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Legislação
❏ A respeito da utilização da CID-10 em laudos psicológicos, verifica-se que, conforme
a parágrafo único do art. 1º da Resolução CFP nº 15/1996, que institui e
regulamenta a concessão de atestado Psicológico para tratamento de saúde por
problemas psicológicos, “fica facultado ao psicólogo o uso do Código Internacional
de Doenças - CID, ou outros Códigos de diagnóstico, científica e socialmente
reconhecidos, como fonte para enquadramento de diagnóstico.” Uma vez que a
CID-10 é uma Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à
Saúde é publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), é um manual de uso
internacional e não pode ser entendida como propriedade dos médicos. Ademais,
ela foi elaborada a partir da contribuição de várias áreas do conhecimento, não só
da medicina.
CID - 10 - a Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à
Saúde (também conhecida como Classificação Internacional de Doenças – CID 10)
é publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e visa padronizar a
codificação de doenças e outros problemas relacionados à saúde. A CID 10 fornece
códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais,
sintomas, aspectos anormais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas
para ferimentos ou doenças. A cada estado de saúde é atribuída uma categoria
única à qual corresponde um código CID 10.
❏ Art. 13º Ao portador do diploma de Psicólogo é conferido o direito de ensinar
Psicologia nos vários cursos de que trata esta lei, observadas as exigências legais
específicas, e a exercer a profissão de Psicólogo. (Lei nº 4.119, de 27/08/1962.)
❏ § 1º - Constitui função privativa do Psicólogo a utilização de métodos e técnicas
psicológicas com os seguintes objetivos:
❏ diagnóstico psicológico;
❏ orientação e seleção profissional;
❏ orientação psicopedagógica;
❏ solução de problemas de ajustamento.
❏ § 2º - É da competência do Psicólogo a colaboração em assuntos psicológicos
ligados a outras ciências.
❏ Para saber quais são os testes validados e que podem ser aplicados pelo psicólogo:
Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos - http://satepsi.cfp.org.br/
❏ O SATEPSI foi desenvolvido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) com o
objetivo de avaliar a qualidade técnico-científica de instrumentos psicológicos para
uso profissional, a partir da verificação objetiva de um conjunto de requisitos
técnicos e divulgar informações sobre os testes psicológicos à comunidade e
às(aos) psicólogas(os).
Avaliação Psicológica
❏ Área de estudo e prática específica do psicólogo, somente psicólogo pode realizar
uma avaliação psicológica.
❏ A avaliação psicológica permeia toda e qualquer prática da psicologia, portanto pode
ser utilizada por esses profissionais em quaisquer que seja seu espaço de atuação.
❏ Processo técnico-científico de coleta de dados, estudos e interpretação de
informações. *
❏ A respeito dos fenômenos psicológicos - resultantes da relação do com indivíduo
com a sociedade. *
❏ Utilizando-se, para tanto, de estratégias psicológicas - métodos, técnicas e
instrumentos. (*Fonte: resolução do CFP n° 007/2003)
❏ Os resultados das avaliações devem considerar e analisar os condicionantes
históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo, com a finalidade de servirem como
instrumentos para atuar não somente sobre o indivíduo, mas na modificação desses
condicionantes que operam desde a formulação da demanda até a conclusão do
processo de avaliação psicológica.
❏ Estratégia de Avaliação:
❏ Testes psicométricos
❏ Entrevistas
❏ Testes projetivos
❏ Observação sistemática do comportamento
❏ Processo complexo/ Sistemático/ Amostras do comportamento
❏ Pode medir diferentes coisas- diferentes objetivos
❏ Entrevistas:
❏ São muito similares aos questionários, porém os investigadores obtém
relatos diretamente: face a face;
❏ Na psiquiatria: estruturadas - são estruturadas, apresentando perguntas
definidas;
❏ Psicologia: não estruturada - são abertas, onde os respondentes são livres
para dizer o que desejam;
❏ Semi Estruturada - onde há um roteiro a ser seguido, porém pode modificar
ou acrescentar coisas ao decorrer da entrevista; e
❏ Diagnóstico Clínico - ou sindrômico, é a descrição de sinais e sintomas.
❏ Os entrevistadores precisam ter habilidades sociais, gerar confiança e
transmitir empatia;
Psicodiagnóstico
❏ Forma específica de Avaliação Psicológica.
❏ Conduzida com propósitos clínicos.
❏ Visa a identificar forças e fraquezas no funcionamento psíquico.
❏ Tem como expectativa: a descrição e compreensão, o mais profunda e
completamente possível da personalidade do paciente ou do grupo familiar.
❏ Dica OCampo e Cunha - referências mais importantes quando se trata do
psicodiagnóstico.
Diferença entre Avaliação Psicológica e Psicodiagnóstico
Avaliação Psicológica Psicodiagnóstico
Psicodiagnóstico - Aprofundamento
❏ Psicodiagnóstico na perspectiva de OCampo - segundo OCampo e colaboradores,
os quatros momentos do processo psicodiagnóstico são:
1. Primeiro contato e entrevista inicial com o paciente e com os pais (quando for
o caso).
❏ Tem como objetivos: conhecer o paciente e sua demanda, além de
permitir a formulação de hipóteses para planejar a bateria de testes a
aplicar.
❏ As hipóteses devem ser traduzidas em forma de perguntas
norteadoras do processo subsequente.
2. Aplicação de testes e técnicas projetivas (selecionados de acordo com o
caso específico)
❏ A bateria de testes deve ser aplicada em uma sequência específica,
considerando o aspecto avaliado por cada um, seu nível de
estruturação e caráter ansiogênico.
