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Universidade Licungo

Licenciatura em Psicologia Educacional

Clara Abiba Ricardo

Beira
2024
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Clara Abiba Ricardo

Conceitos de Avaliação Psicológica

Testagem Psicológicas

Psicometria

Medição em Psicologia

Diferenças típicas entre a Avaliação Psicológicas e Testagem


Psicológicas

Docente: PHD Celso Miambo

Beira
2024
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Índice
Introdução ....................................................................................................................................... 4

1.1. Objectivos Gerais ................................................................................................................. 4

2. Mas afinal, o que é avaliação psicológica? .......................................................................... 6

2.1. Avaliação Psicológica .......................................................................................................... 7

2.2.Especificidades da Avaliação Psicológica: Infância, Adolescência, Vida adulta, Velhice e


Casais .......................................................................................................................................... 8

2.3.Avaliação Neuropsicológica ................................................................................................. 8

Contexto histórico e pressupostos teóricos .............................................................................. 8

2.4.O que é Avaliação Neuropsicológica?............................................................................... 9

2.5.Avaliação Neuropsicológica Infantil ............................................................................... 10

2.6.Avaliação Neuropsicológica em Adultos ........................................................................ 10

2.7.Avaliação Neuropsicológica em Idosos .......................................................................... 11

2.8.Avaliação Psicológica dos transtornos mentais e quadros patológicos ........................ 11

2.9.Avaliação Psicológica e suicídio ......................................................................................... 11

2.10.Avaliação Psicológica: do contexto forense aos Ambientes Isolados, Confinados e


Extremos (ICE) ......................................................................................................................... 12

2.11.Avaliação Psicológica: da clínica ao contexto hospitalar ................................................. 12

3. Testagem psicológica ............................................................................................................ 12

3.2. Diferença entre testagem psicológica e avaliação psicológica........................................... 13

Quanto à estrutura .................................................................................................................. 17

Quanto ao tempo de Duração ................................................................................................ 17


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1.1. Introdução

A avaliação psicológica (AP) é uma prática exclusiva do psicólogo, que, por meio de uma
metodologia específica, quando usada adequadamente, auxilia a elucidar aspectos dos fenômenos
psicológicos e a subsidiar intervenções em diferentes áreas de atuação deste profissional.

De acordo com Resolução n° 009/2018, recentemente publicada pelo Conselho Federal de


Psicologia (CFP, 2018), trata-se de um "processo estruturado de investigação de fenômenos
psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de prover
informações à tomada de decisão, no âmbito individual, grupal ou institucional, com base em
demandas, condições e finalidades específicas". Esse processo de investigação envolve
estratégias que integram informações de diferentes fontes como, por exemplo, testes, inventários
e entrevistas (AERA, APA, & NCME, 2014; Meyer et al., 2001; Urbina, 2014).

A finalidade é ter o maior e mais profundo conhecimento possível acerca do avaliado, para que
seja possível tomar as melhores decisões (Groth-Marnat & Wright, 2016; Wechsler, 1999),
sejam alunos com dificuldades escolares, candidatos a vagas de emprego ou pacientes da clínica.

1.1.Objectivos Gerais:
 Entender a Avaliação Psicológica
 Explicar as abordagens da avaliação Psicológicas

1.3,. Objetivos Específicos:

 Buscar informações que ajudam a compreender o funcionamento psicológico dos


indivíduos
 Identificar todos os pontos que ajudarão o psicólogo a tomar as decisões, mas adequadas
para o tratamento dos seus pacientes.

Palavras-Chaves: Avaliação psicológica, testes Psicológicos, Diagnostico, Crianças, Jovens,


Adultos, Formação de Psicólogos, aprendizagem, Entrevistas Psicológicas, Observação,
Avaliação Neuropsicológica, Saúde Mental, técnicas |Psicológicas, Psicodiagnóstico.
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I. Conceitos de Avaliação Psicológica

Fundamentação Teórica

Segundo Ocampo e Arzeno (19851), essa fase representou um empobrecimento para a


Psicologia, uma imposição externa, pois, ao mesmo tempo em que garantia uma definição sobre
sua atuação, não questionava sua identidade própria, experimentando assim uma
pseudoidentidade, negando suas diferenças e distanciando-se de vivenciar o interjogo relacional
na interação com seu paciente. Como argumentam os referidos autores, os testes psicológicos
podem servir como um escudo que separa o profissional do paciente e, desse modo, o protegem
da possível mobilização de sentimentos e afetos.

