Você está na página 1de 20

Avaliação Psicológica

no contexto hospitalar
PROFA PAMMELLA CARVALHO
“Se o psicólogo quer ter um lugar no hospital, precisa acrescentar
ao seu amor um método racional de trabalho.
Sem amor não há como trabalhar em psicologia hospitalar, mas só
com amor também não é possível.
O amor e a razão são como as duas asas de um pássaro:
necessárias”
- Simonetti
• A avaliação psicológica torna-se mecanismo importante para o
conhecimento do estado psicológico atual do paciente internado,
sendo estratégica para orientar o processo terapêutico;

• Quando o psicólogo, a partir de uma cuidadosa avaliação,


compreende o funcionamento psíquico do paciente, se torna capaz
de auxiliar a equipe quanto ao estado emocional do sujeito e às suas
necessidades, sugerindo formas de manejo mais apropriadas.
• A avaliação psicológica constitui-se como um processo científico para
posterior intervenção (Pasquali, 2001)

• No ambiente hospitalar busca o levantamento de informações para a


realização de recomendações, encaminhamentos e planejamento de
intervenções.
• É preciso cuidar para que a atuação da psicologia não se torne mais um
procedimento invasivo e causador de sofrimento (Angerami-Camon,
2010)
• Quando o atendimento psicológico é feito em função de uma
solicitação da equipe hospitalar, é importante avaliar a demanda do
solicitante, para entender exatamente os motivos do
encaminhamento
Instrumentos de Avaliação Psicológica
• Escalas
• Testes psicológicos
SATEPSI – Sistema de
• Entrevistas
Avaliação de Testes
• Observações Psicológicos
Entrevista no contexto hospitalar
• Busca-se ouvir a subjetividade da pessoa que está além da doença;
• Pressupõe o levantamento de informações, englobando aspectos
pessoais, relacionais ou sistêmicos;
• A entrevista permite que os pacientes contem suas histórias com
suas próprias palavras, na ordem que preferirem e no momento em
que se sentem à vontade;
• Abrange particularidades que escapam a outros procedimentos,
como os testes padronizados.
• Ao realizar a entrevista, o psicólogo deve permitir que, além da
coleta de dados, o paciente fale da rotina hospitalar, dos exames,
procedimentos, das faltas, da família, da equipe, das visitas, do
futuro, para que, assim, se possa facilitar que o paciente entre em
contato com os seus sentimentos

• Pode-se entrevistar familiares e realizar levantamento de


informações do prontuário
Observação do Comportamento
• Fornece tanto elementos indicativos de psicopatologia, quanto de
comportamentos ajustados do paciente
• Oferece subsídios para compreender os aspectos relacionais da
interação do paciente com sua família e com a equipe
• Permite a identificação dos sinais/sintomas relatados pelo paciente
Uso de testes no contexto hospitalar
• É necessário ponderar a natureza do instrumento, o tipo, as
propriedades psicométricas, o tempo de administração, o grau de
dificuldade, a qualidade ansiogênica e, principalmente, as
características do paciente

• Os dados obtidos devem ser correlacionados com outros dados


como o estado geral do paciente, as mudanças em seu quadro clínico
desde o início da doença e as formas de enfrentamento utilizadas em
doenças anteriores
Testes com maior aplicabilidade:
• Avaliação das funções intelectuais
• Escalas autoadministradas Também pode-se
• Inventários de personalidade recorrer a
Protocolos de
• Testes projetivos
Avaliação
• Testes neuropsicológicos Psicológica
Psicodiagnóstico como estratégia de
Avaliação Psicológica

• Psicodiagnóstico: conjunto de procedimentos que tem por objetivo


coletar dados, testar hipóteses clínicas e descrever o funcionamento
de indivíduos ou grupos

• Simonetti defende que o diagnóstico em psicologia hospitalar não se


vale de testes, o instrumento deve ser o olhar clínico do psicólogo e
não uma escala quantitativa para comparações
•Situações mais comuns das solicitações de Psicodiagnóstico:

• Pacientes candidatos a determinados procedimentos cirúrgicos;


• Situações em que é necessário o parecer do psicólogo quanto à
indicação ou contraindicação de um procedimento;
• Quando o paciente vai ser submetido a procedimentos invasivos,
agressivos ou mutilantes.
Finalidades do Psicodiagnóstico
• O Diagnóstico: que visa explicar o que ocorre além do que o sujeito
pode descrever conscientemente, utilizando diferentes instrumentos
diagnósticos;
• A avaliação do tratamento: sendo uma forma de verificar o
andamento do tratamento, algumas vezes sendo utilizado para
analisar os avanços terapêuticos e planejamento de alta;
• Meio de comunicação: facilitando o diálogo entre paciente e
psicólogo e equipe

Arzeno (1995)
O Diagnóstico
• Facilita o tratamento, pois diante de um diagnóstico bem feito a melhor
estratégia terapêutica se evidencia
Para Medicina Para Psicologia Hospitalar
Diagnóstico é o conhecimento da Conhecimento da situação
doença por meio de seus sintomas existencial e subjetiva da pessoa em
sua relação com a doença

Descrição abrangente dos processos que influenciam e são influenciados pela


doença
• A formulação de um diagnóstico já faz parte da terapêutica

• No momento da entrevista, o psicólogo já está oferecendo ao


paciente uma escuta que o permite elaborar sua doença por meio da
fala, o que, por si só, produz efeitos terapêuticos
Eixos de um Diagnóstico
• Reacional: o modo como a pessoa reage a doença;
• Médico: condição clínica do paciente;
• Situacional: análise sistêmica das áreas da vida do paciente;
• Transferencial: análise das relações do paciente e suas redes de
suporte.
Registro em Prontuário
• As informações a serem colocadas devem ser estritamente
necessárias para o benefício do paciente,
• Devem contribuir para o planejamento de uma intervenção que
efetivamente auxilie o paciente no reestabelecimento do seu bem-
estar,
• Deve-se manter sempre a regra da confidencialidade
Informação do Resultado

•Pode ser feito mediante


• Laudo,
• Parecer ou
• Entrevista Devolutiva (para a equipe que solicitou)
Referências
STENZEL, G.Q.L.; FERREIRA, V.R,T.; DERTELMANN, C.V. et al. A avaliação
psicológica no contexto hospitalar. In: STENZEL, G.Q.L (org). A psicologia no
cenário hospitalar: encontros possíveis. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2012.
 
SIMONETTI, A. Manual de Psicologia Hospitalar: o mapa da doença. 8ª ed. São
Paulo: Casa do Psicólogo, 2016.

Você também pode gostar