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Universidade Licungo
Beira
2024
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Testagem Psicológicas
Psicometria
Medição em Psicologia
Beira
2024
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Índice
Introdução ....................................................................................................................................... 4
1.1. Introdução
A avaliação psicológica (AP) é uma prática exclusiva do psicólogo, que, por meio de uma
metodologia específica, quando usada adequadamente, auxilia a elucidar aspectos dos fenômenos
psicológicos e a subsidiar intervenções em diferentes áreas de atuação deste profissional.
A finalidade é ter o maior e mais profundo conhecimento possível acerca do avaliado, para que
seja possível tomar as melhores decisões (Groth-Marnat & Wright, 2016; Wechsler, 1999),
sejam alunos com dificuldades escolares, candidatos a vagas de emprego ou pacientes da clínica.
1.1.Objectivos Gerais:
Entender a Avaliação Psicológica
Explicar as abordagens da avaliação Psicológicas
Fundamentação Teórica
Para Cunha (2000), é um processo científico, parte de um prévio levantamento de hipóteses que
serão, ou não, confirmadas por meio de etapas predeterminadas e objetivas. Tais etapas
compreendem a aplicação de testes e de técnicas psicológicas visando à identificação e avaliação
de aspectos específicos, a classificação e possível previsão sobre o caso.
De forma geral, a avaliação psicológica pode ser definida como um conjunto de técnicas e
procedimentos que tem o objetivo de verificar determinadas características psicológicas de uma
pessoa, sendo o psicólogo o único profissional habilitado por lei para exercer esta função (CFP
007/2003).
De acordo com a lei 4.119/62, o profissional da área de psicologia tem a liberdade para escolher
quais serão as técnicas a serem utilizadas, desde que essa escolha seja pautada no objetivo das
características psicológicas a serem investigadas.
Por exemplo, as técnicas utilizadas para fazer uma seleção de um funcionário que está
ingressando em uma empresa serão diferentes das técnicas utilizadas para se fazer um
diagnóstico ou realizar orientação profissional.
No âmbito de seleção de pessoal é possível detectar perfis mais adequados e os que não são
compatíveis com o cargo, evitando assim consequências prejudiciais, como o adoecimento,
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prejuízos financeiros e a desmotivação do funcionário com o cargo exercido (Ferreira & Santos,
2010).
Segundo a minha percepção sobre a avaliação psicológica segundo os teóricos acima citado,
percebi que avaliação psicológica possui uma grande importância para nos psicólogos, pôs se
trata de um processo técnico e cientifico realizado em indivíduos que requer conhecimentos de
acordo com cada área com metodologias especificas, onde ela desempenha um papel muito
importante na psicologia visto que ela permite uma análise objetiva e detalhada da realidade
psicológica usando instrumentos da psicologia para auxiliar os indivíduos a solucionar
problemas, usando certas técnicas e métodos com finalidade de prover informações especificas
na tomada de decisão no âmbito individual, sendo o psicólogo único profissional habilitado para
exercer essa função. E é a responsabilidade do psicólogo transmitir apenas o que for necessário
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para a tomada de decisões que afetam o paciente, e orientar a quem de direito sobre os
encaminhamentos apropriados para cada caso, como diz um dos princípios da psicologia, não
devemos criar danos ao paciente.
Nas fases do desenvolvimento existem marcos que são considerados básicos, isto é, tarefas que
são socialmente esperadas que se cumpram a cada sequência da vida. Além disso, essas tarefas
se relacionam de forma que um déficit em alguma pode vir a prejudicar o desenvolvimento na
mesma fase ou em uma futura. Deste modo, torna-se fundamental no processo de Avaliação
Psicológica a investigação desses marcos e da forma como os indivíduos lidam com eles,
considerando as particularidades e possibilidades de cada contexto.
2.3.Avaliação Neuropsicológica
A neuropsicologia surgiu com os estudos nas áreas da saúde por volta da segunda metade do
século XIX até cerca de 1929. Nesse primeiro momento, os psicólogos não participavam visto
que os estudos eram feitos principalmente por médicos de áreas como neurologia, oftalmologia e
outras que se debruçavam sobre o funcionamento cerebral. O interesse por essas investigações
sobre o cérebro se aprofundou quando os profissionais perceberam que alguns pacientes
possuíam alterações bastante específicas do comportamento que eram recorrentes e associavam-
se umas com as outras formando síndromes.
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Sendo assim, a Neuropsicologia pode ser definida como uma disciplina que investiga as relações
entre o cérebro e o comportamento utilizando uma abordagem metodológica muito específica
caracterizada por pressupostos como os anteriormente citados, focados na relação estrutura-
função.
2.4.O que é Avaliação Neuropsicológica?