A avaliação psicológica, como explica Casullo (1996), é um processo que, mediante um


determinado enfoque teórico, explícito ou implícito, procura analisar um fenômeno real ou
simbólico em seus aspectos manifestos e/ou latentes. Toda avaliação tem como finalidade
categorizar, comparar, analisar ou contrastar dados quantitativos ou qualitativos, obtidos por
meio de diversas técnicas.

Para Cunha (2000), é um processo científico, parte de um prévio levantamento de hipóteses que
serão, ou não, confirmadas por meio de etapas predeterminadas e objetivas. Tais etapas
compreendem a aplicação de testes e de técnicas psicológicas visando à identificação e avaliação
de aspectos específicos, a classificação e possível previsão sobre o caso.

Trata-se de um saber científico, diferenciado do senso comum, fundamentado teórica e


metodologicamente, capaz de descrever, explicar e antecipar a compreensão do comportamento
humano, objeto da Psicologia como ciência (GOUVEIA et al., 2001).

Avaliar só faz sentido se desencadear transformações e mudanças, assim como preconizam os


direitos humanos (DELL'OLIO; GUADAGNINO, 2008). A avaliação psicológica busca garantir
a autonomia dos homens por meio do conhecimento sobre si mesmo e pode possibilitar que o
indivíduo seja empoderado de sua própria história de vida, e não, simplesmente, impossibilitado
de seguir vivendo, reduzido a uma patologia ou a uma incapacidade.
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2. Mas afinal, o que é avaliação psicológica?

De forma geral, a avaliação psicológica pode ser definida como um conjunto de técnicas e
procedimentos que tem o objetivo de verificar determinadas características psicológicas de uma
pessoa, sendo o psicólogo o único profissional habilitado por lei para exercer esta função (CFP
007/2003).

O objetivo da avaliação psicológica não é fazer julgamentos morais ou estabelecer critério de


certo ou errado e sim buscar entender a partir de técnicas especificas as diferenças individuais,
no que diz respeito às suas capacidades, habilidades, características de personalidade,
comportamentos ou algum possível conflito (interno ou externo) de determinada pessoa.
Muitas vezes a avaliação psicológica é confundida como uma simples aplicação de um único
teste. Porém, para realizá-la existem diversos métodos e técnicas, como por exemplo: testes
psicológicos, dinâmicas de grupo, entrevistas, observação, testes situacionais, anamneses, entre
outros.

De acordo com a lei 4.119/62, o profissional da área de psicologia tem a liberdade para escolher
quais serão as técnicas a serem utilizadas, desde que essa escolha seja pautada no objetivo das
características psicológicas a serem investigadas.

Por exemplo, as técnicas utilizadas para fazer uma seleção de um funcionário que está
ingressando em uma empresa serão diferentes das técnicas utilizadas para se fazer um
diagnóstico ou realizar orientação profissional.

A avaliação psicológica é amplamente utilizada em diversos contextos. Dentro de empresa, por


exemplo, ela desempenha uma função essencial não apenas na área de seleção, mas também na
área de desenvolvimento pessoal e mesmo de avaliação de potencial.

Muitas organizações constatam que a avaliação psicológica é uma ferramenta poderosa de


tomada de decisão que traz benefícios indubitáveis para os indivíduos e para a organização.

No âmbito de seleção de pessoal é possível detectar perfis mais adequados e os que não são
compatíveis com o cargo, evitando assim consequências prejudiciais, como o adoecimento,
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prejuízos financeiros e a desmotivação do funcionário com o cargo exercido (Ferreira & Santos,
2010).

2.1. Avaliação Psicológica

Definição: A avaliação psicológica é um processo mais amplo e abrangente que inclui a


testagem psicológica, bem como outras fontes de informações, como entrevistas clínicas,
observações comportamentais e relatórios de terceiros. A avaliação psicológica é realizada por
psicólogos treinados e licenciados, e é projetada para fornecer uma compreensão holística da
personalidade, habilidades, comportamentos e emoções do indivíduo.

sobre o funcionamento psicológico do indivíduo, a fim de orientar intervenções clínicas,


educacionais ou outras.