❏ OCampo e cols. afirmam que os testes projetivos são fundamentais
na avaliação porque apresentam padronização, o que confere uma
segurança importante ao diagnóstico.
3. Encerramento do processo: entrevista devolutiva, cujo objetivo é comunicar
ao paciente (ou aos pais) o que se passa com ele e orientá-lo com relação à
conduta a ser seguida.
❏ Segundo OCampo e cols., na entrevista devolutiva a transmissão da
informação é o objetivo básico. No entanto, às vezes, adquire um
significado mais profundo, quando surgem lembranças reprimidas ou
atitudes inesperadas que podem alterar o plano de intervenção.
4. Informe escrito ou laudo, no caso de encaminhamento para outro profissional
ou devolução para a fonte solicitante só psicodiagnóstico, levando em
consideração o código de ética e de sigilo profissional.
❏ Psicodiagnóstico na perspectiva de Cunha - Cunha e colaboradores descrevem as
etapas do Processo Psicodiagnóstico de forma mais detalhada:
1. Realização da entrevista inicial - levantamento dos motivos (manifesto -
quando se fala a queixa e latente - sinais, sintomas ou comportamentos não
manifestos) da consulta.
❏ Permite ao psicólogo identificar as ansiedades, defesas e fantasias do
indivíduo, bem como favorece o acesso a informações sobre a
história pessoal e familiar dessa pessoa. Nesta etapa são elaboradas
as hipóteses iniciais que nortearão a avaliação psicológica.
2. Elaboração do plano de avaliação - etapa em que as hipóteses formuladas e
os conteúdos coletados nas entrevistas iniciais (em alguns casos o psicólogo
necessita de mais de uma entrevista para conseguir identificar e traçar esse
panorama) são analisados, tendo em vista a seleção dos instrumentos e
técnicas mais adequados às características do indivíduo e às demandas
sinalizadas.
❏ O plano de avaliação sempre deve ser planejado de acordo com o
caso em análise.
❏ Nesta etapa podem ocorrer também entrevistas vinculares, com
familiares ou outras pessoas importantes, visando coletar
informações adicionais que permitam o melhor conhecimento do
caso.
3. Execução do plano de avaliação - ocorre por meio da aplicação das técnicas
e testes selecionados a partir das necessidades específicas do sujeito em
processo de avaliação. Nesta etapa ocorre a coleta de dados qualitativos e
quantitativos.
❏ Apesar do uso de testes não ser obrigatório, sua aplicação é bastante
recomendada, devendo ser utilizados instrumentos que atendam aos
critérios de validade, fidedignidade e confiabilidade.
4. Estudo do material - nesta etapa todos os dados coletados são compilados,
analisados, correlacionados e interpretados, visando à compreensão mais
completa possível da situação motivadora do processo de avaliação.
❏ Nesta análise, deve-se considerar o contexto em que a solicitação
ocorreu, às características individuais do sujeito estudado, os
condicionantes ambientais e psíquicos associados ao momento atual
do sujeito.
5. Entrevista de devolução - este é o último momento do processo
psicodiagnóstico, quando o psicólogo retoma os motivos da avaliação
sinalizados na entrevista inicial, explicando aí avaliado a maneira como foi
conduzido o processo.
❏ Nessa etapa são apresentados os resultados encontrados,
sinalizando o final do processo de avaliação e indicando a terapêutica
a ser adotada.
❏ Recomenda-se que sejam realizadas entrevistas separadas para
apresentar os resultados ao indivíduo avaliado e a seus familiares.
❏ Quando a avaliação for de um grupo, os resultados devem ser
apresentados a todos juntos.
Enquadre - o enquadre é um contrato que o profissional estabelece com o paciente, e esse
enquadre é feito no início da avaliação. O paciente precisa ser informado sobre:
❏ Como funciona;
❏ Quantas sessões serão necessárias;
❏ Qual vai ser o valor pago;
❏ Qual é o papel do psicólogo nesse processo;
❏ O que o paciente pode esperar desse processo;
❏ Qual vai ser o fechamento - se vai ter emissão de documentos, encaminhamentos e
etc ou não;
❏ Os horários e dias das sessões;
❏ Etc.
Tipos de Psicodiagnóstico
❏ Classificação Nosológica:
❏ Identificação de sintomas por meio de critérios pré-estabelecidos (CID,
DSM);
❏ Teste de hipóteses diagnósticas;
❏ No psicodiagnóstico deve ser aplicado junto com outras técnicas (testes).
❏ Descrição
❏ Ultrapassa a descrição simples, pois há a interpretação das diferenças dos
escores;
❏ Identifica forças e fraquezas;
❏ Averigua o desempenho do avaliado;
❏ Ex: aviação de déficits neurológicos.
❏ Prevenção
❏ Busca a identificação precoce de problemas;
❏ Possibilita a avaliação de riscos;
❏ Procura estimar as forças e fraquezas do ego, sua capacidade de enfrentar
novidades, situações difíceis e estressantes.
❏ Prognóstico
❏ Depende da classificação nosológica;
❏ Determina o curso provável do caso.
❏ Diagnóstico Diferencial
❏ Busca identificar inconsistências nos resultados dos testes;
❏ Identifica alternativas diagnósticas de acordo com os sintomas apresentados;
❏ Diferencia níveis de funcionamento ou natureza de patologia.