A indicação para avaliação neuropsicológica em adultos é mais comum para quadros demenciais,
lesão cerebral traumática ou outras condições clínicas que afetam o funcionamento cognitivo
normal. Por meio da avaliação é possível diminuir dúvidas sobre a tomada de decisão
diagnóstica, além de fornecer planejamento de estratégias de manejo individualizadas para
pacientes com algum tipo de comprometimento cognitivo. Durante o processo deve-se investigar
os fatores que podem afetar a condição atual como as condições emocionais, fatores de
personalidade e questões de fundo que podem prejudicar a atenção clínica, o impacto dos
sintomas na vida diária do paciente, início e evolução dos sintomas, além dos marcos do
desenvolvimento esperados para a fase adulta. São tarefas centrais nesse período a manutenção
de padrões de vida saudável, criação dos filhos, realização profissional e cuidado de pais idosos
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Há diversas fontes de lesões, doenças e exposições a substâncias tóxicas que podem resultar em
afetação no cérebro de um idoso, sendo traumáticos a ponto de desenvolverem delírios,
alucinações, alterações frequentes de humor e personalidade. Embora o entendimento seja de
alterações por perturbações psicológicas, a base é necessariamente fisiológica. Assim, o
profissional de neuropsicologia deve combinar os conhecimentos com a investigação, baseando-
se em dados relacionados a acontecimentos antecedentes ao trauma sendo específico como
potencializador para desencadeamento dos sintomas. Um nível leve de prejuízo na memória, por
exemplo, seria observado na dificuldade de anotações ou execução de lembretes da vida diária.
Um prejuízo maior seria representado pela incapacidade do idoso de manter o controle de listas
curtas ou de completar uma tarefa de atenção em um período de uma sessão de análise.
Para ser possível uma apresentação de como é feita a avaliação psicológica nesse contexto
psicopatológico é necessária a investigação do que vem a ser um transtorno. Um conjunto de
comportamentos, dentro de um padrão de anormalidade, só podem ser considerados como um
transtorno se atender a cinco critérios: ter significância clínica, isto é, apresentar um grau de
prejuízo que possa ser mensurado; disfunção em processos psicológicos, biológicos e/ou do
desenvolvimento; estar associado ao sofrimento/ incapacidade em algum dos âmbitos
importantes na vida do indivíduo; um comportamento não pode ser considerado parte de um
transtorno se forem socialmente “desviante” em termos de política, religião ou sexualidade e, por
fim, não podem ser tidos como tal se forem conflitos entre o sujeito e a sociedade
Ambientes Isolados, Confinados e Extremos (ICE) são locais que oferecem alto potencial
ofensivo à vida e à sua manutenção, demandando condutas de cuidado e proteção às pessoas que
vivem, trabalham ou participam de missões eventuais ou especificas nesses ambientes, tais como
regiões polares, subterrâneas, marítimas e estações polares. Nesses locais, há ameaça iminente de
possíveis eventos críticos e acidentes, o que acabam por influenciar mudanças relevantes nos
tônus psicofisiológicos, neuropsicológico e no comportamento socioambiental.
O hospital enquanto local de trabalho do psicólogo possui uma série de especificidades que
demandam reformulações das práticas. Nesse contexto, a avaliação psicológica é atravessada por
peculiaridades que concernem ao ambiente e ao momento de hospitalização do paciente. O
trabalho com a equipe multidisciplinar, o espaço compartilhado com outros profissionais e
pacientes e a necessidade de se lidar diretamente com a família são aspectos que repercutem na
atuação da psicologia hospitalar.
3. Testagem psicológica
Definição: A testagem psicológica refere-se ao uso de instrumentos padronizados para medir
habilidades, traços de personalidade e outras características psicológicas em indivíduos. Esses
instrumentos são projetados para avaliar as respostas dos indivíduos em relação a perguntas,
tarefas ou estímulos específicos, e produzem pontuações que são comparadas com normas de
referência para determinar o grau de desempenho ou funcionamento psicológico do indivíduo.
A testagem psicológica e a avaliação psicológica são duas práticas distintas, embora possam ter
certos elementos em comum. A testagem psicológica geralmente envolve a administração de
testes psicológicos padronizados, que avaliam uma ampla gama de habilidades, como
inteligência, aptidão, personalidade, interesses, entre outros. Esses testes são desenvolvidos com
base em evidências científicas e são aplicados de forma padronizada para obter informações
objetivas sobre as características psicológicas de uma pessoa.
Já a avaliação psicológica é uma prática mais ampla e abrangente que pode incluir a testagem
psicológica, mas também envolve outras formas de avaliação clínica, como entrevistas,
observações, coleta de informações de outras fontes e avaliação do histórico médico e
psicológico da pessoa. A avaliação psicológica tem como objetivo compreender a complexidade
do funcionamento psicológico de uma pessoa em diferentes áreas, como cognição, emoções,
comportamento e relações interpessoais.