Aplicação: A avaliação psicológica é usada em uma ampla variedade de contextos, incluindo


clínica, escolas, tribunais, empresas e outras organizações que precisam de informações precisas
sobre o funcionamento psicológico de indivíduos ou grupos.

Exemplo: Alguns exemplos de técnicas e instrumentos usados na avaliação psicológica incluem


entrevistas clínicas, testes de personalidade, avaliação comportamental, relatórios de terceiros,
avaliação neuropsicológica e avaliação da saúde mental geral do indivíduo.

Sintese de Palavras Proprias

Segundo a minha percepção sobre a avaliação psicológica segundo os teóricos acima citado,
percebi que avaliação psicológica possui uma grande importância para nos psicólogos, pôs se
trata de um processo técnico e cientifico realizado em indivíduos que requer conhecimentos de
acordo com cada área com metodologias especificas, onde ela desempenha um papel muito
importante na psicologia visto que ela permite uma análise objetiva e detalhada da realidade
psicológica usando instrumentos da psicologia para auxiliar os indivíduos a solucionar
problemas, usando certas técnicas e métodos com finalidade de prover informações especificas
na tomada de decisão no âmbito individual, sendo o psicólogo único profissional habilitado para
exercer essa função. E é a responsabilidade do psicólogo transmitir apenas o que for necessário
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para a tomada de decisões que afetam o paciente, e orientar a quem de direito sobre os
encaminhamentos apropriados para cada caso, como diz um dos princípios da psicologia, não
devemos criar danos ao paciente.

2.2.Especificidades da Avaliação Psicológica: Infância, Adolescência, Vida adulta, Velhice e


Casais

O desenvolvimento humano refere-se ao processo de mudanças que ocorrem ao longo da vida


dos indivíduos, influenciado por condições genéticas e ambientais. A infância, a adolescência, a
vida adulta e a velhice constituem as principais fases deste processo, que além de ser contínuo, é
caracterizado como multidimensional por englobar vários aspectos, sejam eles: biológicos,
emocionais, sociais e cognitivos.

O conhecimento sobre o desenvolvimento humano em todas as suas fases é considerado


essencial para a realização de uma Avaliação Psicológica, visto que possibilita identificar
variáveis afetivas, cognitivas, sociais e biológicas típicas dessas etapas, bem como fatores de
risco que podem comprometer a vida dos indivíduos.

Nas fases do desenvolvimento existem marcos que são considerados básicos, isto é, tarefas que
são socialmente esperadas que se cumpram a cada sequência da vida. Além disso, essas tarefas
se relacionam de forma que um déficit em alguma pode vir a prejudicar o desenvolvimento na
mesma fase ou em uma futura. Deste modo, torna-se fundamental no processo de Avaliação
Psicológica a investigação desses marcos e da forma como os indivíduos lidam com eles,
considerando as particularidades e possibilidades de cada contexto.
2.3.Avaliação Neuropsicológica

Contexto histórico e pressupostos teóricos

A neuropsicologia surgiu com os estudos nas áreas da saúde por volta da segunda metade do
século XIX até cerca de 1929. Nesse primeiro momento, os psicólogos não participavam visto
que os estudos eram feitos principalmente por médicos de áreas como neurologia, oftalmologia e
outras que se debruçavam sobre o funcionamento cerebral. O interesse por essas investigações
sobre o cérebro se aprofundou quando os profissionais perceberam que alguns pacientes
possuíam alterações bastante específicas do comportamento que eram recorrentes e associavam-
se umas com as outras formando síndromes.
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Com o avanço e concretização da área de Neuropsicologia, pode-se falar em diversos


pressupostos teóricos sendo três de destaque para finalidades introdutórias: materialismo,
localizacionismo e transparência. O materialismo é entendido que do ponto de vista ontológico,
da realidade metafísica, não existe diferença entre cérebro e mente, sendo esses dois aspectos de
uma mesma coisa.

