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Raciocínio Neuropsicológico e Prática

Clínica do Adulto e Idoso

Prof. Ms. Rejane Soares Ferreira


Um pouco sobre mim...
Minhas fases
• Fase encantada: quando eu comecei a conhecer sobre a cognição
Minhas fases
• Fase apaixonada: quando comecei o curso de Neuropsicologia
Minhas fases
• Fase preocupada: quando percebi o quanto não sabia
Minhas fases
• Fase desesperada: quando eu estava finalizando o curso
Minhas fases
• Fase da humildade: quando reconheci que não sabia fazer sozinha,
mesmo já sendo especialista
Minhas fases
• Fase de maturidade: alguns anos depois da pós
Minhas fases
• Fase de demanda de estudo: nunca terminou!
Raciocínio Clínico
Raciocínio Clínico
Funções - Atenção
Funções – Funções Executivas
Funções - Memória
Funções - Percepção
Funções - Praxia
Funções - Linguagem
Funções
Questão norteadora

O que precisa conter em um laudo neuropsicológico? Liste os itens


cobrados pelo CRP e comente sobre como os resultados podem ser
apresentados.
A árdua tarefa de elaborar
um laudo

O fim retoma o início... O laudo descreve o que foi perguntado na


indicação para a ANP
Avaliação + Elaboração de
laudo + Compromisso ético
O que diz o CFP???
RESOLUÇÃO Nº 6, DE 29 DE MARÇO DE 2019

Institui regras para a elaboração de documentos escritos produzidos


pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS NA ELABORAÇÃO
DE DOCUMENTOS PSICOLÓGICOS

O documento psicológico constitui instrumento de comunicação escrita


resultante da prestação de serviço psicológico à pessoa, grupo ou
instituição.

Sempre vale aquilo que é documentado!!!


Princípios Técnicos
§ 1º Os documentos emitidos pela(o) psicóloga(o) concretizam
informações fundamentais e devem conter dados fidedignos que
validam a construção do pensamento psicológico e a finalidade a que
se destina.

§ 2º A elaboração de documento decorrente do serviço prestado no


exercício da profissão deve considerar que este é o resultado de uma
avaliação e/ou intervenção psicológica, observando os condicionantes
históricos e sociais e seus efeitos nos fenômenos psicológicos.

§ 3º O documento escrito resultante da prestação de serviços


psicológicos deve considerar a natureza dinâmica, não definitiva e não
cristalizada do fenômeno psicológico.
Princípios Técnicos
§ 5º Na realização da Avaliação Psicológica, ao produzir documentos
escritos, a(o) psicóloga(o) deve se basear no que dispõe o artigo 2º da
Resolução CFP nº 09/2018, fundamentando sua decisão,
obrigatoriamente, em métodos, técnicas e instrumentos psicológicos
reconhecidos cientificamente para uso na prática profissional da(o)
psicóloga(o) (fontes fundamentais de informação), podendo, a
depender do contexto, recorrer a procedimentos e recursos auxiliares
(fontes complementares de informação).
Princípios Técnicos
§ 6º A(o) psicóloga(o) deve resguardar os cuidados com o sigilo
profissional, conforme previsto nos artigos 9º e 10º do Código de Ética
Profissional do Psicólogo.

§ 7º Ao elaborar um documento em que seja necessário referenciar


material teórico técnico, as referências devem ser colocadas,
preferencialmente, em nota de rodapé, observando a especificidade do
documento produzido.

§ 8º Toda e qualquer modalidade de documento deverá ter todas as


laudas numeradas, rubricadas da primeira até a penúltima lauda, e a
assinatura da(o) psicóloga(o) na última página.
LAUDO PSICOLÓGICO - Conceito e finalidade

O laudo psicológico é o resultado de um processo de avaliação


psicológica, com finalidade de subsidiar decisões relacionadas ao
contexto em que surgiu a demanda. Apresenta informações técnicas e
científicas dos fenômenos psicológicos, considerando os
condicionantes históricos e sociais da pessoa, grupo ou instituição
atendida.
LAUDO PSICOLÓGICO - Conceito e finalidade
O Laudo Psicológico é composto de 6 (seis) itens:

a) Identificação;
b) Descrição da demanda;
c) Procedimento;
d) Análise;
e) Conclusão;
f) Referências.
Sigamos para o laudo da
avaliação neuropsicológica
“Recados iniciais”

• O laudo é a síntese do processo investigado na ANP, daí a sua


complexidade e a justificativa de não haver um modelo único de
laudo!

• Mas, mesmo não havendo um modelo único, algumas informações


não podem deixar de serem descritas.
Importante
• É uma produção técnico-científica de cada profissional e isso inclui o
uso da linguagem e a organização do documento de modo singular!

