h) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas,
adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas [...]”

• Não é permitida a mudança da padronização da aplicação do instrumento


• “Outro exemplo é quando o psicólogo declara no laudo ter utilizado apenas o WISC III
como instrumento de avaliação psicológica de uma criança e conclui que ela apresenta
dificuldades emocionais resultantes da separação dos pais”
• “Um psicólogo, ao avaliar uma criança encaminhada pelo pediatra por suspeita de ser
vítima de abuso sexual, toma como base exclusiva de suas considerações um desenho
livre no qual a criança aparece junto ao pai e passa a afirmar, em juízo, que a criança é
abusada pelo pai”.
Infrações Éticas
“Art. 2º Ao psicólogo é vedado: [...]
g) Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico-científica [...]”

• A forma e o conteúdo dos relatórios devem zelar pela qualidade técnica e científica dos registros e utilizar
linguagem precisa, clara, inteligível e concisa;
• As infrações recorrentes à este artigo são aquelas em que o psicólogo atribui julgamentos de valor às
diferentes manifestações de comportamentos dos sujeitos avaliados, influenciado por crenças religiosas,
distinções sociais ou mesmo pelos sentimentos que as características físicas da pessoa em avaliação lhe
provoca.
• Observa-se, ainda, o uso impróprio dos instrumentos de avaliação e a falta de adequação quanto ao manejo
clínico em situação de avaliação, os quais abrangem descuidos na aplicação, correção e interpretação dos
resultados e no registro eivado de afirmações vagas. Exemplos:
- “A pessoa apresenta comportamentos problemáticos e comprometimento emocional”
- “A criança não apresentou nenhum problema de inteligência, mas precisa de acompanhamento psicológico para
melhorar a sua linguagem”.
Infrações Éticas
“Art. 1º São deveres fundamentais dos psicólogos:
f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações concernentes
ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional;
g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos,
transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou
beneficiário;
h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da prestação de
serviços psicológicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo
do trabalho [...]”
• A prestação de serviços a quem de direito merece grande atenção, pois ela se refere ao tipo de
contrato que foi estabelecido com quem solicitou os serviços
• Exemplo: Avaliação encaminhada por um neurologista de um adolescente → Devolutiva: Médico,
adolescente e responsável legal.
Infrações Éticas
Art. 9º: É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a
intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional.
Exemplo: Caso Suzane von Richthofen

▪ 25/05/2014 - Nota pública : Preocupação com matéria do Fantástico


▪ O CFP manifesta preocupação com a matéria a ser veiculada hoje, 25 de maio, no programa Fantástico, sobre
a avaliação psicológica de Suzane Von Richthofen. A matéria expõe publicamente a pessoa avaliada, com
base em instrumentos psicológicos que não podem ser publicizados, por serem privativos do exercício
profissional da Psicologia. Com base nesse contexto, o CFP repudia a veiculação desse tipo de informação
sensacionalista para o público e levanta o questionamento sobre o objetivo em expor uma avaliação
psicológica que possui caráter confidencial. O CFP informa que iniciou diálogo com a emissora responsável e
que acompanhará os desdobramentos dessa notícia para adotar as providências cabíveis no que julgar
conveniente.
▪ Retirado do site: http://site.cfp.org.br/nota-publica-cfp-demonstra-preocupacao-com-materia-do-fantastico/.
Acesso em: 27.05.15
Os tipos de documentos
psicológicos
Tipos de Documentos

I - Declaração
II - Atestado Psicológico
III – Relatório : a) Psicológico ou b) Multiprofissional
IV - Laudo Psicológico
V - Parecer Psicológico
Declaração
Conceito e finalidade
Documento escrito que tem por finalidade registrar, de forma objetiva e sucinta,
informações sobre a prestação de serviço realizado ou em realização, abrangendo
as seguinte informações:
I - Comparecimento da pessoa atendida e seu(sua) acompanhante;
II - Acompanhamento psicológico realizado ou em realização;
III - Informações sobre tempo de acompanhamento, dias e horários.
*Obs: É vedado o registro de sintomas, situações ou estados psicológicos na
Declaração.
Declaração

Modelo
Atestado Psicológico
Conceito e finalidade

1. Documento que certifica, com fundamento em um diagnóstico psicológico, uma


determinada situação, estado ou funcionamento psicológico, com a finalidade de afirmar as
condições psicológicas de quem, por requerimento, o solicita.