O localizacionismo é a ideia de que o cérebro-mente é uma entidade altamente complexa e


dinâmica, mas que se compõe de uma série de subsistemas e de maneira hierárquica. Cada um
desses subsistemas pode ser comprometido de uma maneira isolada por lesões ou disfunções
cerebrais, através disso sendo possível fazer a relação anatomoclínica ou estrutura-função. A
transparência (também chamado de isomorfismo antigamente) diz que a Neuropsicologia pode
ser usada para fazer inferência quanto as relações do cérebro e o comportamento, o método é
válido, podendo observações serem feitas para realizar as inferências com uma margem de acerto
a respeito das regiões cerebrais e seus funcionamentos.

Sendo assim, a Neuropsicologia pode ser definida como uma disciplina que investiga as relações
entre o cérebro e o comportamento utilizando uma abordagem metodológica muito específica
caracterizada por pressupostos como os anteriormente citados, focados na relação estrutura-
função.
2.4.O que é Avaliação Neuropsicológica?

A avaliação neuropsicológica é uma modalidade de avaliação psicológica voltada para o exame


das funções cognitivas e seus correlatos neuroanatômicos para casos em que há hipóteses de
disfunções relacionadas com algum problema neurológico. É um tipo de avaliação que exige do
profissional uma familiaridade com a psicometria, para que consiga enxergar, através de escores
de testes, fatores pessoais que podem modificar o desempenho do paciente. Para o exercício de
uma prática profissional adequada, são necessários conhecimentos relativos ao desenvolvimento
do sistema nervoso, teorias cognitivas dos processos mentais, teorias do desenvolvimento
humano, síndromes, transtornos e doenças que acometem o sistema nervoso, correlatos entre a
expressão comportamental, desempenho cognitivo e neurofisiologia, de modo a estabelecer um
comparativo com o funcionamento esperado e possíveis disfunções.
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No processo de avaliação neuropsicológica deve se atentar às particularidades do indivíduo de


forma que a partir da anamnese aquele paciente seja tratado como um sujeito único, com
peculiaridades e necessidades individuais. Sendo assim, os exames, tarefas, testes psicológicos e
estratégias usadas tem que ser focalizados no paciente, só assim será possível fazer uma
avaliação neuropsicológica de qualidade e que consiga abarcar tanto as limitações quanto às
competências do indivíduo. Cada caso deve ser analisado a partir de hipóteses fundamentadas e
as perspectivas adequadas, deixando de lado ideias preconcebidas sobre o paciente ou sobre a
possível patologia que ele venha a apresentar.

2.5.Avaliação Neuropsicológica Infantil

A avaliação neuropsicológica infantil é um processo que leva em consideração a relação entre as


funções do sistema nervoso e o comportamento das crianças. Essa avaliação pode ser
quantitativa, quando há o uso de instrumentos como testes psicométricos e neuropsicológicos, ou
qualitativa quando através de relato dos cuidadores ou da própria criança, ou ainda dinâmicas
feitas na anamnese em que se observa os comportamentos do paciente. Para além disso, a
avaliação neuropsicológica infantil é constituída por passos importantes, são eles: entrevista
inicial; observações lúdicas; planejamento da avaliação; seleção de instrumentos e análise e
integração dos dados.
2.6.Avaliação Neuropsicológica em Adultos

A indicação para avaliação neuropsicológica em adultos é mais comum para quadros demenciais,
lesão cerebral traumática ou outras condições clínicas que afetam o funcionamento cognitivo
normal. Por meio da avaliação é possível diminuir dúvidas sobre a tomada de decisão
diagnóstica, além de fornecer planejamento de estratégias de manejo individualizadas para
pacientes com algum tipo de comprometimento cognitivo. Durante o processo deve-se investigar
os fatores que podem afetar a condição atual como as condições emocionais, fatores de
personalidade e questões de fundo que podem prejudicar a atenção clínica, o impacto dos
sintomas na vida diária do paciente, início e evolução dos sintomas, além dos marcos do
desenvolvimento esperados para a fase adulta. São tarefas centrais nesse período a manutenção
de padrões de vida saudável, criação dos filhos, realização profissional e cuidado de pais idosos
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2.7.Avaliação Neuropsicológica em Idosos