❏ Avaliação Compreensiva
❏ Compreensão global do examinado;
❏ Avaliação do nível de funcionamento da personalidade, funções do ego e
suas defesas, nível de insight;
❏ Indica conduta terapêutica a ser adotada e os limites de intervenção diante
do quadro.
❏ Entendimento dinâmico
❏ Compreensão da personalidade de maneira global.
❏ Perícia Forense
❏ Busca subsídios para resolver questões quanto a:
❏ Quadro de "insanidade" mental;
❏ Competência para o exercício de funções do cidadão;
❏ Avaliação da incapacidade ou comprometimentos psicopatológicos
que possam se relacionar com infrações da lei.
Testes Psicológicos
❏ História dos Testes
❏ Embora os testes psicológicos possam ser usados para explorar e investigar
uma ampla gama de variáveis, seu uso mais básico e típico é como
ferramenta na tomada de decisões que envolvem pessoas. Os testes
psicológicos como os conhecemos hoje surgiram no início do século XX, pois
anteriormente a isso as principais decisões sobre a vida dos indivíduos eram
tomadas em grande parte por pais, mentores, governantes e, acima de tudo,
segundo o gênero, a classe, o local e as circunstâncias nas quais as pessoas
nasciam.Mesmo assim, muito antes do século XX já existiam diversos
precursores interessantes da moderna testagem psicológica em várias
culturas e contextos.
❏ Antecedentes da testagem moderna no campo ocupacional
❏ 200 a.C. - os precursores mais antigos da testagem psicológica são
encontrados no sistema de exames competitivos (espécies de
concursos públicos de múltiplas habilidades) desenvolvido pelo antigo
império chinês para selecionar indivíduos merecedores de posições
governamentais.
❏ 1850 - serviu como inspiração para as seleções ao serviço público
desenvolvidas na Inglaterra, que estimularam a criação do Concurso
Nacional para o Serviço Público dos Estados Unidos na década de
1860.
❏ 1905 - sistema de concursos da China abolido e substituído por
seleções baseadas em estudos universitários.
❏ Antecedentes da testagem moderna no campo da educação
❏ Século XIII (1700) - o primeiro uso da testagem no campo da
educação ocorreu na Idade Média, com o surgimento das primeiras
universidades européias.
❏ O grau universitário passou a ser usado como forma de certificar a
qualificação para ensinar;
❏ Exames orais formais começaram a ser aplicados para dar aos
candidatos a oportunidade de demonstrar sua competência;
❏ Foi ampliado ao ensino médio e à medida que o papel se tornou mais
barato e disponível, provas escritas substituíram os exames orais na
maioria dos contextos educacionais.
❏ Ao final do século XIX, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos,
estas provas já estavam bem-estabelecidas como método para
determinar quem deveria receber um diploma universitário e quem
estava capacitado a exercer profissões liberais como medicina ou
direito.
❏ Antecedentes da testagem moderna na psicologia clínica
❏ Século XIX (1800) - Psicopatologia - diferenciar o “normal” do
“anormal” nas áreas intelectual, emocional e comportamental. Ao
contrário do contexto ocupacional ou educacional, em que as bases
sobre as quais as decisões são tomadas tradicionalmente foram
bastante claras, o campo da psicopatologia continuou envolto em
mistério e misticismo por um período muito mais longo
❏ Diversos antecedentes dos testes psicológicos se originaram no
campo da psiquiatria.
❏ Testes mergulhados em erros;
❏ Escassez de conhecimento e a abundância de superstições e
concepções equivocadas, erro em padronização e aplicação;
❏ Dificuldade em distinguir retardo mental e psicose.
❏ Antecedentes da testagem moderna na psicologia científica
❏ As investigações dos psicofísicos alemães Weber e Fechner em
meados do século XIX iniciaram uma série de avanços que
culminaram na criação, por Wilhelm Wundt em 1879, do primeiro
laboratório dedicado à pesquisa de natureza puramente psicológica,
em Leipzig.
❏ Os primeiros psicólogos experimentais estavam interessados em
descobrir as leis gerais que governavam as relações entre os mundos
físico e psicológico. Eles tinham pouco ou nenhum interesse nas
diferenças individuais.
❏ O laboratório de Wundt floresceu nas últimas décadas do século XIX
e treinou muitos psicólogos de todo o mundo. Por volta da mesma
época, após ler o tratado de seu primo (Charles Darwin) sobre a
origem das espécies, Francis Galton decidiu investigar a noção de
que os dons intelectuais tendem a se transmitir de uma geração à
outra. Galton não teve sucesso em seu objetivo final, que era
promover a eugenia, um campo de estudos que ele criara com o
objetivo de melhorar a raça humana por meio da reprodução seletiva
de seus espécimes mais aptos.
❏ Com este fim em mente, ele queria descobrir uma forma de avaliar a
capacidade intelectual de crianças e adolescentes através de testes,
para identificar desde cedo os indivíduos melhor dotados e
encorajá-los a gerar muitos filhos. Mesmo assim, o trabalho de Galton
foi continuado e consideravelmente ampliado nos Estados Unidos por
James McKeen Cattell, que também tentou sem sucesso ligar várias
medidas de poder discriminativo, perceptivo e associativo (que ele
denominava testes “mentais”) a estimativas independentes de nível
intelectual, como notas escolares.
❏ No processo de seus estudos Galton conseguiu fazer contribuições
significativas:
❏ Para o campo da estatística e da mensuração psicológica -
descobriu os fenômenos da regressão e da correlação.
