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1. O que é uma avaliação psicológica? O que é a psicometria?

Como elas se diferem


de um psicodiagnóstico?
A avaliação psicológica é um processo técnico e científico limitado no tempo,
compreendido como um amplo processo de investigação, no qual se conhece o avaliado
e sua demanda. Refere-se a coleta de dados, obtidos por meio de um conjunto de
procedimentos confiáveis, validados pela ciência psicológica, tais como entrevistas,
testes, observações. Tem o intuito de programar a tomada de decisão mais apropriada do
psicólogo com relação a demanda do paciente e pode ser realizada em diversos
contextos, de forma ampla.

Psicometria é a teoria da medida, um campo científico da psicologia que busca construir


e aplicar instrumentos para mensuração de construtos e variáveis de ordem psicológica.

O psicodiagnóstico se difere desses dois conceitos por ser um tipo de avaliação


psicológica, mas que aplicado apenas em contexto clínico. e em relação a psicometria,
não necessariamente faz uso de testes psicológicos.

2. Defina e descreva o psicodiagnóstico. Explique por que ele é um processo


científico, limitado no tempo e qual o papel do plano de avaliação.

O psicodiagnóstico é um processo científico, porque tem base teórica e método e parte


de um levantamento de hipóteses que serão confirmadas ou infirmadas através de passos
pré-determinados. Limitado no tempo porque se refere a um recorte da vida do paciente,
é uma avaliação realizada do momento e não da vida do paciente. Pode ocorrer
mudanças e por isso ele tem validade. O plano de avaliação é estabelecido com base nas
perguntas ou hipóteses iniciais definindo-se não só quais instrumentos necessários, mas
como e quando utilizá-los.

3. O que é e quais são as características de um psicodiagnóstico interventivo?

É forma interventiva de atuação que consiste em efetuar intervenções já no momento de


realização de entrevistas e aplicação de testes, oferecendo ao paciente, devoluções
durante todo o processo avaliativo e não somente ao seu final. Tem como característica
uma abordagem pela via da explicação e compreensão.

4. O psicodiagnóstico derivou de qual área da psicologia? A quem se deve o


surgimento dessa área e o que ele fazia? Sob quais tradições?
O psicodiagnóstico derivou-se da psicologia clínica, introduzida por Lightner Witmer,
em 1896, e criada sob a tradição da psicologia acadêmica e da tradição médica.

5. Cite e descreva quais os passos do processo psicodiagnóstico.

Formulação de perguntas básicas ou hipóteses – Perguntas específicas que se


estruturam na forma de hipóteses, existe um ponto de partida que geralmente é o
encaminhamento.

Contrato de trabalho - A duração de um psicodiagnóstico constitui uma estimativa do


tempo em que se pode operacionalizar as tarefas implícitas pelo plano de avaliação, bem
como completar as tarefas subsequentes até a comunicação dos resultados e
recomendações pertinentes. No momento em que é possível ter uma previsão, deve-se
formalizar com o paciente ou responsável os termos em que o processo psicodiagnóstico
vai se desenvolver, definindo papéis, obrigações, direitos e responsabilidades mútuas.

Estabelecimento de um plano de avaliação – É um processo pelo qual se procura


identificar recursos que permitam estabelecer uma relação entre as perguntas iniciais e
suas possíveis respostas para as questões iniciais, há alternativas de respostas, que
constituem as hipóteses subjacentes ao processo diagnóstico. O plano de avaliação
consiste em traduzir essas perguntas em termos de técnicas e testes.

Bateria de testes - Bateria de testes é a expressão utilizada para designar um conjunto


de testes ou de técnicas, que podem variar entre dois e cinco ou mais instrumentos, que
são incluídos no processo psicodiagnóstico para fornecer subsídios que permitam
confirmar ou infirmar as hipóteses iniciais, atendendo o objetivo da avaliação.