Há diversas fontes de lesões, doenças e exposições a substâncias tóxicas que podem resultar em
afetação no cérebro de um idoso, sendo traumáticos a ponto de desenvolverem delírios,
alucinações, alterações frequentes de humor e personalidade. Embora o entendimento seja de
alterações por perturbações psicológicas, a base é necessariamente fisiológica. Assim, o
profissional de neuropsicologia deve combinar os conhecimentos com a investigação, baseando-
se em dados relacionados a acontecimentos antecedentes ao trauma sendo específico como
potencializador para desencadeamento dos sintomas. Um nível leve de prejuízo na memória, por
exemplo, seria observado na dificuldade de anotações ou execução de lembretes da vida diária.
Um prejuízo maior seria representado pela incapacidade do idoso de manter o controle de listas
curtas ou de completar uma tarefa de atenção em um período de uma sessão de análise.

2.8.Avaliação Psicológica dos transtornos mentais e quadros patológicos

Para ser possível uma apresentação de como é feita a avaliação psicológica nesse contexto
psicopatológico é necessária a investigação do que vem a ser um transtorno. Um conjunto de
comportamentos, dentro de um padrão de anormalidade, só podem ser considerados como um
transtorno se atender a cinco critérios: ter significância clínica, isto é, apresentar um grau de
prejuízo que possa ser mensurado; disfunção em processos psicológicos, biológicos e/ou do
desenvolvimento; estar associado ao sofrimento/ incapacidade em algum dos âmbitos
importantes na vida do indivíduo; um comportamento não pode ser considerado parte de um
transtorno se forem socialmente “desviante” em termos de política, religião ou sexualidade e, por
fim, não podem ser tidos como tal se forem conflitos entre o sujeito e a sociedade

2.9.Avaliação Psicológica e suicídio

É de fundamental importância abordar o tema de suicídio com os pacientes, sobretudo aqueles


que estão sendo avaliados por transtornos mentais e/ou possuam fatores de risco associados ao
comportamento suicida: uso de drogas, depressão, impulsividade, desesperança, etc. A avaliação
nesses casos é um processo amplo e complexo. O psicólogo deve ter conhecimento de aspectos
psicossociais, fatores de risco e proteção, compreender quais variáveis devem ser manejadas
(pensar intervenções para mudar cognições, afetividades e comportamentos). É importante
estabelecer bom vínculo com o paciente. Conhecimento teórico, experiência prática,
conhecimento em psicometria, habilidade em integração de dados são cruciais para se fazer uma
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avaliação adequada. Levantamento do maior número de informações no menor período de tempo


de diversas fontes possíveis.

2.10.Avaliação Psicológica: do contexto forense aos Ambientes Isolados, Confinados e


Extremos (ICE)

Ambientes Isolados, Confinados e Extremos (ICE) são locais que oferecem alto potencial
ofensivo à vida e à sua manutenção, demandando condutas de cuidado e proteção às pessoas que
vivem, trabalham ou participam de missões eventuais ou especificas nesses ambientes, tais como
regiões polares, subterrâneas, marítimas e estações polares. Nesses locais, há ameaça iminente de
possíveis eventos críticos e acidentes, o que acabam por influenciar mudanças relevantes nos
tônus psicofisiológicos, neuropsicológico e no comportamento socioambiental.

2.11.Avaliação Psicológica: da clínica ao contexto hospitalar

O hospital enquanto local de trabalho do psicólogo possui uma série de especificidades que
demandam reformulações das práticas. Nesse contexto, a avaliação psicológica é atravessada por
peculiaridades que concernem ao ambiente e ao momento de hospitalização do paciente. O
trabalho com a equipe multidisciplinar, o espaço compartilhado com outros profissionais e
pacientes e a necessidade de se lidar diretamente com a família são aspectos que repercutem na
atuação da psicologia hospitalar.

3. Testagem psicológica
Definição: A testagem psicológica refere-se ao uso de instrumentos padronizados para medir
habilidades, traços de personalidade e outras características psicológicas em indivíduos. Esses
instrumentos são projetados para avaliar as respostas dos indivíduos em relação a perguntas,
tarefas ou estímulos específicos, e produzem pontuações que são comparadas com normas de
referência para determinar o grau de desempenho ou funcionamento psicológico do indivíduo.