❏ Inventou dispositivos para a mensuração da acuidade auditiva
e discriminação de peso.
❏ Foi pioneiro no uso de questionários e da associação de
palavras na pesquisa psicológica.
❏ Foi o primeiro a utilizar o método de estudo com gêmeos que,
depois de aperfeiçoado, viria a se tornar uma ferramenta de
pesquisa primária em genética comportamental.
❏ Teste de Complementação de Ebbinghaus - criado pelo psicólogo alemão
Hermann Ebbinghaus. O instrumento prenunciou o desenvolvimento dos
testes em grupo. O mais importante, no entanto, é que provou ser um
termômetro eficiente da capacidade intelectual. Como resultado disso, Alfred
Binet foi inspirado a usar a técnica do completamento e outras tarefas
mentais complexas para desenvolver a escala que se tornaria o primeiro
teste de inteligência bem-sucedido
❏ O surgimento da moderna testagem psicológica
❏ No início do século XX, todos os elementos necessários para o surgimento
dos primeiros testes psicológicos verdadeiramente modernos e
bem-sucedidos estavam presentes:
❏ Os testes laboratoriais e ferramentas geradas pelos primeiros
psicólogos experimentais na Alemanha.
❏ Os instrumentos de mensuração e técnicas estatísticas desenvolvidos
por Galton e seus alunos para coleta e análise de dados sobre
diferenças individuais.
❏ A acumulação de achados significativos nas ciências da psicologia,
psiquiatria e neurologia.
❏ Todos estes avanços proporcionaram as bases para o surgimento da
testagem moderna, mas seu ímpeto veio da necessidade prática de se tomar
decisões de cunho educacional.
❏ Nos chamados testes de capacidade encontram-se os testes de inteligência e
aptidões específicas como: raciocínio espacial, mecânico, habilidade numérica,
rapidez, atenção entre outros.
❏ Nos de personalidade são avaliadas características como atitudes, interesses,
agressividade e traços de personalidade em geral.
❏ Objetivo produzir hipóteses/diagnósticos sobre pessoas ou grupo.
❏ Tem como vantagem a objetividade e o curto tempo necessário para se chegar aos
resultados finais.
❏ Tem como limitação não mensurar todos os aspectos do comportamento.
❏ Testagem psicológica é diferente de Avaliação Psicológica.
❏ Mede um constructo. Constructo, de modo geral, é qualquer coisa criada pela mente
humana que não seja diretamente observável. Os constructos são abstrações que
podem se referir à conceitos, idéias, entidades teóricas, hipóteses ou invenções de
muitos tipos. Eles diferem em complexidade, amplitude, aplicabilidade potencial e
grau de abstração. Constructos são variáveis latentes. Ex: personalidade, estresse,
humor, destreza, inteligência, etc.
❏ Não pode ser observado diretamente. Ex: inteligência, personalidade, altruísmo, etc.
❏ Necessidade de normas. O que quer dizer um QI de 108 se não
❏ temos uma norma comparativa. Ex: Adolescente com uma média acima de QI e com
um desempenho escolar deficitário. Qual o problema então?
❏ Nos testes psicológicos são levados em consideração coisas como:
❏ Faixa etária;
❏ Sexo;
❏ Problemas de normatização- estudantes;
❏ Distribuição normal/Desvio padrão;
❏ Ponto de corte- seleção de RH/ Avaliação de depressão; e
❏ Entrevistas e Observações.
❏ “Um bom teste é o que possui um alto grau de fidedignidade ou precisão, isto é,
aquele que permite encontrar o mesmo resultado em aplicações diferentes, para um
mesmo indivíduo e, além disso, é o que possui, também, um alto grau de validade,
ou seja, é um instrumento que realmente mede o que se diz medir.”
❏ Existem muitos testes psicológicos e por isso foi criado o SATEPSI (Sistema de
Avaliação de Testes Psicológicos), para citar e avaliar os testes que estão aptos a
serem utilizados.
Perguntas
1) O que é um teste psicológico?
É um instrumento que avalia construtos que não podem ser observados diretamente, ou
seja, teste para avaliar o funcionamento cognitivo e emocional de um ou mais indivíduos.
Urbina produz uma definição mais precisa de teste psicológico. Ela diz que o teste
psicológico é um “... procedimento sistemático para coletar amostras de comportamento
relevantes para o funcionamento cognitivo, afetivo ou interpessoal e para pontuar e avaliar
essas amostras de acordo com normas”.
2) Para que é importante os procedimentos de normatização?
Os manuais de testes normalmente apresentam tabelas com normas para o instrumento.
Essas normas, às vezes, são apresentadas por faixa etária e, às vezes, por sexo. O
desempenho em um teste pode se alterar de acordo com a idade, e essa variação não é
necessariamente sempre na mesma direção.
3) Quais são os métodos e técnicas de avaliação psicológica?
❏ Entrevistas
❏ Na psiquiatria: estruturadas;
❏ Psicologia: não estruturada;
❏ Semi estruturada; e
❏ Diagnóstico CLÍNICO.
❏ Testes psicométricos
❏ Testes projetivos
❏ Procurar fontes secundárias de informação
❏ Observação sistemática do comportamento
❏ Processo complexo/ Sistemático/ Amostras do comportamento
❏ Pode medir diferentes coisas- diferentes objetivos
Mensuração
❏ A mensuração envolve o uso de certos dispositivos ou regras para atribuir números
a objetos ou eventos.
❏ Ao analisarmos, categorizarmos e quantificarmos sistematicamente os fenômenos
observáveis, nós os trazemos para a arena científica.