• Em algumas instituições, entretanto, o layout segue um modelo. Mas,


ainda assim, a escrita assume a singularidade do avaliador.
Desafios
• 1. A escrita:

Redação precisa e sintética;


Uso correto dos termos científicos, mas com clareza;
Língua portuguesa correta.
Desafios
• 2. A análise clínica:

Organizar o raciocínio clínico frente aos dados coletados (entrevistas,


instrumentos formais, exames complementares, observação ecológica,
dados qualitativos...) e as hipóteses diagnósticas.
Desafios
• 3. Responsabilidade técnico-científica e legal:

Descrever os dados com conhecimento científico, ter a competência


técnica para realizar a análise clínica e elucidar uma conclusão com a
consciência dos desdobramentos que ela poderá trazer (tratamento e
decisões jurídicas).
Fatores de competência do profissional

• Busca contínua de formação


• Pesquisa bibliográfica atualizada
• Prática clínica supervisionada enquanto for preciso
• Constante autocrítica
Importante!
• O profissional precisa se atentar aos possíveis interesses, vieses,
ganhos secundários...

• Até na descrição das queixas pode haver super ou subvalorização das


mesmas.

• O profissional deverá ter uma postura imparcial, além de considerar o


máximo de fontes possível sobre o funcionamento do paciente.
Por onde se inicia???
Pelo encaminhamento
O encaminhamento

• Ideal: descrição dos aspectos cognitivos do paciente com suas queixas


e hipóteses de quadros de saúde neurológica, psiquiátrica,
desenvolvimental, ou até mesmo por necessidade de identificação de
estratégias que otimizem o funcionamento dos processos cognitivos.
Exemplos

Solicito ANP da Srª. Maria da Silva, 64 anos,


queixas de falhas na memória, em tto com
Pondera há 3 meses, sem remissão das
queixas de memória. CDR: 0,5. MEEM: 27.
HD: CCL? DA inicial?
Exemplos

Encaminho o Antônio Queiroz, 38 anos, TCE em


20/10/18, polifratura, UTI por 14 dias, APT
moderada (5 dias), queixas de nervosismo, falhas
cognitivas e anosoagnosia. Demanda de ANP
para descrição das disfunções cognitivas e avaliar
possibilidade de retomar as atividades laborais,
ou não.
Exemplos

Encaminho o Sr. Jorge Silva para avaliação


neuropsicológica. Presença de declínio cognitivo,
parkinsonismo e alucinação. HD: DCL, DP ou HPA?
Exemplos

Solicito ANP de Rafael dos Santos, 19 anos, para


auxílio no processo de investigação de F.90.0
Histórico de agitação e dificuldade escolar na
infância e queixa atual de dificuldade nos estudos.
Consideração

• Ainda que uma determinada habilidade cognitiva seja priorizada


(memória, atenção, função executiva...), o laudo deve apresentar uma
descrição, ainda que breve, das demais funções cognitivas.
Consideração
• Ainda que a avaliação neuropsicológica priorize as funções cognitivas,
muitas vezes o padrão comportamental e/ou as reações emocionais
precisarão ser avaliadas.

• Identificar sintomas neuropsiquiátricos é fundamental e correlacioná-


los com determinadas patologias é imprescindível!
Frente a isso tudo, como
definimos um laudo
neuropsicológico?
Definição

• “O laudo neuropsicológico é a documentação escrita do processo de


avaliação neuropsicológica, que deve ser associada á devolução oral
sempre que possível”.

(Zimmermann & Cols., 2016)


Objetivo
• Esclarecer o processo da avaliação, desde a demanda, os
instrumentos, os resultados e a conclusão.

• Finalidade: responder uma demanda ou pergunta de


encaminhamento a fim de possibilitar ou contribuir para um
diagnóstico, planejamento de intervenções ou decisão legal judicial.
Sigamos para os
fundamentos
metodológicos!
Procedimento
• Observação e entrevistas clínicas – procedimentos contínuos, desde o
agendamento, até a devolução.