Objetivo: O objetivo da testagem psicológica é fornecer informações objetivas e precisas sobre


as habilidades e características psicológicas de um indivíduo, com base em medidas
padronizadas e cientificamente validadas.
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Aplicação: A testagem psicológica é frequentemente usada em contextos clínicos, educacionais


e de seleção de pessoal para identificar habilidades e características que podem influenciar o
desempenho ou o comportamento do indivíduo.

Exemplo: Alguns exemplos de instrumentos de testagem psicológica incluem o Teste de


Inteligência de Stanford-Binet, o Inventário de Personalidade NEO e o Teste de Atenção D2.

3.2. Diferença entre testagem psicológica e avaliação psicológica

A testagem psicológica e a avaliação psicológica são duas práticas distintas, embora possam ter
certos elementos em comum. A testagem psicológica geralmente envolve a administração de
testes psicológicos padronizados, que avaliam uma ampla gama de habilidades, como
inteligência, aptidão, personalidade, interesses, entre outros. Esses testes são desenvolvidos com
base em evidências científicas e são aplicados de forma padronizada para obter informações
objetivas sobre as características psicológicas de uma pessoa.

Já a avaliação psicológica é uma prática mais ampla e abrangente que pode incluir a testagem
psicológica, mas também envolve outras formas de avaliação clínica, como entrevistas,
observações, coleta de informações de outras fontes e avaliação do histórico médico e
psicológico da pessoa. A avaliação psicológica tem como objetivo compreender a complexidade
do funcionamento psicológico de uma pessoa em diferentes áreas, como cognição, emoções,
comportamento e relações interpessoais.

Em resumo, a testagem psicológica é uma técnica específica que envolve a administração de


testes psicológicos padronizados, enquanto a avaliação psicológica é um processo mais amplo
que pode incluir a testagem psicológica, mas também outras técnicas e ferramentas para avaliar a
saúde mental e emocional de uma pessoa. Ambas as práticas são importantes para a compreensão
da psicologia humana e o desenvolvimento de intervenções psicológicas eficazes.

4.Psicometria
A psicometria é o ramo da psicologia que se orienta à medição dos processos psíquicos. Para
isso, desenvolve estudos que permitem atribuir um número aos seus resultados, possibilitando
comparar as características psicológicas de diferentes pessoas de forma objectiva.
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A psicometria está presente em diversas áreas de estudo da psicologia. E essa ramificação da


psicologia foi utilizada pelos primeiros estudiosos. No final do século XIX, no entanto, foi
quando se iniciaram experimentos com ela. Atualmente ela é extremamente importante para as
mais diferentes áreas.

Comparando com os primeiros uso da psicometria, ela teve muitos avanços, afinal de contas
foram pouco mais de 100 anos de estudos.

Pode-se dizer que, através da psicometria, é dado um valor a um atributo psíquico de um


individuo, revelado através da avaliação em questão. Esse número permite ao especialista
realizar comparações objectivas com outros resultados e mesmo com os valores médios.

É importante ter em conta que registar e medir questões psíquicas não é fácil, já que são
características que não estão disponíveis a olho nu. A psicometria, por conseguinte, deve
desenvolver em primeiro métodos de avaliação fiáveis para obter resultados certeiros e logo a
seguir passar para a quantificação daquilo que foi possível descobrir.

Para os psicólogos, a psicometria fornece ferramentas essenciais para que o processo seja mais
objetivo e eficiente. Ela une o conhecimento da psicologia ao uso de métricas para fazer uma
espécie de medição do grupo de características psicológicas de uma pessoa. Em outras palavras,
ela realiza testes de avaliação psicológica a fim de medir a evolução mental de uma pessoa.

Os estudos psicométricos são usados no âmbito laboral. É frequente que uma empresa convoque
os aspirantes a ocupar um posto a fazerem uma avaliação psicométrica para obter dados fiáveis
acerca da sua inteligência, da sua personalidade, etc. Com base nos resultados e nos relatórios da
psicometria, a empresa poderá contratar o funcionário idôneo.