❏ É central para a definição dos testes psicológicos o fato de que os fenômenos
consistem em amostras cuidadosamente escolhidas de comportamento às quais é
aplicado um sistema numérico ou categórico segundo alguns padrões
preestabelecidos.
❏ A testagem psicológica é amplamente co-extensiva ao campo da psicometria, ou
mensuração psicológica, e é uma das ferramentas primárias para a ciência e a
prática da psicologia.
❏ O uso de números na testagem requer que nos aprofundamos em estatística.
❏ Obs: Testes psicométricos baseados na estatística;
Testes projetivos baseados em outros meios.
Variáveis e Constantes
❏ As variáveis e os costumes são as características de interesse a ser estudada em
cada elemento de estudo, podem ser qualidades, atributos, valores, números, etc.
São todas as medidas ou dados utilizados em uma pesquisa.
❏ Variáveis são aquilo que varia. Ex:Tipo sanguíneo, cor do cabelos, etc.
❏ Constante são valores fixo. Ex: Pi = 3,14.
❏ Tipos de Variáveis:
❏ Visível: cor dos olhos, cexo, etc.
❏ Invisíveis: personalidade, QI, etc.
❏ Tipos de Constante:
❏ Discreta: Número finito de opções (número de filho). Podendo ser:
❏ Dicotômicas: 2 opções: cara ou coroa, sexo, etc.
❏ Politômicas: mais de 4 valores: estado civil, etnia, etc.
❏ Contínuas: tempo, distância e temperatura - são aproximações (na psicologia
estamos interessados por essas variáveis latentes).
❏ Tudo o que não é variável é constante.
❏ Em resumo, quando examinamos os resultados de qualquer processo de
mensuração, precisamos ter muito claro o fato de que eles são inexatas. Em
relação à testagem psicológica em particular, sempre que os escores de um
teste são relatados, o fato de eles serem estimativas deve ser explicitado.
Além disso, os limites dentro dos quais os escores podem variar, bem como
os níveis de confiança para esses limites, precisam ser divulgados,
juntamente com informações interpretativas.
❏ Os constructos psicológicos são sempre variáveis contínuas.
Tipo de Escalas
❏ Nominal
❏ São usados números ao invés de palavras ou vice-versa, ou seja,
transformar um número em um rótulo ou um rótulo em um número.
❏ Propriedades dos números - identidade ou igualdade
❏ Ex: na escala de depressão entre 1 a 10 o paciente apresenta ser 7 que
representa a depressão moderada; o seu cpf são números que representa
seu nome; etc.
❏ Ordinal
❏ São usados números para ordenar uma série hierárquica.
❏ Propriedades dos números - identidade + ordem de classificação.
❏ O intervalo entre os elementos não é o mesmo.
❏ Ex: após corrigir uma prova, foi visto que a maior nota foi 10, a segunda
maior foi 9 e a terceira maior foi 5; rankings; etc.
❏ Intervalor
❏ Intervalos iguais entre as unidades mas sem zero verdadeiro.
❏ Identidade + ordem de classificação + igualdade de unidades
❏ Ex: escalas de temperatura Fahrenheit e Celsius, calendário, etc.
❏ Racional
❏ O zero significa “nenhuma quantidade” do que é medido; todas as operações
aritméticas são possíveis e significativas.
❏ Identidade + ordem de classificação + igualdade de unidades + aditividade.
❏ Ex: medidas de comprimento; períodos de tempo, etc.
Tipos de estatísticas
❏ Uma vez que o uso de números para representar objetos e ventos é tão
generalizado na testagem psicológica, o trabalho nesta área envolve uma aplicação
substancial da estatística, um ramo da matemática dedicado a organizar,
representar, resumir, analisar e manipular de outras formas os dados numéricos.
❏ Estatística descritiva - números e gráficos usados para descrever, condensar
ou representar dados, ou seja, explica os dados que já existem.
Porcentagem é bastante utilizado. Dados brutos não são muito úteis.
Geralmente consistem em um grupo de números que não transmitem
qualquer sentido, mesmo depois de mais de um exame aprofundado, como
os 60 números listados na tabela a seguir.
√
(1,55−1,68)²+(1,70−1,68)²+(1,80−1,68)²
DP = 3
= √ √
(0,13)²+(0,02)²+(0,12)² 0,0317
DP 3 = 3
DP = √0, 01005 = 0,1027
❏ O Modelo da Curva Normal - ou curva de sino, é uma distribuição em alguns
aspectos semelhantes. Distribuições de probabilidade mais utilizadas para
modelar fenômenos naturais.
Perguntas
1) O que o fidedignidade?
É a confiabilidade, consistência e precisão dos scores de um teste.
2) Quais são as principais fontes de erros que influenciam a fidedignidade?
Avaliador, avaliando e contexto.
3) Mariana precisa aplicar o teste de Rorschach e mudou os procedimentos de aplicação do
teste. É possível dizer que Mariana infringiu algum artigo do código de ética do psicólogo?
Qual artigo?
Sim. Artigo 2, alínea h - ao psicólogo é vedado: Interferir na validade e fidedignidade de
instrumentos e técnicas psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas.
4) Qual o papel do teste e reteste na avaliação psicológica?
Confirmar se um teste é fidedigno.