*Obs: “Ressalta-se que o diagnóstico psicológico a que se refere o Art. 10 não corresponde a
diagnóstico nosológico, mas sim a descrição de estado psicológico relativo aos construtos
avaliados. Desta forma, o atestado psicológico serve para informar sobre a saúde mental do
avaliando a partir de evidências científicas encontradas no âmbito da ciência psicológica” (Cf.
Resolução CFP 6/2019 comentada)
Atestado Psicológico
Conceito e finalidade

2. O atestado presta-se também a comunicar o diagnóstico de condições mentais que


incapacitem a pessoa atendida, com fins de:
I - Justificar faltas e impedimentos;
II - Justificar estar apto ou não para atividades específicas (manusear arma de fogo, dirigir veículo
motorizado no trânsito, assumir cargo público ou privado, entre outros), após realização de um
processo de avaliação psicológica, dentro do rigor técnico e ético que subscrevem a Resolução
CFP n.º 09/2018 e a presente, ou outras que venham a alterá-las ou substituí-las.
III - Solicitar afastamento e/ou dispensa, subsidiada na afirmação atestada do fato.
Atestado Psicológico
Observações importantes
• Esse é documento a ser emitido em processos de avaliação psicológica compulsória,
contudo, quando solicitado, a(o) psicóloga(o), além do atestado psicológico pode emitir também
um laudo psicológico.
• Em relação a necessidade de afastamento e/ou dispensa da pessoa baseado na avaliação de
aspectos psicológicos, cabe observar aspectos legais relativos a esse afastamento e/ou
dispensa (Lei)
• A(o) psicóloga(o) deve manter em seus arquivos uma cópia dos atestados psicológicos emitidos,
junto a todo o material resultante do processo avaliativo, protocolado com data, local e assinatura
de quem recebeu o documento, para fins de comprovação e fiscalização (5 anos)
Atestado Psicológico

Modelo
Relatório Psicológico
Conceito e finalidade
“(...) instrumento de comunicação escrita resultante da prestação de serviço psicológico à pessoa,
grupo ou instituição” (Cf. Resolução CFP 6/2019 comentada)

Documento que, por meio de uma exposição escrita, descritiva e circunstanciada, considera os
condicionantes históricos e sociais da pessoa, grupo ou instituição atendida, podendo também ter
caráter informativo.
Visa a comunicar a atuação profissional da(o) psicóloga(o) em diferentes processos de trabalho já
desenvolvidos ou em desenvolvimento, podendo gerar orientações, recomendações,
encaminhamentos e intervenções pertinentes à situação descrita no documento, não tendo
como finalidade produzir diagnóstico psicológico
Relatório Psicológico
Conceito e finalidade

I - O relatório psicológico é uma peça de natureza e valor técnico-científico, devendo conter narrativa
detalhada e didática, com precisão e harmonia.
II - Deve ser construído com base no registro documental elaborado pela(o) psicóloga(o), em
conformidade com a Resolução CFP n.º 01/2009 ou resoluções que venham a alterá-la ou substituí-
la.
III - O relatório psicológico não corresponde à descrição literal das sessões, atendimento ou
acolhimento realizado, salvo quando tal descrição se justifique tecnicamente. Este deve explicitar a
demanda, os procedimentos e o raciocínio técnico-científico da(o) profissional, bem como suas
conclusões e/ou recomendações.
Relatório Psicológico
Exemplos de contextos (Cf. Resolução CFP 6/2019 comentada)
• Visitas domiciliares,
• Subsidiar atividades de outros profissionais,
• Subsidiar encaminhamentos,
• Relatos de estudo de caso,
• Relatórios para solicitação de ampliação de número de sessões para planos de saúde.
Relatório Psicológico

Modelo
Relatório Multiprofissional
Conceito e finalidade
É resultante da atuação do psicólogo em contexto multiprofissional, podendo ser produzido em
conjunto com profissionais de outra área.