Um detalhe importante na hora de entender o conceito de psicometria é compreender que esta


disciplina metodológica trabalha com as características de uma pessoa, não com a pessoa em si.
Isto é, a quantificação (a atribuição de um valor numérico) é aplicada sobre uma característica
psíquica observada através de una avaliação e não sobre o sujeito.
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Algumas coisas que se podem fazer com o uso da psicometria são: definir medidas do nível de
criatividade, inteligência, emoções, capacidade de socialização, entre outras. Por meio dela o
psicólogo consegue também fazer a avaliação de problemas como depressão e transtorno afetivo
bipolar, por exemplo.

5. Medição Em Psicologia

A medição é considerada um dos aspetos centrais no método científico, embora seja


surpreendente a falta de uma discussão apurada sobre este assunto na literatura metrológica
(Michell, 2005).

No entanto a avaliação psicológica é muito mais do que, e é independente de, medição. A


avaliação psicológica tem aparecido estreitamente ligada à ideia de medição, embora esta ligação
seja ambígua. Ferris (2004) discute, no inglês, inúmeras definições de medição e em resultado da
análise e da crítica a essas definições, propõe a seguinte: “Measurement is an empirical process,
using an instrument, effecting a rigorous and objective mapping of an observable into a category
in a model of the observable that meaningfully distinguishes the manifestation from other
possible and distinguishable manifestations”(p.107).

Salienta que a medição descreve a relação observador-contexto-observado, e que o seu resultado


expressa a compreensão do que observador observa sobre o observado. Esta compreensão tem o
suporte de um modelo que é prévio à avaliação, e a técnica de avaliação é escolhida e utilizada
no âmbito desse modelo, ambas (modelo e técnica) são enquadradas por uma teoria psicológica.

Na primeira metade do século XX Stevens (1946, p.677), definia medição, em sentido lato, como
"the assignment of numerals to objects or events according to some rule". Pelo facto desta
atribuição de números a objetos ou eventos ser feita segundo regras leva, dizia o autor, a
diferentes tipos de escalas e a diferentes tipos de medição. Torna-se assim necessário, continua
Stevens, tornar explícitas: a) as regras para atribuição de números, b) as propriedades
matemáticas (ou estrutura de grupo) das escalas resultantes, c) as operações estatísticas que são
aplicáveis às medições realizadas com cada tipo de escala. No mesmo artigo ele propõe os
clássicos tipos de escalas que a psicologia utiliza, mais as correspondentes estatísticas que elas
permitem nomeadamente, escalas nominais, ordinais, intervalares, de razão. A maioria das
escalas utilizadas em psicologia são ordinais, continua, e “in the strictest propriety the ordinary
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statistics involving means and standard deviations ought not to be used with these scales”
(Stevens, 1946, p.679).

Stevens desenvolveu uma teoria coerente de representações numéricas. A ideia básica em


Stevens é que a medição envolve a modelação numérica de aspetos do mundo real (Realismo)
(Stevens, 1951). Os aspetos modelados diferem em complexidade dando origem a diferentes
tipos de escalas. Assim, modelar uma classificação dá origem a uma escala nominal; modelar
uma ordem dá origem a uma escala ordinal; modelar diferenças no nível de um atributo a uma
escala intervalar; modelar níveis de rácios de um atributo dá origem a uma escala de razão. A sua
teoria de escalas de medição e a sua elaboração constituem um recurso inestimável para a
psicologia (Michell, 2002).

Quanto ao Grau de Complexidade

A avaliação psicológica é, em sua complexidade, algo que exige a especialização do psicólogo,


não bastando a formação acadêmica, mas, sim, a constante procura por estudos relacionados e
que possam contribuir positivamente para o processo, o qual, por sua vez, é sempre composto
por usos e atribuições dos testes psicológicos.

Qualquer psicólogo que pretenda trabalhar com avaliações deverá ter em mente as dimensões:

 Técnicas
 Relacionais
 Éticas
 Legais
 profissionais e sociais diretamente implicadas em seu trabalho.