Administração de testes e técnicas - É sempre importante salientar que o foco da


testagem deve ser o sujeito, e não os testes. Em primeiro lugar, mesmo que o psicólogo
tenha estabelecido seu plano de avaliação com cuidado, previamente à sua
administração, é importante revisar certas particularidades referentes aos instrumentos e
às características do paciente. Em segundo lugar, o psicólogo deve estar suficientemente
familiarizado com o instrumento, jamais utilizando uma técnica em que não esteja
treinado o suficiente para estar seguro no seu manejo. Em terceiro lugar, antes da
entrada do paciente, o psicólogo deve organizar todo o material que pretende utilizar, de
maneira que fique acessível e o manejo seja facilitado. Em quarto lugar, é importante ter
em mente os objetivos para a inclusão de cada técnica da bateria. pós a consideração de
todas essas questões, o psicólogo não deve iniciar a administração de testes e técnicas
sem o estabelecimento de um bom rapport.

Levantamento, análise e interpretação e integração dos dados - Independentemente


das informações dos testes, nesse momento, o psicólogo já possui um acervo de
observações que constitui uma amostra do comportamento do paciente durante as várias
sessões em que transcorreu o processo diagnóstico. Deve ser capaz de descrever o
paciente, recapitular hipóteses levantadas inicialmente, correção e interpretação de
testes objetivos, integração de dados objetivos com dados qualitativos. A inferência
pode ficar num nível simples, quando se baseia apenas num levantamento quantitativo,
ou pode ser feita em diferentes graus de generalização, como no caso de uma
classificação diagnóstica, podendo chegar a interpretações mais inclusivas, que
pressupõem o marco referencial de uma teoria de personalidade. A comunicação dos
resultados (output) não é mais que a formalização oral e/ou escrita de conclusões a que
o psicólogo chegou, estabelecidas em função de um determinado nível de inferência.

Diagnóstico e Prognóstico - em sempre o psicólogo precisa chegar, obrigatoriamente,


ao nível mais elevado de inferência para obter uma hipótese diagnóstica ou o
diagnóstico mais provável. Para chegar à inferência clínica, chamada de diagnóstico, o
psicólogo deve examinar os dados de que dispõe (que englobam informações sobre o
quadro sintomático, dados da história clínica, as observações do comportamento do
paciente durante o processo psicodiagnóstico e os resultados da testagem), em função de
determinados critérios (critérios diagnósticos), podendo considerar, assim, várias
alternativas diagnósticas. Se certos critérios específicos são atendidos, pode classificar o
caso numa categoria nosológica. Para tal fim, deve utilizar uma das classificações
oficiais conhecidas, como o DSM-V. Com base em tal classificação e em aspectos
específicos da história clínica, poderá fazer predições sobre o curso provável do
transtorno (prognóstico) e planejar a intervenção terapêutica adequada.

6. Quais as principais características da TC de Beck?

A terapia cognitivo comportamental trabalha de forma colaborativa, é uma terapia


breve, focada no presente e no problema atual. A base de sua atuação é de que a
percepção do indivíduo da realidade que influencia na maneira como se sentem e se
comportam.

7. A quem se deve a paternidade do Psicodiagnóstico? O que esses autores faziam?


Se deve a três autores: Galton, responsável pelo estudo das diferenças individuais.
Desenvolveu a fórmula estatística que posteriormente deu origem para as análises de
correção e regressão. (Sua fórmula serviu de base para o desenvolvimento da correlação
produto-momento de Pearson, um de seus alunos).

Catell, a quem se deve as primeiras provas designadas como testes mentais, utilizou o
termo testes mentais pela primeira vez em um artigo na revista Mind. Ao qual descreve
uma série de testes utilizados em estudantes universitários para a medida do nível
intelectual.

Binet, desenvolveu o instrumento que ficou considerado como o primeiro teste


psicológico, em seus estudos procurava aprimorar medidas para avaliação da
inteligência.

