Fundamentos do
Psicodiagnóstico
Introdução
-- O psicodiagnóstico derivou da psicologia clínica,
introduzida por Witmer (1986).
- Galton, Cattel e Binet podem ser considerados
os “pais” do psicodiagnóstico.
- Psicometrista: valoriza os aspectos técnicos da
testagem.
o Utiliza testes para obter dados;
- Psicólogo Clínico: utilização de testes (e outras
estratégias), p/ avaliar um sujeito de forma
sistemática, científica e orientada p/ resolução de
problemas.
- Kraepelin: sist. de classificação dos transt.
mentais e estudos diferenciais entre esquizofrenia
e psicose maníaco-depressiva.
- Rorschach (1921): tal teste passou a ser utilizado
como um passo essencial (às vezes o único) no
processo diagnóstico.
o Os dados gerados por esse método
eram compatíveis c/ os princípios
básicos da teoria psicanalítica;
-Psicólogos clínicos realizam psicodiagnósticos.
- Psicodiagnóstico:
o Avaliação psicológica feita c/ propósitos
clínicos;
o NÃO abrange todos os modelos de
avaliação psicológica de diferenças
individuais;
o É um processo que visa identificar forças
e fraquezas no funcionamento
psicológico, focando na existência ou não
de psicopatologia;
Caracterização do Processo
Definição
- Psicodiagnóstico é um processo científico,
limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes
psicológicos (input), em nível individual ou não.
o Processo científico:
§ Levantamento prévio de hipóteses que
serão confirmadas ou infirmadas através
de passos predeterminados e c/
objetivos precisos;
o Limitado no tempo:
§ Baseado num contrato de trabalho entre
paciente/responsável e o psicólogo;
§ Dados iniciais permitem estabelecer um
plano de ação e uma estimativa do nº
aproximado de sessões;
- O plano de ação é estabelecido c/ base nas
perguntas/hipóteses iniciais, definindo os
instrumentos necessários (como e quando utilizá-
los).
o O quanto certos instrumentos podem
ser eficientes, se aplicados c/ um
propósito específico;
o Os dados devem ser interrelacionados c/
informações da história clínica, pessoal, a
partir do elenco das hipóteses iniciais,
para permitir uma seleção e uma
integração.
- Os resultados são comunicados a quem tem
direito.
o Podem oferecer subsídios p/ decisões e
recomendações;
 Objetivos
- Pode ter um ou vários objetivos.
o Depende dos motivos alegados ou reais
do encaminhamento e/ou consulta;
- Relacionam-se ESSENCIALMENTE c/ as
questões propostas e c/ as necessidades da fonte
de solicitação.
- Dependem da simplicidade ou da complexidade
das questões propostas.
- Exame do estado mental do paciente ou o
exame das funções do ego.
- Classificação Nosológica:
o Quando o paciente NÃO pode ser
testado:
§ Realizada pelo psiquiatra e pelo psicólogo;
§ Ambos usam PREFERENCIALMENTE
um modelo categórico p/ analisar a
psicopatologia;
o Quando o paciente pode ser testado:
§ O psicólogo organiza um plano de
avaliação e aplica uma bateria de testes
p/ verificar cientificamente suas
hipóteses ou levantar outras p/ serem
analisadas.
- Diagnóstico Diferencial:
o O psicólogo investiga irregularidades e
inconsistências do quadro sintomático
e/ou dos resultados dos testes p/
diferenciar categorias nosológicas, níveis
de funcionamento etc.