4.Psicometria
A psicometria é o ramo da psicologia que se orienta à medição dos processos psíquicos. Para
isso, desenvolve estudos que permitem atribuir um número aos seus resultados, possibilitando
comparar as características psicológicas de diferentes pessoas de forma objectiva.
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Comparando com os primeiros uso da psicometria, ela teve muitos avanços, afinal de contas
foram pouco mais de 100 anos de estudos.
É importante ter em conta que registar e medir questões psíquicas não é fácil, já que são
características que não estão disponíveis a olho nu. A psicometria, por conseguinte, deve
desenvolver em primeiro métodos de avaliação fiáveis para obter resultados certeiros e logo a
seguir passar para a quantificação daquilo que foi possível descobrir.
Para os psicólogos, a psicometria fornece ferramentas essenciais para que o processo seja mais
objetivo e eficiente. Ela une o conhecimento da psicologia ao uso de métricas para fazer uma
espécie de medição do grupo de características psicológicas de uma pessoa. Em outras palavras,
ela realiza testes de avaliação psicológica a fim de medir a evolução mental de uma pessoa.
Os estudos psicométricos são usados no âmbito laboral. É frequente que uma empresa convoque
os aspirantes a ocupar um posto a fazerem uma avaliação psicométrica para obter dados fiáveis
acerca da sua inteligência, da sua personalidade, etc. Com base nos resultados e nos relatórios da
psicometria, a empresa poderá contratar o funcionário idôneo.
Algumas coisas que se podem fazer com o uso da psicometria são: definir medidas do nível de
criatividade, inteligência, emoções, capacidade de socialização, entre outras. Por meio dela o
psicólogo consegue também fazer a avaliação de problemas como depressão e transtorno afetivo
bipolar, por exemplo.
5. Medição Em Psicologia
Na primeira metade do século XX Stevens (1946, p.677), definia medição, em sentido lato, como
"the assignment of numerals to objects or events according to some rule". Pelo facto desta
atribuição de números a objetos ou eventos ser feita segundo regras leva, dizia o autor, a
diferentes tipos de escalas e a diferentes tipos de medição. Torna-se assim necessário, continua
Stevens, tornar explícitas: a) as regras para atribuição de números, b) as propriedades
matemáticas (ou estrutura de grupo) das escalas resultantes, c) as operações estatísticas que são
aplicáveis às medições realizadas com cada tipo de escala. No mesmo artigo ele propõe os
clássicos tipos de escalas que a psicologia utiliza, mais as correspondentes estatísticas que elas
permitem nomeadamente, escalas nominais, ordinais, intervalares, de razão. A maioria das
escalas utilizadas em psicologia são ordinais, continua, e “in the strictest propriety the ordinary
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statistics involving means and standard deviations ought not to be used with these scales”
(Stevens, 1946, p.679).
Qualquer psicólogo que pretenda trabalhar com avaliações deverá ter em mente as dimensões:
Técnicas
Relacionais
Éticas
Legais
profissionais e sociais diretamente implicadas em seu trabalho.
Quanto ao Foco
Quanto à estrutura
Quanto ao Custo
Para o diagnostico de uma avaliacao psicoliogica, os precos variam de acordo com o nivel de
gravidade do paciente.
Baseado em Wechsler (1999), pode-se distinguir quatro etapas da avaliação psicológica dentro
do processo seletivo: seleção de instrumentos (ou planejamento); aplicação; correção e
interpretação dos resultados; relato e devolução dos resultados.
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6. Conclusão
A presente pesquisa buscou investigar o domínio de conceitos básicos de avaliação psicológica
por profissionais e estudantes, trabalhando com a hipótese de que os primeiros apresentariam
melhor conhecimento que os participantes ainda em processo de formação, o que infelizmente
não foi confirmado. Ainda que o número de participantes tenha sido pequeno, e não se tenha
investigado o período do curso que os estudantes estavam cursando, dado que poderia ter
influenciado os resultados caso a maior parte desses ainda estivesse nos períodos iniciais, a
situação se mostra preocupante.
A melhora da área de avaliação psicológica não envolve somente a questão dos instrumentos,
situação que foi, em parte, resolvida com a criação do Satepsi, mas também, e essencialmente, o
uso que se faz dele, bem como a relevância de se ter clara a função da AP e sua importância na
prática psicológica. Assim, tratar os testes em função do seu uso, considerando suas indicações e
limitações, é a informação que deveria ser divulgada entre os profissionais.
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7. Referências Bibliográficas