8. Como definir e quais os dois pilares do psicodiagnóstico humanista?

Alcança uma compreensão gradativa do cliente, à medida que a relação interpessoal se


desenvolve, o psicólogo funciona como um facilitador do processo de reconhecimento.
Os dois pilares são a competência técnica do profissional e a qualidade da relação
interpessoal que se estabelece.

9. Fale sobe o transtorno de personalidade borderline e sobre o transtorno bipolar,


explicando cada diagnóstico e falando sobre o diagnóstico diferencial, bem como
seria um processo de avaliação de um paciente com ambas as suspeitas.

A característica essencial do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) é um


padrão generalizado de instabilidade de relacionamentos interpessoais, autoimagem e
afetos, e marcada impulsividade que começa no início da idade adulta e está presente
em vários contextos. Indivíduos com transtorno de personalidade borderline fazem
esforços frenéticos para evitar o abandono real ou imaginário. A percepção de separação
ou rejeição iminente, ou a perda da estrutura externa, pode levar a mudanças profundas
na autoimagem, afeto, cognição e comportamento. Esses indivíduos são muito sensíveis
às circunstâncias ambientais. Eles experimentam intensos medos de abandono e raiva
inadequada mesmo quando confrontados com uma separação realista por tempo
limitado ou quando há mudanças inevitáveis nos planos (p. eles estão apenas alguns
minutos atrasados ou devem cancelar um compromisso). Eles podem acreditar que esse
“abandono” implica que eles são “maus”. Esses medos de abandono estão relacionados
à intolerância de estar sozinho e à necessidade de ter outras pessoas com eles. Seus
esforços frenéticos para evitar o abandono podem incluir ações impulsivas, como
automutilação ou comportamentos suicidas.

Critérios de diagnóstico:

Esforços frenéticos para evitar abandono real ou imaginário, padrão de relações


interpessoais instáveis e intensas, caracterizado pela alternância entre extremos de
idealização e desvalorização. Perturbação da identidade: autoimagem ou sensação de
autoimagem marcada e persistentemente instável. Impulsividade em pelo menos duas
áreas que são potencialmente autodestrutivas (por exemplo, gastos,
sexo, abuso de substâncias, direção imprudente, compulsão alimentar). Comportamento
suicida recorrente, gestos ou ameaças, ou comportamento de automutilação.
Instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor (por exemplo,
disforia episódica intensa, irritabilidade ou ansiedade geralmente durando algumas
horas e raramente mais do que alguns dias.) Sentimentos crônicos de vazio, raiva
inapropriada e intensa ou dificuldade em controlar a raiva (por exemplo, demonstrações
frequentes de temperamento, raiva constante, brigas físicas recorrentes) ideação
paranoide transitória relacionada ao estresse ou sintomas dissociativos graves.

O Transtorno Afetivo Bipolar (TAB) – É um transtorno do humor, marcado pela


alternância de episódios de depressão e euforia, também chamado de mania ou
hipomania. O indivíduo pode apresentar períodos assintomáticos entre os episódios, e as
crises podem variar de intensidade, frequência e duração.

O transtorno bipolar I – Distúrbio de humor em que se verifica a ocorrência de pelo


menos um episódio maníaco, que pode ter sido precedido ou sucedido de episódios
hipomaníacos ou depressivos.

O transtorno bipolar II – Distúrbio de humor recorrente, constituído por um ou mais


episódios depressivos maiores e pelo menos um episódio hipomaníaco.

Transtorno Ciclotímico – Distúrbio de humor flutuante, envolvendo períodos com


sintomas hipomaníacos que não preenchem os critérios para um episódio hipomaníaco;
e períodos com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para um episódio
depressivo maior.
Transtorno Bipolar Não Especificado ou Misto – Sintomas sugerem Transtorno
Afetivo Bipolar, entretanto não se manifestam em número ou em tempo suficiente para
ser classificado em um dos dois tipos citados anteriormente.