• Observação da dinâmica familiar, do padrão comportamental, do


padrão de auto exigência, da metacognição, do empenho, do
envolvimento com as tarefas, da tolerância à frustração, da qualidade
da atenção, da postura interpessoal, da velocidade de execução...
Procedimento
• Coleta de dados de fatores individuais (biológicos e socioemocionais):
sexo, idade, escolaridade, padrão comportamental

• Fatores socioculturais (potencializadores e limitadores ambientais):


nível socioeconômico, escolarização, estimulação ambiental
Procedimento
• Fatores clínicos: histórico do desenvolvimento, das queixas, da saúde
geral, uso de medicações, padrão de sono/ alimentação/autocuidado,
eventos estressores, transtornos psiquiátricos/ humor/ ansiedade,
sinais neurológicos / funcionalidade geral

• Dados referentes a outros exames (imagem, de outras áreas


profissionais, prontuários...)
Elaborar um roteiro de
entrevista!
Descrição do Avaliando
• Nome
• Data de nascimento e idade
• Escolaridade e ocupação
• Encaminhamento
• Queixa
• Saúde geral
• Medicação / exame de imagem
• Gestação, parto, desenvolvimento motor e de linguagem (se for o caso)
• Dados da escolarização (se for o caso)
• Padrão comportamental e mudanças no mesmo (se for o caso)
• Humor e histórico de transtorno psiquiátrico (se for o caso)
• Abuso de substâncias (se for o caso)
• Padrão atual de sono, alimentação, higienização, autocuidado, atividade física... (se for o caso)
Procedimento e Resultados

• Após a entrevista a avaliador realizará a organização dos instrumentos


mediante a pergunta de hipótese diagnóstica.

• Sobre a seleção dos instrumentos: priorizar sempre os favoráveis pelo


Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI)
A escolha da bateria
• Dependerá também das condições de avaliação do paciente:
dificuldade visual, dificuldade de compreensão ou expressão verbal,
dificuldade auditiva, dificuldade motora... Tudo isso exigirá um perfil
mais restrito de instrumentos.

• Poderá acontecer, ainda, intercorrências não previstas que exigirão


que o avaliador utilize instrumentos não previstos na bateria inicial.
Sobre os testes
• A ordem da aplicação não precisa ser apresentada no laudo.

• Narra-se quantas sessões foram necessárias para todo o processo de


avaliação e qual a duração média de cada sessão.

• O avaliador precisa saber qual o construto de cada instrumento, bem


como observar e analisar os tipos de erro, as estratégias de respostas,
o empenho, para uma descrição quali-quantitativa dos mesmos.
Exemplo
• Embora o paciente tenha pontuado o instrumento FTD de modo a
apresentar-se com o controle inibitório conforme o esperado para sua
faixa etária, a impulsividade de resposta observada na relação
interpessoal e nas respostas de outros instrumentos desta avaliação
(cópia da Fig. Complexa de Rey, por exemplo) indicam que há
momentos de baixo controle inibitório.

•A análise clínica é soberana!!!


Sobre os testes
• Pode haver também uma análise clínica que vá além dos dados
quantitativos considerados isoladamente.

• Exemplo: um avaliando apresenta QIE e QIV acima da média e todos


os índices da bateria Wechsler acima da média, exceto o Índice de
Memória Operacional (pontuação 92). O que isso pode significar?

• Mais uma vez, a clínica é soberana!


Sobre os testes

• Cada instrumento traz a sua descrição estatística de classificação.

• Média com desvio-padrão, percentil, escore-T, escore-Z, nota


ponderada
Sobre os testes
• No laudo, deve-se considerar a classificação que o manual informar.

• Na apresentação dos dados, é interessante mencionar a pontuação


média esperada, o que o sujeito respondeu e a classificação que isso
tem.
Exemplo

Instrumento Média esperada Resposta do paciente Classificação


Dígitos (WAIS) 8 - 13 7 Dificuldade leve
SNL (WAIS) 3-7 4 Média
Aritmética (WAIS) 6 - 11 5 Dificuldade Leve
Sobre os testes
• Há avaliadores que incluem o mínimo da média esperada e o máximo
da pontuação do instrumento.
Instrumento Máximo da Média esperada Mínimo da Resposta do Classificação
pontuação média paciente
Dígitos (WAIS) 30 10-11 8 7 Dificuldade leve

SNL (WAIS) 21 5 3 4 Média

Aritmética 22 9 6 5 Dificuldade Leve


(WAIS)
Sobre os testes
• Os resultados poderão ser apresentados com tabelas, com gráficos ou
com textos descritivos.

