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AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

A avaliação psicológica é um processo que permite a compressão dos fenômenos


psicológicos através de procedimentos diagnósticos e prognósticos. Também se
define como um conjunto de práticas investigativas com finalidade de responder
alguma questão-problema (Alchieri e Cruz, 2003).
Este processo de investigação é o que fundamenta o trabalho do Psicólogo nas
várias áreas de sua atuação (clínica, escolar, organizacional, jurídica) e tem como
objeto o sujeito, mas também um grupo, instituição ou comunidade (CFP, 2010).
Para isto o profissional utiliza métodos e instrumentos a fim de realizar a coleta
de dados, estudo e interpretação das informações obtidas. Além disso, busca
compreender as relações entre os fenômenos psíquicos, o indivíduo e a sociedade
(CPF, 2010).

INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO

ENTREVISTA PSICOLÓGICA
A entrevista busca fornecer ao avaliador, através de subsídios técnicos, informações
acerca da conduta, comportamento, conceitos, valores e opiniões do entrevistado.
Complementa os dados obtidos por outros instrumentos.
Segundo Bleger (2011), a entrevista é uma relação estabelecida entre duas ou mais
pessoas, na qual uma delas é o técnico e a outra a que necessita de intervenção
técnica. É utilizada como meio de trabalho a fim de investigar comportamentos e
perspectivas da pessoa.

Classificações de entrevista
• Quanto aos objetivos
• Diagnóstica: Diagnóstico, prognóstico e indicações terapêuticas;
• Psicoterápica: Auxilia no processo psicoterápico;

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• De encaminhamento: Recomenda o tratamento adequado;
• Seleção: Levantamento de informações sobre currículo de acordo com
perfil do cargo;
• Desligamento: Trabalhar questões relacionadas à alta ou no caso da
área organizacional, à saída do trabalhador da empresa;
• Pesquisa: Investiga temas de um estudo;

Quanto à estrutura
• Dirigida ou estruturada:
• Possui propósito fixado;
• Ordem predeterminada das perguntas;
• Busca extrair o máximo de informações com o mínimo de perguntas;

• Semidirigida:
• Entrevistado expõe fala a partir do tema que escolher e pode excluir o
que desejar;
• Intervenções do entrevistador para apontar sobre questões relevantes
(bloqueios, paralizações) ou buscar mais informações;

• Livre: Não dirigida, ou não estruturada:


• Liberdade para se expressar do entrevistado;
• Poucas perguntas ou intervenções do entrevistador;
• Busca visão geral do problema e identificação de aspectos da
personalidade;
• Entrevistador formula perguntas durante entrevista;

Quanto à sequência temporal


• Entrevista inicial
• Primeira entrevista de um processo psicodiagnóstico;
• Paciente expõe sua queixa e entrevistador obtém primeira impressão
do entrevistado;

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• Realizado contrato psicoterápico;
• Recomenda-se que seja semidirigida;

• Entrevistas sequenciais
• Após entrevista inicial;
• Busca apurar os dados coletados com mais detalhes sobre a história
do entrevistado;

• Entrevista de devolutiva
• Utilizada no término do psicodiagnóstico para comunicar resultados
observados e indicações terapêuticas;

TESTES PSICOLÓGICOS

Definição: Medida objetiva e padronizada de uma amostra do comportamento do


indivíduo.

Objetivo: Mensuração de diferenças entre indivíduos, ou o mesmo indivíduo em


momentos diferentes.

Características:
• Material fidedigno;
• Permite reaplicação;
• Possibilita conclusões confiáveis em curto espaço de tempo;

Aplicação dos testes:


• Deve ser realizada com clareza e objetividade, procurando transmitir
tranquilidade ao examinando;
• Seguir orientações do manual rigorosamente, sem assumir postura rígida;
• Avaliar pessoa com deficiências considerando suas limitações.

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Importante:
• Para utilizar testes psicológicos é necessário ter diploma em Psicologia, inscrição
no CRP e capacitação para aplicação;
• Uso de testes que não estão incluídos na relação de testes aprovados pelo CFP
é falta ética do psicólogo.

PARÂMETROS PARA ANALISAR QUALIDADE


1. Validade: Verifica se teste mede o que pretende medir;
2. Fidedignidade: Indica a confiabilidade e precisão do teste;
3. Precisão: Considera resultados obtidos pelo mesmo indivíduo quando reaplicado
o mesmo teste;
4. Padronização: Uniformidade de procedimentos utilizados na aplicação;
5. Normatização: Uniformidade na interpretação dos resultados a partir de
parâmetros dos escores brutos;

TIPOS DE MEDIDAS DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

QUANTO AO MÉTODO
Técnicas projetivas:
• Permitem a expressão do inconsciente e a compreensão do funcionamento do
sujeito;
• Seguem normas qualitativas, portanto, seus elementos não são medidos
separadamente;
• Resultados se expressam através de tipologia;
• Ex.: HTP, Rorschach, TAT.

Testes psicométricos:
• Testes objetivos que investigam de forma quantitativa características
específicas;

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• Procedimentos estatísticos para construção e elaboração dos dados;
• Resultado é a comparação de cálculo para sujeito avaliado, em relação à
população em geral;
• Ex.: Raven, IFP, R1.

QUANTO AO MODO DE APLICAÇÃO


Individual:
• Exige presença apenas do examinar e examinando;
• Instruções mais complexas, exigem treino;

Coletiva:
• Não exige contato direto examinador-examinando;
• Aplicação mais simples;

Autoadministração:
• Instruções no teste;
• Dispensam aplicador;

QUANTO AO ATRIBUTO MEDIDO


Teste de aproveitamento: Grau de eficiência na realização de tarefa;
Teste de aptidão: Potencial para desenvolver uma tarefa;
Teste de personalidade: Características de personalidade.

A resolução 002/2003 regulamenta e define o uso, elaboração e comercialização


dos testes psicológicos. Segundo este documento, os requisitos mínimos para os
instrumentos de avaliação psicológica são:
• Fundamentação teórica que respalda o instrumento;
• Evidências empíricas de validade e precisão;

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• Definição do processo de aplicação;
• Sistema de interpretação e correção dos escores.

REFERÊNCIAS
1. ALCHIERI, J.; CRUZ, R.M. Avaliação psicológica: conceito, métodos e
instrumentos. São Paulo: Casa do Psicólogo, (Coleção temas em avaliação
psicológica) 2003. 127 p.
2. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Avaliação psicológica: Diretrizes na
Regulamentação da profissão. Brasília: CFP, 2010.
3. CUNHA, J.A. Psicodiagnóstico – V. 5. Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.
4. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Cartilha sobre avaliação Psicológica,
2007.
5. OCAMPO, M.L.S. et al. O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas.
11 Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

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