Episódio com características de Mania:

Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou


irritável e atividade ou energia anormal e persistentemente aumentada, com duração de
pelo menos 1 semana e presente na maior parte do dia, quase todos os dias (ou qualquer
duração se a hospitalização for necessária). Envolvimento excessivo em atividades com
alto potencial de consequências dolorosas (por exemplo, envolvimento em compras
desenfreadas, indiscrições sexuais ou investimentos comerciais tolos). Representam
uma mudança perceptível do comportamento habitual, inflação da autoestima ou
grandiosidade, diminuição da necessidade de sono (por exemplo, sente-se descansado
após apenas 3 horas de sono). A perturbação do humor é suficientemente grave para
causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou ocupacional ou para necessitar de
hospitalização para evitar danos a si mesmo ou a outros, ou há características psicóticas.

Episódio com características de Hipomania:

Características similares aos critérios de mania, O episódio está associado a uma


mudança inequívoca no funcionamento que é atípico do indivíduo quando não
sintomático. O episódio não é grave o suficiente para causar prejuízo acentuado no
funcionamento social ou ocupacional ou para necessitar de hospitalização. Se houver
características psicóticas, o episódio é, por definição, maníaco. Tem duração de pelo
menos 4 dias consecutivos e presente na maior parte do dia, quase todos os dias.

Episódio Depressivo Maior:

Sintomas presentes durante o mesmo período de 2 semanas e representam uma mudança


em relação ao funcionamento anterior, humor deprimido na maior parte do dia, quase
todos os dias. Perda de peso significativa quando não faz dieta ou ganho de peso ou
diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias. Fadiga ou perda de energia quase
todos os dias, pensamentos recorrentes de morte (não apenas medo de morrer), ideação
suicida recorrente sem um plano específico, ou tentativa de suicídio ou plano específico
para cometer suicídio. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou
prejuízo no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes do
funcionamento.

Episódio com características Mistas:

Preenche os critérios para um Episódio Depressivo Maior ou Hipomania/Mania além de


apresentar ao menos 3 sintomas do polo oposto.

Diagnóstico diferencial:

Ambos os transtornos apresentam características similares, que é a alternância de


humores opostos. O transtorno afetivo bipolar envolve desregulação mais duradoura do
humor, dura pelo menos uma ou duas semanas com humor persistentemente eufórico,
irritável ou deprimido. No transtorno de personalidade borderline, essa desregulação do
humor é mais fugaz e influenciada por eventos exteriores. A instabilidade do humor no
transtorno de personalidade borderline ocorre nos domínios da ansiedade, irritabilidade
e tristeza, enquanto euforia e/ou aumento de energia não são características do TPB. As
alterações de humor no transtorno bipolar vêm acompanhadas de outros sinais e
sintomas, como alterações no sono, no apetite, na energia, na concentração etc. A
alternância de estados de humor nos pacientes com TPB é mais acentuada e constante,
acompanhada de alterações emocionais, comportamentos mal adaptativos bem como a
baixa resposta ao tratamento medicamentoso. O TPB é um transtorno de personalidade
enquanto o TAB compreende-se como um transtorno de humor, o transtorno de
personalidade borderline geralmente ocorre concomitantemente com transtornos
depressivos ou bipolares e, quando os critérios para ambos são atendidos, ambos devem
ser diagnosticados. Como a apresentação transversal do borderline pode ser imitada por
um episódio de transtorno depressivo ou bipolar, deve-se evitar fornecer um diagnóstico
adicional sem ter documentado o padrão de comportamento, o início, curso e duração.
CURSO DE PSICOLOGIA
P7A NOITE

MIRELE DOS SANTOS ÂNGELO

ESTUDO DIRIGIDO – PSICODIAGNÓSTICO


PROF.º: LINNIKER MATHEUS SOARES DE MOURA

JOÃO PESSOA

2023

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