- Avaliação Compreensiva:
o Envolve algum tipo de classificação;
o Determina o nível de funcionamento da
personalidade;
o Examina funções do ego (especialmente,
insight) p/ funções terapêuticas e/ou
para estimativa de progressos ou
resultados do tratamento;
- Entendimento Dinâmico:
o Forma de avaliação compreensiva;
o Personalidade de maneira global;
o Nível elevado de inferência clínica;
o Requer entrevistas bem conduzidas;
- Prevenção:
o Visa identificar problemas
precocemente;
o Avalia riscos;
o Estimativa de forças e fraquezas do ego;
o Estima também a capacidade p/
enfrentar situações novas, difíceis,
conflitivas ou ansiogênica;
o Utiliza recursos de triagem;
§ Maior nº de casos no menor espaço de
tempo;
- Prognóstico:
o Depende fundamentalmente da
classificação nosológica;
o Pode avaliar condições que possam ter
influência no curso do transt.;
o Essa área ainda exige muitas pesquisas;
- Perícia Forense:
o Procura resolver questões relacionadas
com insanidade;
§ Competência p/ exercício de funções de
cidadão;
§ Avaliação de incapacidade ou de
comprometimento psicopatológico que
etiologicamente possam ser associados
c/ infrações da lei;
o O psicólogo deve responder uma série
de quesitos para instruir um determinado
processo;
§ Respostas claras, precisas e objetivas;
o Normalmente, é o psiquiatra que é
nomeado como perito e ele solicita o
exame psicológico p/ fundamentar seu
parecer;
§ Entretanto, muitas vezes, o psicólogo é
chamado para colaborar c/ a justiça de
forma independente;
Responsabilidade
- O diagnóstico pode ser realizado:
o pelo psicólogo e pelo psiquiatra:
§ c/ vários objetivos, desde que seja
utilizado apenas o modelo médico;
o exclusivamente pelo psicólogo clínico:
§ utilizando o psicodiagnóstico, incluindo
técnicas e testes privativos;
o por equipe multiprofissional:
 § cada profissional utiliza seu próprio
modelo;
§ avaliação mais completa e inclusiva c/
dados interdependentes (psicológicos,
médicos, sociais etc.);
- O psicodiagnóstico surgiu como consequência
do advento da psicanálise.
o Mudou o foco p/ entendimento e
classificação dos transt. mentais;
o No período anterior a Freud, o enfoque
do transt. mental era apenas médico;
§ Os pacientes de interesse médico,
normalmente, apresentavam quadros
graves e estavam hospitalizados;
§ Já no período freudiano, os pacientes
não apresentavam quadros tão severos
e tão pouco ficavam internados;
- Essa tendência de considerar o paciente em
duas grandes categorias persiste até os dias
atuais:
o Os pacientes com transt. mais graves e
que podem precisar de hospitalização
tendem a ser encaminhados para
psiquiatras;
o Os pacientes com casos menos graves
são encaminhados para psicólogos (e
psiquiatras);
- Atualmente (com exceção das urgências
psiquiátricas), os encaminhamentos começam a
ser feitos tendo em vista a complexidade do caso
e não a sua gravidade;
Operacionalização
Comportamentos Específicos
- Podem variar na sua especificidade e na sua
seriação conforme os objetivos do
psicodiagnóstico:
o Determinar motivos dos
encaminhamentos, queixas e outros
problemas iniciais;
o Levantar dados (psicológicos, sociais,
médicos, profissionais/escolares, etc.)
sobre o sujeito e pessoas significativas;
o Colher dados sobre a história clínica e
pessoal;
§ Sempre procurando reconhecer
denominadores comuns com a situação
atual (tanto do ponto de vista patológico
quanto dinâmico);
o Realizar o exame do estado mental do
paciente (complementando c/ exame
objetivo);
o Levantar Hipóteses iniciais e definir os
objetivos do exame;
o Estabelecer um plano de avaliação;
o Estabelecer um contrato de trabalho c/
o sujeito ou responsável;
o Administrar testes e outros instrumentos
psicológicos;
o Levantar dados quantitativos e
qualitativos;
o Selecionar, organizar e integrar todos os
dados significativos p/ os objetivos do
exame;
o Comunicar resultados;
§ Propondo soluções, se necessário;
o Encerrar o processo;
Passos do Diagnóstico
- Levantamento de perguntas relacionadas c/ os
motivos da consulta e definição das hipóteses
iniciais e dos objetivos do exame.
- Planejamento, seleção e utilização de
instrumentos de exame psicológico.
- Levantamento quantitativo e qualitativo dos
dados.
- Integração de dados e informações, e ainda,
formulação de inferências pela integração dos
dados.
- Comunicação de resultados, orientação sobre o
caso e encerramento do processo.