Q1F8 Insônia
Q1F9 Taquicardia
Q1F10 Hiperventilação
Q3F3 Insônia
A3F4 Náusea
Q3F5 Tiques
Q3F11 Úlcera
Q3F12 Enfarte
Q3P14 Pesadelos
7 11 4 8 9 7
8 22 5 17 10 13
9 33 6 25 11 20
10 44 7 33 12 27
11 56 8 42 13 33
12 67 9 50 14 40
14 89 10 58 16 53
15 100 11 67 17 60
12 75 18 67
13 83 19 73
14 92 20 80
15 100 21 87
22 93
23 100
Tabela de Correção 2. Tipo de Sintomatologia - Sintomas Físicos
Fase de Alerta Fase da Resistência/ Fase de Exaustão
Quase-exaustão
1 8 1 10 1 8
2 16 2 20 2 16
3 25 3 30 3 25
4 33 4 40 4 33
5 41 5 50 5 41
6 50 6 60 6 50
7 58 7 70 7 58
8 66 8 80 8 66
9 75 9 90 9 75
10 83 10 100 10 83
11 91 11 91
12 100 12 100
Tabela de Correção 3. Tipo de Sintomatologia - Sintomas Psicológicos
Fase de Alerta Fase da Resistência/ Fase de Exaustão
Quase-exaustão
1 33 1 20 1 9
2 66 2 40 2 18
3 100 3 60 3 27
4 80 4 36
5 100 5 45
6 54
7 63
8 72
9 81
10 90
11 100
Quadro 2a
a) Marque com um F2 os sintomas que tem experimentado na última semana.
(F2)1. Problemas com a memória
( )2. Mal-estar generalizado, sem causa específica
(F2)3. Formigamento das extremidades
( )4. Sensação de desgaste físico constante
(F2)5. Mudança de apetite
( )6. Aparecimento de problemas dermatológicos (problemas de pele)
( )7. Hipertensão arterial (pressão alta)
( )8. Cansaço constante
( )9. Aparecimento de úlcera
( )10. Tontura/Sensação de estar flutuando
Quadro 2b
b) Marque com um P2 os sintomas que tem experimentado na última semana.
(P2)11. Sensibilidade emotiva excessiva (estar muito nervoso, choroso, etc)
(P2)12. Dúvida quanto a si próprio
( )13. Pensar constantemente em um só assunto
( )14. Irritabilidade excessiva
( )15. Diminuição da libido (sem vontade de sexo)
Quadro 3a
a) Marque com um F3 os sintomas que tem experimentado no último mês.
(F3)1. Diarréia frequente
( )2. Dificuldades sexuais
( )3. Insônia (dificuldade para dormir)
( )4. Náusea
( )5. Tiques
( )6. Hipertensão arterial continuada (pressão alta)
( )7. Problemas dermatológicos prolongados (problemas de pele)
( )8. Mudança extrema de apetite
( )9. Excesso de gases
( )10. Tontura frequente
( )11. Úlcera
( )12. Enfarte
Quadro 2b
b) Marque com um P3 os sintomas que tem experimentado no último mês.
( )13. Impossibilidade de trabalhar
(P2)14. Pesadelos
( )15. Sensação de incompetência em todas as áreas
( )16. Vontade de fugir de tudo
( )17. Apatia, depressão ou raiva prolongada
( )18. Cansaço excessivo
( )19. Pensar/Falar constantemente em um só assunto
( )20. Irritabilidade sem causa aparente
( )21. Angústia/Ansiedade diária
( )22. Hipersensibilidade emotiva
( )23. Perda do senso de humor
Atividades de fixação
1. 2 (F1) + 2 (P1) - 4 sendo que o L6 - ultrapassou o limite? Não
4 (F2) + 4 (P2) - 8 - L3 - Sim
8 (F3) + 5 (P3) - 13 - L8 - Sim
Resultado: Positivo para stress significativo. Fase de Resistência com 42%
2. 0 (F1) + 3 (P1) - 3 - L6 - Não
4 (F2) + 5 (P2) - 9 - L3 - Sim
3 (F3) + 7 (P3) - 10 - L8 - Sim
Resultado: Positivo para stress significativo. Fase de Resistência com 50%
3. 0 (F1) + 0 (P1) - 0 - L6 - Não
6 (F2) + 5 (P2) - 11 - L3 - Sim
9 (F3) + 9 (P3) - 18 - L8 - Sim
Resultado: Positivo para stress significativo. Empate entre fases considera-se a mais
avançada, sendo assim, está na Fase de Exaustão com 67%
4. 3 (F1) + 3 (P1) - 6 - L6 - Não
1 (F2) + 2 (P2) - 3 - L3 - Não
4 (F3) + 4 (P3) - 8 - L8 - Não
Resultado: Negativo para estresse significativo.
Exercícios
A pessoa tem stress significativo?
Qual fase do estresse ela se encontra?
Qual a preponderância dos sintomas? Físico ou Psíquico? (resultado e observação de
acordo com a fase)
1. 6 (F1) + 3 (P1) - 9 - L6 - Sim
4 (F2) + 4 (P2) - 8 - L3 - Sim
10 (F3) + 10 (P3) - 20 - L8 - Sim
Resultado: Positivo para stress significativo. Fase de Exaustão com 80% da
sintomatologia. Preponderância de sintomas psíquicos em 90%.
2. 0 (F1) + 3 (P1) - 3 - L6 - Não
1 (F2) + 1 (P2) - 2 - L3 - Não
3 (F3) + 3 (P3) - 6 - L8 - Não
Resultado: Negativo para stress significativo.