Quanto ao Foco

Por intermédio do processo da avaliação, as(os) psicólogas(os)busca informacoes que ajudam a


compreender o funcionamento psicologico das pessoas, grupos, ou instituicoes e suas relacoes
interpessoais.
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Quanto a fonte de Dados

Nesse processo, o profissional utiliza métodos e instrumentos a fim de realizar a coleta de


dados, estudo e interpretação das informações obtidas. Além disso, busca compreender as
relações entre os fenômenos psíquicos, o indivíduo e a sociedade (CPF, 2010).

Os principais instrumentos de Avaliação Psicológica são:

 Entrevista Psicológica, Testes Psicológicas e Observação

Quanto à estrutura

 Dirigida ou estruturada: Possui propósito fixado; Ordem predeterminada das


perguntas; Busca extrair o máximo de informações com o mínimo de perguntas;
 Semidirigida: Entrevistado expõe a partir do tema que escolher e pode excluir o que
desejar; Há intervenções do entrevistador para apontar sobre
questões relevantes (bloqueios, paralizações) ou buscar mais informações;
 Livre, não dirigida, ou não estruturada: Liberdade do entrevistado para se
expressar; Poucas perguntas ou intervenções do entrevistador; Busca visão geral do
problema e identificação de aspectos da personalidade; Entrevistador formula perguntas
durante entrevista;

Quanto ao tempo de Duração

 Entrevista inicial: Primeira entrevista de um processo psicodiagnóstico; Paciente expõe


sua queixa e o entrevistador obtém primeira impressão do entrevistado; É
realizado contrato psicoterápico; Recomenda-se que seja semidirigida;
 Entrevistas sequenciais: Após entrevista inicial; Busca apurar os dados coletados com
mais detalhes sobre a história do entrevistado;
 Entrevista de devolutiva: Utilizada no término do psicodiagnóstico para comunicar
resultados observados e indicações terapêuticas;
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Quanto ao Custo

Para o diagnostico de uma avaliacao psicoliogica, os precos variam de acordo com o nivel de
gravidade do paciente.

Os valores rondam entre 1500, a 2000 mil meticais, em cada secção.

Quanto ao Ponto de Representação dos Dados

Baseado em Wechsler (1999), pode-se distinguir quatro etapas da avaliação psicológica dentro
do processo seletivo: seleção de instrumentos (ou planejamento); aplicação; correção e
interpretação dos resultados; relato e devolução dos resultados.
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6. Conclusão
A presente pesquisa buscou investigar o domínio de conceitos básicos de avaliação psicológica
por profissionais e estudantes, trabalhando com a hipótese de que os primeiros apresentariam
melhor conhecimento que os participantes ainda em processo de formação, o que infelizmente
não foi confirmado. Ainda que o número de participantes tenha sido pequeno, e não se tenha
investigado o período do curso que os estudantes estavam cursando, dado que poderia ter
influenciado os resultados caso a maior parte desses ainda estivesse nos períodos iniciais, a
situação se mostra preocupante.

A melhora da área de avaliação psicológica não envolve somente a questão dos instrumentos,
situação que foi, em parte, resolvida com a criação do Satepsi, mas também, e essencialmente, o
uso que se faz dele, bem como a relevância de se ter clara a função da AP e sua importância na
prática psicológica. Assim, tratar os testes em função do seu uso, considerando suas indicações e
limitações, é a informação que deveria ser divulgada entre os profissionais.
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7. Referências Bibliográficas

ARZENO, M. E. G. Psicodiagnóstico clínico: novas contribuições.


Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.

CASULLO, M. M. Evaluación psicológica e psicodiagnóstico. Buenos Aires: Catálogos, 1996.

CUNHA, J. A. et al. Psicodiagnóstico, ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. v. 5.

DELL'OLIO, N. A.; GUADAGNINO, B. La responsabilidad civil,


ética y límites de las prácticas psicológicas. In: CONGRESO DE
PSICODIAGNÓSTICO, 12., Y JORNADAS NACIONAL DE ADEIP,
19., 2008, La Plata, Anais…, 2008, p. 107-110.

GOUVEIA, V. V. et al. A diversidade da avaliação psicológica:


considerações teóricas e práticas. João Pessoa: Idéia / Conselho
Regional de Psicologia – 13a. região, 2001. p. 11-13.

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