• Orienta-se o uso de tabelas e gráficos para uma melhor visualização


dos dados. Costuma ser mais didático! Mas a escolha final é do
avaliador!
RAVLT
12

10

0
A1 A2 A3 A4 A5 B1 A6 A7 Rec.
Média 4 6 7 8 10 3 8 7 6
Mínimo 3 5 6 7 8 2 6 6 3
Paciente 3 4 6 6 6 2 2 1 0

Média Mínimo Paciente


Sobre os testes

• Os escores quantitativos denota maior cientificidade e leitura didática


dos dados, entretanto, a informação sobre as funções é o que
norteará os resultados para o paciente, os familiares, os demais
profissionais da saúde, a escola e as decisões judiciais.
Observe a diferença!
1. O paciente apresentou pontuação 28 na cópia da Figura Complexa de
Rey e pontuação 10 na atividade de cópia do BVRT, ambos na média.
Instrumento Média esperada Resposta do paciente Classificação

Fig. Complexa Rey 27 - 33 28 Média


(cópia)
BVRT (cópia) 10 10 Média

2. Visuoconstrução conforme o esperado em mais de um instrumento


aplicado, com habilidades de planejamento e de noção espacial sem
presença de erros frequentes.
Sobre os testes

• Os dados numéricos são para elucidar o avaliando e os interessados


sobre o funcionamento cognitivo, bem como para uma comparação
em casos de demanda de reavaliação, entretanto, a descrição
narrativa das funções é o mais importante!
Sobre os testes

• Várias são as possibilidades de levantamento de dados em testes


cujos manuais não abordam sobre isso.

• Vocês se recordam de algum exemplo?


Exemplos
• A organização do rastreio visual em tarefas de cancelamento não
lineares, como do TCS 1 e 2.

• As categorias em tarefas de fluência (cluster - agrupamento) e


alternância das mesmas (switching – abrir mão de uma categoria para
ir para outra).

• Tentativas de associações em tarefas de memorização.


Sobre os testes

• Enfim, o que for relevante deve ser reportado.

• E o laudo tem o objetivo de descrever as funções cognitivas do


paciente e não somente a pontuação direta nos testes.
Conclusão
• Síntese dos principais resultados relevantes ao caso e comparação do
perfil cognitivo à hipótese diagnóstica.

• Importante: a definição diagnóstica somente poderá ser realizada


mediante parecer médico!!! Utiliza-se os verbos: sugerir, indicar,
corroborar...
Exemplos
1. Os dados desta avaliação neuropsicológica sugerem que o paciente Sr. Fulano
apresenta perfil cognitivo característico de Transtorno Neurocognitivo Maior
(DA), em fase inicial, entretanto, a confirmação diagnóstica somente será
realizada mediante parecer médico. Sugere-se atividades de reabilitação
cognitiva e uma reavaliação daqui a, no mínimo, seis meses, para
acompanhamento do quadro.
2. Os achados neuropsicológicos sugerem que Ciclana da Silva apresenta cognição
geral preservada, bem como qualidade atentiva geral conforme o esperado
para a faixa etária. Os dados coletados não corroboraram com TDAH,
entretanto, a confirmação diagnóstica somente será realizada mediante
parecer médico. Nota-se presença de ansiedade e considera-se que esse quadro
emocional pode estar comprometendo a cognição da paciente em suas
atividades escolares. Sugere-se psicoterapia.
RETOMANDO...
“ESQUELETO DO LAUDO”
a) Identificação
b) Descrição da demanda
c) Procedimento
d) Resultados e análise
e) Conclusão
f) Sugestões e/ou encaminhamentos
g) Referências
Dicas gerais

• Organizar os resultados pelas funções

• Escrita autoral (cópia não autorizada é plágio)

• Fazer supervisão enquanto não se sentir capaz de fazer toda a análise


clínica individualmente.
Dicas gerais
• Evitar informações não pertinentes à avaliação.

• Evitar termos coloquiais ou totalizadores como “muito”, “sempre” ou


“totalmente”.

• Observar a concordância verbal e nominal. Colocar os dados em 3ª


pessoa!!!
Exemplo
Exemplo 1: Laudo da Avaliação
Neuropsicológica
1. Identificação

• Nome: (nome do avaliado)


• Data de Nascimento: DD/MM/AAAA
• Idade: (idade em anos e meses no momento da avaliação)
• Ocupação: (profissão do avaliado)
• Nível Educacional: (indicar o nome da escola e o ano que frequenta)
• Data da Avaliação: (identificar o período da avaliação. Ex. maio e junho de 2020)
• Medicação: (identificar medicação de uso regular)
• Autor: (nome do profissional autor do relatório) CRP/XX-XXXXX (número da inscrição profissional)
• Encaminhamento: (identificar quem solicitou a avaliação neuropsicológica – médico, empresa, busca espontânea, etc)
Exemplo 1: Laudo da Avaliação
Neuropsicológica
2. Descrição da Demanda

• Motivo do Encaminhamento: (narração das informações referentes à


problemática apresentada e dos motivos, razões e expectativas que
produziram o pedido do documento). Pode transcrever o
encaminhamento médico, se o tiver, e acrescentar dados relevantes.
Exemplo 1: Laudo da Avaliação
Neuropsicológica

3. Procedimentos: apresentará os recursos e instrumentos técnicos


utilizados para coletar as informações (número de encontros, pessoas
ouvidas, instrumentos utilizados*, etc), à luz do referencial teórico-
filosófico que os embasa.