Devem ser observadas as mesmas características do Relatório Psicológico


Relatório Multiprofissional

Modelo
Laudo Psicológico
Conceito e finalidade
O laudo psicológico é o resultado de um processo de avaliação psicológica, com finalidade de
subsidiar decisões relacionadas ao contexto em que surgiu a demanda. Apresenta informações
técnicas e científicas dos fenômenos psicológicos, considerando os condicionantes históricos e
sociais da pessoa, grupo ou instituição atendida.
Deve conter narrativa detalhada e didática, com precisão e harmonia, tornando-se acessível e
compreensível ao destinatário
Deve apresentar os procedimentos e conclusões gerados pelo processo de avaliação psicológica,
limitando-se a fornecer as informações necessárias e relacionadas à demanda e relatar: o
encaminhamento, as intervenções, o diagnostico, o prognostico, a hipótese diagnóstica, a evolução
do caso, orientação e/ou sugestão de projeto terapêutico.
Laudo Psicológico

Modelo
Parecer Psicológico
Conceito e finalidade
O parecer psicológico é um pronunciamento por escrito, que tem como finalidade apresentar uma
análise técnica, respondendo a uma questão problema do campo psicológico ou a documentos
psicológicos questionados.
I - O parecer psicológico visa a dirimir dúvidas de uma questão-problema ou documento psicológico
que estão interferindo na decisão do solicitante, sendo, portanto, uma resposta a uma consulta.
II - A elaboração de parecer psicológico exige, da(o) psicóloga(o), conhecimento específico e
competência no assunto.
III - O resultado do parecer psicológico pode ser indicativo ou conclusivo.
IV - O parecer psicológico não é um documento resultante do processo de avaliação psicológica ou
de intervenção psicológica.
Parecer Psicológico

Modelo
Guarda dos documentos
Guarda dos documentos
• Os documentos e como todo o material que os fundamentaram, sejam eles em forma física ou
digital, deverão ser guardados pelo prazo mínimo de 5 (cinco) anos
• A responsabilidade pela guarda cabe à(ao) psicóloga(o) em conjunto com a instituição em que
ocorreu a prestação dos serviços profissionais.
• No caso de interrupção do trabalho da(do) psicóloga(o), por quaisquer motivos, ele deverá zelar
pelo destino dos seus arquivos confidenciais:
a) Em caso de demissão ou exoneração, o psicólogo deverá repassar todo o material ao psicólogo
que vier a substituí-lo ou lacrá-lo para posterior utilização pelo psicólogo substituto.
b) Em caso de extinção do serviço de Psicologia, o psicólogo responsável informará ao Conselho
Regional de Psicologia que providenciará a destinação dos arquivos confidenciais.
Destino e envio dos
documentos
Destino e envio dos documentos
• Os documentos produzidos pela(o) psicóloga(o) devem ser entregues diretamente ao beneficiário
da prestação do serviço psicológico, ao seu responsável legal e/ou ao solicitante, em entrevista
devolutiva.
• É obrigatório manter protocolo de entrega de documentos, com assinatura do solicitante,
comprovando que este efetivamente o recebeu e que se responsabiliza pelo uso e sigilo das
informações contidas no documento.
• Os documentos produzidos poderão ser arquivados em versão impressa, para apresentação no
caso de fiscalização do Conselho Regional de Psicologia ou instâncias judiciais.
Prazo de Validade do Conteúdo
dos Documentos
Prazo de Validade dos Documentos
• O prazo de validade do conteúdo do documento escrito deverá ser indicado no último parágrafo
do documento.
• Deverá considerar a normatização vigente na área em que atua a(o) psicóloga(o), bem como a
natureza dinâmica do trabalho realizado e a necessidade de atualização contínua das
informações.
• Não havendo definição normativa, o prazo de validade deve ser indicado pela(o)
psicóloga(o), levando em consideração os objetivos da prestação do serviço, os procedimentos
utilizados, os aspectos subjetivos e dinâmicos analisados e as conclusões obtidas.
Referências
Anache, A. & Reppold, C. T. (2010). Avaliação Psicológica: Implicações éticas. In Conselho Federal de Psicologia
(Org.), Avaliação Psicológica: Diretrizes na regulamentação da profissão (pp. 57-85). Brasília: CFP.
Conselho Federal de Psicologia (CFP). (2005). Resolução CFP nº 010/2005. Aprova o Código de Ética
Profissional do Psicólogo. Brasília, DF.
Resolução Nº 006, de 29 de março de 2019. Institui as regras para a elaboração de documentos escritos
produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional. Brasília, DF: Conselho Federal de Psicologia.

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