3. 12 (F1) + 3 (P1) - 15 - L6 - Sim
5 (F2) + 5 (P2) - 10 - L3 - Sim
5 (F3) + 1 (P3) - 6 - L8 - Não
Resultado: Positivo para stress significativo. Fase de Alerta com 100% da sintomatologia.
Não há preponderância, indivíduo com 100 de sintomas físicos e psíquicos (quando houver
100% da fase, temos 100% dos sintomas físicos e psíquicos).
4. 2 (F1) + 3 (P1) - 5 - L6 - Não
9 (F2) + 5 (P2) - 14 - L3 - Sim
3 (F3) + 3 (P3) - 6 - L8 - Não
Resultado: Positivo para stress significativo. Fase de Quase-Exaustão com 92% da
sintomatologia. Preponderância de sintomas psíquicos em 100%.
5. 7 (F1) + 0 (P1) - 7 - L6 - Sim
9 (F2) + 0 (P2) - 9 - L3 - Sim
10 (F3) + 5 (P3) - 15 - L8 - Sim
Resultado: Positivo para stress significativo. Fase de Resistência com 50% da
sintomatologia. Preponderância de sintomas físicos em 90%.
6. 2 (F1) + 3 (P1) - 5 - L6 - Não
2 (F2) + 2 (P2) - 4 - L3 - Sim
3 (F3) + 4 (P3) - 7 - L8 - Não
Resultado: Positivo para stress significativo. Fase Resistência com 8% da sintomatologia.
Preponderância de sintomas psíquicos em 40%.
7. 10 (F1) + 2 (P1) - 12 - L6 - Sim
9 (F2) + 2 (P2) - 11 - L3 - Sim
10 (F3) + 8 (P3) - 18 - L8 - Sim
Resultado: Positivo para stress. Fase de Exaustão com 67% da sintomatologia.
Preponderância de sintomas físicos em 83%.
8. 4 (F1) + 3 (P1) - 7 - L6 - Sim
6(F2) + 5 (P2) - 11 - L3 - Sim
5 (F3) + 10 (P3) -15 - L8 - Sim
Resultado: Positivo para stress. Fase de Quase-Exaustão com 67% da sintomatologia.
Preponderância de sintomas psíquicos em 100%.
9. 12 (F1) + 2 (P1) - 14 - L6 - Sim
10 (F2) + 5 (P2) - 15 - L3 - Sim
12 (F3) + 11(P3) - 23 - L8 - Sim
Resultado: Positivo para stress significativo. Fase de Exaustão com 100% da
sintomatologia. Não há preponderância, indivíduo com 100 de sintomas físicos e psíquicos.
10. 0 (F1) + 0 (P1) - 0
0 (F2) + 0 (P2) - 0
0 (F3) + 0 (P3) - 0
Resultado: Não possui estresse significativo.
Tratamento
Cognitivo - o modelo cognitivo apresenta que as emoções e comportamentos das
pessoas são influenciados pela percepção desenvolvida dos eventos. Dessa forma, são
estabelecidos três estilos de cognições negativas, chamada de tríade cognitiva: visão
negativa de si, visão negativa dos outros/do mundo e visão negativa do futuro.
❏ Visão negativa de si - o sujeito acredita que é inadequado, ineficiente, fraco,
despreparado, etc, levando a desenvolver uma forte autocrítica, contribuindo para
uma baixa autoestima e baixa autoconfiança.
❏ Visão negativa sobre os outros ou sobre o mundo - o sujeito tende a ver suas
situações com os outros como negativas, não conseguindo enxergar a situação de
maneira racional, mas sim por meio de pensamentos automáticos disfuncionais que
geram interpretações distorcidas da realidade.
❏ Visão negativa do futuro - ocorre quando o sujeito antecipa seu sofrimento, fazendo
previsões negativas a longo prazo, acreditando que passará por dificuldades,
privações e frustrações, podendo desencadear desânimo e desesperança.
A tríade cognitiva é ativada por erros cognitivos, que surgem na forma de crenças e
pensamentos automáticos, sobre as diversas situações que vivemos. Os erros cognitivos,
são erros sistemáticos do pensamento, interpretações que realizamos assim que nos
deparamos com algum acontecimento, que na maioria das vezes surgem sem nem
percebemos.
Essas interpretações produzirão emoções e comportamentos, muitas vezes
disfuncionais.
A partir disso Beck listou alguns erros cognitivos/distorções cognitivas mais comuns:
❏ Personalização
Definição - atribuição responsabilidade pessoal para eventos sobre os quais a
pessoa não tem controle. Acredita ser responsável por eventos que não dão certo,
mesmo tendo outros fatores como responsáveis.
Exemplos: “Sou responsável por meu time ter perdido”; “O trabalho não ficou bom,
por culpa minha”; “Eu devo ter feito algo para ele ter terminado comigo”; “Eu nunca
ganho um sorteio, eu tenho azar”.
Correção - procurar avaliar a situação e os prováveis fatores que contribuem para as
más experiências. Buscar determinar de forma racional, qual sua responsabilidade
nesta experiência negativa.
❏ Pensamento Dicotômico
Definição - classificar as coisas em duas categorias, tudo ou nada, certo ou errado,
oito ou oitenta, excluindo todas as possibilidades existentes entre os dois pólos.
Exemplos: “Deu tudo errado nessa apresentação”; “Ninguém gosta de mim, sempre
fico sozinho”; “Se não der certo, minha tentativa não valerá a pena”; “Se meu
professor não acredita em mim, eu devo ser horrível mesmo.