Sugestão: listar os instrumentos principais e os exames complementares


Exemplo 1: Laudo da Avaliação
Neuropsicológica
4. Resultados dos Dados da Entrevista

Anamnese – (com quem foi coletada)


História Pessoal: (informações acerca da gestação, nascimento, com quem reside, sono, apetite,
social, etc)
História da Doença Atual: (como iniciaram os sintomas, onde eles aprecem, como, desde quando, se
pioram ou melhoram com alguém ou alguma coisa, etc)
Medicações em uso: (descrever pelo menos nome e dose)
Antecedentes Familiares: (existência de casos parecidos ou de problemas recorrentes na família)
Atitude em Tarefa: (descrever como o indivíduo se comportou nos atendimentos, se foi colaborativo
ou precisou utilizar recursos para aderência, se estava motivado, se mostrou compreender
adequadamente o que era proposto, quais comportamentos foram observados, etc)
Exemplo 1: Laudo da Avaliação
Neuropsicológica
5. Resultados das Funções Avaliadas: a partir daqui serão descritos os resultados quantitativos e
qualitativos de cada domínio cognitivo! Não é obrigatório colocar tabelas e gráficos, sendo esta
formatação uma sugestão opcional, porém precisam ser informados os resultados numéricos e a
análise destes resultados.
• Rastreio Cognitivo: (opcional – Mais utilizado em laudos de idosos. Pode colocar informações de
testes de rastreio que realizou com resultados quantitativos e qualitativos.)
• Capacidade Cognitiva Global: (opcional – Mais utilizado em laudos de crianças e adolescentes.
Pode colocar informações de instrumento de QI, caso tenha realizado, com resultados alcançados
tanto quantitativos quanto qualitativos.)
• Funções avaliadas: descrever cada uma separadamente – atenção, funções executivas, memória,
percepção, praxia, linguagem
• Outros dados que julgar relevante: funcionalidade, quadro emocional
Exemplo 1: Laudo da Avaliação
Neuropsicológica
6. Conclusão:
• (expor o resultado e/ou considerações a respeito de sua investigação a partir das referências que
subsidiaram o trabalho. É uma síntese geral a partir da análise do caso. As considerações geradas
pelo processo de avaliação psicológica devem transmitir ao solicitante a análise da demanda em
sua complexidade e do processo de avaliação psicológica como um todo. Salientar primeiro as
forças do sujeito e, em seguida, as dificuldades identificadas)

7. Sugestões de Conduta (Encaminhamentos/ Recomendações):


• (importante dar sugestões de trabalho que contemplem a complexidade das variáveis envolvidas
durante todo o processo e que podem ajudar na melhora das dificuldades encontradas. Se
necessário pode listar algumas sugestões e/ou orientações)

• 8. Referências
Exemplo 2: Laudo da Avaliação Neuropsicológica
Kochhann et al (2016); Serrao & Memóira (2017)
Seção Conteúdo

Cabeçalho Título da avaliação ou reavaliação e apresentação do profissional responsável (com CRP e titulação)

Introdução Descrição dos motivos do encaminhamento ou da procura pela avaliação

Identificação do paciente Nome completo; idade. Sexo; lateralidade manual; escolaridade; ocupação atual; informantes quando houver

História pregressa e atual Dados coleados na entrevista com o paciente e informante sobre saúde, educação/labor, queixas

Procedimentos e instrumentos Técnicas principais e complementares

Resultados da avaliação Descrição dos escores dos testes, narrativa qualitativa e quantitativa

Síntese dos resultados e Confirmar ou refutar a hipótese diagnóstica; incluir orientações de manejo, de mudanças de hábitos,
conclusão encaminhamento para avaliações complementares ou intervenções e se há necessidade de reavaliação.
Data da realização Período em que a avaliação foi realizada

Assinatura Todas as laudas devem ser rubricadas e a assinatura (com carimbo) e a data de entrega deve ser inserida no
final
Referências Apresentar as referências dos materiais utilizados
Considerações Finais
• Se não foi possível identificar o perfil neuropsicológico, narre isso!!!

• Não podemos nos sentir pressionados a emitir um laudo que “defina”


o diagnóstico do paciente.

• Algumas vezes, somente uma reavaliação (ou reavaliações) elucidarão


melhor o diagnóstico.
Bom estudo!!!
Sigamos...

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