Correção - buscar compreender que os eventos podem ser avaliados de outra
forma, cometer um erro não faz com que tudo seja desacreditado.
❏ Leitura Mental
Definição - acreditar que é possível saber o que os outros estão pensando,
deixando-se influenciar por meio de conclusões sem evidências.
Exemplos: “Ele deve estar pensando que eu não sei nada”; “Eu não devo estar
agradando”; “Eles devem estar escondendo algo de mim, se não, não olhariam para
mim com aquela cara”.
Correção - examinar se há alguma evidência plausível, contrária e a favor, para que
a outra pessoa chegue a esta conclusão.
❏ Filtro mental
Definição - consiste em focarmo-nos nos aspectos negativos e ignorar o resto da
informação. O negativo é filtrado e absorvido, enquanto o positivo é esquecido.
Exemplo: A Maria preparou um prato para um jantar e convidou nove amigas. Quase
todas adoram a refeição da Maria, à excepção da Cristina, que disse que o prato
estava um pouco salgado. Maria sente-se mal por isso e passa a achar que cozinha
terrivelmente mal - Ela só absorveu o negativo, ignorando totalmente os aspectos
positivos.
Esta distorção também está presente quando acreditamos que se algo aconteceu
uma vez, acontecerá em todas as outras vezes. Por exemplo: O João terminou com
a Sónia depois de dois anos e meio de relação. A Sónia pensa “ninguém vai gostar
de mim”,“nunca mais encontrarei alguém que queira ficar comigo”.
Assertividade - para Alberti e Emmons (2008) o treino assertivo tem como principal objectivo
mudar a forma como o indivíduo se vê a si próprio, aumentar a sua capacidade de
afirmação, permitir que este expresse de forma adequada os seus sentimentos e
pensamentos e, posteriormente, estabelecer a autoconfiança. Mais detalhados, Hargie e
Dickson (2004) elencaram várias funções do treino, entre as quais destacamos:
1. Ajudar o indivíduo a assegurar que os seus direitos não serão violados;
2. Reconhecer os direitos dos outros;
3. Comunicar a sua opinião de forma confiante;
4. Recusar pedidos irrazoáveis;
5. Fazer pedidos razoáveis;
6. Lidar eficazmente com recusas irrazoáveis;
7. Evitar conflitos agressivos desnecessários; e
8. Desenvolver e manter um sentido pessoal de eficácia.
Para a compreensão do conceito de assertividade, é necessário distinguir este estilo de
resposta de outros estilos, nomeadamente as respostas passivas e as respostas
agressivas. Estes três estilos de respostas tem sido conceptualizados como pontos de um
contínuo, diferindo, portanto, mais em termos de intensidade do que de tipo (Hargie &
Dickson, 2004). A resposta assertiva forma o ponto médio desse contínuo e é,
habitualmente, a resposta mais apropriada.
Características Não expressa desejos, Expressa desejos ideias e Expressa desejos ideias e
do ideias e sentimentos ou sentimentos a custa dos sentimentos de forma direta e
comportamento expressa 05 de forma auto outros. apropriada.
depreciativa.
Objetivo: dominar ou Objectivo: comunicar.
Objectivo: agradar. humilhar.
Dar e receber As pessoas têm o direito de fornecer "Não devia ter que elogiar os
elogios. feedback positivo aos outros sobre aspectos outros. Eles já sabem o que eu
específicos do seu comportamento, sinto!"
aparência, etc.
Elaborar Todos os indivíduos têm o direito de fazer "Se peço um favor, estou a
Pedidos. pedidos, mas também a responsabilidade de impor-me à outra pessoa."
respeitar uma eventual recusa do outro.
Expressão de Expressar A expressão de agrado, amor ou afecto é "É muito lamechas expressar
sentimentos afecto. habitualmente recebida de forma muito esses sentimentos. Não me
positivos positiva pelas outras pessoas e constitui uma sinto bem."
forma de aprofundamento da relação
interpessoal.
Iniciar e As pessoas têm o direito de iniciar e manter "Não sei o que dizer. Se não
manter uma conversas com os outros. digo algo brilhante, outra
conversa. pessoa vai achar que sou um
idiota.”
Defender Existe uma grande variedade de situações "Não quero parecer irrazoável
direitos no dia-a-dia em que os direitos da pessoa com este assunto. É melhor
legítimos. são ignorados ou mesmo violados (e.g., não fazer nenhuma
serviço ineficaz num restaurante). A resposta reclamação."
assertiva permite a defesa desses direitos.
Auto-afirmação Recusar As pessoas têm o direito de recusar pedidos "Eu sou mesmo amigo dele,
pedidos. irrazoáveis ou pedidos que, sendo razoáveis, tenho que fazer-lhe este favor."
a pessoa não está disposta a fazer.
Expressar A pessoa tem o direito a expressar opiniões "Se a outra pessoa não está de
opiniões pessoais de forma assertiva, mas não a acordo com a minha opinião vai
pessoais. forçar os outros a aceitá-las. deixar de gostar de mim."
Expressar Existem várias situações em que a pessoa "Se sou mesmo amigo dele,
aborrecimento pode sentir desagrado pelo comportamento não devia ficar aborrecido com
e desagrado do outro (e.g., pessoa que chega sempre esta situação. Os amigos não
justificado. atrasada). se aborrecem com assuntos
destes."
Expressão de
sentimentos
negativos
Obs: Todo o conteúdo apresentado neste arquivo é de suma importância e está resumindo
a matéria estudada, portanto será marcado apenas os títulos para uma melhor organização
e compreensão.